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4ª Promotoria de Justiça do Foro Regional de São José dos Pinhais

Comarca da Região Metropolitana de Curitiba-PR

TERMO DE COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ, por meio da 4ª Promotoria de


Justiça do Foro Regional de São José dos Pinhais, Comarca da Região Metropolitana
de Curitiba/PR, com sede na Rua Paulino de Siqueira Cortes n° 2145, bairro São
Pedro, Município de São José dos Pinhais -PR, neste ato presentado pelo Promotor
de Justiça Dr. Willian Lira de Souza, doravante denominado de COMPROMITENTE, e
do outro lado MUNICÍPIO DE São JOSÉ DOS PINHAIS-PR, Pessoa Jurídica de Direito
Público Interno, sediada na rua Rua Passos de Oliveira, 1.101, centro de São José dos
Pinhais-PR, representado pelo Prefeito Municipal, Sr. Luiz Carlos Setim, e pela
Procuradora-Geral do Município, Dra. Inger Kalben Silva; SECRETARIA MUNICIPAL DE
ASSISTÊNCIA SOCIAL, representada pelo Secretário Municipal, Prof. Imar Augusto; e
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE, representada pelo Secretário Municipal, Dr.
Brasilio Vicente de Castro Filho; doravante denominados de COMPROMISSÁRIOS,
nos termos que autorizam o parágrafo 6° do artigo 5° da Lei n° 7.347/85; o artigo
585, inciso VIII, do Código de Processo Civil; o artigo 14 e seguintes da Resolução n°
1928/2008, da Procuradoria-Geral de Justiça e os incisos I, IV, V e XIII, “1”, do artigo
68, da Lei Complementar Estadual n° 85/1999 e

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CONSIDERANDO a legitimidade do Ministério Público para a defesa dos interesses


difusos, prevista no artigo 129, inciso III, da Constituição Federal; a atribuição
decorrente do artigo 129, inciso II, da mesma Carta Constitucional, bem como do
artigo 120, inciso II, da Constituição do Estado do Paraná, que estabelecem ao
Ministério Público a função institucional de “zelar pelo efetivo respeito dos Poderes
Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta
Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia”; ainda
regulamentação da atividade realizada pelo artigo 26, inciso I, da Lei Orgânica
Nacional do Ministério Público; bem como nos artigos 5°, 6° e 7°, todos da Lei n°
7.347/85;
CONSIDERANDO que a Constituição Federal, em seu artigo 1°, inciso III, consagra a
dignidade da pessoa humana como um dos princípios fundamentais da República
Federativa do Brasil;
CONSIDERANDO a Política Nacional do Idoso instituída pelo artigo 230 da
Constituição Federal e Lei 10.741/2003 – Estatuto do Idoso;
CONSIDERANDO que é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do
Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho,
à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e
comunitária;
CONSIDERANDO as conclusões da investigação realizada por meio do Inquérito Civil
n° MPPR-0135.12.000163-5, em que se apurou as condições técnicas das Instituições
de Longa Permanência para Idosos – ILPIs bem como a atuação do Poder Público de
São José dos Pinhais-PR em relação a tais entidades;
CONSIDERANDO que a inclusão de idosos em Instituições para Longa Permanência,
previstas nos artigos 48 e seguintes do Estatuto do Idoso, deve ser regida pelo
princípio da excepcionalidade e atendimento humanizado;

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CONSIDERANDO a necessidade de estabelecer diretrizes para a admissão e


atendimento das pessoas pelas Instituições de Longa Permanência para Idosos;
CONSIDERANDO que as normas regulamentadoras previstas para as ILPIs, em
especial a RDC 183/2005 e RDC 50/2002 da Anvisa e o Código Sanitário do Município
de São José dos Pinhais-PR devem ser interpretados e aplicados de maneira
individualizada em relação a cada entidade e sempre voltados à consecução das
diretrizes da Política Nacional do Idoso;

As partes acima identificadas RESOLVEM formalizar o presente instrumento de


Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta – TAC, mediante as seguintes
cláusulas:

