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Geografia

Impactos ambientais no Brasil (lixo, deslizamento, barragens e


poluição hídrica)

Resumo

Os impactos ambientais são qualquer impacto produzido pelo homem sobre o meio no qual ele vive. Esses
impactos são todas as transformações que a humanidade esta causando aos processos da natureza.
Atualmente, a queima de combustíveis fósseis é o impacto ambiental mais significativo causado pela
humanidade. O grande volume de automóveis e indústrias é o principal causador desse grave problema, que,
entre outros fatores, pode agravar o efeito estufa, devido à grande quantidade de gás carbônico, provocando
também chuvas ácidas e as ilhas de calor. Cerca de 72% dos impactos do mundo vem de produção de
eletricidade e combustível. O Brasil, além de contar com o rodoviarismo, se destacando nos níveis de queima
de combustível, também sofre com o desmatamento, atualmente motivado pela expansão das fronteira
agropecuária.
Sobre os impactos ambientais relacionados ao setor agropecuário no Brasil, devemos citar os impactos do
desmatamento, que reduz os índices de umidade para o ambiente, além da maior exposição do solo para
impactos erosivos. No caso do desmatamento da Amazônia, há um sério comprometimento climático em
larga escala. Além disso, a atividade agrícola moderna conta com a tecnologia dos transgênicos. Por alterar
a genética da semente, tornando-a mais resistente, pode-se expandir a plantação. Com isso, a vegetação do
cerrado foi muito suprimida pelas monoculturas de soja, não nativa do local, e também com o uso dos
agrotóxicos que poluem solo, água e comprometem a qualidade de vida do trabalhador rural. Esses
defensivos agrícolas são usados para combater as pragas que surgem nas monoculturas. A biodiversidade
se reduz drasticamente, além de que a intensidade da exploração do solo para exportar os grãos, somada ao
peso dos tratores causa danos ao solo. A disputa por recursos hídricos se agrava nesse contexto.
Além dos impactos relacionados ao setor agropecuário, vemos um crescente de catastrofes ambientais no
Brasil. É comum, sobretudo em períodos mais chuvosos como o verão, vermos em noticiarios que as chuvas
causaram mortes e desastres como os deslizamentos de terra. Isso vai muito além de uma questão natural,
física, mas se dá como consequência de um planejamento urbano precário e desigual. Para abastecer e criar
o padrão de vida urbano, muitas modificações ambientais são realizadas de forma insustentável. A mineração
é uma delas, que extrai do solo uma enorme quantidade de recursos, alterando profundamente a dinâmica
ambiental. Nesse contexto, acidentes com barragens causaram desastres no Brasil nos últimos anos.
Vamos nos aprofundar nos impactos ambientais presentes no Brasil:

Impactos Ambientais Urbanos


• Enchentes Com a impermeabilização do solo
urbano gerada pelo asfalto e pelo cimento, a água
não se infiltra e se acumula. A alteração dos cursos
d’água, como o aterramento para construção civil ou
mudanças do curso de rios, o aterramento de áreas
pantanosas, locais para onde a água escorria, ou
mesmo a ocupação irregular na beira de rios são
fatores que contribuem para que esse fenômeno
ocorra.
Disponível em: https://abcdjornal.com.br/duas-pessoas-morrem-nas-enchentes-de-sao-bernardo-nesta-sexta/

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• Deslizamentos de terra Também chamado de movimento de massa, é fruto do mal planejamento do


espaço urbano em relação a dinâmica hídrica, associada ao déficit de moradia e a ausência da
atuação da defesa civil e do poder público como um todo em diversas áreas. Com o desmatamento,
a água da chuva tende a erodir mais o solo ou material rochoso que ela encontra ao cair na superfície,
podendo ocasionar os movimentos de massa e causar os deslizamentos. Eles são naturais, mas
quando associados a moradias em encostas se tornam desastres.

Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/Figura-10-Deslizamento-de-terra-em-Teresopolis-regiao-serrana-do-RJ-em-


2011-Imagem_fig10_316837789

• Lixos urbanos O aumento da população somado com incentivo a sociedade de consumo aumenta a
produção de lixo. Um tratamento adequado em larga escala é também caro, então o lixo acaba sendo
despejado em lixões ou em cursos d’água, queimado ou depositado em terrenos baldios o que
impacta os solos, águas e mesmo no ar. O lixo produz chorume, um líquido poluente ao solo e as
águas, além de gases e substâncias tóxicas que são depositadas no meio ambiente causando
doenças. O problema dos lixões é também social uma vez que populações mais pobres são obrigadas
a conviver diretamente com esse ambiente.

Disponível em: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/04/30/maior-lixao-da-america-latina-gramacho-sera-


desativado-dia-1-de-junho.htm

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• Despejo de esgotos nos rios e canais O crescimento desordenado e a falta de infraestrutura urbana
das cidades fizeram com que ocorresse uma ausência de planejamento em relação ao saneamento
básico. Esse fato ocasiona um despejo sistemático de esgoto sanitário doméstico e industrial em
rios e canais em grande escala, fazendo com que ocorra um grande impacto em ecossistemas
aquáticos, aumento da contaminação da água, proliferação de doenças e menor disponibilidade de
água doce para consumo humano. Esta associado a eutrofização de corpos hídricos acontece
quando há excesso de matéria orgânica e nutrientes no rio ou lagoa, de modo que algas e plantas
aquáticas começam a se multiplicar pela grande nutrição. Mas a quantidade de bactérias
decompositoras também aumenta, e isso impede a entrada de luz as vezes até mesmo na superfície,
impedindo a fotossíntese e acabando com o oxigênio e a vida naquele local.

Disponível em: Disponível em:


https://blog.brkambiental.com.br/problemas-causados- https://www.iguiecologia.com/eutrofizacao/
pelo-esgoto/

• Chuvas ácidas ocorrem quando existe na atmosfera um número muito grande de enxofre (SO2) e
óxidos de nitrogênio (NO, NO2, N2O5), que, quando em contato com o hidrogênio em forma de vapor,
formam ácidos como o ácido nítrico (HNO3) ou o ácido sulfúrico (H2SO4). O grande problema para o
meio ambiente é a alteração do PH das águas, podendo trazer mortandade de seres aquáticos e a
acidificação do solo, tornando-o improdutivo ou acelerando a erosão.

Disponível em: https://www.todamateria.com.br/chuva-acida/

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• Inversão Térmica: A diminuição das temperaturas em locais onde o solo ganha calor durante o dia e
perde durante a noite é natural. Mas esse processo vem se agravando nos últimos tempos pela ação
antrópica. Nas áreas urbanas o ar frio se concentra nas camadas mais baixas da atmosfera sem
conseguir se dispersar. Isso acumula toneladas de poluentes concentrados.

Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/2012/08/10/o-que-e-o-que-e-9/

• Ilhas de calor: são uma anomalia do clima que ocorre quando a temperatura em determinadas regiões
dos centros urbanos fica muito maior do que a temperatura nas regiões periféricas, devido à junção
de diversos fatores, como a poluição atmosférica, alta densidade demográfica, pavimentação e
diminuição da área verde, construção de prédios barrando a passagem do vento e grande quantidade
de veículos, entre outros. Desta forma, a temperatura média nos centros urbanos adensados fica
alguns graus maiores do que em áreas espaçadas onde existem árvores e melhor circulação de vento.

Disponível em: https://sustentarqui.com.br/o-que-sao-ilhas-de-calor/

As barragens
A mineração é uma atividade de alto impacto e se concentra sobretudo no Pará, na Serra de Carajás, no Vale
dos Trombetas e também na Serra dos Parecis, em Rondônia. Dentre os problemas ambientais que devemos
citar, a contaminação das águas, as grandes implosões e rejeitos fazem com que essa atividade seja
considerada de alto impacto. Apesar disso, a exportação de ferro vem se destacando ano após ano nos
índices econômicos do Brasil. Além disso, é importante pensar que esses grandes empreendimentos alteram
significativamente a estrutura socioeconomica da região. Se por um lado é bom para a economia externa, as
dinâmicas locais ficam muito impactadas, e não contam com projetos de compensação ou inclusão da
população a essa nova dinâmica. Quando uma região se torna receptora desses grandes empreendimentos,
no geral estamos falando de estruturas de cidades pequenas ou vilarejos, e passam a crescer os índices de
contaminação, remoções e violência.

