Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
REGULAMENTO DA
PREVIDÊNCIA SOCIAL
COMENTÁRIOS AO NOVO
REGULAMENTO DA
PREVIDÊNCIA SOCIAL
Autores:
Alberto Luiz Hanemann Bastos
Ana Paula Fernandes
Bruno Takahashi
Carlos Alberto Pereira de Castro
Heloisa Helena Silva Pancotti
Jesus Nagib Beschizza Feres
Manoela Lebarbenchon Massignan
Marco Aurélio Serau Junior
Omar Chamon
Renato Barth Pires
Roberto de Carvalho Santos
Sergio Geromes
Belo Horizonte
2021
Copyright © 2021 by Paideia Jurídica Editora
C732
Comentários ao novo regulamento da Previdência
Social / Marco Aurélio Serau Junior (Organizador).
Prefácio de João Batista Lazzari – Belo Horizonte
: Paideia Jurídica Editora, 2021.
245 p. ; 22 cm.
ISBN: 978-65-88859-03-2
1. Marco Aurélio Serau Júnior. II. Prefácio de
João Batista Lazzari. III. Brasil - Decreto Nº
10.410, de 30 de junho de 2020. IV. Título.
CDU: 34(84)
Índice para o catálogo sistemático:
PREFÁCIO ................................................................................ 7
INTRODUÇÃO ......................................................................... 9
PARTE I
ALCANCE DA COMPETÊNCIA REGULAMENTAR
E QUESTÕES PROCESSUAIS
PARTE II
QUESTÕES POLÊMICAS DA APLICAÇÃO
DO DECRETO 10.410/2020 EM MATÉRIA DE
BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
PARTE I
ALCANCE DA COMPETÊNCIA
REGULAMENTAR E QUESTÕES
PROCESSUAIS
12
13
Bruno Takahashi1
1
Doutor e Mestre em Direito Processual pela Universidade de São
Paulo. Juiz Federal.
2
Sobretudo, em Komesar (1994) e Komesar (2001).
3
Muitas das ideais apresentadas neste texto são baseadas em:
Takahashi (2019).
14
UM MAPA CONCEITUAL
4
Saliente-se que, em boa parte de sua obra, Komesar limita-se a iden-
tificar e analisar três (e não quatro) instituições, excluindo a comuni-
dade da enumeração. (KOMESAR, 2001, p. 150).
16
5
Curiosamente também, vê-se um certo movimento de determinadas
categorias profissionais para manterem vantagens do regime público.
19
6
Alguns dirão privatização, mas evito polêmicas.
20
7
Isso no formato Times New Roman 12, espaçamento 1,5.
22
► III.
Tal dificuldade estrutural de expansão por parte do
Judiciário, por vezes, representa não apenas um detalhe formal,
mas invade a própria decisão a ser tomada. Deferência judicial
pode representar tanto convencimento teórico do papel do Judi-
8
Imperfect Alternatives, cit. p. 123; e Law’s Limits, cit. p.35.
9
Esse aspecto será um pouco mais detalhado no item 4 do texto, infra.
23
10
Why the “Haves” Come out Ahead: Speculations on the Limits of
Legal Change. Law and Society Review, 1974, v. 9, n. 1, p. 95-160.
Note-se que o próprio Komesar indica essa aproximação quando
observa que Galanter, em Why the “Haves”, enfrenta a questão das
vítimas e dos culpados como litigantes em termos de variação do com-
portamento de acordo com a diversidade de distribuição dos stakes.
(KOMESAR, 1994, p.162-163, nota 19).
28
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INTRODUÇÃO
1
Professor da UFPR – Universidade Federal do Paraná, nas áreas de
Direito do Trabalho e Direito Previdenciário. Doutor e Mestre em D.
Humanos (USP). Autor e coordenador de diversas obras jurídicas.
2
Advogado, com atuação especializada em Direito Previdenciário.
Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Paraná – UFPR.
Pós-graduando em Processo Civil pelo Instituto de Direito Romeu
Felipe Bacellar – IDRFB.
32
3
Para uma definição pormenorizada do termo conflito previdenciário:
SERAU JUNIOR (2015, p. 50-56).
4
Isso é, inclusive, reconhecido pela jurisprudência pátria, confira-se:
“(...) as normas de Direito Processual Civil devem ser aplicadas ao
Processo Judicial Previdenciário, levando-se em conta os cânones
constitucionais atinentes à Seguridade Social, que têm como base o
contexto social adverso em que se inserem os que buscam judicial-
mente os benefícios previdenciários” (STJ, REsp 1.840.369/RS, Rel.:
Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 12.11.2019, DJe.
19.12.2019).
34
5
Para maiores explanações acerca dos “fatos justificados prima facie”,
confira-se: GUERRA (2016, p. 221).
35
6
Neste particular, é possível traçar um interessante paralelo com os
escritos de Laércio Augusto Becker, o qual aponta que “eles [litigan-
tes habituais] têm à disposição departamentos jurídicos permanentes,
acostumados a um ritmo industrial de litigância, que trabalham em
regime de economia de escala. Com isso, o custo de um novo litígio,
para eles, é pequeno perante a grande massa de litígios que adminis-
tram, de sorte que não tem um freio econômico para desestimular
aventuras jurídicas. Aqui, ao contrário da litigiosidade contida de que
fala Watanabe, tem-se exatamente o fenômeno contrário: a litigiosida-
de desinibida.” (BECKER, 2012, p. 32).
36
7
Nesse sentido: Serau Junior (2015, p. 62-65).
8
Para um pormenorizado estudo sobre as formas de redução das assi-
metrias entre polos litigantes, veja-se: TARTUCE (2012).
37
nas hipóteses em que sirvam para “dar fiel execução” aos precei-
tos já insculpidos pelo legislador (art. 84, inciso IV, in fine, da
Constituição Federal)9.
Ocorre que o referido art. 176, § 3º, do Decreto 3.048/99,
ao estabelecer uma hipótese de vedação do manejo de recurso,
inova o funcionamento das regras de processo administrativo
federal, em clara violação ao art. 22, inciso I, da Constituição
Federal, o qual disciplina que compete privativamente à União
legislar sobre direito processual.10
Além de confrontar o texto constitucional, a regra também
não se harmoniza com o conjunto de disposições regulamentares
internas ao próprio INSS.
