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cadernos de
Institucional
Casa da Mulher Brasileira
Espaço Humanizado de Atendimento
à Mulher em Situação de Violência 83
issuu.com/cadernostc
Cadernos de TC 2020-1
Expediente
Direção do Curso de Arquitetura e Urbanismo
Alexandre Ribeiro Gonçalves, Dr. arq.
Corpo Editorial
Alexandre Ribeiro Gonçalves, Dr. arq.
Rodrigo Santana Alves, M. arq.
Simone Buiati, M. arq.
Coordenação de TCC
Rodrigo Santana Alves, M. arq.
Orientadores de TCC
Pedro Henrique Máximo Pereira, Dr. arq.
Rodrigo Santana Alves, M. arq.
Detalhamento de Maquete
Volney Rogerio de Lima, E. arq.
Seminário de Tecnologia
Jorge Villavisencio Ordóñez, M. arq.
Rodrigo Santana Alves, M. arq.
Expressão Gráfica
Rodrigo Santana Alves
Simone Buiate Brandão, M. arq.
03
[f.1]
[f.1] Imagem da
campanha “Junte-se ao
fim da violência contra
mulheres e meninas”.
Fonte: onu.org.mx/
04
A dominação masculina é uma
construção histórica incorporada e naturali-
zada pelas instâncias de maior poder social
que influenciam na maneira como os indiví-
duos se comportam.
Um exemplo a se destacar são as
visualidades contidas em muitas campa-
nhas publicitárias da década de 50, época
marcada pela predominância masculina
no mercado de trabalho e portanto no
poder de compra, as campanhas manifes-
tavam o machismo e misoginia escancara-
do com ilustrações que exaltavam a submis-
são da mulher ao homem.
Embora as mulheres tenham
conquistado muitos espaços que antes lhe
eram negados, a cultura machista de exclu-
são por gênero e dominação masculina
estende-se ainda nos dias de hoje.
Como consequência dessa domi-
nação a violência doméstica manifesta-se
de forma desenfreada resultando muitas
vezes na morte de diversas mulheres. O
feminicídio é o ponto culminante de uma
violência enraizada no cotidiano das
[f.2] “Mostre que o mulheres sendo motivado pela noção de
mundo é dos homens.” dominação, superioridade e propriedade
Fonte: incrivel.club/ [f.2] dos homens sobre as mulheres.
05 Amanda Palmeira
Na contemporaniedade é impor-
tante mudar a forma como os gêneros são
vistos e equipará-los, banindo a hierarquia
que ainda se faz tão presente. As Políticas
Públicas de Combate à Violência Contra a
Mulher, que surgem como consequência
de uma intensa luta do movimento feminista
em busca de equidade e respeito, são um
importante instrumento de auxílio para a
erradicação dessa violência, tornando-se
cada vez mais necessária.
Este trabalho explora o Espaço
Humanizado de Atendimento às Mulheres
em Situação de Violência, denominado
Casa da Mulher Brasileira (CMB), localizado
no centro de Anápolis - Goiás e aborda as
questões envolta da violência contra a
mulher no Brasil, conceituando os tipos de
violência.
A CMB é um espaço que busca dar
assistência à mulher em situação de violên-
cia como também busca trazer à tona a
discussão sobre gênero e dominação
masculina, sendo assim um espaço de
acolhimento, discussão e busca pela aniqui-
lação da violência. [f.3] “É sempre ilegal
matar uma mulher?”
[f.3] Fonte: incrivel.club/
07 Amanda Palmeira
FEMINICÍDIO
o que é?
1919 1932
LEGENDA
09 Amanda Palmeira
Lançado pela SPM, o Programa
"Mulher, Viver sem Violência" veio
para trazer respostas diante do
cenário de crescente violência
contra a mulher, através da
implementação de políticas
públicas de combate à violência
contra a mulher, realizando ações
de maneira integrada com várias
organizações. Uma das ações do
Programa é a Casa da Mulher
Lei 13.104/15 alterou o Brasileira (CMB), cujo objetivo é a
Código Penal e incluindo assistência integral e humanizada
como qualificador do às mulheres em situação de
crime de homicídio o violência, auxiliando e facilitando
feminicídio. o acesso aos serviços especializa-
O Feminicídio é o dos e assegurando condições
homicídio praticado contra para o enfrentamento da
mulheres em razão da violência, além de prover
condição de ser do sexo empoderamento e autonomia
feminino (misoginia e econômica para as usuárias.