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Disponível em: http://conexaoplaneta.com.br/blog/mineracao-nao-e-um-mal-necessario/

Mariana
O rompimento da barragem de Mariana (MG) ocorreu em 2015 no sub município de Bento Rodrigues. A
empresa responsável foi a Samarco que é um braço da Vale com a BHP, capital misto entre Austrália e
Inglaterra, e ocorreu na bacia hidrográfica do Rio Doce, que possui 83400km² de extensão, se extendendo até
o Espirito Santo. A barragem que rompeu foi a do Fundão, que atingiu a barragem de Santarém, a jusante, e
destruiu cidades como Bento Ribeiro, Mariana, Governador Valadares, Resplendor, atigindo também a região
do Baixo Guandu e desaguando no Oceano Atlântico, já no Espírito Santo.

Brumadinho
O rompimento da barragem de Brumadinho, ou barragem da Mina do Feijão, aconteceu no dia 25 de janeiro
de 2019, no município de Brumadinho, a 65km de Belo Horizonte (MG). A barragem também era de
responsabilidade da Vale. Após o rompimento, a vale anunciou que a companhia iria desativar estruturas
similares em suas plantas. Importante citar que no contexto do ocorrido, os orgãos ambientais vinham
sofrendo uma negligencia economica grave, o que gerava incertezas. Ao romper, formaram-se ondas gigantes
de rejeitos e a velocidade da lama alcançou cerca de 80km/h. A barragem ficava proxima ao refeitório e área
administrativa, o que causou morte dos funcionários da Vale. O rio Paraopeba, um dos afluentes do rio São
Francisco, apresenta até hoje altas concentraçãos de ferro, manganês, cromo e cobre.

Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2019/01/31/raio-x-dos-crimes-um-comparativo-entre-os-impactos-de-brumadinho-


e-mariana

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Os tipos de Barragem
A barragem de contenção de rejeitos de minérios é feita da seguinte maneira. A lama, que ficou sendo a
marca do desastre na verdade é uma mistura de água com os rejeitos da mineração. Nas práticas de
mineração normalmente a extração é de minerais compostos, por exemplo o Itabirito é composto de ferro e
quartzo. Os minerais extraidos que não são interessantes pra mineração são chamados de rejeitos. A
barragem de contenção é feita com solo argiloso, rejeitos da mineração e rochas. Esse muro composto é
impermeabilizado com cascalho para evitar a infiltração da lama na barragem. Além disso, eles fazem um
tubo dentro dessa barragem pra que a água infiltrada seja captada e canalizada para reuso dentro das
atividades da propria indústria.

Disponível em: https://globoplay.globo.com/v/4596137/

As duas barragens que romperam era do tipo de Alteamento a montante, mais barata, porém ultrapassada,
chegou a ser probida no Chile. Outro tipo é a de alteamento a jusante. O que diverge nos dois tipos é a direção
dos degraus que vão sendo construídos para barrar os rejeitos. No alteamento a montante, os degraus são
construídos em direção aos rejeitos, aumentando a pressão, enquanto no alteamento a jusante, os degraus
são construídos no sentido oposto, como mostra a imagem.