Com efeito, a Instrução Normativa no 77, em seu art. 658,
parágrafo único, preleciona que “o processo administrativo pre-
videnciário contemplará as fases inicial, instrutória, decisória e
recursal”. A rigor, o dispositivo é taxativo ao definir que o proces-
so administrativo previdenciário “contemplará a fase recursal”,
subvencionando uma espécie de mandamento à administração
pública no sentido de que não se pode privar o segurado do direito
a questionar a decisão da primeira instância pela via do recurso
administrativo.
Ademais, o direito ao recurso encontra manifesta guarida
na Lei 9.874/99, que atrela a referida garantia ao princípio da
ampla defesa, núcleo-duro do processo administrativo federal.
Nesse sentido, sinaliza o art. 2º, parágrafo único, inciso X, da Lei
de Processo Administrativo:
9
Nesse sentido, também vale citar: Meirelles (2016, p. 149-150).
10
Acerca da competência legislativa privativa da União, Fernanda
Dias Menezes de Almeida pondera que “é na capacidade de estabele-
cer as leis que vão reger as suas próprias atividades, sem a subordina-
ção hierárquica e sem a intromissão das demais esferas de poder, que
se traduz fundamentalmente a autonomia de cada uma dessas esferas.
Autogovernar-se não significa outra coisa senão ditar-se as próprias
regras.” (ALMEIDA, 2005, p. 97).
42
Art. 2º [...]
Parágrafo único. Nos processos
administrativos serão observados, entre
outros, os critérios de:
[...]
X – garantia dos direitos à comunicação, à
apresentação de alegações finais, à produção
de provas e à interposição de recursos, nos
processos de que possam resultar sanções e
nas situações de litígio.
11
Para maiores informações, vale conferir o conteúdo disponibilizado
no sítio eletrônico do Conselho Nacional de Justiça. Disponível em:
https://www.cnj.jus.br/planos-de-acao-vao-fomentar-a-desjudicializa-
cao-nos-tribunais/. Acesso em: 19 jul. 2020
12
A última edição do relatório “Justiça em Números” pode ser acessa-
da no sítio eletrônico do Conselho Nacional de Justiça. Disponível em:
https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/conteudo/arquivo/2019/08/
justica_em_numeros20190919.pdf. Acesso em: 20 jul. 2020.
13
Os informes detalhados das pesquisas empreendidas pelo “Obser-
vatório da Estratégia da Justiça Federal” constam no endereço eletrô-
nico fornecido pela instituição. Disponível em: https://app.powerbi.
com/view?r=eyJrIjoiMjViYTliYzctODY3Mi00OWQ0LTkyOWE-
tYzQ5Y2U0NTJiNmFiIiwidCI6IjQ1NjM1N2JmLTAxMmYtNDhl-
Ny1iYTNhLTUwODUzMTRjNjA3YiJ9. Acesso em: 24 abr. 2020.
44
Poder Judiciário.
No entanto, o novel § 3º do art. 176, ao invés de alçar
o processo administrativo previdenciário a um profícuo método
extrajudicial de solução de conflitos, opta pelo caminho inverso:
proíbe a via recursal administrativa, cuja consequência certamen-
te imediata será a desjudicialização, pois a discussão sobre essa
gama do conflito previdenciário será automaticamente translada-
da para o campo judicial.
14
STJ, Pet 9.582-RS, Primeira Seção, Relator Ministro NAPOLEÃO
NUNES MAIA FILHO, DJe 16/09/2015.
49
15
É possível cogitar, inclusive, a aplicação de precedentes vinculantes
judiciais na esfera do processo administrativo previdenciário. Para
maiores informações, vale conferir: CEZNE; SCHMITZ (2017, p. 203).
16
Para interessante explanação acerca da incidência do direito adqui-
rido na esfera previdenciária, sugere-se: SOUZA (2018, p. 121-133).
50
17
Embora o autor se refira ao contexto previdenciário dos servidores
públicos, não há qualquer óbice para que a sua tese sobre os “direitos
previdenciários expectados” seja aplicada aos segurados do Regime
Geral da Previdência Social.
18
“O direito adquirido também assume extrema importância no Direi-
to Previdenciário, em especial devido às constantes alterações da le-
gislação e até da própria Constituição (art. 5º, XXXVI, da CRFB/88).
O direito adquirido é aquele que já se integrou ao patrimônio jurídico
do indivíduo, sendo defeso ao Estado sua exclusão por qualquer
meio.” (IBRAHIM, 2015, p. 63).
51
19
TRF4, APELREEX 5025299-96.2011.4.04.7100, SEXTA TURMA,
Relator CELSO KIPPER, juntado aos autos em 16/09/2013.
20
O inteiro teor da petição inicial foi disponibilizado no sítio eletrô-
nico do Ministério Público Federal. Disponível em: http://www.mpf.
mp.br/df/sala-de-imprensa/docs/inicial-acp-serv-inss.pdf. Acesso em:
17 maio 2020.
21
De igual forma, o inteiro teor da petição inicial também pode ser
consultado no sítio eletrônico do Ministério Público Federal. Disponível
em: http://www.mpf.mp.br/rj/sala-de-imprensa/docs/pr-rj/f86ad5c92a-
18b25e15f9a2b7ee53bc3e982569.pdf/view. Acesso em: 20 jul. 2020.
52
Art. 678.
[...]
§ 7º Esgotado o prazo para cumprimento da
exigência sem que os documentos solicitados
pelo INSS tenham sido apresentados pelo
segurado requerente, e em havendo elementos
suficientes ao reconhecimento do direito,
o processo será decidido neste sentido,
observado o disposto neste Capítulo.
§ 8º Na hipótese do parágrafo anterior,
não havendo elementos que permitam o
reconhecimento do direito ao segurado, o
requerimento será encerrado sem análise
do mérito, por desistência do pedido, após
decorridos 75 (setenta e cinco) dias da ciência
da referida exigência.
§ 9º O encerramento do processo sem
análise do mérito, por desistência do pedido,
não prejudica a apresentação de novo
requerimento pelo interessado, que terá
efeitos a partir da data da nova solicitação.
