Você está na página 1de 9

UNOPAR

UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ

DALICE GONÇALVES VIEIRA

OS IMPACTOS DA PANDEMIA NAS COMUNIDADES EM CONDIÇÃO DE


VULNERABILIDADE.

CACHOEIRO DE ITAPEMIRM
2020
Dalice Gonçalvez Vieira
Daniele Delfino Marvila
Edilaine dos Santos da Silva Costa
Ivania Alves da Silva

OS IMPACTOS DA PANDEMIA NAS COMUNIDADES EM CONDIÇÃO DE


VULNERABILIDADE.

Cachoeiro de Itapemirim – ES
2020
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................ 3
2. DESENVOLVIMENTO................................................................................ 3
3. CONCLUSÃO............................................................................................. 7
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 8
3

INTRODUÇÃO

No google, quando buscamos a definição de ‘desigualdade’ encontramos a


seguinte descrição:
Desigualdade: substantivo feminino; caráter, estado de coisas ou pessoas que não são iguais entre
si; dessemelhança, diferença; ausência de proporção, de equilíbrio.

As desigualdades sociais não são acidentais, e sim produzidas por um conjunto de


relações que abrangem as esferas da vida social. Na economia existem relações
que levam a exploração do trabalho e a concentração da riqueza nas mãos de
poucos. Na política, a população é excluída das decisões governamentais.

Ou seja, desigualdade se dá a partir do momento em que não há equilíbrio


entre as condições de qualquer situação, onde não encontramos proporção. Desta
forma o termo pode ser aplicado em várias áreas do cotidiano humano. Neste breve
estudo abordaremos as questões pertinentes a desigualdade no que diz respeito a
atual situação epidemiológica que estamos vivenciando, a Pandemia do Sars-Cov2,
o coronavírus.

As desigualdades sociais preocupam o Conselho Nacional de Saúde (CNS)


no enfrentamento da Covid-19 no Brasil. Uma das questões que chama atenção é a
precariedade das moradias em algumas regiões. O acesso a saneamento básico,
água encanada e esgoto domiciliar, em regiões de difícil acesso ou nas periferias,
são fatores que dificultam o controle da epidemia. “A isso se soma o fato de que a
população negra geralmente é a mais afetada pela desigualdade, com menos
condições socioeconômicas de enfrentamento a esse tipo de situação.

DESENVOLVIMENTO

Uma das questões mais recorrentes das discussões sobre o impacto da


pandemia no Brasil, foi o aprofundamento das vulnerabilidades sociais em diferentes
contextos, abarcando desde o acesso desigual aos serviços de saúde entre os
4

municípios até medidas que acentuam a discriminação em determinadas camadas


da população brasileira.

A comparação internacional entre o grau de desigualdade de renda no Brasil


e o observado em outros países comprova não só que a desigualdade brasileira é
das mais elevadas em todo o mundo, mas contribui também para entender como um
país com renda per capita relativamente elevada pôde manter, nos últimos 20 anos,
em média, cerca de 40% da sua população abaixo da linha de pobreza (FARIA,
2000, p. 21). foram criadas riqueza e renda suficientes para produzir alterações
significativas nas condições de vida da grande massa da população brasileira que é
carente de tudo. No entanto, a riqueza existente, a produzida e a renda criada
sempre foram apropriadas concentradamente por minorias que sofrem de um estado
crônico de “ganância infecciosa” (GARCIA, 2003, p. 10).

As maiores vítimas da pandemia são, inegavelmente, os trabalhadores


temporários e sub-remunerados, os que vivem de atividades informais, os
desempregados e os sem teto por habitarem as áreas mais precárias das grandes
cidades brasileiras. 

Apesar de haver muitas pessoas infectadas nos bairros ricos, poucas morrem;
as mortes são mais numerosas em bairros populares, conjuntos habitacionais e
favelas, enfim, no que chamamos de “periferias”. Nestes locais as condições
habitacionais e a infraestrutura são precárias, faltam equipamentos urbanos e
serviços básicos. 

Segundo Gilles Lamarque (1995), a exclusão social não é mais do que o


prolongamento do conceito de nova pobreza, engendrado no início da década de
1980 para designar todos os indivíduos que são vítimas da crise económica e que
estão sujeitos a múltiplas dificuldades resultantes do processo de desqualificação
social.

A exclusão resulta de processos pertencentes à desinserção social (ruptura


de laços de solidariedade e risco de marginalização), à desintegração do sistema de
actividade económica ou de emprego (perda de competências socioprofissionais,
perda de emprego, rendimento insuficiente) e à desinserção das relações sociais e
5

familiares (fragilização das relações interpessoais e dos sentimentos de pertença


sócio-comunitários) (Hills et al. 2002).

A exclusão social difere do termo hegemónico de pobreza em três


sustentáculos distintos. O primeiro move-se de uma análise estática para uma
análise dinâmica, apreendendo os processos pelos quais os indivíduos e grupos se
tornam excluídos. O segundo compreende a privação como conceito
multidimensional, envolvendo habitação, educação, rendimentos, emprego, saúde,
fragmentação identitária, etc. O terceiro interpreta a privação e a pobreza como
estando imbricadas com as relações sociais, rejeitando uma perspectiva atomística.

A sociedade precisa ter como pressuposto a possibilidade da participação de


todos os indivíduos em cada sistema funcional. A inclusão estabelece-se por meio
da participação na possibilidade de comunicação que cada sistema funcional. No
entanto, isso é somente ilusão, porque, na realidade, formam-se esferas de exclusão

Para Vieira et al. (2010) o termo exclusão caracteriza-se como um processo


que permite a elaboração de conhecimentos que sirvam de parâmetro adequado
para elaboração e implementação de políticas públicas, e que o fenômeno da
exclusão deve ser analisado levando em conta a historicidade do processo a que se
refere. Pode-se perceber, no entanto, que a elaboração das políticas públicas não é
algo simples e concorda-se com o que Verás (2001) ao citar Martins (1997), diz
sobre as políticas econômicas atuais, que podem ser denominadas neoliberais e
acabam provocando políticas de inclusão precária e marginal.

