Você está na página 1de 53

Eduardo Batman Júnior

Introdução à
Engenharia

Revisada por Eduardo Ferreira Blatt (janeiro/2013)


APRESENTAÇÃO

É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Introdução à Engenha-
ria, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autô-
nomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as)
uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.

A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.

Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br,
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso,
bem como acesso a redes de informação e documentação.

Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.

A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!

Unisa Digital
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 5
1 O ENGENHEIRO........................................................................................................................................ 7
1.1 Resumo do Capítulo.................................................................................................................................................11
1.2 Atividades Propostas...............................................................................................................................................12

2 SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES.......................................................................................13


2.1 Resumo do Capítulo.................................................................................................................................................18
2.2 Atividades Propostas....................................................................................................................................................18

3 PRODUTIVIDADE.................................................................................................................................. 19
3.1 Resumo do Capítulo.................................................................................................................................................24
3.2 Atividades Propostas....................................................................................................................................................24

4 CONSTRUÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS............................................................................ 25


4.1 Resumo do Capítulo.................................................................................................................................................29
4.2 Atividades Propostas....................................................................................................................................................29

5 CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS..................................................... 31


5.1 Resumo do Capítulo.................................................................................................................................................33
5.2 Atividades Propostas...............................................................................................................................................33

6 COMUNICAÇÃO..................................................................................................................................... 35
6.1 Resumo do Capítulo.................................................................................................................................................37
6.2 Atividades Propostas....................................................................................................................................................37

7 CRIATIVIDADE......................................................................................................................................... 39
7.1 Resumo do Capítulo.................................................................................................................................................40
7.2 Atividades Propostas....................................................................................................................................................40

8 OTIMIZAÇÃO........................................................................................................................................... 41
8.1 Resumo do Capítulo.................................................................................................................................................45
8.2 Atividades Propostas....................................................................................................................................................45

9 CONSCIÊNCIA AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE...................................................... 47


9.1 Resumo do Capítulo.................................................................................................................................................49
9.2 Atividades Propostas....................................................................................................................................................49

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................. 51
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS...................................... 53
REFERÊNCIAS.............................................................................................................................................. 57
ANEXO.............................................................................................................................................................. 59
INTRODUÇÃO

Esta apostila tem o objetivo de introduzir o(a) aluno(a) no mundo da engenharia. Todos nós conhe-
cemos algum engenheiro, mas raramente conhecemos as competências e habilidades que formaram
esse engenheiro. Nesta apostila, estudaremos o engenheiro de produção e o engenheiro ambiental, seu
comportamento, suas atribuições, suas áreas de atuação e o mercado de trabalho.
Também estudaremos o Sistema Internacional de Unidades (SI), sua importância e abrangência;
aprenderemos o conceito de produtividade e a aplicação prática nas empresas; veremos as boas práticas
na construção de tabelas e gráficos, ferramentas tão importantes no dia a dia do engenheiro; faremos
menção ao projeto, início de tudo na engenharia; entraremos no tema comunicação para engenheiros,
cuja necessidade de aprimoramento muitas vezes passa despercebida; abordaremos a criatividade, que
precisa ser muito aguçada e desenvolvida nesses profissionais; e, por fim, mas não menos importante
por isso, consideraremos a consciência ambiental e a sustentabilidade, tão comentadas nos dias de hoje,
mas que, para que tomem lugar efetivo na vida do engenheiro, precisam ser discutidas desde o primeiro
dia de aula.

Bom estudo!

Prof. Eng. Eduardo Batman Jr.

5
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
1 O ENGENHEIRO

Basta olhar ao redor para vermos a importân- Depois de definir o engenheiro, temos que
cia dos engenheiros. Nossas roupas foram fabrica- definir engenharia e, para isso, vamos ao dicioná-
das em máquinas desenvolvidas por engenheiros. rio: “Aplicação de conhecimentos científicos e em-
Nosso relógio, nosso telefone celular, o computa- píricos, e certas habilitações específicas, à criação
dor, enfim, quase tudo que temos ou usamos, in- de estruturas, dispositivos e processos para con-
clusive a energia elétrica e as lâmpadas que estão verter recursos naturais em formas adequadas ao
nos iluminando, foi desenvolvido, projetado e exe- atendimento das necessidades humanas.” (FERREI-
cutado por engenheiros. RA, 2000, p. 267).
Você sabe o que as personalidades a seguir, De acordo com Bazzo e Pereira (2008), as atri-
com sobrenomes famosos, têm em comum? buições legais de um engenheiro, dentro de suas
Yasser Arafat, Alexandre Gustave Eiffel, Osa- competências técnicas legais, são:
ma Bin Laden, Boris Yeltsin, Henry Laurence Gantt, ƒƒ administrar;
Henry Ford, Alfred Hitchcock, Karl Benz, Jimmy Car- ƒƒ analisar;
ter, Joseph Bombardier, Jacques Cousteau, Rudolf ƒƒ assessorar;
Diesel, Ferdinand Porsche, Alexander Graham Bell, ƒƒ avaliar;
Scott Adams, Edwin Armstrong, Rowan Atkinson,
ƒƒ construir;
Ray Dolby, Michael Bloomberg, Thomas Edison,
William Hewlett, David Packard, Guglielmo Mar- ƒƒ consultar;
coni, Arthur Nielsen, Nikola Tesla e George Westin- ƒƒ controlar;
ghouse são engenheiros! ƒƒ desenvolver;
Todos nós também conhecemos algum en- ƒƒ dirigir;
genheiro, no círculo de amigos, na empresa, na vi- ƒƒ emitir parecer;
zinhança ou até remotamente, pela televisão, mas
ƒƒ ensinar;
vamos agora definir o engenheiro. Segundo Holt-
ƒƒ ensaiar;
zapple e Reece (2006, p. 1),
ƒƒ especificar;
engenheiros são indivíduos que combi- ƒƒ estudar;
nam conhecimentos da ciência, da mate- ƒƒ executar;
mática e da economia para solucionar pro-
blemas técnicos com os quais a sociedade ƒƒ experimentar;
se depara. É o conhecimento prático que ƒƒ fiscalizar;
distingue os engenheiros dos cientistas,
que também são mestres da ciência e da ƒƒ gerenciar;
matemática. Essa ênfase na praticidade foi ƒƒ manter;
eloqüentemente relatada pelo engenhei-
ƒƒ operar;
ro A. M. Wellington (1847-1895) que des-
creveu a engenharia como ‘a arte de fazer ƒƒ pesquisar;
bem, com um dólar, aquilo que qualquer ƒƒ planejar;
outro pode fazer com dois’.
ƒƒ produzir;

7
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Eduardo Batman Júnior

ƒƒ projetar; tras definições para engenheiro e engenharia, tão


ƒƒ supervisionar; corretas quanto essas, mas creio que com elas nós
ƒƒ testar; já conseguimos atingir nossos objetivos, que é
deixar claras as atribuições genéricas de um enge-
ƒƒ vender;
nheiro.
ƒƒ vistoriar.
Sobre as competências e habilidades dos
engenheiros, Bazzo e Pereira (2008) apresentam a
Caro(a) aluno(a), se você pesquisar em livros Tabela 1.
ou na internet, certamente encontrará muitas ou-

Tabela 1 – Competências e habilitações dos engenheiros.

Aplicar conhecimentos científicos, matemáticos, Planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e


tecnológicos e instrumentais. serviços técnicos.
Conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e Projetar e conduzir experimentos e interpretar
processos. resultados.

Identificar, formular e resolver problemas. Desenvolver e utilizar novas ferramentas e técnicas.

Assumir uma postura de permanente atualização Avaliar criticamente a operação e a manutenção de


profissional. sistemas.
Comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e Avaliar os impactos sociais e ambientais de suas
gráfica. atividades.

Avaliar a viabilidade econômica de projetos. Atuar em equipes multidisciplinares.

Trabalhar com ética e responsabilidade profissional. Supervisionar a operação e a manutenção de sistemas.

Fonte: Bazzo e Pereira (2008, p. 89).

As novas atribuições dos engenheiros foram formação mais ampliada do engenheiro,


amplamente discutidas por Laudares e Ribeiro envolvendo questões que incluem as di-
mensões humana e social, econômica e
(2000):
política.

As mudanças ocorridas na organização


do trabalho passaram a utilizar, em maior Agora, vamos ajustar um pouco mais as de-
escala, o componente intelectual do tra- finições às nossas habilitações: Engenharia de Pro-
balhador, em detrimento do componen-
te físico-manual. Dessa forma, articula- dução e Engenharia Ambiental.
-se uma nova base técnica com a lógica
sistêmica de organização da produção e Atenção
formas participativas de atuação. O en-
genheiro, nesse contexto, ocupa posição O engenheiro de produção deve dedicar-
estratégica, assumindo responsabilidades -se ao projeto, implementação, operação,
de gerenciamento de pessoas e processos controle, gerenciamento e melhoria dos
que lhe exigem conhecimentos humanos sistemas produtivos, através de ferramen-
e sociais somados àqueles de cunho pura- tal matemático e tecnológico para a to-
mente técnicos. Os cursos universitários, mada de decisões administrativas e estra-
outrora baseados numa lógica instrumen- tégicas que privilegiem sua empresa sem
tal e tecnicista, vêm discutindo a urgência desconsiderar o meio ambiente.
de um novo modelo que possibilite uma

8
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Introdução à Engenharia

O curso de engenharia de produção visa a


formar profissionais generalistas, com base cien- Atenção
tífica e conhecimentos amplos e abrangentes em O engenheiro ambiental deve se dedicar-
todas as áreas da produção, considerando os as- -se ao desenvolvimento, projeto e execu-
pectos humanos e sociais, econômicos, materiais, ção de planos e programas para minimizar
energéticos, tecnológicos e ambientais, para aten- a ação poluidora sobre a água, o ar e o solo
der às demandas de empresas industriais e de ser- causada pelas ações do homem, e promo-
ver a preservação da qualidade ambiental
viços.
e da sustentabilidade, além da proteção
Segundo a Associação Brasileira de Enge- dos recursos naturais não renováveis.
nharia de Produção (ABEPRO, 2010) consideram-
-se atividades típicas do engenheiro de produção
As atividades ainda incluem investigação,
a utilização de métodos organizacionais e técnicas
monitoramento, análise e diagnóstico para avalia-
de natureza matemática e estatística para projeto,
ção da contribuição de fontes de poluição na de-
seleção, modelagem, simulação, estruturação, ava-
gradação ambiental, desenvolvimento de projetos,
liação, qualificação, otimização e manutenção de
programas e tecnologias que permitam a redução
produtos (bens e serviços) gerados pelos sistemas
de impactos ambientais e a recuperação do meio,
de produção, inclusive, produzindo normas e pro-
além da pesquisa, implantação e operação de sis-
cedimentos de controle e auditoria.
temas produtivos ambientalmente sustentáveis.
Quanto ao mercado de trabalho, o Engenhei-
Saiba mais ro Ambiental é habilitado para trabalhar em in-
dústrias dos mais diversos setores, agroindústrias,
“A ABEPRO é a instituição representativa
em empresas de prestação de serviços, empresas
de docentes, discentes e profissionais de
Engenharia de Produção. A associação de comércio, consultorias, concessionárias de ser-
atua há mais de 20 anos assumindo as viços, Organizações Não Governamentais (ONGs),
funções: de esclarecer o papel do Enge- instituições de pesquisa e ensino e Administração
nheiro de Produção na sociedade e em pública municipal, estadual e federal.
seu mercado de atuação, ser interlocu-
O presidente da República, Luiz Inácio Lula
tor junto às instituições governamentais
relacionadas à organização e avaliação da Silva, no dia três de dezembro de 2008, na aber-
de cursos (MEC e INEP) e de fomento tura do Congresso Mundial de Engenheiros (World
(CAPES, CNPq, FINEP e órgãos de apoio Engineers’ Convention – WEC), organizado pela pri-
à pesquisa estaduais), assim como em meira vez nas Américas, em seu discurso destacou
organizações privadas, junto ao CREA, a importância da engenharia para a implementa-
CONFEA, SBPC, ABENGE e outras organi-
ção de infraestrutura e outras melhorias que ofe-
zações não governamentais que tratam
a pesquisa, o ensino e a extensão da en- reçam melhores condições de vida à população e
genharia.” (ABEPRO, 2010). a necessidade de formação de novos profissionais
da categoria nos próximos anos: “Hoje, há mais de-
manda por engenheiros do que conseguimos for-
mar.” (UNESCO, 2009).
Quanto ao mercado de trabalho, o Engenhei-
O secretário de Desenvolvimento do Estado
ro de Produção é habilitado para trabalhar em in-
de São Paulo, Geraldo Alckmin, durante sua prele-
dústrias dos mais diversos setores, agroindústrias,
ção, em 24 de setembro de 2009, no VII Congresso
em empresas de prestação de serviços, como mer-
Nacional dos Engenheiros (Conse) citou que, nos
cado financeiro, empresas de comércio, hospitais,
países que mais crescem no mundo, como China
consultorias, instituições de pesquisa e ensino e
e Índia, a graduação na área tecnológica chega a
órgãos governamentais.
30% do total de estudantes, enquanto, no Brasil,
situa-se em menos de um quarto desse percentual.