22
O ponto é bem elucidado por Savaris: “A garantia de tutela indivi-
dual para satisfação do direito material previdenciário deve ser com-
preendida na perspectiva de que ele deve, inicialmente, ser apreciado
pelo órgão gestor da previdência social [...]. Na busca de uma pres-
tação da seguridade social, o ordinário é que o indivíduo interessado
dirija sua pretensão inicialmente à entidade responsável por prestar-lhe
a chamada tutela administrativa.” (SAVARIS, 2018, p. 234-235).
55
23
STF, RE 631.240, Rel.: Min. Roberto Barroso, Tribunal Pleno,
julgado em 03.09.2014, DJe. 07.11.2014.
57
PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA.
PERÍCIA. NÃO COMPARECIMENTO.
FALTA DE INTERESSE DE AGIR.
EXTINÇÃO DO FEITO SEM EXAME DE
MÉRITO. ART. 485, IV, DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL.
1. O não comparecimento do segurado à
complementação de perícia médica na via
administrativa, sem comprovação do justo
motivo para a ausência, inviabilizando
a decisão e conclusão do processo
administrativo, e descaracterizando a
pretensão resistida, implica falta de interesse
de agir, nos termos do art. 17, do Código de
Processo Civil, o que enseja a extinção do
feito sem julgamento do mérito, consoante
art. 485, IV, do Código de Processo Civil.24
24
TRF4, AC 5017675-48.2019.4.04.9999, TURMA REGIONAL
SUPLEMENTAR DO PR, Relator MÁRCIO ANTÔNIO ROCHA,
juntado aos autos em 16/07/2020.
58
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COMPETÊNCIA REGULAMENTAR NO
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
INTRODUÇÃO
2
Nesse sentido, CORREIA; CORREIA (2012, p. 35); GARCIA,
(2017, p. 34); TAVARES (2015, p. 67-68); VIANNA (2013, p. 53).
3
A propósito do tema da competência regulamentar, Celso Antonio
Bandeira de Mello adverte que “é absolutamente ingênuo e impróprio
caracterizar o regulamento, em nosso Direito, buscando assimilações
com o Direito alienígena ou pretendendo irrogar-lhe potencialidades
normativas que lhe são conferidas em sistemas alheios, como se hou-
vesse uma acepção universalmente válida e precisa para os atos des-
tarte denominados” (MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de
direito administrativo. 21. ed., São Paulo: Malheiros, 2006, p. 322).
65
1
“Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si,
o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.
2
“Artigo 60 [...] § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de
emenda tendente a abolir: [...] III - a separação dos Poderes”.
66
3
Também a respeito do tema da concretização de direitos sociais e a re-
serva de lei, ver BELÉM, Bruno Moraes Faria Monteiro. A competência
regulamentar e a reserva de lei: revisão do enquadramento constitucio-
nal do espaço de concretização dos direitos sociais pela Administração
Pública. Revista dos Tribunais. V. 912, p. 21-92, out./2011.
4
Assim entendeu o STF na ADI 6.327 (conhecida como ADPF), em que
o Plenário referendou medida liminar para considerar, como termo ini-
cial da licença maternidade (trabalhista) e do salário maternidade (pre-
videnciário), a data da alta hospitalar do recém-nascido ou de sua
mãe, quando o período de internação exceder a duas semanas (Rel. Min.
Edson Fachin, j. em 03.4.2020, DJe 19.6.2020). O Tribunal realizou, na
ocasião, uma interpretação conforme à Constituição das regras do artigo
392, § 1º, da CLT, do artigo 71 da Lei nº 8.213/91, e do artigo 93 do
Decreto nº 3.048/99 (por arrastamento), resultando, em termos práticos,
em uma proteção mais ampla do que a estabelecida pela lei formal.
5
Artigo 1º, parágrafo único da Constituição Federal: “Todo o poder
emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou dire-
tamente, nos termos desta Constituição”. Geraldo Ataliba esclarece que
“não tolera a nossa Constituição que o Executivo exerça nenhum tipo de
competência normativa inaugural, nem mesmo em matéria administrati-
va. Essa seara foi categoricamente reservada aos órgãos da representação
popular. E a sistemática é cerrada, inflexível. Se a tal conclusão não for
levado o intérprete, pela leitura das disposições que delineiam a compe-
67
7
Já decidiu o Supremo Tribunal Federal que “o princípio da reserva
de lei atua como expressiva limitação constitucional ao poder do
Estado, cuja competência regulamentar, por tal razão, não se reveste
de suficiente idoneidade jurídica que lhe permita restringir direitos ou
criar obrigações. Nenhum ato regulamentar pode criar obrigações ou
restringir direitos, sob pena de incidir em domínio constitucionalmen-
te reservado ao âmbito de atuação material da lei em sentido formal”.
Assim, “o abuso de poder regulamentar, especialmente nos casos em
que o Estado atua contra legem ou praeter legem, não só expõe o ato
transgressor ao controle jurisdicional, mas viabiliza, até mesmo, tal
a gravidade desse comportamento governamental, o exercício, pelo
Congresso Nacional, da competência extraordinária que lhe confere
o art. 49, V, da Constituição da República e que lhe permite ‘sustar os
atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regu-
lamentar [...]’”(AC 1.033 AgR-QO, Rel. Min. Celso de Mello, DJ
16.6.2006).
69
8
Ensina Roque Antonio Carrazza que “para executar a lei [o regula-
mento] deve necessariamente lhe agregar algo, até porque um ato nor-
mativo que não cria nova situação jurídica é, no mínimo, irrelevante,
não tendo, por isso, qualquer razão de ser” (O regulamento no direito
tributário brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1981, p. 16).
9
“O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencio-
nadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de
Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da
União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações”.
A competência regulamentar, que está no inciso IV do artigo 84 da
Constituição Federal, ficou evidentemente fora dessas hipóteses de
delegação.
