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Universidade Presbiteriana Mackenzie

Curso de Direito
Direito Civil IV - Contratos
Prof° Luis Fernando Valle
Aluno: Fernando Dantas Cortez
TIA: 406.2435-8

1. Avaliações

Dia 16/09. Duas questões dissertativas de concurso. Com consulta a legislação não
anotada. Artigos 421 aos Contratos de Prestação de Serviço.

2. Responsabilidade Civil

É a obrigação de indenizar terceiro devido à observação de ato ilícito praticado contra


esta.

3. Requisitos

a) Requisito Subjetivo (art. 104, I)


b) Requisito Objetivo (art. 104, II)
c) Requisito Formal (art. 104, III)
d) Autonomia da Vontade

Contrato é o acordo de vontade entre duas ou mais partes tendo em vista determinado
objeto e que terá por finalidade certa obrigação. Obrigação é o vinculo transitório entre credor e
devedor oriunda de um debito contraído ou uma responsabilidade objetiva.
O contrato esta disposto no CC entre o art. 421 e 853. Os contratos são regidos pelo
principio da probidade, boa-fé (objetiva), eticidade, não literalidade (112 e 113 CC).
A transação e o compromisso são institutos que tratavam exclusivamente da extinção de
uma obrigação. Pelo CC 2002 representam contratos nominados. São institutos sui generis, pois
mantém atualmente as duas características retro.
Os requisitos de um contratos estão apontados nos art. 103 e 104 CC. Estes requisitos
são imprescindíveis para que os efeitos dos contrato desdobrem-se nas relações privadas O
requisito subjetivo refere-se às figuras que participam dos contrato (partes) (art.4. 5 e 60 CC).
Estas devem possuir capacidade para assumir os efeitos do contrato. A falta de capacidade gera
a inexistência da parte incapaz. O contrato é nulo quando a incapacidade é absoluta (art. 166) ou
a anulação no caso de incapacidade relativa (art. 171, I).
O requisito objetivo tem que estruturar o contrato em relação ao seu objeto que deve ser
possível, determinado ou determinável e licito. O efeito do cumprimento do requisito objetivo é a
própria execução (transcorrer) do contrato. A inexistência do objeto (excesso de indeterminação)
proporciona a inexistência do próprio contrato. Não é necessário comprovar judicialmente a
inexistência do contrato. Este não é nulo, pois não cumpre os requisitos básicos para este se
forme, se origine.
Caso exista a prestação de uma das partes, mesmo com a inexistência deste contrato,
verifica-se o ato ilícito daquele que exerceu o enriquecimento sem causa. Cabe solicitação de
indenização pelo prejuízo causado por dolo da parte que enriqueceu. A quebra da boa-fé
objetiva proporciona o erro do prejudicado e a conseqüente necessidade do ressarcimento deste
prejuízo (art. 112 e 113 CC).
A invalidação (nulidade ou anulação) e gerada quando se observa um objeto ilícito,
impossível ou indeterminado (art. 166 CC). A anulação ocorre quando há um vicio de
consentimento envolvendo o negocio jurídico, um defeito deste negocio (art. 171, I CC).
O requisito formal esta expresso no art. 104, III CC, ou seja, todo o negocio jurídico deve
atender a disposição previa legal e não pode ser defeso em lei. O cumprimento deste rigor
formal atende a defesa de terceiro de boa-fé. O não cumprimento do requisito formal leva a
inexistência do contrato. A nulidade é gerada se verificado ato ilícito.

4. Princípios contratuais

a) Autonomia da vontade

É o poder das partes em pactuar sendo estruturado pelo principio da liberdade. Esta
autonomia não é absoluta, por exemplo, é vedado legalmente a compra e venda de órgãos
humanos, venda de bem alheio etc. Portanto verifica-se uma limitação imposta pelo
ordenamento jurídico. A autonomia da vontade é estruturada por outros princípios do Direito:
função social do contrato, função social da propriedade, a boa-fé objetiva e a probidade.

i) Função social do contrato (art. 421). Delimita a abrangência da autonomia vontade. O contrato
visa proteger a produção e circulação de riquezas. É a contraposição ao enriquecimento sem
causa. A função social do contrato é justamente esta, garantir a segurança jurídica aqueles que
empenham suas vontades num acordo e ao terceira de boa-fé.

ii) Função social da propriedade (art. 2035). Guarda ligação estreita com o direito Constitucional
que garante o direito a propriedade (um direito futuro). No CC fala-se em direito de propriedade
(daquela que já existe). Todos devem dar utilização produtiva a suas propriedades, garantir um
uso que traga benefícios à sociedade. Pauta-se no principio da sociabilidade e tem como
objetivo fazer com que as pessoas possuam onde habitar, produzir e trabalhar. A função social
da propriedade limita o uso da propriedade de forma a garantir a família, a geração de riqueza
etc.