9
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Eduardo Batman Júnior

Esses números indicam, como atestou ele, a carên- as assimetrias competitivas sem esses profissionais
cia na formação de engenheiros para que induzam e sem educação.” (FNE, 2009).
e contribuam para o desenvolvimento nacional. Para corroborar com nossas definições, o Mi-
Nesse mesmo congresso, o deputado federal Ciro nistério da Educação (MEC) ainda dispõe em seu
Gomes discursou sobre a conjuntura e os enge- sítio na internet os referenciais nacionais para os
nheiros e disse: “Esta é uma nação por fazer e fal- cursos de engenharia, assim dispostos:
tam engenheiros para tanto. Não há como superar

REFERENCIAL DO CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Carga Horária Mínima: 3600h

PERFIL DO EGRESSO

O Engenheiro de Produção é um profissional de formação generalista, que projeta, implanta,


opera, otimiza e mantém sistemas integrados de produção de bens e serviços, envolvendo homens,
materiais, tecnologias, custos e informação, bem como a sua interação com o meio ambiente; analisa
a viabilidade econômica, incorporando conceitos e técnicas da qualidade em sistemas produtivos;
coordena e/ou integra grupos de trabalho na solução de problemas de engenharia, englobando
aspectos técnicos, econômicos, políticos, sociais, éticos, ambientais e de segurança. Coordena e
supervisiona equipes de trabalho, realiza estudos de viabilidade técnico-econômica, executa e
fiscaliza obras e serviços técnicos; e efetua vistorias, perícias e avaliações, emitindo laudos e pareceres.
Em suas atividades, considera a ética, a segurança, a legislação e os impactos ambientais.

TEMAS ABORDADOS NA FORMAÇÃO

Atendidos os conteúdos do núcleo básico da Engenharia, os conteúdos profissionalizantes do


curso são: Eletricidade Aplicada; Mecânica dos Sólidos; Mecânica dos Fluídos; Ciência dos Materiais;
Engenharia do Produto; Ergonomia e Segurança do Trabalho; Estratégia e Organização; Gerência
de Produção; Gestão Ambiental; Gestão Econômica; Gestão de Tecnologia; Materiais de Construção
Mecânica; Métodos Numéricos; Modelagem, Análise e Simulação de Sistemas; Pesquisa Operacional;
Processos de Fabricação; Qualidade; Sistemas de Informação; Transporte e Logística; Controle
Estatístico do Processo; Ferramentas da Qualidade; Gerência de Projetos; Gestão do Conhecimento;
Gestão Estratégica de Custos; Instalações Industriais; Planejamento do Processo; Planejamento e
Controle da Produção.

ÁREAS DE ATUAÇÃO

O Engenheiro de Produção é habilitado para trabalhar em empresas de manufatura dos mais diversos
setores, como metalúrgica, mecânica, química, construção civil, eletroeletrônica, agroindústria; em
organizações de prestação de serviços, como bancos, empresas de comércio, instituições de pesquisa
e ensino e órgãos governamentais.

REFERENCIAL DO CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Carga Horária Mínima: 3600h

10
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Introdução à Engenharia

PERFIL DO EGRESSO

O Engenheiro Ambiental é um profissional de formação generalista, que atua no Planejamento, na


Gestão Ambiental e na Engenharia e Tecnologia Ambiental. Atua nos aspectos do relacionamento
Homem-Meio Ambiente e seus efeitos na cultura, no desenvolvimento sócio-econômico e na
qualidade de vida. Coordena e supervisiona equipes de trabalho, realiza estudos de viabilidade
técnico-econômica, executa e fiscaliza obras e serviços técnicos; e efetua vistorias, perícias e
avaliações, emitindo laudos e pareceres. Em suas atividades, considera a ética, a segurança, a
legislação e os impactos ambientais.

TEMAS ABORDADOS NA FORMAÇÃO

Atendidos os conteúdos do núcleo básico da Engenharia, os conteúdos profissionalizantes do


curso são: Ecologia e Microbiologia; Climatologia; Geologia; Pedologia; Cartografia e Fotogrametria;
Informática; Geoprocessamento; Mecânica dos Sólidos; Mecânica dos Fluídos; Gestão Ambiental;
Planejamento Ambiental; Hidrologia; Hidráulica Ambiental e Recursos Hídricos; Poluição Ambiental;
Avaliação de Impactos e Riscos Ambientais; Saneamento Ambiental; Saúde Ambiental; Caracterização
e Tratamento de Resíduos Sólidos; Líquidos e Gasoso; Legislação e Direito Ambiental; Ciência dos
Materiais; Ergonomia e Segurança do Trabalho; Métodos Numéricos; Modelagem Ambiental; Análise
e Simulação de Sistemas Ambientais; Sistemas de Informação.

ÁREAS DE ATUAÇÃO

O Engenheiro Ambiental é habilitado para trabalhar em empresas e órgãos públicos e privados;


empresas de consultoria técnica e organizações não governamentais (ONGs). (BRASIL, 2010).

Dicionário

Egresso: nesse contexto, é o aluno que se for-


mou e saiu da faculdade.

1.1 Resumo do Capítulo

Prezado(a) aluno(a), neste capítulo, abordamos a importância dos engenheiros para o dia a dia da
sociedade. Citamos as atribuições legais que esse profissional precisa ter e desenvolver, tais como: admi-
nistrar, assessorar, controlar e vistoriar.
As competências e habilitações do engenheiro de Produção e Ambiental também foram mencio-
nadas, pois hoje esses profissionais ocupam uma posição estratégica na empresa ou instituição que es-
tão inseridos.

11
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Eduardo Batman Júnior

1.2 Atividades Propostas

1. A formação atual de um engenheiro exige novas dimensões de conhecimento. Quais são elas?

2. Cite três competências e habilitações dos engenheiros.

12
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
2 SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES

Prezado(a) aluno(a), neste capítulo, o obje- sim foi criado o Sistema Métrico Decimal,
tivo é apresentar o Sistema Internacional de Uni- constituído inicialmente de três unidades
básicas: o metro, que deu nome ao siste-
dades (SI) e como devemos realizar a conversão de
ma, o litro e o quilograma (posteriormen-
maneira correta. te, esse sistema seria substituído pelo Sis-
Muitos livros e sítios da internet apresentam tema Internacional de Unidades – SI).
esses materiais e alguns sítios, inclusive, já fazem O Sistema Internacional de Unidades – SI
o cálculo da conversão automaticamente, on-line, foi sancionado em 1960 pela Conferên-
cia Geral de Pesos e Medidas e constitui
como, por exemplo, o sítio do Instituto de Pesos
a expressão moderna e atualizada do an-
e Medidas (IPEM) de São Paulo, cujo endereço é tigo Sistema Métrico Decimal, ampliado
http://www.ipem.sp.gov.br/5mt/cv2/index.htm. de modo a abranger os diversos tipos de
Para vender ou comprar algo, para fazer uma grandezas físicas, compreendendo não
somente as medições que ordinariamen-
deliciosa comida, para fabricar um bem ou cons- te interessam ao comércio e à indústria
truir um prédio, temos a necessidade de medidas. (domínio da metrologia legal), mas esten-
Por exemplo, compramos açúcar por quilograma, dendo-se completamente a tudo o que diz
gasolina por litro, numa determinada receita usa- respeito à ciência da medição.
mos 250 mililitros de água, numa construção utili- O Brasil adotou o Sistema Internacional de
Unidades – SI em 1962. A Resolução nº 12
zamos 100 metros de barras de ferro etc.
de 1988 do Conselho Nacional de Metro-
A necessidade de medir é muito grande e an- logia, Normalização e Qualidade Industrial
tiga e acompanha o homem desde a sua origem. – CONMETRO ratificou a adoção do SI no
Por muito tempo, cada região teve seu próprio sis- País e tornou seu uso obrigatório em todo
o território nacional.
tema de medidas, diferente dos outros, o que oca-
sionava muitos transtornos, inclusive na hora do
comércio entre as nações. No SI, temos duas classes de unidades: as uni-
Para resolver esses impasses, era necessário dades de base e as unidades derivadas. A divisão
converter uma medida em outra e também era das unidades nessas duas classes é arbitrária, por-
muito importante converter uma moeda em outra, que não é uma imposição da física.
para que os negócios pudessem ser fechados. Em De acordo com o Instituto Nacional de Me-
muitos países, inclusive no Brasil dos tempos do trologia, Normalização e Qualidade Industrial (IN-
Império, a instituição que cuidava da moeda tam- METRO, 2007), a Conferência Geral de Pesos e Me-
bém cuidava do sistema de medidas. didas, levando em consideração as vantagens de
O IPEM (2010) relata o seguinte em seu sítio adotar um tema prático único para ser utilizado
na internet sobre a origem do SI: mundialmente nas relações internacionais, no en-
sino e no trabalho científico, decidiu basear o SI em
Em 1789, numa tentativa de resolver esse sete unidades, consideradas independentes sob o
problema, o Governo francês pediu à Aca- ponto de vista dimensional: o metro, o quilograma,
demia de Ciência da França que criasse um o segundo, o ampère, o kelvin, o mol e a candela.
sistema de medidas baseado numa ‘cons-
tante natural’, ou seja, não arbitrária. As-

13
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Eduardo Batman Júnior

Atenção Saiba mais

As unidades de base do SI são: o metro, o


quilograma, o segundo, o ampère, o kel-
“O Instituto Nacional de Metrologia, Nor-
vin, o mol e a candela.
malização e Qualidade Industrial – In-
metro – é uma autarquia federal, vincu-
lada ao Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior, que atua
como Secretaria Executiva do Conselho
Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (Conmetro), cole-
giado interministerial, que é o órgão nor-
mativo do Sistema Nacional de Metrolo-
gia, Normalização e Qualidade Industrial
(Sinmetro).” (INMETRO, 2011).

Tabela 2 – Unidades de base.

Grandeza Nome Símbolo

Comprimento metro m
Massa quilograma kg
Tempo segundo s
Corrente elétrica ampère A
Temperatura termodinâmica kelvin K
Quantidade de matéria mol mol
Intensidade luminosa candela cd
Fonte: Inmetro (2007).

A segunda classe de unidades do SI elenca as algébricas, em razão de unidades de base, podem


unidades que podem ser formadas combinando ser substituídas por nomes e símbolos especiais, o
unidades de base, segundo relações algébricas que que permite sua utilização na formação de outras
interligam as grandezas correspondentes. Confor- unidades derivadas.
me o Inmetro (2007), diversas dessas expressões

14
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Introdução à Engenharia

Tabela 3 – Exemplo de unidades do SI derivadas, expressas a partir das unidades de base.