O objeto do presente Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta é


estabelecer as diretrizes para uma ação articulada dos órgãos do Município de São
José dos Pinhais-PR incumbidos de atuar na defesa da pessoa idosa e na fiscalização
das Instituições para Longa Permanência de Idosos, em especial as Secretarias
Municipais de Saúde e Assistência Social, com o fim de garantir os direitos previstos na
Política Nacional do Idoso e a prevenção e redução de riscos à saúde, a proteção social,
o atendimento integral, eficiente e humanizado dos idosos residentes em ILPIs, o que
para tanto, firmam acordo sobre as cláusulas dispostas na sequência:

CLÁUSULA 1ª – O Município de São José dos Pinhais-PR assume o compromisso de


promover a defesa dos direitos da pessoa Idosa, em especial aquelas submetidas a
acolhimento em Instituição de Longa Permanência para Idosos – ILPI, por meio de
ações planejadas, articuladas e direcionadas à prevenção das situações de risco;

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§ 1º - Entende-se por ações articuladas aquelas que envolvem profissionais de mais


de uma área ou Secretaria Municipal, em especial aquelas afetas à Secretaria
Municipal de Saúde e à Secretaria Municipal de Assistência Social;

§2º - entende-se como ações direcionadas à prevenção das situações de risco


aquelas que buscam monitorar desde a admissão do idoso nas ILPIs, passando pela
inspeção contínua da salubridade e dignidade do ambiente de acolhimento até a
saída do Idoso da instituição;

§ 3º - O Município de São José dos Pinhais-PR assume o compromisso de promover


as ações previstas na Legislação e no presente TAC, inclusive seu anexo I, de maneira
prioritária, obedecendo-se rigorosamente aos prazos determinados;

§4º fica ajustado que todas as ações que demandem atuação do Gabinete do
Prefeito Municipal ou de outro órgão do Município deverão ser tratadas com
prioridade, inclusive aquelas que gerarem ordenação de despesas e contratação de
pessoas ou serviços, incumbindo ao Secretário Municipal responsável pela
solicitação e ao Prefeito Municipal zelar para que seja dado efetiva prioridade às
requisições ou solicitações destinadas ao cumprimento do presente Termo de
Ajustamento de Conduta.

CLÁUSULA 2ª – Fica ajustado que o Município promoverá as ações necessárias para


implementação e fiscalização dos termos da “PROPOSTA PARA AJUSTAMENTO DAS
INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ
DOS PINHAIS JUNTO AOS ÓRGÃOS REGULADORES (MINISTÉRIO PÚBLICO,
VIGILÂNCIA SANITÁRIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL)” que consta no Anexo I deste Termo;

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CLÁUSULA 3ª – O Município de São José dos Pinhais-PR, por meio da Vigilância


Sanitária, vinculada à Secretaria Municipal de Saúde, se compromete e realizar a
avaliação individualizada das Instituições de Longa Permanência para Idosos – ILPIs
já instaladas no Município por ocasião de seu licenciamento sanitário, seja inicial,
seja de renovação;

§1º - na análise do processo de Licenciamento Sanitário será levado em consideração


não apenas os aspectos físicos da Instituição e sua adequação à legislação
pertinente, mas também as características individuais das pessoas atendidas, a
dinâmica de trabalho dos prestadores de serviços e a rotina das pessoas residentes;

§2º - a Autoridade Sanitária poderá determinar a implementação de estruturas ou


providências compensatórias em relação aos itens da legislação que se mostrarem
justificadamente inviáveis de cumprimento;

§3º - o ajuste de conduta previsto no parágrafo anterior somente poderá ser tomado
quando as restrições não inviabilizem o atendimento das diretrizes de atendimento
previstas no artigo 49 do Estatuto do Idoso e seja garantido um ambiente salubre, de
respeito e dignidade;

§4º - todas as medidas compensatórias e as inconformidades que foram relevadas


deverão constar expressamente do licenciamento sanitário e ser comunicadas a
Secretaria Municipal de Assistência Social, ao Conselho Municipal do Idoso e ao
Ministério Público do Estado do Paraná;

CLÁUSULA 4ª – Fica compromissado que os ajustes de conduta e adoção de


providências compensatórias previstas na Proposta que consta no Anexo I deste
Termo se referem exclusivamente aos casos e Instituições já existentes no Município;
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§1º - em relação a qualquer Instituição que pretenda se instalar, ou venha a se


instalar clandestinamente no Município, deverá ser exigido o cumprimento integral
da legislação pertinente, em especial a RDC 283/2005 ou outra que a substitua ou
complemente;