70
10
“Art. 176-D. Se, na data de entrada do requerimento do benefício, o
segurado não satisfizer os requisitos para o reconhecimento do direito,
mas implementá-los em momento posterior, antes da decisão do INSS,
o requerimento poderá ser reafirmado para a data em que satisfizer
os requisitos, que será fixada como início do benefício, exigindo-se,
para tanto, a concordância formal do interessado, admitida a sua
manifestação de vontade por meio eletrônico”. A reafirmação da DER
foi reconhecida como direito do segurado ou dependente também no
processo judicial, por força de julgado firmado pelo Superior Tribunal
de Justiça em recurso especial repetitivo (Tema 995), fixando-se a
seguinte tese: “É possível a reafirmação da DER (Data de Entrada do
Requerimento) para o momento em que implementados os requisitos
para a concessão do benefício, mesmo que isso se dê no interstício
entre o ajuizamento da ação e a entrega da prestação jurisdicional nas
instâncias ordinárias, nos termos dos artigos 493 e 933 do CPC/2015,
observada a causa de pedir” (RESP 1.727.063, Rel. Min. Mauro Cam-
pbell Marques, DJe 02.12.2019).
11
Tenha-se em mente, ainda, que a “reafirmação da DER” é um
assunto próprio do processo (ou procedimento) administrativo, cujas
raízes podem ser extraídas tanto do princípio constitucional da efici-
ência da Administração Pública (artigo 37 da Constituição Federal),
como também da proteção ao direito adquirido (artigo 5ª, XXXVI, da
CF/88), inclusive sob a perspectiva do direito adquirido ao benefício
mais vantajoso possível (STF, RE 630.501, Rel. Min. Marco Aurélio,
em regime de repercussão geral, DJe 23.11.2010). Portanto, embora
seja recomendável, não é absolutamente necessária a interposição de
lei para reconhecimento desse direito à reafirmação da DER.
71
12
Por exemplo, ADI 3.239, Rel. Min. Cezar Peluso, red. p/ acórdão
Min. Rosa Weber, Tribunal Pleno, DJe 01.02.2019; ADI 1.335, Rel.
Min Cármen Lúcia, Tribunal Pleno, DJe 18.10.2019.
73
13
“Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Re-
gime Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e de filiação
obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financei-
ro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a: I - cobertura dos eventos
de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e idade
avançada; [...]”.
74
14
“Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da
República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. §
1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do
Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos De-
putados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar,
nem a legislação sobre: I - organização do Poder Judiciário e do Minis-
tério Público, a carreira e a garantia de seus membros; II - nacionali-
dade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; III - planos
plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. § 2º A delegação
ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso
Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso
Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda”.
76
aperfeiçoar.
O problema é que o ordenamento jurídico brasileiro
assiste, há longos anos, outro fenômeno, que a doutrina cuidou
de denominar “delegação legislativa disfarçada”. “Disfarçada”
porque a própria lei, sem que sejam respeitadas as exigências do
artigo 68 da Constituição Federal, acaba transferindo ao Poder
Executivo a competência para regulamentar certos assuntos.
Como ensina Celso Antonio Bandeira de Mello,
15
“ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. MATÉRIA REPE-
TITIVA. ART. 543-C DO CPC E RESOLUÇÃO STJ 8/2008. RECUR-
SO REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. PREVIDENCIÁRIO.
REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. TEMPO ESPECIAL.
RUÍDO. LIMITE DE 90DB NO PERÍODO DE 6.3.1997 A 18.11.2003.
DECRETO 4.882/2003. LIMITE DE 85 DB. RETROAÇÃO. IMPOS-
SIBILIDADE. APLICAÇÃO DA LEI VIGENTE À ÉPOCA DA PRES-
TAÇÃO DO SERVIÇO. Controvérsia submetida ao rito do art. 543-C
do CPC 1. Está pacificado no STJ o entendimento de que a lei que rege
o tempo de serviço é aquela vigente no momento da prestação do labor.
Nessa mesma linha: REsp 1.151.363/MG, Rel. Ministro Jorge Mussi,
Terceira Seção, DJe 5.4.2011; REsp 1.310.034/PR, Rel. Ministro Her-
man Benjamin, Primeira Seção, DJe 19.12.2012, ambos julgados sob o
regime do art. 543-C do CPC. 2. O limite de tolerância para configura-
ção da especialidade do tempo de serviço para o agente ruído deve ser
de 90 dB no período de 6.3.1997 a 18.11.2003, conforme Anexo IV do
Decreto 2.172/1997 e Anexo IV do Decreto 3.048/1999, sendo impossí-
vel aplicação retroativa do Decreto 4.882/2003, que reduziu o patamar
para 85 dB, sob pena de ofensa ao art. 6º da LINDB (ex-LICC). Pre-
cedentes do STJ. Caso concreto 3. Na hipótese dos autos, a redução do
tempo de serviço decorrente da supressão do acréscimo da especialida-
de do período controvertido não prejudica a concessão da aposentadoria
integral. 4. Recurso Especial parcialmente provido. Acórdão submetido
ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 8/2008” (REsp
1.398.260/PR, Rel. Ministro Herman Benjamin, Primeira Seção, DJe
05.12.2014). O voto do Ministro Ari Pargendler referiu-se, solitaria-
mente, aos avanços da Ciência influenciando as regras jurídicas. Mas
ficou vencido no julgamento em questão.
79
16
“Art. 21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS) considerará caracterizada a natureza acidentária da incapa-
cidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico
entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da
empresa ou do empregado doméstico e a entidade mórbida motivadora
da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças
(CID), em conformidade com o que dispuser o regulamento” (grifo
nosso).
17
Constituição Federal, artigo 5º, LV: “aos litigantes, em processo
judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”.
80
18
“Art. 70-F. A redução do tempo de contribuição da pessoa com
deficiência não poderá ser acumulada, no mesmo período contributivo,
com a redução aplicada aos períodos de contribuição relativos a ativi-
dades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou
a integridade física. § 1º É garantida a conversão do tempo de contri-
buição cumprido em condições especiais que prejudiquem a saúde ou
a integridade física do segurado, inclusive da pessoa com deficiência,
para fins da aposentadoria de que trata o art. 70-B, se resultar mais
favorável ao segurado, conforme tabela abaixo: [...]”.