Grandeza Nome Símbolo
Superfície metro quadrado m²
Volume metro cúbico m³
Número de ondas 1 por metro 1/m
Densidade de massa quilograma por metro cúbico kg/m³
Concentração mol por metro cúbico mol/m³
Volume específico metro cúbico por quilograma m³/kg
Velocidade metro por segundo m/s
Aceleração metro por segundo ao quadrado m/s²
Densidade de corrente ampère por metro ao quadrado A/m²
Campo magnético ampère por metro A/m
Fonte: Inmetro (2007).

De acordo com o Inmetro (2007), certas uni- podem ser utilizados para expressar outras unida-
dades derivadas, que são mencionadas na Tabela 3, des derivadas. Os nomes especiais e os símbolos
receberam nome especial e símbolo particular, por particulares permitem expressar, de maneira mais
questões de comodidade. Esses nomes e símbolos simples, unidades frequentemente utilizadas.
Tabela 4 – Unidades SI derivadas possuidoras de nomes especiais e símbolos particulares.
Expressão em outras Expressão em
Grandeza derivada Nome Símbolo
unidades SI unidades SI de base
Ângulo plano radiano rad 1 m/m
Ângulo sólido esferorradiano sr 1 m²/m²
Frequência hertz Hz 1/s –
Força newton N kg·m/s² –
Pressão, esforço pascal Pa kg/(m·s²) N/m²
Energia, trabalho, quantidade
joule J kg·m²/s² N·m
de calor
Potência, fluxo de energia watt W kg·m²/s³ J/s
Quantidade de eletricidade,
coulomb C s.A –
carga elétrica
Diferença de potencial elétrico,
volt V kg·m²/(s³·A) W/A
força eletromotriz
Resistência elétrica ohm Ω kg·m²/(s³·A²) V/A
Capacidade elétrica farad F A²·s²·s²/(kg·m²) A·s/V
Condutância elétrica siemens S A²·s³/(kg·m²) A/V
Indutância henry H kg·m²/(s²·A²) Wb/A
Fluxo magnético weber Wb kg·m²/(s²·A) V·s
Densidade de fluxo magnético tesla T kg/(s²·A) Wb/m²
Temperatura em Celsius grau Celsius °C – K
Fluxo luminoso lúmen lm cd cd·sr
Luminosidade lux lx cd/m² lm/m²
Atividade radioativa becquerel Bq 1/s –
Dose absorvida gray Gy m²/s² J/kg
Dose equivalente sievert Sv m²/s² J/kg
Fonte: Inmetro (2007).

15
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Eduardo Batman Júnior

Tabela 5 – Exemplos de unidades SI derivadas, cujos nomes e símbolos compreendem unidades SI derivadas
tendo nomes especiais e símbolos particulares.
Expressão em outras Expressão em
Grandeza Nome Símbolo
unidades SI unidades SI de base
Velocidade angular radiano por segundo rad/s 1/s Hz
radiano por segundo por
Aceleração angular rad/s² 1/s² Hz²
segundo
Momento de força newton metro N·m kg·m²/s² –
Densidade de carga coulomb por metro cúbico C/m³ A·s/m³ –
Campo elétrico volt por metro V/m kg·m/(s³·A) W/(A·m)
Entropia joule por kelvin J/K kg·m²/(s²·K) N·m/K
joule por quilograma por
Calor específico J/(kg·K) m²/(s²·K) N·m/(K·kg)
kelvin
Condutividade térmica watt por metro por kelvin W/(m·K) kg·m/(s³·K) J/(s·m·K)
Intensidade de radiação watt por esferorradiano W/sr kg·m²/(s³·sr) J/(s·sr)
Fonte: Inmetro (2007).

Os usuários do SI precisam empregar conjuntamente certas unidades que não fazem parte
dele, mas estão amplamente difundidas. Essas unidades têm papel tão importante que é necessário
conservá-las para uso geral com o SI.

Dicionário

Entropia: grandeza que, em termodinâmica,


permite avaliar a degradação da energia de um
sistema; a entropia de um sistema caracteriza o
seu grau de desordem.

Tabela 6 – Unidades fora do SI, em uso com ele.


Unidade Símbolo Valor em unidade SI
minuto min 1 min = 60 s
hora h 1 h = 60 min = 3600 s
dia d 1 d = 24 h = 86 400 s
grau ° 1° = π/180 rad
minuto ‘ 1’ = (1/60)° = π/10 800 rad
segundo “ 1“ = (1/60)’ = π/648 000 rad
litro l ou L 1 l = 0,001 m³
tonelada t 1 t = 1000 kg
neper Np 1 Np = 1
bel B 1B=
Fonte: Inmetro (2007).

16
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Introdução à Engenharia

Tabela 7 – Prefixos SI.


Nome Símbolo Fator
yotta Y 1024
zetta Z 1021
exa E 1018
peta P 1015
tera T 1012
giga G 109
mega M 106
quilo k 103
hecto h 102
deca da 101
deci d 10-1
centi c 10-2
mili m 10-3
micro m 10-6
nano n 10-9
pico p 10-12
femto f 10-15
atto a 10-18
zepto z 10-21
yocto y 10-24
Fonte: Inmetro (2007).

É necessário admitir, também, algumas outras unidades que não pertencem ao SI, cujo uso é útil
em domínios especializados da pesquisa científica.

Tabela 8 – Unidades fora do SI, em uso com ele, cujo valor em Unidades SI é obtido experimentalmente.
Nome Símbolo Valor em unidades SI
Elétron volt eV 1 eV = 1,602 176 487(40) x 10−19 J
Unidade de massa atômica u 1 u = 1,660 538 782(83) x 10−27 kg
Unidade astronômica ua 1 ua = 1,495 978 706 91(30) x 1011 m
Fonte: Inmetro (2007).

17
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Eduardo Batman Júnior

Tabela 9 – Outras unidades fora do SI em uso com ele.


Nome Símbolo Valor em unidade SI
milha marítima – 1 milha marítima = 1852 m
nó – 1 nó = 1 milha marítima por hora = 1852/3600 m/s
are a 1 a = 100 m²
hectare ha 1 ha = 10 000 m²
acre – 40,47 a
barn b 1 b = 10−28 m²
ångström Å 1 Å = 10−10 m
bar bar 1 bar = 100 000 Pa
Fonte: Inmetro (2007).

2.1 Resumo do Capítulo

Prezado(a) aluno(a), neste capítulo, apresentamos o SI, que é dividido em 2 classes (unidades de
base e derivadas), suas conversões e importâncias que precisam fazer parte do conhecimento técnico do
engenheiro.

2.2 Atividades Propostas

1. Quais são as sete unidades que servem de base para o SI?

2. Qual o significado da palavra quilo (k)?

3. Uma fazenda com 78.000 m² tem quantos hectares?

4. Quantos segundos têm duas horas e doze minutos?

5. Quantas toneladas equivalem a 415 kg?

18
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
3 PRODUTIVIDADE

A intenção deste capítulo é fazer com que viço. A produtividade é a relação entre a quantida-
você tenha contato com algumas técnicas para re- de ou valor produzido e a quantidade ou valor dos
solução de problemas, comuns aos engenheiros, e insumos utilizados.
entenda o conceito de produtividade.
Segundo Martins e Laugeni (2005), no fim
do século XIX, nos Estados Unidos, surgiram os Atenção
trabalhos de Frederick W. Taylor, pai da Adminis- Produzir mais utilizando menos recursos é
tração Científica. Neles, aparece a sistematização aumentar a produtividade!
do conceito de produtividade, ou seja, a procura
por melhores métodos de trabalho e processos de
produção, com o objetivo de melhorar a produtivi-
dade com o menor custo possível. Esse objetivo é A Figura 1 é uma representação clássica de
perseguido até hoje pelas empresas, mudando-se um sistema de produção.
apenas as técnicas utilizadas. Todo sistema de produção compõe-se de
Inicialmente, vamos observar alguns concei- três elementos básicos: as entradas (também co-
tos importantes, como a diferença de produção nhecidas com inputs), as saídas (também conheci-
e produtividade. A Produção pode ser entendida das como outputs) e as funções de transformação.
como a quantidade produzida de um bem ou ser-

Figura 1 – Sistema de produção.

EMPRESA
A E A
M Mão-de-obra N S M
B T A B
I Capital R Í Produtos I
Funções de
E A transformação D E
N Energia D A Serviços N
T A S T
E Outros insumos S E

Fonte: Martins e Laugeni (2005, p. 11).

19
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Eduardo Batman Júnior

As entradas ou inputs são os insumos, ou seja, Dessa forma, pode-se falar da produtividade
o conjunto de todos os recursos necessários, tais do capital, das matérias-primas, da mão de obra e
como: mão de obra, capital, energia elétrica, ma- outros. Em outras palavras, produtividade é pro-
téria-prima, informações e outros. Eles são trans- duzir mais e melhor, em menos tempo e gastando
formados em saídas ou outputs, pelas funções de menos, com foco no lucro e na competitividade.
transformação, como decisões e processos, entre As empresas calculam a sua produtividade
outros fatores. As saídas ou outputs são os produ- de tempos em tempos para avaliar seu desempe-
tos manufaturados, serviços prestados ou informa- nho. Também comparam sua produtividade com a
ções fornecidas. dos concorrentes, para verificar seu nível de com-
As funções de transformação ou função pro- petitividade.
dução são entendidas como um conjunto de ati-
vidades que levam à transformação de um bem
tangível em outro com maior utilidade e, conse- Saiba mais
quentemente, com mais valor. Qualquer organiza-
ção possui uma função produção, porque produz “As estatísticas de renda per capita são
algum tipo de bem ou serviço. usadas para se ter uma ideia grosseira
Portanto, os sistemas de produção são aque- do nível de vida dos habitantes de vários
les que têm por objetivo a fabricação de bens ma- países e da produtividade industrial des-
ses mesmos países.” (SANTIAGO, 2010).
nufaturados, a prestação de serviços ou o forneci-
mento de informações.
Em 1950, a Comunidade Econômica Europeia
(CEE) apresentou uma definição formal de produti-
Vamos examinar alguns exemplos de cálculo
vidade como sendo “o quociente obtido pela divi-
de produtividade.
são do produzido por um dos fatores de produção”.

Exemplo 1

Determinar a produtividade parcial da mão de obra de uma empresa que produziu 180.000 tone-
ladas de cimento em um determinado ano, utilizando 150 funcionários, que trabalharam em média 160
horas/mês.

20
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Introdução à Engenharia

Solução:

A fórmula da produtividade é:

P = OUTPUT/INPUT

Para calcular o INPUT:

INPUT: 150 Homens x 160 horas/mês x 12 meses/ano = 288.000 Homens.hora/ano

Ou

150 H x 160 h x 12 m = 288.000 H.h

m ano ano

Em que cortamos mês (m) com mês (m) e sobra H.h/ano como unidade.

OUTPUT: 180.000 toneladas/ano

P = OUTPUT= 180.000 t/ano = 0,63 t/H.h

INPUT 288.000 H.h/ano

Em que cortamos ano com ano e sobra t/H.h como unidade.

Resposta: A produtividade é 0,63 t/h.H, que significa que cada homem trabalhando durante uma hora
produz para a empresa 0,63 tonelada de cimento, em média.

Exemplo 2

Outra empresa, fabricante de lâmpadas, em um período de 6 semanas produziu 480.000 unidades,


que foram vendidas a $ 3,50/unidade. Determine a produtividade total nesse período, sabendo que a
empresa gastou $500.000,00 com todos os insumos utilizados.

21
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Eduardo Batman Júnior

Solução:

INPUT: $500.000,00

OUTPUT: 480.000 unidade x $ 3,50/unidade = $1.680.000,00 unidade = $1.680.000,00

unidade

P = OUTPUT = $1.680.000,00 = 3,36

INPUT $500.000,00

Nesse caso, cortamos cifrão com cifrão e temos unidade, ou seja, um número puro, que podemos
transformar em porcentagem, dessa forma:

3,36 x 100 = 336%


Resposta: Podemos dizer que produtividade total é 3,36 (ou 336%) e entender que o valor faturado
pela empresa é 3,36 vezes maior que o valor investido em todos os insumos.