§ 2º - a permanência de pessoa já acolhida em Instituição de Longa Permanência


para Idosos, qualquer que seja sua idade, com diagnóstico de transtorno mental, só
poderá ser mantida após a elaboração de relatório médico circunstanciado que
aponte as características da atenção à saúde necessárias para aquela pessoa;

§ 3º - em nenhuma hipótese poderá ingressar ou permanecer em ILPI pessoa,


qualquer que seja a idade, com diagnóstico de transtorno mental e cujo relatório
médico indique a necessidade de atenção em nível hospitalar;

§ 4º - O relatório referido no parágrafo anterior ainda deverá abordar


expressamente acerca da necessidade, ou não, dos serviços previstos no artigo 4º, §
2º, da Lei 10.216/01, quais sejam: serviços médicos, de assistência social,
psicológicos, ocupacionais, de lazer, e outros;

§ 5º - A permanência de pessoa com transtorno mental já acolhida ao tempo do


presente Termo dependerá ainda de relatório médico e social que ateste o respeito
aos direitos previstos no artigo 2º da Lei 10.216/01, quais sejam: “I - ter acesso ao
melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades; II - ser
tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde,
visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na
comunidade; III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração; IV - ter
garantia de sigilo nas informações prestadas; V - ter direito à presença médica, em
qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização
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involuntária; VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis; VII - receber
o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento; VIII -
ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis; IX - ser
tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.”

§6º - A permanência de pessoas menores de 60 (sessenta) anos, não acometida de


transtornos mentais, nas Instituições já instaladas no Município depende do
atendimento dos seguintes requisitos, devidamente comprovados em relatório
técnico: a) a pessoa deve estar integrada ao convívio da residência; b) a reinserção
familiar se mostrar inviável; c) a permanência da pessoa não prejudicar a salubridade
e ambiente de dignidade para residência dos Idosos;

§7º - a Autoridade Sanitária ou o profissional de Assistência Social que for


responsável pela fiscalização da Instituição poderá exigir providências
compensatórias à permanência da pessoa menor de 60 anos a fim de garantir ou
implementar a salubridade ou ambiente de dignidade para os idosos;

CLÁUSULA 5ª – O Município de São José dos Pinhais, por meio de sua Secretaria
Municipal de Assistência Social, assume o compromisso de monitorar o ingresso de
idosos nas Instituições de Longa Permanência instaladas neste Município e promover
as medidas necessárias para garantir o cumprimento das diretrizes previstas na Lei
10.741/03, em especial aqueles direitos previstos no artigo 3º: liberdade, dignidade,
respeito e à convivência familiar e comunitária;

§ 1º - Caberá ao Município de São José dos Pinhais requisitar das Instituições


informações necessárias para aferir se o ingresso do residente atende à norma
prevista no artigo 37, § 1º, do Estatuto do Idoso, qual seja: “quando verificada
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inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos


financeiros próprios ou da família”;

§ 2º - o Questionário a ser elaborado pela Secretaria Municipal de Assistência Social


referido no item I.3 do Anexo deverá contemplar as seguintes características, entre
outras a serem elaboradas pelos técnicos:

A) Referência a todo grupo familiar do idoso, incluindo-se as condições de


habitação e econômicas de cada integrante;

B) Informação acerca da ciência e anuência, ou não, do idoso à


institucionalização;

C) Anuência por escrito de todos os parentes até os segundo grau quanto à


institucionalização: filhos, cônjuge/companheiro e irmãos;

D) Informações quanto à saúde clínica e mental do candidato, incluindo eventual


diagnóstico de transtorno mental, patologia infectocontagiosa ou outra
doença de notificação compulsória;

E) Compromisso de todos os parentes em primeiro grau quanto à rotina de


visitas e outras atividades de integração familiar;

F) Relação de bens móveis e imóveis do idoso;

G) Relação de rendas e pessoas responsáveis pela sua administração;

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H) Priorização do atendimento de idosos residentes ou com familiares


residentes em São José dos Pinhais-PR, devendo ser previsto um campo
próprio para relatório acerca dos motivos e circunstâncias para atendimento
de pessoas de outros Municípios, em especial acerca da forma de
manutenção dos vínculos familiares;