19
“Art. 3º Para o segurado filiado à Previdência Social até o dia
anterior à data de publicação desta Lei, que vier a cumprir as condi-
ções exigidas para a concessão dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, no cálculo do salário-de-benefício será considera-
da a média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição,
correspondentes a, no mínimo, oitenta por cento de todo o período
contributivo decorrido desde a competência julho de 1994, observado
o disposto nos incisos I e II do caput do art. 29 da Lei nº 8.213, de
1991, com a redação dada por esta Lei. [...].§ 2º No caso das apo-
sentadorias de que tratam as alíneas b, c e d do inciso I do art. 18, o
divisor considerado no cálculo da média a que se refere o caput e o §
1º não poderá ser inferior a sessenta por cento do período decorrido da
competência julho de 1994 até a data de início do benefício, limitado a
cem por cento de todo o período contributivo”.
82
20
A respeito deste princípio de interpretação constitucional, confira-se
o nosso Mandado de segurança em matéria previdenciária. 2. ed.
Salvador: Juspodivm, 2020, p. 48.
83
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
PARTE II
QUESTÕES POLÊMICAS
DA APLICAÇÃO DO
DECRETO 10.410/2020 EM
MATÉRIA DE BENEFÍCIOS
PREVIDENCIÁRIOS
88
89
A EXIGÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO
MÍNIMA PARA O SEGURADO EMPREGADO –
O ART. 19-E DO RPS
INTRODUÇÃO
1
Juiz do Trabalho no Tribunal Regional do Trabalho da 12.ª Região.
Mestre em Ciência Jurídica pela Universidade do Vale do Itajaí (Uni-
vali). Doutorando em Ciências Jurídicas pela Universidade Autónoma
de Lisboa. Professor da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoa-
mento de Magistrados do Trabalho (ENAMAT). Membro emérito do
Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário. Titular da cadeira n. 20
da Academia Catarinense de Letras Jurídicas.
90
processados.
§ 3º A complementação de que trata o inciso
I do § 1º poderá ser recolhida até o dia
quinze do mês subsequente ao da prestação
do serviço e, a partir dessa data, com os
acréscimos previstos no art. 35 da Lei nº
8.212, de 1991.
§ 4º Os ajustes de que tratam os incisos II e
III do § 1º serão efetuados na forma indicada
ou autorizada pelo segurado, desde que
utilizadas as competências do mesmo ano
civil definido no art. 181-E, em conformidade
com o disposto nos § 27-A ao § 27-D do art.
216.
§ 5º A efetivação do ajuste previsto no inciso
III do § 1º não impede o recolhimento da
contribuição referente à competência que
tenha o salário de contribuição transferido,
em todo ou em parte, para agrupamento com
outra competência a fim de atingir o limite
mínimo mensal do salário de contribuição.
§ 6º Para complementação ou recolhimento
da competência que tenha o salário de
contribuição transferido, em todo ou em parte,
na forma prevista no § 5º, será observado o
disposto no § 3º.
§ 7º Na hipótese de falecimento do segurado,
os ajustes previstos no § 1º poderão ser
solicitados por seus dependentes para fins de
reconhecimento de direito para benefício a
eles devidos até o dia quinze do mês de janeiro
subsequente ao do ano civil correspondente,
observado o disposto no § 4º.
1
O princípio da capacidade contributiva é tratado não só como um
valor de igualdade na tributação, mas também como um limitador à
incidência tributária. São identificados os limites de preservação ao
mínimo existencial, em que há ausência de capacidade contributiva, e
o limite de vedação ao confisco, em que se esgota a capacidade contri-
butiva (HACK, Érico. Princípio da capacidade contributiva: limites e
critérios para o tributo. Revista da SJRJ, n. 39, p. 83. Disponível em:
https://www.jfrj.jus.br/revista-sjrj/artigo/principio-da-capacidade-con-
tributiva-limites-e-criterios-para-o-tributo-ability. Acesso em: 21 jul.
2020.
2
Como didaticamente apontado por Marcelino Alcântara, “a equida-
de, quem possui maior poder aquisitivo contribui mais, ao passo que
o empregado que ganha um salário mínimo, por exemplo, contribuirá
proporcionalmente às suas condições” (ALCÂNTARA, 2010. p. 128).
102
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INTRODUÇÃO
1
Advogada. Mestra em Direito pela UNIVEM - Universidade de
Marília. Doutoranda em Direito pela Universidade Estadual do Norte
do Paraná - UENP. Autora de obras.
114
PREVIDENCIÁRIO. SALÁRIO-
MATERNIDADE. ÓBITO DA MÃE.
CONCESSÃO DO BENEFÍCIO AO
CÔNJUGE SEGURADO. ART. 71-B,
DA LEI Nº 8.213/91. PROTEÇÃO DA
CRIANÇA. PAGAMENTO PELO INSS.
RENDA MENSAL INICIAL. SEGURADO
EMPREGADO. 1. O salário-maternidade
é devido à segurada da Previdência Social,
durante 120 (cento e vinte) dias, com início
no período entre 28 (vinte e oito) dias antes do
parto e a data de ocorrência deste, nos termos
do art. 71, da Lei 8.213/91. 2. O benefício
tem como fundamento assegurar garantia
salarial, que possibilite à mãe afastar-se de
suas atividades laborais, possibilitando a
proteção da criança e cuidados nos primeiros
meses de vida. 3. Na hipótese de falecimento
da genitora, há de se considerar o interesse
da criança em ter suas necessidades providas,
sendo possível a concessão do benefício,
por analogia, ao pai, a fim de concretizar
a garantia prevista no art. 227, CF. 4.
Prevê o art. 71-B, da Lei nº 8.213/1991, a
possibilidade da concessão do benefício ao
cônjuge ou companheiro viúvo, nos termos
do art. 71-B, da Lei 8.213/91 (Incluído pela
Lei nº 12.873, de 2013). 4. Embora a genitora
falecida não ostentasse a condição de
segurada da Previdência Social no momento
do óbito, considerando que o genitor, autor da
demanda, é segurado, não há razão para que
se negue a concessão do benefício.
[...] (grifo nosso).