Disponível em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/01/28/entenda-como-funciona-a-barragem-da-vale-que-se-rompeu-


em-brumadinho.ghtml

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Das causas para o acidente, ou crime ambiental, é importante citar:


• Falhas geológicas: apesar de não confirmadas, existem falhas geológicas próximo ao local onde
ocorreu o rompimento da barragem. Tremores de médio impacto poderiam ter ocasionado o
rompimento.
• Explosões da própria empresa: na atividade de mineração, é comum que haja explosões no terreno
para abrir os buracos onde as atividades de mineração ocorre. Esse impacto pode ter desencadeado
no rompimento da barragem.
• Pressão da água: Como dito, a lama contida pela barragem é composta de rejeitos e água. Uma outra
técnica conhecida como empilhamento a seco nesse sentido evitaria esse problema uma vez que os
rejeitos passariam por um processo de retirada da água, tornando-os mais sólidos e podendo ser
depositados em outros locais.
• Alto volume de rejeitos: mesmo as barragens mais seguras se constituem enquanto um problema
ambiental, uma vez que a extração é crescente. Achar soluções para reaproveitar esses rejeitos deve
ser prioridade.
• Negligência no monitoramento dos índices de rompimento: Como dito, se trata de grandes empress
que também são doadoras, subsidiarias de campanhas eleitorais de importantes políticos na região.
A facilidade para se obter uma licença ambiental se flexibiliza com essa prática. Além disso, os
relatórios de monitoramento foram negligenciados, não refletindo a realidade da barragem, dada a
flexibilidade na fiscalização. Minas Gerais é um estado muito grande, com diversos empreendimentos
desse tipo, já sendo difícil de fiscalizar. Cabe a empresa e aos orgãos públicos um maior rigor para
esse monitoramento, independente de junções políticas, e justamente por isso ficou conhecido como
crime ambiental.
• Eixo da mineração no Brasil: pode-se dizer que houve uma readequação no eixo de empreendimentos
de mineração do Brasil, que foi de Minas Gerais para o Norte do Brasil, em especial no Pará. Esse
redirecionamento de investimentos levou estruturas mais modernas e seguras para o Norte, e não
atualizou as já criadas em Minas Gerais, mantendo o funcionamento. Sabia-se que era arriscado,
porém não houve atualização dos empreendimentos.

É importante ressaltar que o reaproveitamento de


rejeitos de mineração poderia acabar com as
barragens, e existem muitos projetos que
propõem isso, apesar do desinteresse das
empresas.

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Os conflitos hídricos
Nos últimos 20 anos, a oferta de água limpa disponível por
• Abastecimento humano
habitante diminuiu cerca de 40% no mundo. A questão primordial
é a qualidade de água que está em jogo no ciclo. O uso da água • Consumo industrial
na agricultura por exemplo, deverá aumentar nos próximos anos, • Irrigação
e é possível que em 20 anos ocorra uma crise relacionada a • Recreação e turismo
disponibilidade de água. Atualmente, estima-se que 50% da • Dessedentação de animais
população brasileira não tenha acesso a água tratada. O Brasil • Geração de energia elétrica
possui 12% da água doce disponível no mundo, sendo 9,6% na • Transporte
região amazônica e 2,4% no restante do país. • Diluição de despejos
• Preservação da fauna e flora
Os usos múltiplos dos recursos hídricos impõem conflitos.
• Pesca
Podemos perceber olhando para a lista acima que cada um
• Saneamento básico
desses usos tem um nível diferenciado de exigência em relação a
qualidade e a quantidade de água. Por exemplo, a água utilizada
para transportes não precisa estar limpa, mas precisa estar em quantidade suficiente para que a navegação
ocorra sem atolamento. Já o abastecimento residencial precisa atender a parâmetros de qualidade. Uma boa
gestão dos recursos hídricos busca equilibrar essa distribuição.
O crescimento do agronégocio e o redirecionamento dos rios brasileiros tem criado regiões que chamamos
de hidroconflitivas, quando o acesso a água se torna mais restrito ainda em função de grandes
empreendimentos. Nesse sentido, fala-se do agrohidronegócio, pois com a instalação da agroindústria, os
recursos hídricos tendem a ser redirecionados, alterando o regime de vazão dos rios, o acesso e limitando
suas possibilidades de uso.