I) A elaboração do Questionário deverá ser prévia ao ingresso do residente;

J) A constatação de ingresso de pessoa sem atendimento das diretrizes da


Política Nacional do Idoso ou dos termos previstos neste Termo deverá ser
objeto de imediata notificação da Instituição para providenciar a reinserção
familiar, sem prejuízo da ciência aos demais órgãos de fiscalização, incluindo-
se o Conselho Municipal do Idoso;

§ 3º - Os modelos de contrato de prestação de serviços de cada entidade deverão ser


avaliados pela Assistência Social, com apoio de assessoria jurídica própria ou da
Procuradoria-Geral do Município, inclusive PROCON Municipal, e providenciada a
notificação da entidade em relação às cláusulas que se mostrem abusivas ou não
garantam os direitos previstos na Política Nacional do Idoso e demais ajustes
previsto neste Termo;

§4º - todas as demandas de verificação advindas do Conselho Municipal do Idoso e


dos demais órgãos de proteção de direitos do idoso ou de direitos humanos deverão
ser atendidas em caráter de urgência;

§5º - o descadastramento de alguma Instituição perante o Conselho Municipal do


Idoso, por decisão colegiada e preclusa, deverá ensejar processo administrativo de
intervenção, nos moldes da legislação municipal aplicável e do presente Termo;
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§6º - o ingresso de pessoa com menos de 60 (sessenta) anos só será admitida em


ILPIs devidamente regularizada e mediante ordem judicial;

CLÁUSULA 6ª – O Município de São José dos Pinhais-PR assume o compromisso de


monitorar as Instituições de Longa Permanência para Idosos quanto à sua estrutura
física e de recursos humanos, bem como suas rotinas de atendimento aos residentes;

§ 1º - as rotinas diárias das Instituições deverão contemplar atividades destinadas a


atender aos princípios previstos no artigo 49 da Lei 10.741/03, quais sejam: “I –
preservação dos vínculos familiares; II – atendimento personalizado e em pequenos
grupos; III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de força
maior; IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno e
externo; V – observância dos direitos e garantias dos idosos; VI – preservação da
identidade do idoso e oferecimento de ambiente de respeito e dignidade.”

§ 2º - as rotinas diárias das Instituições deverão contemplar ainda atividades


destinadas a atender às obrigações previstas no artigo 50 da Lei 10.741/03, em
especial: “II – observar os direitos e as garantias de que são titulares os idosos; III –
fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação suficiente; IV – oferecer
instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade; V – oferecer
atendimento personalizado; VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos
familiares; VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento de visitas;
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade do idoso; IX –
promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer; X – propiciar
assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças; XI –
proceder a estudo social e pessoal de cada caso; XII – comunicar à autoridade
competente de saúde toda ocorrência de idoso portador de doenças infecto-
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contagiosas; XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público requisite os


documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os tiverem, na
forma da lei; XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que
receberem dos idosos; XV – manter arquivo de anotações onde constem data e
circunstâncias do atendimento, nome do idoso, responsável, parentes, endereços,
cidade, relação de seus pertences, bem como o valor de contribuições, e suas
alterações, se houver, e demais dados que possibilitem sua identificação e a
individualização do atendimento; XVI – comunicar ao Ministério Público, para as
providências cabíveis, a situação de abandono moral ou material por parte dos
familiares; XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com formação
específica”.

CLÁUSULA 7ª – Todos os casos que se constatar a posse de cartão bancário do


residente por parte da Instituição, por meio de seus representantes, funcionários ou
interposta pessoa deverão ser notificados para regularização mediante a entrega
para o idoso, nos casos em que o acolhimento foi realizado a pedido dele, ou ao
parente contratante do serviço;

Parágrafo único. Os casos que se constatar a realização de empréstimos consignados


em benefícios previdenciários de idosos, cujos cartões bancários estejam na posse da
Instituição, deverão ser notificados para imediata regularização, mediante a quitação
do empréstimo, sem prejuízo da remessa de informação ao Conselho Municipal do
Idoso, ao Ministério Público do Estado do Paraná e aos parentes da pessoa residente;