5055114-88.2017.4.04.0000/PR, estabeleceu
que na Ação Civil Pública nº 5041315-
27.2017.4.04.7000, em trâmite na 17ª Vara
Federal de Curitiba/PR, que determinou
ao INSS “conceder o benefício de salário-
maternidade às gestantes desempregadas
no curso da gravidez, preenchidos os
demais requisitos ao benefício, pagando-os
diretamente”, afastando-se o entendimento
de que o pagamento do benefício seria de
responsabilidade da empresa nos casos de
gestantes demitidas “sem justa causa”, de que
trata o art. 97 do Regulamento da Previdência
Social-RPS, aprovado pelo Decreto nº
3.048/99, deve abranger todo território
nacional, alcançando todas as Agências da
Previdência Social-APS. Em razão da decisão,
na análise dos requerimentos de benefício
de salário-maternidade, realizados a partir
de 27/09/2017, as APS de todo o território
nacional deverão observar as orientações
constantes neste Memorando-Circular
Conjunto. Mediante a publicação do Decreto
nº 6.122, de 13 de junho de 2007, que deu
nova redação ao art. 97 do RPS, o benefício de
salário-maternidade já é devido às seguradas
em período de manutenção de qualidade de
segurado, cabendo, em cumprimento aos
demais comandos da determinação judicial,
a concessão às seguradas em manutenção da
qualidade de segurado demitidas sem justa
causa durante o período de gestação, restando
afastada a aplicação da orientação contida no
inciso IV, art. 352, da Instrução Normativa
nº 77/INSS/PRES, de 21 janeiro de 2015.
A renda mensal do salário-maternidade será
calculada conforme o disposto no inciso IV
do artigo 206 da mencionada IN nº 77/INSS/
PRES, para as que mantenham a qualidade de
segurado, correspondendo a 1/12 (um doze
avos) da soma dos doze últimos salários-
de-contribuição, apurados em período não
superior a quinze meses, anteriores ao fato
gerador, sujeito aos limites mínimo e máximo
120
do salário-de-contribuição. A determinação
judicial produz efeitos para requerimentos
protocolados a partir de 27/09/2017, em todo
território nacional, alcançando requerimentos
de salário-maternidade em todas as APS. Os
efeitos desta decisão judicial, que abrange
todo o território nacional, alcançam as
orientações contidas no Memorando-
Circular Conjunto nº 39 /DIRBEN/PFE/
INSS, de 9 de novembro de 2017, a partir
da publicação deste Memorando- Circular
Conjunto. Com o objetivo de instruir o
processo com relação à identificação da
extinção do contrato de trabalho, deverá ser
utilizado o modelo de declaração de que
trata o Anexo II do Memorando-Circular
nº 25/DIRBEN/INSS, de 20 de julho de
2015. O Sistema Prisma será adequado para
o cumprimento da determinação judicial,
devendo os benefícios de salário-maternidade,
após a disponibilização da demanda,
serem concedidos com “Desp 00” e com
informação do número da Ação Civil Pública
50413152720174047000. Atenciosamente,
ALESSANDRO ROOSEVELT SILVA
RIBEIRO Diretor de Benefícios MARCIA
ELIZA DE SOUZA Procuradora-Chefe da
PFE/INSS Substituta.
2
Disponível em: https://empregabrasil.mte.gov.br/. Acesso em 27 out.
2020.
123
3
Disponível em: https://www.empregasaopaulo.sp.gov.br/imoweb/.
Acesso em 27 out. 2020.
124
DO REINGRESSO AO SISTEMA
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DA VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE E À PROTEÇÃO
CONSTITUCIONAL DA DIGNIDADE HUMANA
PELA EXCLUSÃO DO CÔMPUTO COMO
TEMPO ESPECIUAL DOS PERÍODOS EM
GOZO DE BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE
ADVINDA DO DECRETO 10.410/2020
1
Mestrando em Direito pelo Centro Universitário Eurípides de Ma-
rília – UNIVEM. Pós-graduado em Direito Previdenciário dos Servi-
dores Públicos pelo IEPREV (2018). Pós-graduado em Direito Previ-
denciário pela Uniderp (2012). Graduado em Direito pelo UNIFIPA
(2008). Professor de cursos de extensão e pós-graduação em Direito
Previdenciário. Palestrante do Departamento de Cultura e Eventos
da OAB/SP. Coordenador da Escola Superior da Advocacia da 41ª
Subseção da OAB/SP. Coordenador Regional do IEPREV. Diretor de
Acompanhamento da Legislação Previdenciária do IEPREV. Membro
efetivo da Comissão de Direito Previdenciário da OAB/SP. Advogado.
Email: jesus@feresadvogados.com.
132
APOSENTADORIA ESPECIAL
2
Regulamento da Previdência Social.
134
3
Em se tratando da comprovação do tempo de trabalho especial, já
se encontra sedimentado em nossos Tribunais o posicionamento de
que deverá ser aplicada, em obediência ao princípio tempus regit
actum e ao Direito Adquirido, a legislação em vigor no momento
do efetivo desempenho da atividade laborativa (STJ – AgRg-REsp
200700301749 – (924827 SP) – 5ª T. – Rel. Min. Gilson Dipp – DJU
06.08.2007).
4
Súmula nº 198 do TFR: Atendidos os demais requisitos, é devida
a aposentadoria especial, se perícia judicial constata que a atividade
exercida pelo segurado é perigosa, insalubre ou penosa, mesmo não
inscrita em Regulamento.
136
5
Referida possibilidade persistiu em nosso ordenamento até
28.04.1995. Com o advento da Lei nº 9.032/95 restou extinto o enqua-
dramento por categoria profissional.
137
6
Disponível em: http://www.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/
pesquisa.jsp?novaConsulta=true&tipo_pesquisa=T&sg_classe=REs-
p&num_processo_classe=1759098. Acesso em: 23 ago. 2020.
139
Art. 65. [...]
Parágrafo único. Aplica-se o disposto
no caput aos períodos de descanso
determinados pela legislação trabalhista,
inclusive ao período de férias, e aos de
percepção de salário-maternidade, desde que,
à data do afastamento, o segurado estivesse
exposto aos fatores de risco de que trata o art.
68. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de
2020).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
REFLEXOS DA ATUALIZAÇÃO DO
REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
NOS BENEFÍCIOS PARA O MIGRANTE
INTRODUÇÃO
1
Manoela Lebarbenchon Massignan. Formada em Ciências Contábeis – PUC-PR,
Acadêmica do 6º período do Curso de Direito da FAE- Centro Universitário de Curi-
tiba. Pesquisadora do Observatório de Direitos de Gênero da FAE- Centro univer-
sitário e pesquisadora do grupo de pesquisas da UFPR – BIOTEC: Biotecnologia,
Sociedade e Direito. Técnica do Seguro Social do INSS.
154
Art. 32 [...]
§ 3º O valor do salário-de-benefício não
será inferior ao de um salário mínimo, nem
superior ao limite máximo do salário-de-
contribuição na data de início do benefício
§ 18. O salário-de-benefício, para fins de
cálculo da prestação teórica dos benefícios
por totalização, no âmbito dos acordos
internacionais, do segurado com contribuição
para a previdência social brasileira, será
apurado:
I - quando houver contribuído, no Brasil,
em número igual ou superior a sessenta por
cento do número de meses decorridos desde
a competência julho de 1994, mediante a
aplicação do disposto no art. 188-A e seus §§
1º e 2º
II - quando houver contribuído, no Brasil,
em número inferior ao indicado no inciso
I, com base no valor da média aritmética
simples de todos os salários-de-contribuição
correspondentes a todo o período contributivo
contado desde julho de 1994, multiplicado
pelo fator previdenciário, observados o § 2º
do art. 188-A, o § 19 e, quando for o caso, o
164
CONCLUSÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
A PROVA DA INSALUBRIDADE NA
APOSENTADORIA ESPECIAL E O
DECRETO 3048/99
Omar Chamon1
INTRODUÇÃO
A APOSENTADORIA ESPECIAL
1
Juiz Federal da 5ª Turma Recursal, em São Paulo, ex-Procurador do
INSS, mestre em direito previdenciário pela PUC/SP.
2
Regime Geral de Previdência Social.
174
3
Não observo contradição em conceituar o RGPS como seguro social
e serviço social, ao mesmo tempo.
4
São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho,
a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados,
na forma desta Constituição. (BRASIL, 1988, Art. 6º).
5
Por essa razão, pode ser considerado como direito fundamental.
6
Sempre foi possível se aposentar após 15, 20 ou 25 anos de con-
tribuição em contato com agentes nocivos. Atualmente, nas regras
gerais, se exige também idade mínima de respectivamente, 55, 58 e 60
anos (homem e mulher).
7
Lei Orgânica da Previdência Social - Lei 3807/60.
175
8
Reforma da Previdência Social.
176
9
Para Mancuso (op.cit. p. 82) A possibilidade das partes de influen-
ciarem a decisão judicial não só por meio de argumentos, mas também
com a apresentação tempestiva e eficaz dos meios instrutórios deriva
do devido processo legal.
10
Nesse sentido, vale citar a lição do jurista e magistrado federal José
Antônio Savaris: “Também no direito previdenciário o postulado do
devido processo legal assegura aos litigantes, como pressuposto de
defesa e exercício do contraditório, o direito constitucional à produção
da prova lícita. É um direito fundamental que somente pode ser res-
tringido por lei e na medida em que essa restrição seja proporcional”
(op.cit. p. 77).
177
mento, cabe ao Juízo oficiar a empresa para que junte aos autos o
laudo ou esclareça a impossibilidade de cumprir a ordem judicial,
sob pena de multa diária. Vale esclarecer que entendemos não se
aplicar ao processo previdenciário, que possui peculiaridades, o
disposto no artigo 401 do CPC, que exige a instauração de um
processo incidental para obtenção de documentos em poder de
terceiros. Ao contrário, se aplica a regra do artigo 380 do CPC:
“Incumbe ao terceiro, em relação a qualquer causa: (...) II - exibir
coisa ou documento que esteja em seu poder. Parágrafo único.
Poderá o juiz, em caso de descumprimento, determinar, além da
imposição de multa, outras medidas indutivas, coercitivas, man-
damentais ou sub-rogatórias.”
11
Tais com o SB-40 ou o DIRBEN 80-30.
12
Nesse período, as atividades e agentes considerados insalubres se
encontram no Anexo do Decreto 53831/64 e do Anexo II do Decreto
83080/79.
179
13
É o caso, na minha opinião, do vigilante. Porém, deixo consignado
que a questão é bastante polêmica.
14
O prof. Carlos Domingos afirma que atestar o EPI como eficaz é
temerário por várias razões: “[...] Primeiro porque é de trivial sabença,
principalmente em vínculos empregatícios mais antigos, que a imensa
maioria dos empregadores não fornecia tais equipamentos e, quando
o fazia, era de forma precária e inadequada. Segundo porque é de
comum conhecimento que os trabalhadores reclamam constantemen-
te dos incômodos gerados pelos equipamentos de proteção, levando
à utilização indevida, errônea, parcial, ou até mesmo a não usá-los,
apesar de colocados à disposição. [...] Terceiro motivo, talvez o mais
preocupante e corriqueiro, é que a prática da advocacia previdenciária
por vários anos nos permite afirmar, com absoluta segurança, que con-
siderável parte das empresas, no tocante ao preenchimento do campo
sobre EPIs constantes dos PPPs, omite informações ou documentos,
ou simplesmente mente incisivamente (op.cit. 207/208)..
180
15
CPC artigo 372 - O juiz poderá admitir a utilização de prova produ-
zida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequa-
do, observado o contraditório.
181
16
Nesse sentido: I Jornada de Direito Processual Civil CJF/CEJ,
2017: Enunciado n. 30 – “É admissível a prova emprestada, ainda que
não haja identidade de partes, nos termos do art. 372 do CPC”.
183
17
Esse é o entendimento do prof. Sérgio Pinto Martins: “não neces-
sariamente, a aposentadoria especial irá coincidir com as pessoas que
recebem adicionais de remuneração. Exemplo seria o adicional de pe-
riculosidade. O pagamento do adicional pode ser um indício ao direito
à aposentadoria especial.” (MARTINS, 2000, p. 367).
18
Decreto 3048/99 - Artigo 68. [...]
19
Trata-se da Lista Nacional de Agentes Cancerígenos para Humanos.