Silvicultura
Trata-se de uma floresta antrópica com a finalidade comercial. No caso do Brasil o que predomina é o uso de
verdadeiras monoculturas das árvores de eucalipto. Usa-se eucalipto pois ela cresce rápido, mantendo bom
ritmo para a extração de madeira para a indústria. Pode-se dizer que essa prática reduz a pressão sobre a
extração das árvores da Amazônia por exemplo. Porém, essa planta usa muita água, o que acaba
desabastecendo lençóis freáticos e reduzindo o volume de água dos rios nas proximidades. Muitos
pequenos agricultores, cidades e vilarejos são afetados por conta dessa prática, que compromete a vazão
dos rios. Além disso, não é uma árvore nativa, substituindo a vegetação típica do local, e não permite
biodiversidade, uma vez que poucos animais como cupins e besouros se alimentam dessa árvore. Por isso
ficou conhecido como deserto verde.

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Impactos relativos ao solo

Arenização
Pode ser entendida como a formação de bancos de areia ou areiais em determinada área, e pode ocorrer de
forma natural ou antrópica. Quando ocorre de forma natural, no geral temos a presença do arenito, que é uma
rocha que ao sofrer intemperismo físico ou erosão pode gerar a arenização. Além disso, a retirada de
cobertura vegetal dos solos arenosos, em função de atividades como a criação bovina, somada a climas
úmidos pode intensificar o fenômeno, já que os agentes erosivos são capazes de depositar sedimentos
arenosos em partes mais baixas do terreno, comprometendo a fertilidade do solo e podendo impedir novas
formações vegetais na área. Um exemplo brasileiro de arenização ocorrendo de forma natural é o Jalapão, ou
locais de campo aberto ou campo cerrado, que não oferecem grande proteção ao solo. Seguindo essa linha,
os pampas por exemplo, um bioma que já é suscetível a esse fenômeno, pode sofrer ainda mais com a
atividade pecuária que intensifica o processo.

Disponível em:
Disponível em:
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/o-
https://www.flickr.com/photos/jfpsantos/4321755121
processo-desertificacao-no-rio-grande-sul.htm

Salinização
A salinização do solo é o processo no qual se acumulam em excesso sais minerais, advindas sobretudo da
água da chuva, do oceano, ou da irrigação. O índice de evaporação da água pode se dar de forma acelerada
sobretudo em regiões de clima árido e semiárido, de modo que os sais presentes na água permanecem no
solo, elevando o teor salínico dele. Este fenômeno pode agravar o processo de infertilidade do solos e a
desertificação. A agricultura deve contar com tecnologia para controlar o índice de salinidade do solo, afim
de controlar esse problema.

Disponível em: https://escolaeducacao.com.br/salinizacao-do-solo/

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Desertificação
Se forma em áreas de clima árido, semi árido ou sub-
úmido, nos quais, de maneira geral, predomina a erosão
eólica ou intemperismo físico. É o processo no qual há a
transformação de regiões em desertos, ou a esterilização
de ambientes áridos e semiáridos. Também pode ocorrer
de forma natural ou pelas atividades humanas. Sobre as
causas naturais, existem algumas regiões desérticas no
mundo, no geral influenciadas pela latitude e temperatura
dos oceanos, entre outros. Apesar de comumente
imaginarmos o deserto como algo estático, ele pode estar
em expansão, como o deserto do Saara. Sobre a
degradação pelo uso inadequado do solo, o desmatamento
ou as queimadas podem deixar o solo mais suscetível ao
intemperismo e erosão, sendo as atividades agropecuárias
um fator que intensificam esse processo e dificultam uma
possível resiliência do ambiente. Podemos observar como
exemplo o semiárido brasileiro, o nordeste e norte de Minas
Gerais que perde solos pela elevação do antropismo Disponível em:
associado com o clima. https://www.istoedinheiro.com.br/noticias/sustentabilidade/2
0110119/avanco-desertificacao/3773.shtml