A propriedade e o contratos devem ser honrados e garantidos o seu cumprimento, pois a


quebra sucessiva das obrigações assumidas neste campos proporcionam malefícios a toda
sociedade. Gera-se instabilidade jurídica e incerteza no mercado. Verifica-se o crescimento de
um circulo vicioso que acaba em recessão.

Seminário:
Interpretar em três linhas o art. 421 CC e do 2035 CC A questão do direito intertemporal,
no caso do contrato assinado no CC 16 produzir seus efeitos na Constancia do CC 2002 e
se esta convenção contrariar preceitos de ordem publica (2035, I) o que gerara?

5. Boa-fé objetiva

A Boa-fé objetiva como o principio da probidade é instituto jurídico novo trazido pelo CC
2002. Diferentemente da boa-fé subjetiva, manifestação de uma parte expressando o
convencimento pessoal em relação às clausulas do contrato. Já a boa-fé objetivo é pautada pela
máxima: o contratante devera, seja na parte negocial ou executiva do contrato, o contratante
devera agir com o contratado de acordo como gostaria de ser tratado.
O CC de 2002 traz a boa-fé objetiva em dois artigos, 112 CC, 113 CC e 422 CC, então
parece então que o legislador traz este instituto como aspecto basilar para os negócios jurídicos,
tendo por ontologia fazer com que as partes atinja os objetivos previstos e incluídos no contrato.
Por forca deste principio os operadores do direito deverão interpretar os contratos atendendo
mais a intenção do que propriamente no sentido literal do acordo.
Não existe direitos sem o exercício exato de deveres. O art. 1 CC expressa justamente o
preceito básico da boa-fé objetiva. Na confecção de um contrato não adianta onerar demais uma
parte para beneficio da outra. Cria-se uma situação de desproporcionalidade, gera-se a
desarmonia e seus desdobramentos são sentidos pela sociedade, pois algum prejudicado, em
nova oportunidade, tenta recuperar o seu prejuízo anterior explorando a boa-fé de terceiros e
assim sucessivamente.
Vide art. 187 CC. As perdas são compartilhadas, no final das contas, por toda a
sociedade. A função social do contrato só é cumprida se o negocio jurídico é realizado de forma
proba e amparada na boa-fé. Se não são respeitados estes princípios éticos identifica-se a má-
fé, esta incorre na pratica de ato ilícito e este é punido pelo poder estatal. A responsabilização
civil, instituto de cunho social visa resguardar justamente o terceiro de boa-fé prejudicado.

6. Contrato de adesão

É o contrato pelo qual uma das partes (o aderente) meramente anui a todas as clausulas
do contrato em bloco, não podendo discutir ou alterar clausula por clausula.
A matéria esta disposta entre os art. 423 e 424 CC e o Código do Consumidor.

a) Da interpretação do contrato de adesão

A interpretação deste tipo de contrato sempre será favorável ao aderente, tendo em vista
a tentativa do legislador em gerar a igualdade entre as partes. No caso de haver expressa
renuncia ao direito do aderente, em uma dada clausula, a mesma será considerada nula (art.
424 CC). Deve-se buscar a equiparação entre as partes no que toca à participação na
constituição do instrumento contratual.
Existem duas correntes quanto à identificação da autonomia da vontade em contratos de
adesão. Uma corrente não identifica a autonomia da vontade, pois uma das partes apenas anui
um contrato já confeccionado. A segunda corrente estipula que a inexistência de monopólios no
pais proporciona a manutenção da possibilidade de escolha, da realização da autonomia da
vontade da opção.

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Clausula por adesão é verificado para os contratos de adesão que estipulam a


possibilidade de resolução de conflitos advindos do negocio jurídico em câmara arbitral (art. 4 da
lei 9.307/96). Esta clausula deve ser assinada em separado e deve ser destacado no contrato. O
não cumprimento deste requisito formal torna a clausula inexistente (art. 166, IV).
Clausula de adesão possui significado distinto, pois neste caso é oferecido a opção de
aceitação em clausulas especificas ou clausula a clausula.

7. Autonomia das vontades das partes

A figura da autonomia esta regulada no art. 425 CC. As partes podem realizar contrato
atípico desde que as clausulas não disponham contrariamente a legislação. Exemplo: contrato
de exclusividade, joint venture etc.
O art. 426 CC veda o inventario de herança de pessoa viva. São bens jurídicos
resguardados: dignidade da pessoa humana, a segurança jurídica.

8. Classificação

a) Quanto ao objeto

i) alienação de bem (compra e venda);


ii) uso e gozo de bem (locação, mútuo, comodato);
iii) de serviço (obrigação de meio);
iii) contrato acessório, principal e coligado.
O contrato principal não depende de outro para a validade de sua existência. O contrato
acessório depende de um contrato principal para sua existência (contrato de fiança). O contrato
coligado liga dois contratos principais mediante o cumprimento de uma condição sine qua non.

b) Da execução do contrato

O contrato pode ser imediato ou continuado. Imediato é quando há efetividade do


contrato naquele mesmo momento, ou seja, a prestação do contrato foi satisfeita imediatamente.
Na venda continuada temos a existência de um intervalo de tempo entre as prestações (leasing)

c) Pessoa do contratante

Podem ser pessoais ou impessoais. Na primeira a pessoa do contratante é essencial


para efetivação do contrato. No pessoal não existe esta vinculação.

d) Da denominação do contrato

Os contratos podem ser nominados ou inominado. Os primeiros são tipificados pelo


ordenamento jurídico enquanto que o segundo tipo não. Estes são pautados pela autonomia da
vontade.

e) Forma

O contrato pode ser consensual, isto é, quando o contrato depende meramente da


vontade das partes para se concretizar. Exemplo: contrato de prestação de serviço. Pode ser
solene quando esta disposto na norma (art. 104, III CC) uma forma pré-estabelecida (contrato
preliminar, art. 462 e 463 CC). A forma real é admitida quando se efetiva na entrega do bem à
outra parte (compra e venda)

f) Natureza

O contrato pode ser paritário ou adesivo. Paritário é o contrato em que as partes


discutem as clausulas podendo alterá-las. Já o adesivo (art. 423 e 424 CC) não existe uma
vontade autônoma plena de contratar.

9. Tipos de contrato quanto à natureza

a) Comutativo e aleatório

É aquele onde a figura contratual é certa. O aleatória depende da verificação/existência


de uma evento futuro e incerto.

b) Oneroso ou gratuito

O contrato oneroso é aquele em que as partes possuem ônus, um sacrifício em prol de


um ganho patrimonial. Já os gratuitos verifica-se uma parte que esta livre de ônus ou obrigações
(doação).

c) Unilateral ou bilateral

A efetivação do contrato mediante o cumprimento de uma única obrigação de uma parte


representa um contrato unilateral. Se for decorrente da prestação de duas ou mais partes temos
um contrato bilateral.

10. Formação dos contratos


a) Negociações preliminares

São os debates, discussões entre as partes para que uma delas oferte a resposta à
outra. A proposta expressa no art. 427 CC é o ato jurídico lato sensu que obriga o proponente a
uma situação jurídica pretendida. Não existe obrigação que leva a constituição de um vinculo
entre o proponente e o destinatário da proposta.
A proposta deixa de ser obrigatória quando:

i) entre presentes (ao vivo, por telefone ou qualquer outro meio semelhante);
ii) quando for imediatamente recusada;
iii) entre ausentes deve-se observar o decorri mento de um prazo suficiente entre a proposta e a
resposta ao conhecimento do proponente equivalente à remessa de uma carta social. Se não
tiver sido aceita dentro do prazo expresso em si a proposta é considerada inexistente.
iiii) se antes ou simultaneamente chegar ao conhecimento do oblato (recebedor da resposta) a
retratação da proposta esta deve ser considerada ineficaz.

PERGUNTA PARA SEMINARIO: Ana da publicidade à venda de um apartamento no Guarujá


por R$ 100.000,00. No decorrer das negociações preliminares com Sandro descobre que o
apartamento vale R$ 350.000,00. Poderá Ana desistir de propor o negocio? Qual é a
conseqüência da retirada da proposta?

11. Oferta ao publico

Ocorre quando se da publicidade a uma proposta, podendo ser revogada pela mesma
forma que foi divulgada.

PERGUNTA PARA SEMINARIO: Fernando, o feliz proprietário de um Poodle branco, o perdeu


passeando no parque. Muito chateado colocou uma faixa ofertando R$ 20.000,00 para quem
achasse o bem semovente. Sandro encontra o animal e entregou o cachorro ao Fernando que
não quis pagar a recompensa. Na figura do advogado de Sandro como proceder? Se não tiver
sido expresso o valor da recompensa qual valor solicitar?

12. Da aceitação

Aceitação ocorre quando o oblato emite o seu de acordo à proposta realizada pelo
proponente. Se houver contraproposta este deixa de ser oblato para ser proponente e, por fim,
presume-se que o contrato será assinado no lugar em que foi proposto.

13. Promessa de fato de terceiro

Aquele que promete fato de terceiro devera cumprir. Exemplo: uma pessoa chega e
informa que outro esta interessado em seu imóvel, porem não existe esta pessoa. Art. 389 CC.
Responde por dano moral, mais juros dado o inadimplemento.

Prova do 421 até formação do contrato. Ate pág. 149 do livro da Maria Helena Diniz.

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