Exemplo 3

Uma empresa fabricante de alimentos produziu, em 2006, 840.000 toneladas com o emprego de
7.530 colaboradores. Em 2007, sua produção foi de 799.000 toneladas, com o emprego de 6.790 colabo-
radores. Determine as produtividades em 2006 e 2007 e sua variação.

Solução:

Em 2006:

INPUT: 7.530 homens

OUTPUT: 840.000 toneladas

P = OUTPUT = 840.000 t = 111,55 t/H

INPUT 7.530 H

22
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Introdução à Engenharia

Em 2007:

INPUT: 6.790 homens

OUTPUT: 799.000 toneladas

P = OUTPUT = 799.000 t = 117,67 t/H

INPUT 6.790 H

P (2006) = 111,55 t/H

P (2007) = 117,67 t/H

Para calcularmos a variação da produtividade, utilizaremos a seguinte fórmula:

Variação = rP = P depois

P antes

Onde:

∆P = 117,67 = 1,05 ou x 100 = 105%

111,55

Resposta: A produtividade aumentou 5%.

23
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Eduardo Batman Júnior

3.1 Resumo do Capítulo

Prezado(a) aluno(a), neste capítulo apresentamos algumas técnicas para a resolução de problemas
envolvendo o conceito de produtividade.

3.2 Atividades Propostas

1. Um fabricante de molas, em 2007, produziu 6.750.000 molas utilizando 14.000.000 metros


de arame. No ano seguinte, após melhorias no processo produtivo, fabricou 7.980.000 molas
utilizando 14.200.000 metros de arame. Quanto foi a porcentagem de aumento da produtivi-
dade dessa empresa?

2. (Fundação Carlos Chagas – 2008 – METRÔ-SP – Analista Trainee) Nos anos de 2006 e de 2007,
respectivamente, a empresa AlfaMetro obteve os seguintes resultados de produção:

Analisando os dados da AlfaMetro, a produtividade de:


a. 2006 é 50% menor que a de 2007.

b. 2006 é 50% maior que a de 2007.

c. 2006 é menor que a de 2007.

d. 2006 é maior que a de 2007.

e. 2006 é igual à de 2007.

3. Um fazendeiro colheu 50.000 dúzias de laranja, em uma área de 12.000 m², utilizando 28 fun-
cionários, que trabalharam em média 8 horas por dia, durante 18 dias. Seu vizinho, também
produtor de laranjas, colheu 70.000 dúzias, em uma área de 18.000 m², utilizando 34 funcioná-
rios, que trabalharam em média 9 horas por dia, durante 24 dias. Pergunta-se:

a. Qual dos dois teve a maior produtividade por área plantada?

b. Qual dos dois teve a maior produtividade da mão de obra?

24
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
4 CONSTRUÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS

Todo engenheiro deve saber construir e in- ƒƒ As células de uma tabela não devem fi-
terpretar tabelas e gráficos, pois são ferramentas car em branco, por convenção temos:
valiosas e muitos dados são apresentados des-
sa forma. Neste capítulo nosso objetivo é sugerir ... Dado desconhecido
boas práticas na construção destes. – Dado omitido
X Dado inexistente
Tabelas:

ƒƒ As tabelas devem explicar um determi-


Dicionário
nado evento, ou seja, devem ter signifi-
cado próprio; Convenção: acordo, pacto, contrato; conven-
ção verbal. Na linguagem vulgar, aquilo que
ƒƒ Todas as tabelas devem ter um título e está geralmente admitido ou tacitamente con-
este deve ser autoexplicativo. Nele, po- tratado; convenções sociais.
dem constar as unidades de medida que
serão utilizadas no corpo da tabela;
ƒƒ O cabeçalho sempre deve ser delimitado
por traços horizontais;
ƒƒ Utilize somente as casas decimais ne-
ƒƒ Toda tabela deve ter uma fonte, ou seja,
cessárias, pois o excesso pode desviar a
quem foi o responsável pelo levanta-
atenção das comparações que realmen-
mento dos dados;
te são importantes;
ƒƒ Sempre que possível, ordene os dados
ƒƒ Se uma tabela precisar ser dividida em
de colunas e/ou linhas de sua tabela de
mais páginas, o cabeçalho deve ser re-
maneira crescente ou decrescente;
petido em todas as páginas, com o título
ƒƒ As tabelas devem ter totais de linhas e/ apresentado apenas na primeira página.
ou colunas para que as comparações se-
jam facilitadas;
ƒƒ Se uma tabela tiver muitas linhas em seu
corpo, estas devem estar em cores dife-
rentes, alternadas ou com espaçamen-
tos diferentes e alternados, para facilitar
a visualização;

25
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Eduardo Batman Júnior

Exemplo de tabela:

Gráficos: que se pretende transmitir. Para compa-


rar as informações de dois os mais gráfi-
cos, devemos utilizar a mesma escala;
ƒƒ Assim como as tabelas, os gráficos de- ƒƒ Sempre que necessário, inclua uma le-
vem explicar um determinado evento, genda para facilitar o entendimento do
ou seja, devem ter significado próprio; gráfico;
ƒƒ Todos os gráficos devem ter um título, ƒƒ Todo gráfico deve ter uma fonte, ou seja,
acima ou abaixo do gráfico, e este deve quem foi o responsável pelo levanta-
ser autoexplicativo. Também devem ter mento dos dados, exibido no seu roda-
escala, para serem interpretados sem pé.
necessidade de explicações adicionais;
ƒƒ Para cada tipo de evento, existe um tipo
gráfico mais apropriado. Preste muita
atenção na escolha do gráfico; Atenção
ƒƒ Quando o gráfico tem como base um Nunca exagere nas ilustrações que acom-
eixo cartesiano, no eixo das abscissas (x), panham o gráfico para não o “poluir” visu-
a escala cresce da esquerda para direita e almente, dificultando o entendimento do
deve ser escrita embaixo do eixo; no eixo que realmente importa.
das ordenadas, a escala cresce de baixo
para cima e deve ser escrita à esquerda
do eixo. Em ambos, devem estar inclusas Vamos ver agora os principais tipos de grá-
as unidades de medida e podem ser utili- ficos:
zadas setas para indicar essa orientação.
A escala deve ser iniciada em zero, mas, 1. Gráfico de linhas: deve ser utilizado para
quando esta estiver deslocada, devemos mostrar evolução ou tendências nos da-
fazer uma indicação de “quebra” nos ei- dos no mesmo intervalo de tempo;
xos para mostrar esse deslocamento;
ƒƒ As escalas dos eixos são muito impor-
tantes para não distorcer as informações

26
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Introdução à Engenharia

Exemplo de gráfico de linhas:

Fonte: Fictícia.

2. Gráfico de colunas ou barras: deve ser tizar as variações ao longo do tempo.


utilizado para demonstrar as alterações Os gráficos de barras são semelhantes,
de dados em um período de tempo ou mas, ao invés de colunas (verticais), te-
representar comparações entre dados. mos barras (horizontais); estes melhor
No gráfico de colunas, as categorias são representam comparações entre dados
organizadas na horizontal e os valores individuais;
são distribuídos na vertical, para enfa-

Exemplo de gráfico de colunas:

Fonte: Fictícia.

27
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Eduardo Batman Júnior

Exemplo de gráfico de barras:

Fonte: CETESB.

3. Gráfico circular: também chamado gráfi- tuem uma série de dados e é muito útil
co de pizza, por sua forma característica, quando você deseja dar ênfase a um
esse gráfico serve para mostrar o tama- dado em relação aos outros.
nho proporcional de itens que consti-

Exemplo de gráfico circular:

Fonte: Fictícia.

28
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Introdução à Engenharia

4.1 Resumo do Capítulo

Prezado(a) aluno(a), neste capítulo, mostramos alguns exemplos de tabelas e gráficos que o enge-
nheiro deve saber construir e interpretar, dando o significado correto do que está sendo representado.

4.2 Atividades Propostas

1. Quando devemos utilizar um gráfico de linhas?

2. Quando devemos utilizar um gráfico de colunas ou barras?

3. Quando devemos utilizar um gráfico circular?

4. Quais os elementos faltantes na tabela a seguir?

MÊS ESTOQUE VENDA DEVOLUÇÃO TOTAL


JANEIRO 84.560 8.420 30 76.170
FEVEREIRO 76.170 6.850 22 69.342
MARÇO 69.342 7.590 18 61.770
ABRIL 61.770 9.560 44 52.254

29
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO
5 DE PROJETOS

Caro(a) aluno(a), transformar uma ideia em ƒƒ síntese: combinação de vários elementos


algo tangível depende de um projeto. Essa trans- em um todo integrado;
formação do imaginário em real, para satisfazer ƒƒ análise: uso de matemática, técnicas de
alguma necessidade humana, é o que move a en- engenharia e economia para quantificar
genharia. o desempenho das várias opções;
Neste capítulo, iremos apresentar alguns ƒƒ comunicação: apresentações escritas e
conceitos de desenvolvimento de projetos, sem a orais;
menor pretensão de esgotar o assunto, que será ƒƒ implementação: execução do plano.
tratado em outras disciplinas do curso, mas nosso
objetivo é instigar os(as) alunos(as) ao estudo de
projetos. Este método pode deve ser desdobrado em
De acordo com Holtzapple e Reece (2006), o fases, conforme a Figura 2.
método de projeto de engenharia contém os se-
guintes elementos:

Figura 2 – Método de projeto de engenharia.

Fonte: Holtzapple e Reece (2006, p. 84).

31
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Eduardo Batman Júnior

ƒƒ Fase 1: a identificação da necessidade ƒƒ Fase 5: a análise de cada solução em po-


pode ser realizada por qualquer pessoa, tencial deve ser realizada primeiramente
mas o engenheiro deve definir o proble- no âmbito da viabilidade econômica. A
ma, pois sempre existe uma maneira me- solução escolhida deverá ser economica-
lhor, ou mais viável, para satisfazer uma mente viável. Depois, essa proposta deve
necessidade; ser transformada em um projeto preli-
ƒƒ Fase 2: a montagem da equipe de proje- minar, que, obtendo sucesso, deverá ser
to deve ser multidisciplinar, com pessoas documentado e comunicado à gerência,
das mais variadas áreas, pois, dessa for- para finalmente ser encaminhado para a
ma, podemos abranger com mais recur- realização de um projeto detalhado;
sos todas as variáveis do projeto. O tama- ƒƒ Fase 6: a escolha da melhor solução tam-
nho da equipe deve ser proporcional ao bém deve ser realizada de acordo com a
tamanho e complexidade do projeto; viabilidade econômica e deve ser apro-
ƒƒ Fase 3: os projetos sempre apresentam vada em um projeto preliminar;
limitações. Essas limitações podem ser ƒƒ Fase 7: nessa etapa, os engenheiros de-
de orçamento, de tempo (ou prazo), de vem documentar as soluções escolhidas,
pessoas, de legislação, de viabilidade de de acordo com a viabilidade econômica
produção, entre outros fatores. Quanto e o projeto preliminar;
aos critérios de sucesso, podemos citar a ƒƒ Fase 8: depois de documentadas, as solu-
estética (ou design), desempenho, quali- ções devem ser levadas ao conhecimen-
dade, custo, segurança, manutenção, en- to da gerência para que seja novamente
tre muitos outros critérios; discutido o assunto e aprovado para a
realização do projeto detalhado;
Atenção ƒƒ Fase 9: normalmente, nessa fase, um
protótipo deverá ser construído a partir
Fase 4: buscar soluções significa que o en- dos documentos produzidos. Se tudo
genheiro deve sempre pensar na melhor
funcionar bem, de acordo com as expec-
solução para o problema apresentado e,
para isso, pode usar muitas técnicas, como tativas, uma linha de produção deverá
identificar os parâmetros críticos, utilizar ser montada, fornecedores deverão ser
analogias, trocar funções, separar fun- desenvolvidos, colaboradores devem ser
ções, eliminar necessidades etc. treinados e o projeto executado;
ƒƒ Fase 10: depois que o primeiro produto
sair da linha de produção, ele deverá ser
testado e submetido a avaliações. Caso
Dicionário
haja algum problema com a produção,
Analogia: relação, semelhança de uma coisa este deve ser encontrado e corrigido. Se
com outra; analogia de formas, de gostos.
produto atender às especificações do
projeto, o trabalho estará terminado.