Laterização
É o processo no qual o solo acumula uma grande quantidade de óxidos de ferro ou alumínio, em suas
camadas superficiais ou próximas da superfície, tornando sua coloração avermelhada como ferrugem.
Acontece pela ação da chuva, predominante nos climas tropicais e equatoriais, onde o intemperismo químico
transforma as camadas do solo. A infiltração da água no solo, como na lixiviação, resulta no acúmulo dos
óxidos mais difíceis de serem lixiviados, causando o fenômeno citado. Isso deixa o solo mais ácido e pode
formar uma crosta lateritica (ou canga) enrigecida na superficie ou pouco abaixo da superficie do solo,
reduzindo a infiltração, dificultando o crescimento de plantas e podendo causar desertificação. Aos solos
laterizados, damos o nome de latossolo. No centro oeste brasileiro por exemplo, é comum que se adicione
calcário nos latossolos, a chamada calagem, para reduzir a acidez e permitir o plantio.

Disponível em: https://escolaeducacao.com.br/laterizacao/

Lixiviação
É a extração de substâncias de uma rocha ou solo por dissolução num líquido. É um processo erosivo de
lavagem do solo. É típica de climas úmidos, chuvosos e a ausência de vegetação pode agravar. Acontece
quando a água da chuva percorla, se desloca no interior do solo, arrastando seus nutrientes e sais minerais
para camadas inferiores, frequentemente diluindo-os.

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É uma espécie de lavagem dos nutrientes do solo, que ocorre quando existe o transporte dos nutrientes do
solo pela água que se infiltra no mesmo. Pode ser provocada pelo desmatamento, chuvas intensas ou uma
conjungação desde dois fatores. Este processo deixa as camdas superficiais do solo com baixa quantidade
de nutrientes.

Sulvos, Ravina e Voçorocas


Em eventos de muita chuva, em solos descampados de vegetação, a água pode infiltrar tanto no solo que
chega no limite, todos seus poros ficam preenchidos, o que chamamos de solo saturado. Com isso, o
escoamento superficial, ou seja, a água escorrendo sobre a superfície aumenta, erodindo as partes de cima
do solo de forma desigual, formando os sulcos, e desagregando as partes mais profundas do solo que estão
cheias de água. Essa retirada da cobertura do solo pela erosão da chuva podemos chamar também de erosão
laminar. Enormes crateras se abrem no solo portanto, e é muito difícil de recuperá-lo.Quando as cratéras
começam a abrir, chamamos de ravinas. Em seu estágio mais avançado, chamamos de voçoroca.

Disponível em: http://conservandoosolo.blogspot.com/2012_05_21_archive.html

Disponível em: https://meioambiente.culturamix.com/natureza/vocoroca-e-ravinas-caracteristicas-gerais

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Exercícios

1. (UFTM 2013) Observe a charge:

Figura 1. Disponível em: http://sosriosdobrasil.blogspot.com.br.


Considerando o processo de urbanização e a vulnerabilidade da população brasileira aos desastres
“naturais” nas grandes cidades (enchentes, deslizamento de encostas), é correto afirmar que:
a) O constante aumento do valor da terra nas áreas centrais e a presença de grandes contingentes de
pobres nas cidades levaram a um processo contínuo de expansão urbana, dada através da
ocupação de áreas, a princípio, pouco valorizadas pelo mercado imobiliário, mas suscetíveis a
desastres “naturais”.
b) As políticas de habitação e urbanização implementadas pelas grandes cidades do país permitiram
que a população de baixa renda pudesse residir em áreas localizadas na periferia das grandes
cidades, mas livres da possibilidade de deslizamentos de terras e enchentes.
c) O predomínio de uma visão de planejamento do espaço apoiada, sobretudo, na adequação do sítio
urbano às possibilidades de ocupação oferecidas pelo meio natural levou à produção de um espaço
urbano em que a vulnerabilidade a desastres naturais foi bastante reduzida.
d) As áreas suscetíveis à ocorrência de desastres “naturais” independem das condições oferecidas
pelo meio natural e têm relações apenas com o processo de segregação socioespacial que ocorre
nas grandes cidades.
e) Em razão do facilitado acesso às técnicas de engenharia civil e da equidade na distribuição da
renda junto à população brasileira tornou-se possível promover a ocupação, com segurança, de
áreas que sempre foram consideradas vulneráveis a desastres ambientais.