Conhecida como menosprezo pela
Convenção de Belém do condição feminina ou CRIAÇÃO CASA DA
Pará, a Convenção discriminação de gênero,
Interamericana para fatores que também MULHER BRASILEIRA
Prevenir, Punir e Erradicar podem envolver violência
Criação do Conselho a Violência Contra a sexual) ou em decorrência
Nacional dos Direitos Mulher conceitua a de violência doméstica.
da Mulher, com o violência contra as PROGRAMA “MULHER,
Lei 4.212/1962,
garantiu que a
objetivo de promover, mulheres, reconhecen-
do-a como uma violação
LEI DO FEMINICÍDIO VIVER SEM VIOLÊNCIA”
em nível nacional,
mulher não precisaria políticas para eliminar aos direitos humanos, e
mais de autorização a discriminação da estabelece deveres aos
do marido para Organização em mulher. Proporcionou Estados signatários, com o
trabalhar, receber que o principal ações mais efetivas nos propósito de criar
herança e, em caso objetivo era o campos da saúde, condições reais de
de separação, atendimento à trabalho, legislação, rompimento com o ciclo
2015 2013
poderia requerer a mulher vítima de violência e combate de violência contra
guarda dos filhos. violência. ao racismo. mulheres.
11 Amanda Palmeira
Neste cenário, onde as mulheres Sempre Viva, além de cursos para promover
estão mais suscetíveis a sofrerem violência, a qualificação social e profissional de
torna-se cada vez mais essencial as políticas mulheres em situação de vulnerabilidade.
públicas para erradicação da violência Anápolis, cidade conhecida por ser
contra a mulher. O Estado de Goiás ocupa o segundo maior polo farmoquímico do
um lugar preocupante no índice de violên- Brasil, faz parte de um dos principais eixos
cia contra a mulher, é o 8° estado brasileiro rodoviários do pais, o eixo Goiânia - Anápo-
onde as mulheres mais são vítimas de femini- lis - Brasília. Concomitantemente, é a sexta
cídio (Mapa da Violência 2018. Gráfico 04.) cidade mais violenta do estado de Goiás
e o 7° estado onde mulheres negras mais (Atlas da Violência - Retrato dos Municípios
morrem (Atlas da Violência 2019). Brasileiros 2019) e quando se trata de redes
Apesar de ser tão alarmante os de enfretamento à violência contra a
casos de violência no estado, com 246 mulher, a situação se agrava pois dispõe de
municípios, Goiás possui apenas 22 Delega- apenas uma Delegacia Especializada de
cias Especializadas de Atendimento à Atendimento à Mulher (DEAM) e um Centro
Mulher (DEAM); 1 Centro de Referência de Referência a Mulher.
Estadual da Igualdade (CREI); 21 Centros É fundamental a ampliação de
Especializados de Atendimento a Mulher instituições de apoio à mulheres em situa-
(CEAM), 1 Centro de Valorização da Mulher ção de violência no estado de Goiás, este
Consuelo Nasser (CEVAM); 1 Casa Abrigo trabalho trata da implantação de uma
Sempre Viva; 4 Juizados de Violência Casa da Mulher Brasileira (CMB) na cidade
Doméstica; 4 Promotoria da Mulher; 1 Casa de Anápolis, que atenderá mulheres de
de Passagem; 2 Unidades Móveis de Atendi- toda a região. A CMB contará com uma
mento às Mulheres e unidades de Patrulha Delegacia Especializada de Atendimento a
Maria da Penha em 22 municípios. Mulher (DEAM), atendimento psicossocial,
Goiânia, capital do estado, conta assistência jurídica, promotoria, enfermaria,
com duas DEAM e três instituições públicas abrigo de passagem, serviço de promoção
voltados ao atendimento e apoio de mulhe- de autonomia pessoal e econômica, além
res em situação de violência, são elas: de uma galeria de arte para fomentar a
Centro de Referência Estadual da Igualda- discussão sobre a violência contra a mulher,
de (CREI); Centro de Valorização da Mulher que está enraizada na sociedade patriarcal
Consuelo Nasser (CEVAM); Casa Abrigo e necessita meios de combate.