Segundo Faleiros (2006), a dicotomia exclusão e inclusão apresentam-se


enquanto uma “correlação de forças” estabelecida dentro da dinâmica da sociedade
capitalista e, mais profundamente, na sua fase madura (NETTO, 2011) inserida no
contexto da flexibilização proposta pela lógica neoliberal.

1- Neo-liberalismo x Social-democrata

O neo-liberalismo contemporâneo é quase um eco da economia política


liberal clássica. Para Adam Smith, o mercado era o meio superior para a abolição
6

das classes, da desigualdade e do privilégio. Além de um mínimo necessário, a


intervenção do Estado só asfixiaria o processo igualizador do comércio competitivo e
criaria monopólios, protecionismo e ineficiência: o Estado sustenta a classe; o
mercado tem a potencialidade de destruir a sociedade de classes.

A social democracia aceita o capitalismo, mas busca mitigar os efeitos desse


sistema considerados adversos, por meio da política. Para isso, utiliza-se
de intervenções econômicas e sociais e promove reformas parciais do sistema ao
invés de substitui-lo por inteiro. Esse é um pensamento político atrelado à centro-
esquerda e seus principais valores são a igualdade e a liberdade. No campo
econômico, a social democracia encontrou nas teorias do economista britânico John
Maynard Keynes (1883-1946) a combinação perfeita para aliar os interesses sociais
à mitigação de aspectos considerados problemáticos do capitalismo, como crises
periódicas e elevado desemprego.

2- O combate ao coronavírus foi mais eficaz em países comm a


economia mais desenvolvida?
Com a Europa se tornando o epicentro da pandemia e os Estados Unidos em uma
emergência nacional, os governos estão colocando o pé no acelerador para tentar
limitar o impacto econômico devastador da disseminação do coronavírus pelas
famílias, trabalhadores e empresas.À medida que mais países fecham suas
fronteiras e declaram quarentena para impedir a disseminação do vírus, a atividade
econômica afunda.

3- Quando se trata de salvar vidas, quem se preocupa mais, a Ciência


ou o Mercado?
Pode ser vista como um dilema no qual a humanidade teria que enfrentar a
alternativa entre escolher a vida e suas qualidades ou a economia e a produção, o
que constitui, aparentemente, uma escolha impossível pois a qualidade de vida
implica sua sustentabilidade pela produção de bens e serviços e a produção precisa
7

de consumidores de tais bens. Por isso, a solução atualmente vigente consiste em


salvar vidas e sustentar os serviços sanitários graças ao confinamento geral da
população ou, pelo menos, das populações consideradas mais vulneráveis. e fato,
pode-se dizer que o problema entre salvar vidas ou a economia é um falso dilema,
pois o isolamento das populações pode ser visto, sobretudo, como “um ato de
responsabilidade”7.

Também para o FMI e a OMS o suposto dilema entre salvar vidas e salvar empregos
é falso e deve-se dar apoio financeiro prioritariamente aos mais necessitados.
Podendo-se acrescentar a instauração de uma renda básica universal e de um
imposto progressivo.

CONCLUSÃO

Um desastre natural, além de causar a perda de vidas humanas, traz


prejuízos materiais, econômicos e ambientais e provoca graves interrupções do
funcionamento de uma comunidade ou de uma sociedade.

São fenômenos que podem ocorrer em qualquer região do nosso planeta


variando de intensidade e gravidade, dependendo de elementos próprios da
dinâmica da natureza e das intervenções humanas.Com a interdisciplinaridade é
possível aos profissionais envolvidos no processo de restruturação do local atingido
por estes desastres, interagir uns com os outros para implementar esquemas de
ação que resultem em melhores condições para a população.

Um objetivo comum, apontando para as diferentes áreas envolvidas nesses


processos pode contribuir para uma melhor atuação coletiva. Desta forma esses
indivíduos diluem a enorme responsabilidade perante a população atendida, que
antes recairia de forma individual sobre cada setor.
8

REFERÊNCIAS

FARIA, V. E. Brasil: Compatibilidade entre a estabilização e o resgate da dívida


social, in Pobreza e Política Social. CADERNOS ADENAUER, nº 1. São Paulo:
Fundação Konrad Adeunauer, 2000. Fiocruz, 1999.
Fonte <https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/04/18/morumbi-tem-mais-
casos-de-coronavirus-e-brasilandia-mais-mortes-obitos-crescem-60percent-em-uma-
semana-> Acesso em: 20 out. 2020
GARCIA, R. C. Iniqüidade Social no Brasil: Uma aproximação e uma tentativa de
dimensionamento. IPEA (texto para discussão). Brasília, agosto de 2003.
HILLS, J.; J. LE GRAND & D. PIACHAUD (eds.), 2002: Understanding social
exclusion, Oxford: Oxford University Press
LAMARQUE, Gilles, 1995: L’exclusion, Paris: PUF

VERÁS, M.B.P. Exclusão social – um problema de 500 anos. In: SAWAIA, B.B.
(org.), As artimanhas da exclusão – analise psicossocial e ética da desigualdade
social. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

VIEIRA, A. B. et al. Exclusão social: a formação de um conceito. In: MELAZZO, E. S.


e GUIMARÃES, R. B. (Orgs) Exclusão social em cidades brasileiras: um desafio
para as políticas públicas. São Paulo: Ed. UNESP, 2010.

Você também pode gostar