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2. (UEL 2020) No dia 25 de janeiro de 2019, ocorreu o rompimento da barragem da mina do Córrego do
Feijão, localizado geograficamente na região metropolitana de Belo Horizonte, resultando no maior
desastre com rejeitos de mineração e vítimas fatais, até então, registrado no Brasil. Sobre os impactos
socioambientais desse desastre, assinale a alternativa correta.
a) A lama que cobriu a bacia hidrográfica do rio Paraopeba, rica em matéria orgânica, ajuda no
crescimento de espécies vegetais aquáticas, o que contribui para a recuperação do ecossistema
da área atingida.
b) O rompimento da barragem poderia ter sido evitado se o sistema de alerta utilizado pela empresa
responsável tivesse funcionado, avisando a população da área a montante.
c) Os rejeitos de mineração provocaram a mutação em diversas espécies da fauna que habitam a
bacia do rio Paraopeba, tornando-as resistentes a esse tipo de material.
d) O rio Paraopeba pode ser recuperado utilizando-se medidas como o desassoreamento do leito e a
biorremediação, mesmo sabendo que a recomposição da fauna e da flora será lenta.
e) O ciclo de vetores, responsável pela disseminação de doenças foi pouco alterado, o que, para a
população, é benéfico, pois impossibilita o surto de doenças como a dengue e a febre amarela.

3. (ENEM 2010) Os lixões são o pior tipo de disposição final dos resíduos sólidos de uma cidade,
representando um grave problema ambiental e de saúde pública. Nesses locais, o lixo é jogado
diretamente no solo e a céu aberto, sem nenhuma norma de controle, o que causa, entre outros
problemas, a contaminação do solo e das águas pelo chorume (líquido escuro com alta carga poluidora,
proveniente da decomposição da matéria orgânica presente no lixo).
RICARDO, B.; CANPANILLI, M. Almanaque Brasil. Socioambiental 2008. São Paulo, Instituto Socioambiental, 2007.
Considere um município que deposita os resíduos sólidos produzidos por sua população em um lixão.
Esse procedimento é considerado um problema de saúde pública porque os lixões
a) causam problemas respiratórios, devido ao mau cheiro que provém da decomposição.
b) são locais propícios à proliferação de vetores de doenças, além de contaminarem o solo e as águas.
c) provocam o fenômeno da chuva ácida, devido aos gases oriundos da decomposição da matéria
orgânica.
d) são instalados próximos ao centro das cidades, afetando toda a população que circula diariamente
na área.
e) são responsáveis pelo desaparecimento das nascentes na região onde são instalados, o que leva
à escassez de água.

4. (UEL 2018) Explique o que é Inversão Térmica e sua relação com a concentração de poluentes no
ambiente.

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5. (PUC PR 2015) A Agência Nacional das Águas (ANA) afirma que “as causas da crise hídrica não podem
ser reduzidas apenas as menores taxas pluviométricas verificadas nos últimos anos, pois outros
fatores relacionados à gestão da demanda e à garantia da oferta são importantes para agravar ou
atenuar sua ocorrência.” (ANA – Encarte especial sobre a crise hídrica, 2014).

Uma reflexão sobre o uso da água nas principais bacias hidrográficas e a crise hídrica que afeta
algumas regiões brasileiras alerta que o uso racional da água exige
a) redução no desperdício de alimentos e técnicas de irrigação mais eficientes, pois, no Brasil, o setor
agropecuário utiliza mais de 50% da água disponível para consumo.
b) métodos mais eficientes para a utilização da água no cultivo agrícola e criação de animais,
atividades que, segundo a ANA, mais consomem água em cada uma das grandes regiões
hidrográficas.
c) reeducação no consumo urbano da água, afinal, o desperdício das grandes cidades é o principal
responsável pela falta desse importante recurso natural.
d) uma valorização do recurso hídrico como bem público inesgotável e a conscientização de que a
diminuição do consumo de carne reduz a demanda por água para dessedentação.
e) políticas públicas que pressionem as propriedades agropecuárias para uma redução no consumo
de água, setor que não atingiu o equilíbrio entre oferta e demanda de água verificado nos demais
setores usuários.