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CLÁUSULA 8ª – O Município de São José dos Pinhais-PR assume o compromisso de


zelar para que os prazos previstos no Plano de Trabalho que consta no Anexo I deste
Termo sejam fielmente cumpridos, bem como adotadas as medidas administrativas e
judiciais necessárias à eficácia do Plano Articulado de Intervenção em relação às
Instituições que não se adequarem à legislação e aos termos do presente Termo;

CLÁUSULA 9ª – O Município de São José dos Pinhais-PR se compromete a remeter


relatório trimestral à 4ª Promotoria de Justiça deste Foro Regional informando as
medidas adotadas perante as instituições já em funcionamento no Município, a fim
de dar atendimento às cláusulas e ao Anexo deste Termo;

CLÁUSULA 10ª – No prazo de 30 (trinta) dias será expedido pelo Município de São
José dos Pinhais ato normativo ou administrativo que regulamente os termos
apresentados na proposta que consta no anexo;

CLÁUSULA 11ª – O Ministério Público do Estado do Paraná se compromete a não


demandar o Município de São José dos Pinhais-PR em relação às irregularidades e
omissões verificadas no Inquérito Civil MPPR 0135.12.000163-5, enquanto os termos
e prazos do presente Termo estiverem sendo adimplidos;

CLÁUSULA 12ª – O Presente Termo será submetido à apreciação e homologação


judicial pelo Juízo da Vara da Fazenda Pública do Foro Regional de São José dos
Pinhais-PR, nos autos de Ação Civil Pública 0002489-27.2013.8.16.0036, convindo as
partes que o presente Termo põe fim à demanda em andamento e seus termos
passam a qualidade de Título Executivo Judicial;

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CLÁUSULA 13ª - A fiscalização do cumprimento das obrigações constantes deste


Termo será realizada pelo Ministério Público do Estado do Paraná, podendo contar
com a colaboração de assistentes técnicos do quadro da Instituição ou de órgãos
externos.

CLÁUSULA 14ª - As obrigações e cominações previstas no presente Termo obrigam os


COMPROMISSÁRIOS, bem como os seus eventuais sucessores a qualquer título e a
qualquer tempo.

CLÁUSULA 15ª - Fica eleito o Foro Regional de São José dos Pinhais da Comarca da
Região Metropolitana de Curitiba/PR para dirimir quaisquer dúvidas ou litígios que
versem sobre a questão objeto deste Termo.

E por estarem assim combinados, firmam o presente TAC em duas vias de


igual teor, que terá eficácia de título executivo, na forma do Art. 5°, § 6° da Lei
7.347/85.
São José dos Pinhais/PR, 25 de setembro de 2014

______________________ ________________
WILLIAN LIRA DE SOUZA LUIZ CARLOS SETIM
PROMOTOR DE JUSTIÇA PREFEITO MUNICIPAL

_____________________________
INGER KALBEN SILVA
PROCURADORA-GERAL DO MUNICÍPIO
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_____________________________
IMAR AUGUSTO
SECRETÁRIO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

________________________
BRASILIO VICENTE DE CASTRO FILHO
SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE

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ANEXO – I
PROPOSTA PARA AJUSTAMENTO DAS INSTITUIÇÕES DE LONGA
PERMANÊNCIA PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS
PINHAIS JUNTO AOS ÓRGÃOS REGULADORES (MINISTÉRIO PÚBLICO,
VIGILÂNCIA SANITÁRIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL)
OBJETIVO:
Ajustar as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), de caráter
residencial, em atividade no Município de São José dos Pinhais, concernente a
estrutura organizacional, física, de recursos humanos e operacional às
diretrizes do SUS – Sistema Único de Saúde, do SUAS – Sistema Único de
Assistência Social, da Lei 10.741 – Estatuto do Idoso, com a finalidade de
prevenção e redução dos riscos à saúde, proteção social, garantindo um
atendimento integral, eficiente e humanizado aos idosos residentes em ILPIs.
DO CRONOGRAMA:
I – ORGANIZAÇÃO
1. A instituição de Longa Permanência para idosos deverá possuir alvará
sanitário atualizado expedido pelo órgão sanitário competente e solicitar
sua renovação anualmente.
2. A Instituição de Longa Permanência para Idosos deverá comprovar a
inscrição de seu programa junto ao Conselho do Idoso, para a renovação
da Licença Sanitária.
3. A instituição de Longa Permanência para Idosos deverá realizar visita ao
idoso/família antes de sua admissão e preencher o questionário elaborado
pela Secretaria de Assistência Social. O documento deverá ser assinado
pelo Idoso (se possuir poder decisório e controle sobre sua vida),
Responsável Legal e Responsável Técnico do estabelecimento, pelos
familiares do idoso e, ainda, pelo contratante do serviço. Após assinado o
documento deverá ser encaminhado para Secretaria de Assistência Social.
3.1. A admissão do idoso na ILPI fica condicionada a entrega de uma cópia
do questionário na Secretaria de Assistência Social;
3.2. O questionário deverá ficar arquivado no estabelecimento, mantendo-o
disponível para consulta por ocasião das vistorias ou fiscalizações.
4. A ILPI deverá comunicar formalmente à Secretaria de Assistência Social a
saída ou transferência do idoso do estabelecimento (por qualquer motivo)
em até 03 dias úteis;
5. A ILPI deverá elaborar relatório individual informando os casos de
moradores com idade inferior a 60 anos, num prazo de 60 dias a contar da
data de ciência do presente documento:

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5.1. No relatório deverão constar as seguintes informações: Dados de


identificação civil, procedência, motivo e data do ingresso na
instituição, condições de saúde física e mental (parecer médico
atualizado), vínculo familiar, responsável legal, motivo da permanência.

5.2. O relatório deverá ser encaminhado para a Secretaria de Assistência


Social para realização de estudo social e pessoal de cada morador. A
Secretaria de Assistência Social elaborará Relatório Social que avaliará
a viabilidade de permanência do morador na instituição. Copia do
relatório será encaminhado para o Ministério Público e Vigilância
Sanitária Municipal para conhecimento e providências que se fizerem
necessárias.

5.3. A partir da ciência deste termo em nenhuma hipótese será permitida a


admissão ou readmissão de residentes com idade inferior a 60 anos,
exceto em decorrência de determinação judicial.

6. No período de adequação da infraestrutura até a emissão da Licença


Sanitária, a instituição não poderá admitir novos moradores.

II – INFRA-ESTRUTURA FÍSICA
7. Para edificações novas sejam estabelecimentos completos ou partes a
serem ampliadas, é obrigatória a aplicação integral das RDCs 50/2002 e
283/2005 ou a normatização que vier a substituí-la.

8. Para obras de reformas e adequações das instituições já em


funcionamento no Município de São José dos Pinhais, quando esgotadas
todas as possibilidades, sem que existam condições de cumprimento
integral destas normas (RDC 283/2005 e RDC 50/2002), devem-se
privilegiar os fluxos de trabalho, adotando-se a seguinte documentação
complementar, que deverá ser analisada em conjunto com o projeto físico:
8.1. Planta baixa com o layout dos móveis e equipamentos não portáteis
com as devidas dimensões, em escala;
8.2. Declaração do projetista e do responsável pela instituição de que o
projeto atende parcialmente às normas vigentes para o
desenvolvimento das atividades de assistência e de apoio previstas,
relacionando as exigências que não serão atendidas e o modo
como estão sendo supridas no projeto em análise.

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9. Quando se tratar da adoção de uma nova tecnologia, diferente das usuais


e/ou não abordada pela norma, deverá ser adotado o mesmo procedimento
das reformas (Item 8).
10. Caberá ao responsável legal da instituição a guarda dos projetos
aprovados, mantendo-os disponíveis para consulta por ocasião das
vistorias ou fiscalizações.
11. Qualquer modificação na estrutura física do edifício ou incorporação de
nova atividade deverá ser comunicada aos órgãos de Vigilância Sanitária
Municipal e avaliada segundo as normas vigentes.
12. Os estabelecimentos terão o prazo de 05 (cinco) meses, a partir da data de
ciência para apresentação e aprovação do PBA (Projeto Básico de
Arquitetura) junto a VISA Municipal e mais 07 (sete) meses para
adequação da estrutura física ao PBA aprovado.

III – RECURSOS HUMANOS

13. A ILPI deverá manter atualizado a composição do quadro de funcionários


com vínculo formal.
13.1. O quadro de funcionários deverá ser compatível com as
necessidades de cuidados e o número de moradores em conformidade
com a RDC 283/2005 e com a clientela a ser atendida.
13.2. Coordenação Técnica deverá ser exercida por Responsável
Técnico de nível superior, com carga horária de 20 horas por semana,
com escala de horário de trabalho devidamente assinada pelo
responsável legal e disponível para consulta por ocasião das vistorias ou
fiscalizações.

IV – PROCESSOS OPERACIONAIS

14. A ILPI deve elaborar um plano de trabalho, que contemple as atividades


previstas nos itens 4.3.1. a 4.3.10 da RDC 283/2005.
14.1. O plano de trabalho deverá ser elaborado juntamente com os
moradores, atendendo as suas necessidades.

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14.2. Deverão estar presentes ações a serem empreendidas, durante a


permanência do idoso na instituição, com o objetivo de preservar e/ou
resgatar os vínculos familiares, afetivos e comunitários.
14.3. No plano de trabalho deverá estar prevista a metodologia de
acompanhamento de sua execução.
14.4. Após elaboração o documento deverá ser encaminhado para
apreciação da VISA Municipal.
14.5. A ILPI terá prazo de 90 (noventa) dias após ciência deste para
elaboração do Plano de Trabalho e apresentação para apreciação da
Secretária de Assistência Social e Vigilância Sanitária.
15. A ILPI deverá elaborar um Plano de Assistência à Saúde, que contemple o
previsto na RDC 283/2005 e que seja compatível com os princípios da
Universalidade, Equidade e Integralidade.

15.1. O Plano de Assistência à Saúde deverá ser elaborado em


articulação com a Secretária da Saúde e contemplar serviços
complementares aos oferecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
15.2. Deverá estar previsto no plano a elaboração de Ficha Individual
em que se registre periodicamente o atendimento dispensado aos
moradores pela equipe interdisciplinar.
15.3. Nos casos de atendimento externo do morador para realização de
consultas, exames ou nos casos de internamento na rede pública ou
privada de saúde, a instituição deverá providenciar o acompanhamento
de um cuidador de idosos durante todo o período de atendimento
externo.
15.4. A ILPI terá prazo de 90 (noventa) dias após ciência deste para
elaboração do Plano de Assistência à Saúde e apresentação para
apreciação da Secretária de Saúde e após aprovação encaminhado à
Vigilância Sanitária.

V-
16. Notificadas as instituições e esgotados os prazos e especificações
constantes do presente instrumento sem a regularização perante a
vigilância sanitária, serão tomadas as medidas legais necessárias.
16.1. Aquelas que se encontram em Processo Administrativo Sanitário,
terão os mesmos suspensos pelo prazo respectivo para que se
enquadrem neste instrumento e, ao final, terá o arquivamento do PAS
por regularização do motivo de sua abertura ou continuidade em seu
tramite.
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16.2. Havendo decisão, cautelar ou definitiva, no PAS determinando a


interdição da instituição fiscalizada e esgotado o prazo para
cumprimento das medidas constantes da notificação decorrente da
interdição, será encaminhado memorando para a Secretaria Municipal
de Assistência Social para fins de elaboração de um Plano Articulado
de Intervenção.
16.3. O plano articulado de intervenção será elaborado em até 60 dias,
o qual deverá ser aprovado pelo Prefeito Municipal e será apresentado
ao Ministério Público para conhecimento.
16.4. O prazo para a execução do referido plano poderá ser de até 180
(cento e oitenta) dias a contar da aprovação do plano pela autoridade
competente.
16.5. Ao término do prazo de execução do plano, será promovido
relatório das atividades desenvolvidas e comunicado ao Ministério
Público, encaminhando o respectivo procedimento de intervenção ao
arquivo.

VI – DISPOSIÇÕES FINAIS

17. A ILPI deverá estar regularizada junto à Vigilância Sanitária em até 180
(cento e oitenta) dias, podendo ser prorrogável por igual período, desde
que devidamente motivado.
18. Os itens da RDC 283/2005 não apreciados deverão ser cumpridos
integralmente pelas ILPIs.
19. Os prazos constantes deste instrumento em relação às ILPIs serão
contados a partir da notificação das entidades, salvo especificado de forma
diversa no presente termo.
20. Para novas instituições será obrigatória a aplicação integral das RDCs
50/2002, 283/2005 e demais legislações pertinentes, ou as normatizações
que vierem a substituí-las.

21. Casos omissos serão submetidos a apreciação da área técnica pertinente.

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