13 Amanda Palmeira
TIPIFICAÇÕES DE violência contra a mulher
ESTUPRO
O Código Penal Brasileiro define Estupro coletivo é a violência
estupro como: “Constranger alguém, cometida por dois ou mais agressores
mediante violência ou grave ameaça, a ter contra uma ou mais vítimas de forma
conjunção carnal ou a praticar ou permitir presencial.
que com ele se pratique outro ato libidino- Estupro de vulnerável é aquele
so.” (Art. 213. Lei n° 12.015/2009). É importan- onde as vítimas possuem idade inferior a 14
te destacar que não precisa ocorrer pene- anos, ou não possui discernimento em razão
tração para que o crime se qualifique como de alguma enfermidade ou deficiência
estupro, o componente mais significativo mental, independentemente de haver
para caracterizar este crime é a ausência consentimento por parte da vítima.
de consetimento por parte da vítima, no O estupro virtual ainda é recente na
entanto, isso não se aplica para menores de classificação dos crimes sexuais, parte da
14 anos, pois vítimas dessa idade não noção de uma relação sexual abusiva,
possuem o discernimento necessário para onde a mulher sofre ameaças de ter seu
consentir com o ato sexual. corpo exposto nas redes sociais caso não
O estupro é uma comprovação da cumpra as exigências do seu agressor.
dominação masculina, onde o homem O estupro corretivo é caracterizado
acredita ter autoridade e posse sobre a por ter a intenção de punir a vítima por
mulher, não respeitando sua integridade algum comportamento social ou sexual,
física, psicológica e moral. O Mapa da mulheres lésbicas são as principais vítimas
Violência (2018) dividiu os casos de estupro desse tipo de violência sexual, onde o
em categorias, sendo elas: estupro comum, agressor parte do princípio de “corrigir” a
estupro coletivo, estupro de vulnerável e orientação sexual da vítima.
estupro virtual e estupro corretivo. Cerca de 43% das vítimas de
Estupro comum é aquele cometido estupro são menores de 14 anos de idade,
por um único agressor presencialmente, jovens com idade entre 15 e 18 anos repre-
podendo ser praticado contra uma sentam 18% dos casos, cerca de 35% são
ou mais vítimas. mulheres com idade entre 18 e 59 anos, e
mulheres idosas representam 4%.
15 Amanda Palmeira
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Violência doméstica é toda violên-
anos de idade correspondem a 15% das
cia cometida dentro do ambiente familiar,
vítimas, e cerca de 1,4% das vítimas
podendo ser entre qualquer membro
possuiam menos de 18 anos de idade na
familiar, havendo laço sanguíneo, que é o
data da agressão.
caso de pais e filhos, ou apenas a união,
Foram notificados 14.796 casos de
que é o caso de esposo(a) e esposa(o),
violência doméstica entre os meses de
namorado(a) e namorada(o). A imagem
janeiro e novembro de 2018. Goiás ocupa a
mais associada a violência doméstica é a
5° posição entre os estados com maior regis-
do homem agredindo sua companheira,
tro de violência. (Gráfico 03. Mapa da
ou, muitas das vezes, ex companheira.
Violência Doméstica [Mapa da Violência
Esse tipo de violência parte da ideia
2018]).