32
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Introdução à Engenharia

5.1 Resumo do Capítulo

Prezado(a) aluno(a), neste capítulo, apresentamos o conceito de desenvolvimento de projetos. Um


projeto é constituído das seguintes etapas: síntese, análise, comunicação e implementação.

5.2 Atividades Propostas

1. Qual a vantagem de uma equipe multidisciplinar trabalhando em um projeto?

2. Qual o objetivo do protótipo?

3. Cite três limitações e três critérios de sucesso de um projeto.

33
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
6 COMUNICAÇÃO

Somente as técnicas básicas adquiridas no


curso de engenharia não são suficientes para ser Atenção
um excelente profissional. Para que o profissional Desenvolver bem o trabalho e se comuni-
seja completo, é preciso que saiba utilizar, além da car com eficácia em sua área de atuação
memória e raciocínio, a capacidade de se expressar é um objetivo a ser alcançado pelo enge-
com clareza em suas ideias e soluções para os pro- nheiro que pretende ser bem-sucedido,
blemas. embora alguns estudantes coloquem em
segundo plano a importância da comuni-
A forma mais importante de comunicação é a cação escrita e falada na engenharia.
escrita, mas outras formas são: oral, gráfica ou atra-
vés de modelos icônicos. Na engenharia, todas
elas têm o seu uso.
Como engenheiro(a), você precisará fazer
propostas a clientes, explicar ao chefe os resulta-
Dicionário dos de uma determinada análise, entre outras coi-
Modelos icônicos: são representações em esca-
sas. Segundo Holtzapple e Reece (2006), as apre-
la reduzida, com muita semelhança e clareza, sentações orais se dividem em:
do sistema real. Exemplos: mapas, maquetes,
plantas, desenhos etc.
ƒƒ introdução: é aqui que você cativa ou
não a sua audiência, conectando os ou-
vintes ao seu mundo;
Para escrever ou se preparar para uma apre-
sentação oral, o engenheiro deve levar em conta ƒƒ corpo: é o coração da apresentação. Use
três passos: capítulos para que o público se situe
quando você mudar os tópicos;
1. seleção do tema: que pode ser livre ou ƒƒ conclusão: você deve fechar a apresenta-
direcionado; ção com pontos importantes. Pense em
qual mensagem você quer deixar para o
2. pesquisa: revistas técnicas, anais de con-
público;
ferências, livros, internet, artigos, relató-
ƒƒ recursos visuais: busque a simplicidade
rios governamentais, estatísticas, resu-
sempre. Os mais usados são quadros de
mos, catálogos de bibliotecas, patentes
palavras, tabelas, gráficos, fotografias, es-
etc.;
quemas, mapas e slides;
3. organização: conhecer sua audiência e
ƒƒ ansiedade de falar em público: suor,
planejar o que irá apresentar.
pernas bambas, gastrite, aumento dos
batimentos cardíacos e da respiração
são sinais típicos da ansiedade pré-apre-
sentação. Para dominar esses sintomas,
treine, pratique, fique bem preparado.

35
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Eduardo Batman Júnior

Permita-se cometer erros, se exercite ho- A linguagem técnica deve ser clara e objetiva,
ras antes, para que o corpo esteja bem sem dar margem a outras interpretações. Ao usar-
relaxado, e se entregue ao público; mos essa linguagem, temos que levar em conta o
ƒƒ estilo: olhe nos olhos do seu público, fale público-alvo, para usarmos uma terminologia ade-
com a voz alta e confiante, não se fixe quada para que o público seja atingido sem ruído
nos slides, não se distraia com seu reló- na comunicação. Ler com frequência e consultar
gio, anel ou moedas no bolso. Esteja bem dicionários enriquece o vocabulário técnico.
arrumado para mostrar respeito pela au- Segundo Bazzo e Pereira (2008) um texto téc-
diência e seja otimista. nico deve ser:

A comunicação escrita é essencial ao tra- ƒƒ impessoal: redigido na terceira pessoa;


balho do engenheiro. Expedir pedidos ou ordens ƒƒ objetivo: sem ressalvas;
aos funcionários da empresa, preparar memoran- ƒƒ modesto e cortês: sem engrandecer o
dos, elaborar relatórios técnicos para clientes ou próprio trabalho;
diretores, redigir cartas comerciais ou propostas ƒƒ claro: preciso.
e escrever artigos em revistas técnicas são alguns
exemplos. O engenheiro precisa escrever de forma
Para o engenheiro, o desenho é outro instru-
precisa, breve, clara e fácil de entender, pois o ob-
mento de muita utilidade, pois permite visualizar
jetivo maior é expressar e não impressionar. A boa
os sistemas espacialmente, ou seja, ele é capaz de
escrita exige editoração, nada de improvisação e
executar a visão espacial.
sempre se colocar no lugar de quem irá ler (públi-
co-alvo) aquele texto.
Eis algumas dicas de Holtzapple e Reece
(2006):

ƒƒ evite frases fragmentadas e muito lon-


gas;
ƒƒ prefira voz ativa;
ƒƒ evite palavras vagas, com duplo sentido;
ƒƒ elimine redundâncias;
ƒƒ use menos preposições;
ƒƒ use referências claras e pronomes;
ƒƒ evite infinitivos modificados por advér-
bios;
ƒƒ evite a linguagem burocrática, prefira fra-
ses com poucas palavras;
ƒƒ evite linguagem informal;
ƒƒ evite linguagem muito rebuscada, pom-
posa.

36
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Introdução à Engenharia

6.1 Resumo do Capítulo

Prezado(a) aluno(a), neste capítulo, focamos a importância do engenheiro em se comunicar de


forma clara, precisa, utilizando sua memória e o raciocínio para escrever e desenhar.
Escrever bem é muito importante, pois, em sua atividade diária, esse profissional precisará elabo-
rar e enviar propostas a clientes, apresentar relatórios técnicos aos superiores e subordinados, conduzir
reuniões.
Expressar-se bem depende também de leitura, com frequência, de textos gerais e específicos de
sua área profissional.

6.2 Atividades Propostas

1. Em sua opinião, qual a importância da comunicação no dia a dia de um engenheiro?

2. Como deve ser um texto técnico?

37
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
7 CRIATIVIDADE

O engenheiro é um profissional que precisa Quais são as características de um engenhei-


ser criativo, pois muitos imaginam que este se uti- ro criativo? Conforme Holtzapple e Reece (2006),
liza apenas de técnicas prontas para a resolução de são elas:
problemas ou elaboração de projetos, mas, para
satisfazer as necessidades humanas, muitas vezes ƒƒ persistência: um engenheiro de sucesso
o engenheiro precisa inovar, usando, para isso, não desanima;
uma grande dose de criatividade. ƒƒ pergunta por que: é curioso em relação
Segundo Holtzapple e Reece (2006), a criati- ao mundo e à solução de problemas;
vidade é um talento que não é ensinado; é inato do ƒƒ nunca está satisfeito: fará o que puder
para melhorar o projeto que está sendo
ser humano e precisa ser estimulado e desenvolvi-
produzido;
do. Para o engenheiro, a criatividade também deve
ƒƒ aprende com erros e acidentes: muitas
ser estimulada tonificando os “músculos de sínte-
descobertas foram feitas por acidente. O
se”, sem ignorar algumas restrições peculiares à engenheiro deve ser sensível ao inespe-
função, limitadas pelas leis da física e da economia. rado;
Justamente por isso, o engenheiro deve ter grande ƒƒ faz analogias: as analogias aumentam as
criatividade. chances de encontrar a solução de pro-
E qual a origem da criatividade? Holtzapple e blemas. Quem faz analogias armazena as
Reece (2006) classificam as pessoas em: informações em locais múltiplos;
ƒƒ generaliza: para que o sucesso de um
projeto seja aproveitado em outras situa-
ƒƒ pensadores organizados: têm uma men-
ções;
te bem compartimentada. Os fatos são
ƒƒ desenvolve entendimentos qualitativos
armazenados em locais únicos e recupe-
e quantitativos: o engenheiro deve de-
rados com facilidade quando necessá- senvolver não apenas aptidões analíti-
rios; cas quantitativas, mas também aptidões
ƒƒ pensadores desorganizados: não têm es- qualitativas. Números e processos desen-
trutura. Os fatos podem ser armazenados volvem o subconsciente para um mode-
em locais múltiplos, mas de difícil recu- lo qualitativo;
peração quando necessários; ƒƒ habilidade de visualização: muitas so-
ƒƒ pensadores criativos: são uma combina- luções envolvem visualização tridimen-
ção dos dois outros tipos. Uma mente sional. Normalmente, a solução pode
criativa é organizada e estruturada, mas aparecer em um novo arranjo de compo-
a informação é armazenada em locais nentes, girando ou duplicando, com boa
múltiplos e, quando a informação é ne- aptidão espacial;
cessária, há maior probabilidade de en- ƒƒ habilidade para desenho: dessa forma,
poderá comunicar relações espaciais, di-
contrá-la. Para o pensador criativo, a in-
mensões, ordens de preparação, fluxos,
formação é armazenada em vários locais,
de maneira muito mais eficaz;
com links úteis e facilidade de resolução
rápida e eficaz do problema.
39
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Eduardo Batman Júnior

ƒƒ pensamento sem fronteiras: é pensar na mem em traços vagos. Conforme Bazzo e Pereira
engenharia em geral, sem ficar restrito a (2008), as etapas do processo criativo são:
uma única habilitação, combinando co-
nhecimentos de todas as especialidades, ƒƒ preparação;
de maneira generalista; ƒƒ esforço concentrado;
ƒƒ interesses amplos: é preciso ter equilíbrio
ƒƒ afastamento do problema;
entre as necessidades intelectuais, físicas
e emocionais; ƒƒ visão da ideia;
ƒƒ informação especializada: problemas fá- ƒƒ revisão das soluções.
ceis podem ser resolvidos com informa-
ções largamente difundidas. Problemas
Manter a perseverança e a liberdade de pen-
difíceis precisam de informações espe-
sar faz com que estimulemos a criatividade e saia-
cializadas, que nem sempre estão dispo-
mos da mesmice profissional. Além da criatividade,
níveis;
a experiência e o bom-senso são vitais para a atua-
ƒƒ trabalha com a natureza: a natureza po-
ção do engenheiro.
derá guiar o engenheiro até a solução de
um problema. Fique atento(a) às suas so-
luções;
Atenção
ƒƒ possui uma “caixa de ferramentas” de en-
genharia: o engenheiro precisa de uma Sintetizar ideias e concatenar combina-
grande “caixa” para armazenar todas as ções são atividades dos criativos e o en-
ferramentas adquiridas com sua expe- genheiro deve desenvolver a criatividade
para potencializar a quantidade e qualida-
riência.
de de soluções, exercitando sempre a ima-
ginação. A criatividade é uma capacidade
Anotar ideias é um bom hábito para o pro- inerente ao ser humano e todos podem
cesso criativo. Registrar faz com que as ideias não desenvolver esse potencial.
se percam nem sejam esquecidas ou se transfor-

7.1 Resumo do Capítulo

Prezado(a) aluno(a), um engenheiro criativo, que inova, que surpreende, realmente se destaca em
sua atuação: “pense fora da caixa!”.
A capacidade de síntese também deve ser estimulada e desenvolvida, pois, assim, a imaginação é
exercitada.
Dica: tenha o hábito de anotar ideias!

