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Diversidade e Inclusão

Educacional
Professora: Juliana Simões Bolfe*

* Possui licenciatura em Letras Português/Inglês e respectivas Literaturas, especialização em


Marketing e Desenvolvimento Gerencial e mestrado em Educação. Atualmente, ministra aulas nos
cursos de graduação em Letras, Pedagogia e Administração da FAE Centro Universitário, coordena e
ministra aulas no curso de Pós-Graduação em Leitura e Produção de Textos, na mesma instituição,
e atua como orientadora e avaliadora de monografias nos cursos de pós-graduação da Fael. Tem
experiência na área de educação em diferentes níveis e contextos, atuando, principalmente, nos
seguintes temas: metodologia do ensino da língua portuguesa e da literatura, linguística, educação
inclusiva e políticas educacionais de inclusão.
“Excluídas são todas as pessoas que não participam dos mercados
de bens materiais ou culturais” (XIBERRAS, M. apud SAWAIA, 2001).
Em termos dialéticos, é um processo complexo e multifacetado
(polissêmico), dotado de contornos materiais,
políticos, relacionais e subjetivos.
De acordo com Silva  (1987), quando se trata de assuntos referentes
à exclusão social, há um sentimento velado de rejeição contra tudo o
que é diferente, que é “defeituoso” e que causa mal-estar.
As Nações Unidas desenvolveram um programa mundial de ação
relativo às pessoas deficientes, defendendo que o princípio da
igualdade de direitos entre deficientes e não deficientes implica
que as necessidades de cada indivíduo tenham igual importância,
que essas necessidades deverão constituir a base
do planejamento das sociedades e que todos os
recursos devem ser empregados de modo a garantir
a todo indivíduo igual oportunidade de participação.
As políticas para o deficiente deveriam garantir o seu acesso a todos
os serviços comunitários (programa Mundial de Ação para as Pessoas
Deficientes, 2013).
Historicamente, a integração escolar das crianças e jovens com
NEE pode ser vista tendo em conta dois momentos: a intervenção
centrada no aluno e a intervenção centrada na escola. As primeiras
experiências de integração desses alunos em classes regulares
corresponderam à intervenção centrada no aluno. O
apoio decorria em salas próprias para o efeito, após
um diagnóstico do foro médico ou psicológico.
Era equacionado de modo a não provocar qualquer perturbação
na turma do ensino regular, nomeadamente porque a permanência
desses alunos na escola não acarretava mudanças no currículo,
nem nas estratégias pedagógicas utilizadas. A intervenção estava a
cargo de professores especialistas, de psicólogos e
de terapeutas.
A educação inclusiva parte do pressuposto de que todos os alunos
estão na escola para aprender e, por isso, participam e interagem uns
com os outros, independentemente das dificuldades mais ou menos
complexas que alguns possam evidenciar e às quais cabe à escola
adaptar-se, nomeadamentes porque essa atitude
constitui um desafio que cria novas situações de
aprendizagem.
Para Marques (2000), a escola inclusiva é um conceito “que
designa um programa educativo escolar em que o planejamento é
realizado tendo em consideração o sucesso de todas as crianças,
independentemente dos seus estilos cognitivos, dificuldades de
aprendizagem, etnia ou classe social”.
Segundo Correia (2005, p. 19), “A educação especial e a inclusão
constituem-se […] como duas faces da mesma moeda, ambas
caminhando lado a lado para não só assegurar os direitos
fundamentais dos alunos com NEE, mas também para lhes facilitar
as aprendizagens que um dia os conduzirão a
uma inserção social, harmoniosa, produtiva e
independente”.
Referências
CORREIA, L. (2005). Educação especial e inclusão: quem disser
que uma sobrevive sem a outra não está no seu perfeito juízo. Porto:
Porto Editora, [s. d.].
MARQUES, M. O. Formação do profissional da
educação. Ijuí: Unijuí, 2000.
Referências
PROGRAMA de Ação Mundial para as Pessoas Deficientes – 1982.
Disponível em: <http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/
Direito-dos-Portadores-de-Defici%C3%AAncia/programa-de-acao-
mundial-para-as-pessoas-deficientes.html>. Acesso em: 7 mar. 2013.
SAWAIA, B. B. As artimanhas da exclusão. 2. ed.
Petrópolis: Vozes, 2001.
SILVA, O. M. A epopeia ignorada – a pessoa
deficiente na história do mundo de ontem e de hoje.
São Paulo: Cedas, 1986.

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