de dominação e posse do homem sobre a
mulher, que acredita ser seu dono e ter
poder sobre suas escolhas, e que, quando Mapa da Violência Doméstica
contrariam o seu ideal, tem o direito de
punição, que se manifesta através da São Paulo 1251
agressão. Contudo, a violência doméstica Alagoas 811
não é apenas a violência física, muitas das Distrito Federal 802
vezes ela não deixa marcas físicas e sim Rio de Janeiro 781
psicológicas, é toda violência cometida no Goiás 767
ambiente doméstico, sendo de natureza Bahia 728
física, sexual, psicológica, patrimonial e Mato Grosso do Sul 714
moral. Os maus tratos a idosos e o abuso Paraná 699
sexual a uma criança também é caracteri- Amapá 638
zado violência doméstica. Pernambuco 598
A violência física também pode ser Minas Gerais 566
acompanhada pela violência sexual, Rondônia 542
estudo da Organização Mundial da Saúde Ceará 463
(OMS) revela que 30% das mulheres agredi- Tocantins 458
das por seu parceiro foram vítimas de Mato Grosso 452
violência física e sexual, 60% alegam ser Piauí 452
vítimas apenas da violência física e menos Rio Grande do Sul 409 [T. 01] Relação de
de 10% afirmam ter sofrido apenas violência Santa Catarina 399 Proximidade e Idade da
sexual. Pará 368 Vítima.
Os maiores agressores das mulheres Roraima 345 Fonte: Mapa da
são os companheiros (esposo, namorado, Violência 2018
Maranhão 344
ex), equivalendo a 58% dos casos de violên- Paraíba 306 [G. 02] Mapa do
cia doméstica. Pais, avôs, padastros e tios Sergipe 278 Estupro.
correspondem a 42% dos casos de agres- Acre 272 Fonte: Mapa da
são. A maior parte das vítimas tem entre 18 Espírito Santo 246 Violência 2018
e 59 anos de idade (83,7%), sendo as jovens Rio Grande do Norte 161
[G. 03] Mapa da
adultas as que correspondem e a maior Amazonas 72 Violência Doméstica.
porcentagem desses casos, com idade Fonte: Mapa da
entre 24 e 36 anos. Mulheres com mais de 60 [G. 03]
Violência 2018
17 Amanda Palmeira
qualificado como feminicídio. as regiões do Brasil, Goiás ocupa a 8°
A Lei 13.104/2015 (Lei do Feminicí- posição. Geralmente os casos de feminicí-
dio) foi sancionada em março de 2015 e dio têm um padrão, começa com a violên-
incluiu como qualificador do crime de homi- cia simbólica, que parte da humilhação, em
cídio o Feminicídio. A legislação considera seguida a violência psicológica sob amea-
Feminicídio o homicídio contra a mulher por ças constantes até que inicia-se a violência
razão de gênero, incluindo a violência física, e quando menos se espera resulta no
doméstica e familiar. O Código Penal deter- feminicídio.
mina a pena de 12 a 30 anos de reclusão
em caso de feminicídio, a pena aumenta se
Mapa do Feminicídio
o crime for cometido contra menores de 14
anos, maiores de 60 anos, pessoas com
deficiência, durante a gestação ou três São Paulo 3058
meses após o parto. Rio de Janeiro 1186
Apesar da Lei do Feminicídio, o Distrito Federal 869
número de mortes por feminicídio notifica- Bahia 788
dos pela mídia e pelos órgãos de segurança Mato Grosso do Sul 786
pública são diferentes. Enquanto a mídia Paraná 754
caracteriza a morte de mulheres vítimas de Amazonas 660
violência doméstica e familiar como femini- Goiás 595
cídio, os órgãos de segurança pública Mato Grosso 590
ainda possuem certa resistência, que se dá Pernambuco 556
em razão do machismo institucional que Ceará 499
ainda persiste em muitas dessas instituições. Roraima 386
No levantamento do Mapa da Violência de Espírito Santo 341
2018, desde a sanção da Lei do Feminicídio Sergipe 332
(2015), 15.925 mulheres foram assassinadas Rio Grande do Sul 322
em situação de violência doméstica. Piauí 302
Entre o período de janeiro a novem- Paraíba 273
bro de 2018, cerca de 90,8% das mulheres Rondônia 252
vítimas de feminicídio tinham entre 18 e 59 Minas Gerais 248
anos de idade, 6,7% haviam menos de 18 Pará 246
anos de idade. Os companheiros, ex com- Santa Catarina 237
panheiros, namorados e esposos são os Rio Grande do Norte 234
principais assassinos dessas mulheres, simbo- Amapá 226
lizando 95,2%. Em seguida, representando Maranhão 225
4,8% desses assassinos, vem os pais, avós, Acre 129
irmãos e tios. Tocantins 124 [G. 04] Mapa do
Alagoas 67 Feminicídio.
Os estados com maiores registros Fonte: Mapa da
de feminicídios estão espalhados por todas [G. 04] Violência 2018
19 Amanda Palmeira
Casa da Mulher Brasileira 20
21 Amanda Palmeira
LUGAR
Região Central
Município de Anápolis
23 Amanda Palmeira
SISTEMA VIÁRIO e equipamentos urbanos
Situada no coração do centro de CAMINHABILIDADE
Anápolis, a Casa da Mulher Brasileira está
localizada entre uma das mais importantes
vias da cidade, a Avenida Goiás em cruza-
mento com a Rua Joaquim Inácio, marca-
550 m
da também pela Praça Bom Jesus que fica 7 min
logo adiante. A escolha do lugar parte do
INÁCIO
1 intuito de atrair a atenção das pessoas que
2 estão sempre passando por essa área tão
L JOAQUI
movimentada, trazendo assim visilidade 500 m
para a CMB. 6 min
R. HENERA
Norteador dessa escolha foi a proxi-
midade com o Terminal Urbano, que permi-
LHO
4
3 te que as mulheres que residem na cidade e
R. 14 DE JU
R. RUI BARBOSA
fora dela possam chegar a CMB facilmente. 900 m
12 min
Região Central Além disso, é importante que haja equipa-
mentos de saúde, educação e cultura na
5
6 7 área de implantação, para que a usuária
tenha suporte para eventuais necessidades. 900 m
R. BARÃO RIO BRANCO Nos centros urbanos a caminhada 12 min
8 é o meio de transporte mais comum, isso
ZEMBRO
TE
não se torne exaustivo, dessa maneira, a
OR
950 m
12 localização da CMB permite que o percurso
LN
ISTA
A
13 min
IRO PORTEL
ASI
de caminhabilidade até estes equipamen-
13 BAT
. BR
MBRO
AV
R. C
R. 7 DE SETE
DEAM
INÁCIO
L JOAQUI
A inserção da Casa da Mulher
Brasileira neste terreno partiu do princípio de
R. HENERA
visibilidade e acessibilidade, que são
LHO
facilmente atendidos por conta de sua
R. 14 DE JU
R. RUI BARBOSA
localização logo em frente à Praça Bom
Jesus e sua proximidade com o Terminal
7 Urbano, que são equipamentos marcantes
R. BARÃO RIO BRANCO na paisagem da cidade.
Localizado no centro da cidade,
ZEMBRO
R. BARÃO RIO BRANCO
RTE
chegar ao Terminal. Dessa maneira a CMB
NO
12
ISTA
[f.05] Terminal Urbano facilita a chegada de mulheres de qualquer
LA
ASIL
EIRO PORTE
BAT
de Anápolis - R. Tonico 13
. BR
região da cidade até ela.
EMBRO
EL.
Praça Bom Jesus
AV
de Pina com a R. Gen.
R. C
Joaquim Inácio. Casa da Mulher Brasileira
R. 7 DE SET
R. ENGENH
Fonte: avozdeanapolis.-
com.br
[f.5] [f.7]
[f.6] [f.8]
25 Amanda Palmeira
E A PRAÇA
A Praça Bom Jesus é um marco
histórico na cidade, podendo, dessa manei-
ra, ser facilmente localizada por quem não
reside em Anápolis, além de estar localiza-
da na Avenida Goiás, uma das principais e
mais movimentas avenidas que corta a
cidade, atendendento assim ao princípio
de visibilidade.
[f.11]
[f.9] [f.12]
[f.07] Terminal Urbano
de Anápolis - R. Tonico
de Pina.
Fonte: portalcontexto.-
com
[f.14]
10 30 50
[f.13]
Comercial
Misto
Residencial
Equipamento
Vazio
Área de intervenção [f.15]
27 Amanda Palmeira
[f.13] Mapa de Uso do
Solo
Fonte: Autoral, 2019
[f.16]Área de interven-
ção vista pela Av. Goiás
com R. Gen. Joaquim
Inácio
Fonte: Autoral, 2019
[f.16]
[f.17]
Defensoria Pública
A Casa da Mulher Brasileira (CMB) é dade seja a segurança e bem estar, sendo Cartório: 26,51 m² Espera: 28,66 m²
uma das ações do Programa “Mulher, Viver um local que transmita proteção e acolhi- Sala de Ocorrência: 14,05 m² Administração: 29 m²
Sem Violência”, da Secretaria de Políticas mento. Partindo disso, fez-se necessário a Sala de Reconhecimento: 33 m² Defensoria: 33,30 m²
para Mulheres (SPM), criado em 2013 no setorização da Casa da Mulher Brasileira, Administração: 14,27 m² Procuradoria: 51,11 m²
governo da ex presidenta Dilma Rousseff. O setorizando os espaços e suas funções, para Investigação de Violência: 25,89 m²
objetivo é oferecer assistência integral e que espaços de permanência fiquem Investigação de Crimes Sexuais: 22,60 m² Juizado Especializado de Violência
humanizada às mulheres que estão em distantes dos espaços de atendimento Perícia: 10,26 m² Doméstica e Familiar Contra Mulher
situação de violência, proporcionando imediato, tornando-se mais segura para a Depósito (2): 11,16 m² Espera Juizado: 64 m²
acesso aos serviços especializados, como mulher que encontra-se na CMB e para a Copa: 25,62 m² Sala de Apoio: 31,74 m²
Defensoria e Procuradoria Especializada, que acaba de chegar em busca de Dormitório Plantonistas: 51,21 m² Arquivo: 16,33 m²
serviços para promover a autonomia amparo. Delegada: 23,60 m² Sala de Audiência: 64,03m²
econômica e pessoal, dando assim condi- Atendendo todas as necessidades dormitório delegada: 12,24 m² Gabinete Juiz: 31,15 m²
ções para o combate a violência. das usuárias, a CMB conta com uma Dele-
Foi proposto que houvesse uma gacia Especializada de Atendimento à
CMB em cada estado brasileiro, no entanto, Mulher (DEAM), Procuradoria, Juizado Espe-
após o Golpe de 2016 o Programa sofreu cial, Apoio Psicossocial, Enfermaria e
desmontes e atualmente, no governo de Brinquedoteca, dessa forma, a usuária que
Bolsonaro, o repasse foi zerado. Foram cons- precisar ser encaminhada para o Alojamen-
truídas sete CMB: a de Brasília (DF); Boa Vista to Temporário da CMB, poderá resolver
(RR); Campo Grande (MS); Curitiba (PR); também as questões jurídicas sem sair de lá.
Fortaleza (CE); São Luís (MA) e São Paulo Observando a questão da violência ALOJAMENTO TEMPORÁRIO EMPODERAMENTO
(SP), porém a de Brasília encontra-se interdi- doméstica que está atrelada a ideia de
tada desde abril de 2018 por risco de desa- dominação que o homem tem sobre a Informática: 83, 68 m²
Sala de Estar: 66,25 m²
bamento. mulher, a CMB possui cursos profissionalizan-
tes, com o intuito de promover a autonomia Sala de Leitura: 44,35 m² Biblioteca: 246 m²
A ampliação do Programa torna-se
urgente diante do cenário de violência pessoal e econômica da mulher, que muitas Sala de Jantar: 58 m² Auditório: 80,10 m²
contra a mulher que o Brasil encontra-se, vezes mantém uma relação com seu agres- Copa: 43,34 m² Sala de Uso Livre: 40 m²
analisando as demais CMB, foi estabelecido sor por não possuir independência para Quarto PcD (2): 61,87 m² Sala Multiuso: 30 m²
que a sede de Anápolis terá capacidade manter-se financeiramente.
Quarto Individual (24): 450 m² Salas de Aula (2): 148,78 m²
para atender 150 mulheres por dia. O Alojamento Temporário compor-
Em um contexto social em que ta até 26 mulheres por vez, tendo um amplo Despensa: 8,93 m² Salão de Beleza: 69,23 m²
tanto se discute sobre as consequências de espaço de convívio e quartos individuais Área de Serviço: 23,34 m² Ateliê de Costura: 98,71 m²
uma sociedade machista e misógina, é para todas as mulheres, desde as que Pátio Convivência: 104,60
essencial que a nova Casa da Mulher estiverem sozinha às que estiverem acom-
Horta Urbana: 417 m²
Brasileira (CMB) seja inclusiva, proporcionan- panhadas por seus filhos. A escolha de quar-
do acolhimento para todas as mulheres, tos individuais parte da intenção de propor-
indepentemente de gênero, raça, etnia e cionar um maior sentimento de conforto
cultura. dentro da CMB, além de preservar a privaci-
O programa de necessidades foi dade em um momento tão delicado. GESTÃO CMB
estabelecido a partir das condicionantes Para fomentar a discussão sobre
que envolvem as mulheres em situação de gênero e violência contra a mulher, foi ESPAÇO PÚBLICO
violência, o norte de tudo isso foi gerar um criada uma Galeria, que contempla espa- Sala de Monitoramento: 26,20 m²
espaço em que as usuárias tenham um ços de exposição de Artes, auditório, ateliê Secretaria: 23,21 m²
atendimento humanitário em que a priori- de pintura e curso de autodefesa. Galeria: 134,20 m² Depósito: 16,61 m²
Auditório: 101 m² Sala de Reunião: 21,49 m²
Ateliê Livre: 30,83 m² Administração: 23 m²
Curso de Autodefesa: 54,70 m² Copa: 30,67 m²
Dormitório Plantonistas: 43 m²
3. composição de ângulos no terreno de maneira 2. a primeira forma arquitetônica foi reduzida e 4. resultado final após o deslocamento de lajes
que a simbologia do abraço fosse mantida - sendo mantida apenas no térreo, sendo o elemento
fechado para a área externa aberto para a interna primordial para composição do restante
33 Amanda Palmeira
Casa da Mulher Brasileira 34
CIRCULAÇÃO
A maneira de acessar os espaços
da Casa da Mulher Brasileira (CMB) foi uma
importante diretriz na distruibuição do
programa, pois foi primordial chegar a uma
resolução que mantivesse a segurança das
usuárias nos diversos ambientes da CMB.
Partindo desse princípio, o acesso
foi dividido em três caixas de circulações
distintas, com entrada monitorada.
35 Amanda Palmeira
- caixa de circulação responsável por aten-
der a demanda da Delegacia Espacializa-
da de Atendimento à Mulher (DEAM)
Projeção 1° Pav.
1017
3 5 6 6 6 7
8 1017
1
.
o 1° Pav
2
Projeçã
2
10 2
2
LEGENDA
1. Sala de Ocorrência
2. Sanitário PcD
3. Cartório
4. Espera DEAM
5. Sala de Espera - Agressor
IMPLANTAÇÃO - TÉRREO 1019 6. Sala de Triagem
7. Arquivos
8. Recepção CMB
18 9. Galeria
10 10. Auditório
Casa da Mulher Brasileira 38
2 5 10 20
LEGENDA
LEGENDA
1. Audiência Juizado
2. Sala de Apoio
1. Copa DEAM 12. Banheiro Plantonistas DEAM
13. Atendimento em Grupo Psicossocial
3. Gabinete Juiz
2. Administração
14. Atendimento Individual Psicossocial 4. Espera Juizado
3. Sala de Reconhecimento
15. Terapia Ocupacional 5. Sanitário PcD
4. Investigação Violência
16. Espera Atendimento Psicossocial 6. Arquivos
5. Delegada
6. Dormitório Delegada 17. Espera Enfermaria 7. Defensoria Pública
7. Investigação Crimes Sexuais 18. Sala de Atendimento 8. Espera Defensoria
8. Perícia 19. Brinquedoteca 9. Administração
9. Dormitório Plantonistas DEAM 20. Ateliê Livre 10. Procuradoria
10. Depósito 21. Curso Autodefesa 11. Sala de Informática
11. Sanitário PcD 22. Administração 12. Biblioteca
Projeçã
o 2° Pa
v.
5 Projeção 3° Pav.
3 9
7 9 13 14
6 7
3
15
1
1 5 8
14 11
8 10 11 11 13 4
5 10
2 12 11
4 2
6 5 5 5 5
16
13
12
17 18
11 18
v.
v.
o 2° Pa
o 3° Pa
19
Projeçã
Projeçã
20
22
21
PAVIMENTO 1 PAVIMENTO 2
39 2 5 10 20 2 5 10 20
LEGENDA
LEGENDA
1.Banheiro Plantonistas
2. Sanitário PcD 1. Despensa
3. Copa Gestão CMB 2. Copa
4. Dormitório Plantonistas CMB 3. Sala de Jantar
5. Administração 4. Área de Serviço
6. Depósito 5. Sanitário PcD
7. Reunião 6. Sala de Estar
8. Secretaria 7. Sala de Leitura
9. Espera Gestão CMB 8. Banheiro PcD
10. Sala de Monitoramento 9. Quarto Individual PcD
11. Salas de Aulas 10. Área de Recreação Infantil
12.Sala Multiuso 11. Pátio Interno
13. Sala Livre 12. Salão de Beleza
14. Auditório 13. Ateliê de Costura
1 11 11 8 8
2
1 6 7
4 6 8 10 9
9
2
3
2
3
7 9
10
5
4 5 5
v.
o 5° Pa
2
Projeçã
12
11
12
13
13
14
5
5
v.
o 5° Pa
Projeçã
PAVIMENTO 3 PAVIMENTO 4
1.Horta 1. Varanda
2. Varanda 2. Banheiro
3. Banheiro 3. Quarto Individual
4. Quarto Individual 4. Área Recreação Infantil
5. Área Recreação Infantil
2 1
3 2
4 3 2
3
4 3
3 2
3 2
4 3
4 3
3 2
3
2
3 4 4 3
2 3
3 4 2
3
3 2
3 2
4 4 3 3
4 3
3 5 2
4
3 4
3 4 2
3
PAVIMENTO 5 PAVIMENTO 6
41 2 5 10 20 2 5 10 Amanda Palmeira 20
1. Central de Transportes
2. Sanitário PcD
RESERVATÓRIO
INFERIOR
1 2 3 4 5 6 7 11 12 13 14 15 16 40 41 42 43 44 45 47 48
8 9 10 49 50 51
52
53
54
64
55
17 1
65
22 23 32 2
18 31 66
24 25 34
19 33
26 27 36
20 35 67
28 29 38
21 37 56 57 58 59 60 61 62 68
63
30 39
69
70
71
CORTE AA
COBERTURA
43 2 5 10 20 Amanda Palmeira
RESERVATÓRIO SUPERIOR
+19,20
+13,35 +13,35
+9,60
+5,85 +5,85
+5,85
- 3,75 - 3,75
- 3,75
- 7,50 - 7,50
- 7,50
CORTE BB
44
45 Amanda Palmeira
Casa da Mulher Brasileira 46
47 Amanda Palmeira
Casa da Mulher Brasileira 48
ESTRUTURA E MATERIALIDADE
O dimensionamento da estrutura foi No revestimento externo foi utilizado
feito com base nos gráficos de Yopanan placas cimentícias, por ser um material leve
Rebello (2000, pp. 102, 114 e 166), onde e que gera uma economia de até 70% no
foram determinados pilares de concreto de cronograma da obra, possuir um bom
30x30cm, e laje nervurada caixão perdido isolamento termoacústico, além de propor-
com a espessura de 25cm, para vencer um cionar versatilidade para o design da
vão de até 11 metros. fachada.
As caixas de circulação atuam Seguindo as recomendações da
como núcleo de rigidez do edifício, partindo NBR 7199, foi utilizado o vidro duplo lamina-
delas a composição da malha de pilares, do nas fachadas, além disso, há uma mem-
ajustando-se à forma do edifício. brana perfurada para reduzir a transmissão
de calor do ambiente externo para o
interno, favorecendo assim a ventilação e
iluminação do edifício.
placa cimetícia
laje nervurada
membrana microclimática
49 Amanda Palmeira
46
51 Amanda Palmeira
48
55 Amanda Palmeira
56