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Gabarito

1. A
A questão aborda a problemática dos deslizamentos ou movimento de massa, que são decorrentes das
condições naturais de vulnerabilidade do solo, tais como a declividade do terreno, somadas às ações
antrópicas, tais como a retirada da cobertura vegetal. A expansão urbana sem planejamento implica na
ocupação de áreas não próprias para habitação. A defesa civil é o orgão responsável por fazer esse
monitoramente e, quando necessário, realizar obras, sirenes de aviso e até mesmo a remoção da
população daquele lugar.

2. D
Gabrito oficial
a) Incorreta. A lama que cobriu a bacia do rio Paraopeba não é rica em matéria orgânica, mas sim em
óxidos metálicos, prejudicando o crescimento de espécies vegetais aquáticas e provocando
desequilíbrio no ecossistema da área atingida.
b) Incorreta. Mesmo que o sistema de alerta funcionasse (não foi o caso), o rompimento da barragem
não poderia ter sido evitado, já que se trata de um processo ligado à geotecnia da barragem e à forma
como foi construída. O que poderia ter sido evitado é o grande número de vítimas, já que estas
poderiam ter fugido para áreas mais elevadas, não atingidas de imediato pela lama.
c) Incorreta. Os rejeitos de minério contendo óxidos metálicos não provocaram a mutação nas espécies,
mas sim o desequilíbrio ambiental do ecossistema da área atingida. A possível mutação em algumas
espécies só poderá ser verificada a partir do monitoramento a longo prazo.
d) Correta. O rio Paraopeba pode ser recuperado com medidas de desassoreamento do leito, que
representa a retirada de rejeitos de minério, restabelecendo a dinâmica fluvial do canal e a
biorremediação. Mesmo implementando tais medidas, o processo de recomposição da fauna e da
flora se dará de forma gradual e lenta.
e) Incorreta. Com grande quantidade de lama e de água, há maior proliferação de vetores, sendo
prejudicial à população, pois doenças como dengue, febre amarela e outras são intensificadas,
podendo gerar até mesmo epidemias no local atingido e em seu entorno.

3. B
Os lixões são um problema ambiental e social uma vez que é a população mais pobre que convive com
ele. O grande volume de lixo que é produzido pelos centros urbanos, motivado pela lógica do
consumismo, libera o chorume que infiltra o solo e contamina os corpos hídricos, podendo ocorrer
acumulação trófica.

4. (Gabarito Oficial) É um fenômeno natural que ocorre na atmosfera do planeta e costuma acontecer no
final da madrugada início da manhã, principalmente nos meses de inverno. Esse fenômeno acontece
quando a temperatura do ar próximo ao solo diminui e o ar frio fica retido em baixas altitudes e as
camadas mais elevadas da atmosfera com ar relativamente mais quente não conseguem descer. O ar
frio fica embaixo e o ar quente acima, daí a expressão inversão, ou seja, as camadas mais frias presentes
em altitudes mais elevadas da atmosfera se invertem e se alocam nas camadas mais baixas, próximas
do solo. Logo após o nascer do sol, à medida que acontece o aquecimento do solo e do ar próximo a ele,
o fenômeno vai gradativamente se desfazendo, com o ar aquecido subindo e o ar resfriado descendo,
voltando a ocorrer a circulação atmosférica. Com a poluição da atmosfera, esse fenômeno se intensifica
e se altera pela dificuldade de dispersão dos poluentes, provocando o aumento da temperatura.

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Geografia

5. A
Dos vários usos possíveis para a água doce, a atividade agropecuária, também responsável por grande
parte da economia brasileira, se destaca em uso e desperdício. As tecnologias de irrigação precárias
contaminam lençois freáticos, além de monopolizarem rios inteiros, agravando o que tem ficado
conhecido como regiões hidroconflitivas no Brasil, ou seja, onde a fronteira agrária leva conflitos por
água.

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