7.2 Atividades Propostas

1. Por que os engenheiros devem desenvolver a criatividade?

2. Cite três características de um engenheiro criativo.

40
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
8 OTIMIZAÇÃO

Sabemos que houve uma mudança muito ƒƒ causa e efeito;


grande nas atribuições dos engenheiros desde o ƒƒ oposição;
século passado. De aplicador de tecnologias im- ƒƒ similaridade;
portadas de países mais desenvolvidos para ges-
ƒƒ proximidade.
tores de departamentos e até de empresas, os en-
genheiros tiveram um aumento considerável de
atividades, o que os torna um profissional muito
Estágio 1
mais completo e desejado pelo mercado.
Devemos identificar claramente o problema
Atenção e entender que sempre podemos melhorar algo.
Na área industrial, devemos:
Para que tenha sucesso na administração
de empreendimentos, o engenheiro pre-
cisa estar focado sempre no aumento do ƒƒ observar as máquinas e equipamentos e
rendimento de sistemas e de sua produ- tentar descobrir problemas;
tividade. ƒƒ buscar reduzir os defeitos a zero, mesmo
que isso pareça impossível;
ƒƒ examinar as operações comuns a produ-
Chamamos esse procedimento otimização:
tos diferentes e procurar reduzir custos,
busca da melhor condição para a solução de situa-
através de padronização;
ções que envolvam custos, consumo ou tempo.
ƒƒ identificar as causas dos problemas.
Vamos rever os conceitos de processos e ope-
rações e entender como podemos melhorar pro-
cessos industriais. Vamos começar com o conceito Estágio 2
de processo: em uma empresa industrial, entende-
mos como processo o percurso realizado por um Para conseguir uma melhoria num processo,
material desde que entra na empresa até que dela devemos primeiramente entendê-lo e, para isso,
sai, com um grau determinado de transformação. recorremos a representações gráficas e modelos
Agora vamos ver o conceito de operação: é o tra- conceituais, como, por exemplo, o 5W1H.
balho desenvolvido sobre o material por homens
ou máquinas em um determinado tempo. Um pro- O 5W1H é um tipo de lista de verificação uti-
cesso, normalmente, é constituído de diversas ope- lizada para informar e assegurar o cumprimento de
rações. um conjunto de planos de ação, diagnosticar um
Segundo Martins e Laugeni (2005), a melho- problema e planejar soluções. Essa técnica consis-
ria dos processos industriais se compõe de quatro te em equacionar o problema, descrevendo-o por
estágios e um estágio preliminar. No estágio preli- escrito, da forma como é sentido naquele momen-
minar, é importante ver as coisas sob todos os as- to particular: como afeta o processo, como afeta
pectos e ter uma nova maneira de pensar. As coisas as pessoas, que situação desagradável o problema
objeto de análise devem ser relacionadas em qua- causa.
tro categorias:
41
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Eduardo Batman Júnior

ƒƒ WHAT: O que será feito (etapas); ƒƒ WHERE: Onde cada etapa será executa-
ƒƒ HOW: Como deverá ser realizada cada da (local);
tarefa/etapa (método); ƒƒ WHEN: Quando cada uma das tarefas
ƒƒ WHY: Por que deve ser executada a tare- deverá ser executada (tempo);
fa (justificativa); ƒƒ WHO: Quem realizará as tarefas (respon-
sabilidade).

Exemplo do 5W1H:

WHAT HOW WHY WHERE WHEN WHO

O que Como Por que Onde Quando Quem

Limpar as Seguindo as Para melhorar


No painel de A cada 2
cabeças de operações do a qualidade de João
controle semanas
impressão manual impressão

Estágio 3 Regras do brainstorming que devem ser se-


guidas:
Planejamento das melhorias. Devem ser rea-
lizadas as seguintes tarefas: ƒƒ não julgar: são proibidos os debates e as
críticas às ideias apresentadas, pois cau-
ƒƒ envolvimento no problema, para que
sam inibições e desvios dos objetivos;
seja entendido claramente. A clara defini-
ƒƒ quantidade é importante: quanto mais
ção do problema é um dos pontos mais
ideias, melhor;
importantes e, frequentemente, um dos
ƒƒ liberdade total: nenhuma ideia é ruim o
mais negligenciados;
bastante para ser desprezada. Pode ser
ƒƒ geração de ideias para resolvê-lo. Uma
que ela sirva de inspiração para outras
das maneiras mais eficazes para a geração
ideias excelentes;
de ideias é o método do brainstorming.
ƒƒ mudar e combinar: é permitido que al-
guém apresente uma ideia que seja uma
O brainstorming, mais que uma técnica de modificação ou combinação de outras
dinâmica de grupo, é uma atividade desenvolvida ideias já apresentadas. Contudo, as ideias
para explorar a potencialidade criativa do indiví- originais devem ser preservadas;
duo, colocando-a a serviço de seus objetivos. É ƒƒ igualdade de oportunidade: todos de-
uma ferramenta para geração de novas ideias, con- vem ter chance de apresentar suas ideias.
ceitos e soluções para qualquer assunto ou tópico
num ambiente livre de críticas e de restrições à
Podemos também, juntamente ao brainstor-
imaginação. É útil quando se deseja gerar, em cur-
ming, utilizar o método das “12 perguntas instiga-
to prazo, uma grande quantidade de ideias sobre
doras”, proposto por Martins e Laugeni (2005):
um assunto a ser resolvido, possíveis causas de um
problema, abordagens a serem usadas ou ações a
serem tomadas. 1. Pode ser eliminado?
2. Pode ser feito inversamente?
Dicionário 3. Isso é normal ou excepcional?
Brainstorming: a tradução do inglês é algo como 4. No processo, o que é sempre fixo e o que
“tempestade cerebral”.
é variável?

42
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Introdução à Engenharia

5. É possível aumento e redução nas variá- Também pode ser utilizado um modelo de
veis do processo? registro de atividades que Agregam Valor (AV) e
6. A escala do projeto modifica variáveis? que Não Agregam Valor (NAV), no qual se separa
as atividades que agregam valor das que não agre-
7. Podem-se combinar duas ou mais ope- gam. A atividade que agrega valor é aquela que
rações em uma só? adiciona algo no produto que o cliente valoriza e
8. Há backup de dispositivos, ferramentas e se dispõe a pagar.
meios de armazenamento de materiais? Na Figura 3, temos uma carta AV/NAV, na
9. As operações podem ser realizadas em qual estão demonstradas as atividades, separadas
paralelo? nas que agregam e nas que não agregam valor, e
o tempo gasto em cada uma delas. O objetivo da
10. Pode-se mudar a sequência das opera-
empresa é verificar a possibilidade de extinguir as
ções?
atividades que não agregam valor ou diminuir seu
11. Há diferenças ou características comuns tempo e concentrar-se nas atividades que agre-
a peças e operações? gam valor.
12. Há movimentos ou deslocamentos em
vazio?

Figura 3 – Carta AV/NAV.

Fonte: Martins e Laugeni (2005, p. 99).

Saiba mais
“A Análise do Valor teve origem durante a 2ª Guerra Mundial, como resultado da aplicação de conceitos
desenvolvidos por Lawrence D. Miles que na época, era engenheiro do Departamento de Compras da
General Eletric Co. Durante a guerra, o Governo dos Estados Unidos, determinou que a disponibilidade
das matérias-primas ‘nobres’ – como níquel, cromo e platina, ficasse reservada exclusivamente para uso da
indústria de material bélico ou de interesse militar. Isto fez com que a indústria, em geral sentisse a neces-
sidade de encontrar materiais alternativos para mantê-la em funcionamento. Lawrence D. Miles, aplicando
o seu raciocínio lógico e os conceitos por ele desenvolvidos, obteve grandes resultados, pois além de con-
seguir redução de custos, notou melhorias tanto na qualidade como no desempenho dos produtos ana-
lisados. Terminada a guerra, Miles estende a aplicação destes conceitos para a concepção de um produto,
com o intuito de substituir as soluções tradicionais por outras mais econômicas.” (ABEAV, 2011).

43
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Eduardo Batman Júnior

Estágio 4 ƒƒ impedir que o problema se alastre, caso


tenha ocorrido;
Implementação das melhorias. Toda mudan- ƒƒ remover os efeitos gerados pelo proble-
ça organizacional tende a causar problemas, pois ma ocorrido. Não é eliminada a causa,
as pessoas apresentam resistência. Devemos en- mas procura-se eliminar os danos decor-
tender o cenário e tomar diferentes ações para que rentes.
a implantação dê resultado, tais como:

Segundo Bazzo e Pereira (2008), a Figura 4


ƒƒ prevenir possíveis problemas, eliminan-
ilustra o conceito de otimização.
do as causas do problema em potencial;

Figura 4 – Otimização.

Fonte: Bazzo e Pereira (2008).

Serão exigidas do engenheiro muita arte, ao ser alimentado com parâmetros de


criatividade e intuição para que ele aperfeiçoe uma entrada e executados os procedimentos
situação problema, pois, de acordo com Bazzo e operacionais adequados, retorna a me-
Pereira (2008), as principais variáveis encontradas lhor condição. Os modelos homeostáti-
serão sempre: cos (que mantêm algumas de suas variá-
veis dentro de limites especificados) são
ƒƒ peso: deve ser reduzido para diminuir exemplos de modelos otimizantes. A ge-
custos, de produção, transporte ou arma- ladeira é um sistema homeostático, pois
zenamento; o termostato regula automaticamente a
ƒƒ resistência: aumentar significa conseguir temperatura interna entre o máximo e o
maior eficiência, ou seja, com a utilização mínimo desejado, sem que haja interfe-
de menos material, consegue-se resistir a rência;
um mesmo nível de carga; ƒƒ modelo entrada-saída: as variáveis do
ƒƒ rendimento e melhoria: significam dimi- sistema são substituídas por valores nu-
nuição de perdas ou aumento de produ- méricos apropriados (entradas) e é de-
ção. terminado o valor de uma variável que
é dependente das demais (saídas). As
simulações matemáticas são exemplos
Ainda de acordo com Bazzo e Pereira (2008) desse método.
podemos identificar dois modelos de otimização:

Para finalizar, segundo Bazzo e Pereira (2008),


ƒƒ modelo otimizante: permite a determi-
os métodos de otimização se dividem em:
nação direta da condição ótima. Quando

44
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Introdução à Engenharia

ƒƒ por evolução: a melhoria nos processos ƒƒ técnica gráfica: utiliza-se de esquemas e


de industrialização de alimentos, por desenhos, que auxiliam na definição de
exemplo, ocorreu em decorrência da proporções e formas;
evolução da tecnologia dessa indústria; ƒƒ método analítico: baseado na teoria ma-
ƒƒ por intuição: habilidades para boas so- temática da otimização. O advento dos
luções sem uma justificativa com base computadores contribuiu muito para o
científica, somente intuitiva; desenvolvimento e aplicação desse mé-
ƒƒ por tentativa: iniciada com esboço preli- todo. Entre os tipos de otimização que
minar da solução e, através de tentativas, utilizam a matemática, estão: programa-
chega-se à melhor solução, que é ineren- ção linear e não linear, programação geo-
te ao processo do projeto; métrica, programação dinâmica, cálculo
diferencial etc.

8.1 Resumo do Capítulo

Prezado(a) aluno(a), neste capítulo, vimos que o engenheiro precisa ser um profissional completo
e diferenciado no mercado. Para isso, ele deve dominar com excelência a otimização dos processos, a fim
de que os custos, o consumo e o tempo sejam os menores possíveis.

8.2 Atividades Propostas

1. Qual a diferença entre processo e operação?

2. Cite quatro atividades que não agregam valor em uma produção industrial.

45
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
CONSCIÊNCIA AMBIENTAL E
9 SUSTENTABILIDADE

Caro(a) aluno(a), para o completo entendi- cientes para diminuir a agressão ao meio ambiente
mento do capítulo, algumas definições se fazem quando pensamos no conceito de sustentabilida-
necessárias. Como abordaremos o meio ambiente de. É nesse contexto que as técnicas de Produção
como cenário, este deve ser o primeiro a ser con- Mais Limpa (P+L) surgem para aumentar a eficiên-
ceituado e, para isso, voltemos ao Dicionário Au- cia nos processos das empresas, fazendo com que
rélio: “meio ambiente é o conjunto de condições estas gerem menos resíduos.
e influências naturais que cercam um ser vivo ou
uma comunidade e que agem sobre eles.” (FERREI- Dicionário
RA, 2000). De acordo com Batalha et al. (2008), o
uso do meio ambiente para a produção de merca- Técnicas de fim de tubo: são ações que apenas
ajudam a diminuir o impacto ambiental de de-
dorias ocorre, sobretudo, por meio da exploração terminados resíduos, ao dar-lhes tratamento.
dos recursos naturais. Entretanto, a grande maioria Portanto, o Fim de Tubo só é válido para tratar
desses recursos não é renovável, ou seja, eles são li- aqueles resíduos que não puderam ser evitados
no processo, sendo considerado uma alternati-
mitados em nosso planeta. Vem daí a preocupação va de remediação (FIESP, 2010).
com a conservação do meio ambiente, de forma a
utilizar, mas não esgotar, seus recursos.
Outra definição importante e muito difundi- Podemos encontrar muitas definições de
da é a de desenvolvimento sustentável. Desenvol- P+L, mas a elaborada pela United Nations Indus-
vimento sustentável é o desenvolvimento capaz de trial Development Organization (UNIDO, 2010) é
suprir as necessidades da geração atual, garantin- bem completa:
do a capacidade de atender às necessidades das
futuras gerações; é o desenvolvimento que não Produção Mais Limpa significa a aplicação con-
tínua de uma estratégia econômica, ambiental
esgota os recursos para o futuro. Essa é a princi-
e tecnológica integrada aos processos e pro-
pal definição, entre muitas, e surgiu no Relatório dutos, a fim de aumentar a eficiência no uso
Brundtland, criado pela Comissão Mundial sobre de matérias-primas, água e energia, através da
não geração, minimização ou reciclagem de
Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela Or-
resíduos gerados, com benefícios ambientais e
ganização das Nações Unidas (ONU) para discutir e econômicos para os processos produtivos.
conciliar dois objetivos: o desenvolvimento da eco-
nomia e a conservação do meio ambiente.
Durante muitos anos, a pujança de nossa
indústria foi caracterizada por chaminés soltando
grande quantidade de fumaça preta no ar. Quanto
mais fumaça, maior era a capacidade produtiva da
empresa e maior o seu poder. O tempo passou e
as mudanças climáticas trouxeram consigo o alerta
de que o caminho da humanidade estava errado. O
controle corretivo ou as técnicas de fim de tubo
para tratar os resíduos industriais já não são sufi-
47
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Eduardo Batman Júnior

nejando o desenvolvimento, a produção, o uso e


Saiba mais
o descarte (ou pós-uso), procurando minimizar o
impacto causado pela produção sobre o meio am-
Os benefícios da P+L (FIESP, 2010) são:
biente. Esse tipo de projeto deve ser o alvo de todo
Para a produção: engenheiro.
ƒƒ redução no consumo de matéria-prima,
energia e água;
Atenção
ƒƒ redução de resíduos e emissões;
ƒƒ reuso de resíduos de processo; É impossível imaginar, nos dias de hoje,
ƒƒ reciclagem de resíduos. um engenheiro que não tenha consci-
ência ambiental e que não se preocupe
Para os produtos:
com a sustentabilidade em seus proje-
ƒƒ redução de desperdícios (Ecodesign); tos. Nosso planeta clama pela utilização
racional de seus recursos e as gerações
ƒƒ uso de material reciclável para novos pro-
futuras dependem de como estamos ad-
dutos;
ministrando o mundo atualmente.
ƒƒ diminuição do custo final;
ƒƒ redução de riscos.
Todo engenheiro de produção deve preocu-
par-se com o meio ambiente quando desenvolve
um projeto e todo engenheiro ambiental deve co-
Outra palavra que surgiu recentemente, Eco- nhecer os processos produtivos, grandes gerado-
design (projeto para o meio ambiente) ou Design res de resíduos, para que seu trabalho seja eficaz.
Ambiental, remete ao conceito de avaliar o efeito Podemos observar, na Figura 5, o modelo de
que um produto tem sobre o meio ambiente em desenvolvimento escolhido pelos seres humanos
todos os estágios do seu ciclo de vida, promoven- até os dias de hoje.
do a utilização de materiais alternativos, menos
tóxicos e mais abundantes ou reciclados, e pla-

Figura 5 – Modelo de desenvolvimento.

Energia

Fonte: Braga et al. (2002).

Eis algumas premissas que precisam ser con- ƒƒ capacidade de reciclar matéria e absor-
sideradas para que haja sobrevivência no planeta. ver resíduos para evitar a deterioração
da qualidade de vida.
ƒƒ suprimento de energia e matéria (que é
finito e conhecido);

48
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Introdução à Engenharia

O que é mais preocupante é o desenvolvi- energia, saneamento, construção civil, transportes,


mento da sociedade humana, pois o crescimento ou seja, benefícios para que houvesse longevida-
populacional é incompatível com a finitude do de, saúde e conforto para o ser humano. Contudo,
ambiente, dos recursos naturais e da capacidade com o crescimento populacional, a degradação do
de reciclar a matéria. Estaremos, então, caminhan- meio ambiente e a poluição, principalmente nos
do para o colapso do planeta? grandes centros urbanos, aumentaram muito nos
Segundo Braga et al. (2002), o modelo de de- últimos anos.
senvolvimento sustentável tem a seguinte base: A partir disso, a engenharia precisou criar
práticas para combater a degradação ambiental,
ƒƒ dependência de energia do Sol; como a de utilizar tecnologias de produção mais
ƒƒ uso racional da energia e da matéria (evi- limpa, e fica ainda o desafio em desenvolver ou-
tar o desperdício); tras, para que os impactos negativos ao meio am-
ƒƒ controle da poluição; biente sejam minimizados.
ƒƒ controle do crescimento populacional A chave para o sucesso é racionalizar o con-
(estabilização da população). sumo de recursos, favorecer a reciclagem e o reuso
dos materiais para a restauração do meio ambien-
te e proporcionar o desenvolvimento diário de
A engenharia tem muita responsabilidade uma consciência ecológica, responsável e susten-
sobre esse novo panorama, pois ela colocou à dis- tável para as próximas gerações.
posição das pessoas tecnologias de geração de

9.1 Resumo do Capítulo

Prezado(a) aluno(a), neste capítulo, focamos que o engenheiro deve ter desenvolvida a consciência
ambiental e sustentável, pois o meio ambiente é o cenário no qual se desenvolvem os projetos e sabe-
mos que os recursos naturais são finitos.
O engenheiro deve se preocupar com as técnicas de P+L, incentivando sua equipe e empresa a
gerarem menos resíduos e reutilizarem materiais extraídos do meio ambiente.

9.2 Atividades Propostas

1. Qual a diferença entre as técnicas de fim de tubo e a P+L?

2. Em sua opinião, como um engenheiro pode contribuir para a sustentabilidade?

49
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para que um engenheiro tenha sucesso na profissão escolhida, ele precisa de muitos atributos, que
devem ser desenvolvidos durante todo o curso de graduação. Esses atributos vão muito além da parte
técnica, que não pode ser deixada de lado nunca, mas devem ser acrescentados a ela.
O conhecimento das ferramentas da engenharia e de sua aplicação é fundamental para uma for-
mação sólida, mas a criatividade na solução de problemas, o uso correto e eficiente da comunicação, e o
desenvolvimento de projetos levando em conta a maior produtividade através da produção mais limpa,
otimizando todos os processos, produtivos ou administrativos, da empresa, sem desconsiderar os prin-
cípios éticos, são diferenciais para os egressos que terão a responsabilidade de conduzir o crescimento
sustentável do Brasil.
Para conseguirmos isso, não podemos esquecer o principal: estudar!
Cabe a todo estudante de engenharia dedicar-se muito aos estudos. Não adianta deixar para estu-
dar na véspera da prova; o estudo tem de ser um ato contínuo, para que o conteúdo seja fixado e o apro-
veitamento seja satisfatório. O aluno deve ter o estudo como hábito, reservando algumas horas todos os
dias para ler e fazer exercícios.
A estrada é longa, o caminho nem sempre é fácil, mas o destino é recompensador.

51
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
RESPOSTAS COMENTADAS DAS
ATIVIDADES PROPOSTAS

Capítulo 1

1. Os cursos universitários vêm discutindo um novo modelo que possibilite uma formação mais
ampliada do engenheiro, envolvendo questões que incluam as dimensões humana e social,
econômica e política.

2. Podemos citar as seguintes, entre outras:

ƒƒ aplicar conhecimentos científicos, matemáticos, tecnológicos e instrumentais;


ƒƒ identificar, formular e resolver problemas;
ƒƒ projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados.

Capítulo 2

1. O metro, o quilograma, o segundo, o ampère, o kelvin, o mol e a candela.

2. Quilo é um prefixo que significa mil. Por exemplo, um kg é o mesmo que mil gramas.

3. 1 ha = 10 000 m². Portanto, 78.000 m² têm 7,8 hectares.

4. 1 h = 3.600 s; portanto, 2 h = 7.200 s.

1 min = 60 s; portanto, 12 min = 720 min.

Finalmente, 2h12min = 7.920 s.

5. 5. 1 t = 1000 kg; portanto, 415 kg = 0,415 t.

Capítulo 3

1.

2007:

P = OUTPUT = 6.750.000 unidades = 0,48 unidades/m ou 0,48 molas/metro de arame

INPUT 14.000.000 m

53
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Eduardo Batman Júnior

2008:

P = OUTPUT = 7.980.000 unidades = 0,56 unidades/m ou 0,56 molas/metro de arame

INPUT 14.200.000 m

∆P = 0,56 = 1,17 ou x 100 = 117%

0,48

Resposta: A produtividade aumentou 17%.

2. e.

2006:

P = OUTPUT = 10.200 unidades = 12 unidades/Homens hora


INPUT 850 Homens hora

2007:

P = OUTPUT = 15.000 unidades = 12 unidades/Homens hora


INPUT 1.250 Homens hora

3.

Área Plantada:

Fazendeiro:

P = OUTPUT = 50.000 dúzias de laranja = 4,17 dúzias de laranja/m²


INPUT 12.000 m²

Vizinho:

P = OUTPUT = 70.000 dúzias de laranja = 3,88 dúzias de laranja/m²


INPUT 18.000 m²

54
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Introdução à Engenharia

Mão de Obra:

Fazendeiro:

P = OUTPUT = 50.000 = 50.000 = 12,40 dúzias de laranja/Homem hora


INPUT 28x8x18 4.032 Hh

Vizinho:

P = OUTPUT = 70.000 = 70.000 = 9,53 dúzias de laranja/Homem hora


INPUT 34x9x24 7.344 Hh

Resposta: O fazendeiro teve maior produtividade em área plantada e em mão de obra do que seu
vizinho.

Capítulo 4

1. O gráfico de linhas deve ser utilizado para mostrar evolução ou tendências nos dados no mes-
mo intervalo de tempo.

2. O gráfico de colunas ou de barras deve ser utilizado para demonstrar as alterações de dados
em um período de tempo ou representar comparações entre dados.

3. O gráfico circular serve para mostrar o tamanho proporcional de itens que constituem uma
série de dados e é muito útil quando você deseja dar ênfase a um dado em relação aos outros.

4.

ƒƒ Todas as tabelas devem ter um título e este deve ser autoexplicativo;


ƒƒ Toda tabela deve ter uma fonte, ou seja, quem foi o responsável pelo levantamento dos
dados.

Capítulo 5

1. Pois, dessa forma, podemos abranger com mais recursos todas as variáveis do projeto.

2. Um protótipo representa um modelo simplificado do produto que será fabricado. A confec-


ção do protótipo tem o objetivo de testar todas as suas características e verificar falhas ou
pontos que podem ser melhorados antes da produção.

3.

ƒƒ Limitações: orçamento, tempo (ou prazo) e pessoas;


ƒƒ Critérios de sucesso: estética (ou design), desempenho e qualidade.

55
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Eduardo Batman Júnior

Capítulo 6

1. Resposta pessoal.

2.

ƒƒ Impessoal: redigido na terceira pessoa;


ƒƒ Objetivo: sem ressalvas;
ƒƒ Modesto e cortês: sem engrandecer o próprio trabalho;
ƒƒ Claro: preciso.

Capítulo 7

1. O engenheiro é um profissional que precisa ser criativo, pois, para satisfazer as necessidades
humanas, muitas vezes precisa inovar, usando, para isso, uma grande dose de criatividade.

2.

ƒƒ Persistência: um engenheiro de sucesso não desanima;


ƒƒ Pergunta por que: é curioso em relação ao mundo e à solução de problemas;
ƒƒ Nunca está satisfeito: fará o que puder para melhorar o projeto que está sendo produzido.

Capítulo 8

1. Processo: percurso realizado por um material desde que entra na empresa até que dela sai
com um grau determinado de transformação. Operação: é o trabalho desenvolvido sobre o
material por homens ou máquinas em um determinado tempo. Um processo, normalmente,
é constituído de diversas operações.

2. Inspeção, movimentação, estocagem e inventário.

Capítulo 9

1. As técnicas de fim de tubo são utilizadas para tratamento e disposição final dos resíduos ge-
rados, enquanto a P+L se preocupa com a economia de recursos e diminuição da geração de
resíduos.

2. Resposta pessoal.

56
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO Brasileira de Engenharia e Análise de Valor (ABEAV). Disponível em: <http://www.abeav.


com.br/>. Acesso em: 21 ago. 2011.

ASSOCIAÇÃO Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO). Disponível em: <www.abepro.org.br>.


Acesso em: 2 set. 2010.

BATALHA, M. O. et al. Introdução à engenharia de produção. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

BAZZO, W. A; PEREIRA, L. T. V. Introdução à engenharia: conceitos, ferramentas e comportamentos. 2. ed.


Florianópolis: Ed. da UFSC, 2008.

BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

BRASIL. Ministério da Educação. Disponível em: <www.mec.gov.br>. Acesso em: 28 ago. 2010.

FEDERAÇÃO das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Disponível em: <www.fiesp.com.br>. Acesso
em: 15 set. 2010.

FEDERAÇÃO Nacional dos Engenheiros (FNE). Disponível em: <www.fne.org.br>. Acesso em: 24 jun.
2009.

FERREIRA, A. B. H. Miniaurélio século XXI: o minidicionário da língua portuguesa. 4. ed. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 2000.

HOLTZAPPLE, M. T; REECE, W. D. Introdução à engenharia. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

INSTITUTO de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (IPEM). Disponível em: <www.ipem.sp.gov.br>.
Acesso em: 8 set. 2010.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL (INMETRO).


Sistema internacional de unidades – SI. 8. ed. rev. Rio de Janeiro, 2007.

______. Disponível em: <www.inmetro.gov.br>. Acesso em: 21 ago. 2011.

LAUDARES, J. B; RIBEIRO, S. Trabalho e formação do engenheiro. Belo Horizonte: Fumarc, 2000.

MARTINS, P. G; ALT, P. R. Administração de materiais e recursos patrimoniais. 2. ed. São Paulo: Saraiva,
2006.

MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

SANTIAGO, E. Renda per capita. InfoEscola, Economia, 8 abr. 2010. Disponível em: <http://www.
infoescola.com/economia/renda-per-capita/>. Acesso em: 21 ago. 2011.

UNITED Nations Educational, Scientific and Educational Organization (UNESCO). Disponível em: <www.
unesco.org.br>. Acesso em: 24 jun. 2009.

UNITED Nations Industrial Development Organization (UNIDO). Disponível em: <www.unido.org>.


Acesso em: 13 set. 2010.
57
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
ANEXO

Código de ética profissional do engenheiro, de acordo com a Federação Nacional dos Engenheiros
(FNE, 2009):

São deveres dos profissionais da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia:

1º - Interessar-se pelo bem público e com tal finalidade contribuir com seus conhecimentos, capacidade
e experiência para melhor servir à humanidade;

Em conexão com o cumprimento deste artigo deve o profissional:

a) Cooperar para o progresso da coletividade, trazendo seu concurso intelectual e material para as obras
de cultura, ilustração técnica, ciência aplicada e investigação científica.

b) Despender o máximo de seus esforços no sentido de auxiliar a coletividade na compreensão correta


dos aspectos técnicos e assuntos relativos à profissão e seu exercício.

c) Não se expressar publicamente sobre assuntos técnicos sem estar devidamente capacitado para tal e,
quando solicitado a emitir sua opinião, somente fazê-lo com conhecimento da finalidade da solicitação
e se em benefício da coletividade.

2º - Considerar a profissão como alto título de honra e não praticar nem permitir a prática de atos que
comprometam a sua dignidade;

Em conexão com o cumprimento deste artigo deve o profissional:

a) Cooperar para o progresso da profissão, mediante o intercâmbio de informações sobre seus


conhecimentos e tirocínio, e contribuição de trabalho às associações de classe, escolas e órgãos de
divulgação técnica e científica.

b) Prestigiar as entidades de classe, contribuindo, sempre que solicitado, para o sucesso das suas iniciativas
em proveito da profissão, dos profissionais e da coletividade.

c) Não nomear nem contribuir para que se nomeiem pessoas que não tenham a necessária habilitação
profissional para cargos rigorosamente técnicos.

d) Não se associar a qualquer empreendimento de caráter duvidoso ou que não se coadune com os
princípios da ética.

e) Não aceitar tarefas para as quais não esteja preparado ou que não se ajustem às disposições vigentes,
ou ainda que possam prestar-se a malícia ou dolo.

59
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Eduardo Batman Júnior

f) Não subscrever, não expedir e nem contribuir para que se expeçam títulos, diplomas, licenças ou
atestados de idoneidade profissional, senão às pessoas que preencham os requisitos indispensáveis para
exercer a profissão.

g) Realizar de maneira digna a publicidade que efetue de sua empresa ou atividade profissional,
impedindo toda e qualquer manifestação que possa comprometer o conceito da sua profissão ou de
colegas.

h) Não utilizar sua posição para obter vantagens pessoais, quando ocupar um cargo ou função em
organização profissional.

3º - Não cometer ou contribuir para que se cometam injustiças contra colegas;

Em conexão com o cumprimento deste artigo deve o profissional:

a) Não prejudicar, de maneira falsa ou maliciosa, direta ou indiretamente, a reputação, a situação ou


atividades de um colega.

b) Não criticar de maneira desleal os trabalhos de outro profissional ou as determinações daquele que
tenha atribuições superiores.

c) Não se interpor entre outros profissionais e seus clientes sem ser solicitada sua intervenção e, neste
caso, evitar, na medida do possível, que se cometa injustiça.

4º - Não praticar qualquer ato que, direta ou indiretamente, possa prejudicar legítimos interesses de
outros profissionais;

Em conexão com o cumprimento deste artigo deve o profissional:

a) Não se aproveitar nem concorrer para que se aproveitem de idéias, planos ou projetos de autoria de
outros profissionais, sem a necessária citação ou autorização expressa.

b) Não injuriar outro profissional, nem criticar de maneira desprimorosa sua atuação ou a de entidades
de classe.

c) Não substituir profissional em trabalho já iniciado, sem seu conhecimento prévio.

d) Não solicitar nem pleitear cargo desempenhado por outro profissional.

e) Não procurar suplantar outro profissional depois de ter este tomado providências para a obtenção de
emprego ou serviço.

f) Não tentar obter emprego ou serviço à base de menores salários ou honorários, nem pelo
desmerecimento da capacidade alheia.

g) Não rever ou corrigir o trabalho de outro profissional, salvo com o consentimento deste e sempre após
o término de suas funções.

h) Não intervir num projeto em detrimento de outros profissionais que já tenham atuado ativamente em
sua elaboração, tendo presentes os preceitos legais vigentes.

5º - Não solicitar nem submeter propostas contendo condições que constituam competição de preços
por serviços profissionais;

60
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Introdução à Engenharia

Em conexão com o cumprimento deste artigo deve o profissional:

a) Não competir por meio de reduções de remuneração ou qualquer outra forma de concessão.

b) Não propor serviços com redução de preços, após haver conhecido propostas de outros profissionais.

c) Manter-se atualizado quanto a tabelas de honorários, salários e dados de custo recomendados pelos
órgãos de classe competentes e adotá-los como base para serviços profissionais.

d) Não aceitar registro diferenciado entre a remuneração constante na carteira de trabalho e o que
efetivamente lhe é pago.

6º - Atuar dentro da melhor técnica e do mais elevado espírito público, devendo, quando consultor,
limitar seus pareceres às matérias específicas que tenham sido objeto da consulta;

Em conexão com o cumprimento deste artigo deve o profissional:

a) Na qualidade de consultor, perito ou árbitro independente, agir com absoluta imparcialidade e não
levar em conta nenhuma consideração de ordem pessoal.

b) Quando servir em julgamento, perícia ou comissão técnica, somente expressar a sua opinião se
baseada em conhecimentos adequados e convicção honesta.

c) Não atuar como consultor sem o conhecimento dos profissionais encarregados diretamente do serviço.

d) Se atuar como consultor em outro país, observar as normas nele vigentes sobre conduta profissional,
ou, no caso de inexistência de normas específicas, adotar as estabelecidas pela FMOI – Fédération
Mondiale de Organisations d’Ingénieurs.

7º - Exercer o trabalho profissional com lealdade, dedicação e honestidade para com seus clientes e
empregadores ou chefes, e com espírito de justiça e eqüidade para com os contratantes e empreiteiros;

Em conexão com o cumprimento deste artigo deve o profissional:

a) Considerar como confidencial toda informação técnica, financeira ou de outra natureza, que obtenha
sobre os interesses de seu cliente ou empregador.

b) Receber somente de uma única fonte honorários ou compensações pelo mesmo serviço prestado,
salvo se, para proceder de modo diverso, tiver havido consentimento de todas as partes interessadas.

c) Não praticar quaisquer atos que possam comprometer a confiança que lhe é depositada pelo seu
cliente ou empregador.

8º - Ter sempre em vista o bem-estar e o progresso funcional dos seus empregados ou subordinados e
tratá-los com retidão, justiça e humanidade;

Em conexão com o cumprimento deste artigo deve o profissional:

a) Facilitar e estimular a atividade funcional de seus empregados, não criando obstáculos aos seus anseios
de promoção e melhoria.

b) Defender o princípio de fixar para seus subordinados ou empregados, sem distinção, salários adequados
à responsabilidade, eficiência e ao grau de perfeição do serviço que executam.

61
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Eduardo Batman Júnior

c) Reconhecer e respeitar os direitos de seus empregados ou subordinados no que concerne às liberdades


civis, individuais, políticas, religiosas, de pensamento e de associação.

d) Não utilizar sua condição de empregador ou chefe para desrespeitar a dignidade de subordinado seu
nem para induzir um profissional a infringir qualquer dispositivo deste Código de Ética.

9º - Colocar-se a par da legislação que rege o exercício profissional da Engenharia, da Arquitetura e da


Agronomia, visando a cumpri-la corretamente, e colaborar para sua atualização e aperfeiçoamento.

Em conexão com o cumprimento deste artigo deve o profissional:

a) Manter-se em dia com a legislação vigente e procurar difundi-la, a fim de que seja prestigiado e
defendido o legítimo exercício da profissão.

b) Procurar colaborar com os órgãos incumbidos da aplicação da lei de regulamentação do exercício


profissional e promover, pelo seu voto nas entidades de classe, a melhor composição daqueles órgãos.

c) Ter sempre presente que as infrações deste Código de Ética serão julgadas pelas câmaras especializadas
instituídas nos Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREAs – cabendo recurso
para os referidos Conselhos Regionais e, em última instância, para o CONFEA – Conselho Federal de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia, conforme dispõe a legislação vigente.

62
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Você também pode gostar