O grupo I traz a lista dos agentes que, cientificamente, são canceríge-
nos.
184
20
Nesse sentido: (TRF4, Processo 5016716-16.2016.4.04.7208,
TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DE SC, j. 20/02/2020 [...]
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. APOSENTA-
DORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. REQUISITOS NÃO
PREENCHIDOS. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. CONVER-
188
21
Trata-se de minha opinião, mas ela é minoritária na jurisprudência.
191
22
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.
23
NR9 - 9.3.6 Do nível de ação. 9.3.6.1 Para os fins desta NR, consi-
dera-se nível de ação o valor acima do qual devem ser iniciadas ações
preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as expo-
sições a 5 agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição.
As ações devem incluir o monitoramento periódico da exposição, a
informação aos trabalhadores e o controle médico. 9.3.6.2 Deverão ser
objeto de controle sistemático as situações que apresentem exposição
ocupacional acima dos níveis de ação, conforme indicado nas alíneas
que seguem: a) para agentes químicos, a metade dos limites de exposi-
ção ocupacional considerados de acordo com a alínea “c” do subitem
9.3.5.1; b) para o ruído, a dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme
critério estabelecido na NR-15, Anexo I, item 6.
193
PCMAT; e
d) Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional – PCMSO.
24
TNU Súmula 68 - O laudo pericial não contemporâneo ao período
trabalhado é apto à comprovação da atividade especial do segurado.
194
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INTRODUÇÃO
1
Advogado especialista em Direito Previdenciário. Professor de
cursos de pós-graduação em Direito Previdenciário. Presidente do
Instituto de Estudos Previdenciários – IEPREV. Presidente da
Comissão de Direito Previdenciário – Regime de Previdência Comple-
mentar da OAB/MG e membro da Comissão de Direito Previdenciário
da OAB/SP.
200
Pois bem.
A sistemática de cálculos acima descrita tornou-se incom-
patível com a nova ordem constitucional. Transcreve-se, a esse
respeito, o disposto no caput do artigo 26 da Emenda Constitu-
cional nº 103/2019:
3
APELREEX - Apelação / Reexame Necessário - 0800283-07.2013.4.05.8100,
Desembargador Federal Paulo Roberto de Oliveira Lima, TRF5 - Quarta Turma.
209
[...]
§ 8º-A A incidência de juros moratórios e
multa de que trata o § 8º será estabelecida
para fatos geradores ocorridos a partir de 14
de outubro de 1996.
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA
POR IDADE URBANA. CONTRIBUINTE
INDIVIDUAL. RECOLHIMENTO EM
ATRASO. IMPOSSIBILIDADE DE
CÔMPUTO PARA FINS DE CARÊNCIA.
1. A perda da qualidade de segurado
urbano não importa perecimento do direito
à aposentadoria por idade se vertidas as
contribuições necessárias e implementada a
idade mínima.
2. Efetuado o recolhimento das contribuições
previdenciárias em atraso na condição de
contribuinte individual, a teor do art. 27,
II, da Lei 8.213/91 não serão levadas em
consideração para o cômputo do período de
carência.
3. Não comprovadas as condições exigidas
para a concessão da aposentadoria por idade,
improcedente o pedido do autor.
4
(AC - APELAÇÃO CIVEL 0032014-93.2007.4.04.7000, RICARDO TEIXEIRA
DO VALLE PEREIRA, TRF4 - QUINTA TURMA, D.E. 19/04/2010).
211
Parágrafo único. Aplica-se o disposto
no caput aos períodos de descanso
determinados pela legislação trabalhista,
inclusive férias, aos de afastamento
decorrentes de gozo de benefícios de auxílio-
doença ou aposentadoria por invalidez
acidentários, bem como aos de percepção
de salário-maternidade, desde que, à data do
afastamento, o segurado estivesse exposto
aos fatores de risco de que trata o art. 68.
5
AIRESP - AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL -
1574860 2015.03.18740-5, GURGEL DE FARIA, STJ - PRIMEIRA
TURMA, DJE DATA: 09/05/2018.
220
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AS INCONSTITUCIONALIDADES E
ILEGALIDADES DAS REGRAS DE
CÁLCULO APLICÁVEIS AOS BENEFÍCIOS
PREVIDENCIÁRIOS CONCEDIDOS APÓS
EC 103/2019: UMA ANÁLISE A PARTIR DO
DECRETO 10.410/2020
INTRODUÇÃO
1
Doutoranda pela Universidad Del Museo Social Argentino - UMSA.
Mestre em Direito Econômico e Socioambiental - (PUC/PR). Especia-
lista em Direito Tributário, Previdenciários e Processual. Vice-Presi-
dente do Instituto de Estudos Previdenciários – IEPREV. Advogada.
Professora em cursos de Pós-Graduação. Autora da Obra os Direitos
Previdenciários no STF/LTR, 2015. Ex-Conselheira dos Contribuintes
na 2ª Turma da Câmara Superior – CARF.
2
Mestrando em Direito pelo Centro Universitário Salesiano de São
Paulo. Especialista em Direito Previdenciário. Especialista em Direito
de Família e Sucessões. Professor de Cursos de Pós-Graduação em
Direito Previdenciário. Palestrante. Diretor de Cálculos do Instituto de
Estudos Previdenciários (IEPREV). Secretário da Comissão Espe-
cial de Direito Previdenciário da OAB/SP. Autor das Obras: Cálculo
do Benefício Previdenciário na Prática (Ed. LTr) e Passo a Passo do
Cálculo do Benefício Previdenciário – Antes e depois da Reforma da
Previdência (Ed. LuJur).
224
3
O Fator Previdenciário será aplicado na Aposentadoria do PcD,
somente quando resultar em renda mensal de valor mais elevado (art.
9º, I, da LC 142/2013).
233
4
O Fator Previdenciário será aplicado na Aposentadoria do PcD,
somente quando resultar em renda mensal de valor mais elevado (art.
9º, I, da LC 142/2013).
237
5
O Fator Previdenciário será aplicado na Aposentadoria do PcD,
somente quando resultar em renda mensal de valor mais elevado (art.
9º, I, da LC 142/2013).
243
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA