Você está na página 1de 4

SOCIOLOGIA URBANA – AULA 09/12

A EVOLUÇÃO DO URBANISMO AO LONGO DO TEMPO

O termo urbanização se aplica à expansão das cidades, inovação do centro histórico, a concepção
desde planeamento, elaboração dos projetos. Esses conceitos, essas formas de pensar a cidade vão
evoluindo ao longo do tempo.

*mostrou uma planta do Porto com zoneamentos

Esta prática com zoneamentos, densidade e zonas que eram específicas de determinandas funções,
foi uma prática que começou a ser feita, sobretudo, por iniciativa de Le Corbusier, portanto no
racionalismo, no arranque do modernismo (arquitetura moderna) houve mesmo o Congresso
Internacional de Arquitetura em Atenas em 1933. Em que Le Corbusier escreveu a carta de atenas em
que apresentava as linhas mestras do urbanismo moderno.

Entao o que havia nessas linhas mestras? Havia áreas especializadas nas cidades que eram destinadas
à habitação, ao trabalho, ao lazer e à circulação. E não havia sobreposição destas funções, havia uma
hierarquização dessas funções mas elas nao se misturavam. Havia uma racionalização do processo, do
trabalho, da produção, consequência da produção em série e também do consumo,

Há muitas cidades no centro e no norte da Europa com zoneamentos que ainda tem uma forte marca
dessa forma de pensar urbanística. Em Portugal nós temos os planos diretores municipais que são
como guiões para as áreas de intervenção e orientações sobre a densidade de cada zona.

Ao dividir a cidade em zonas (principalmente em grandes cidades), elas podem acabar ficando muito
distantes umas das outras e isso tem consequencias diretas na mobilidade da cidade, no planeamento
das vias e no aumento do uso de automóveis.

Uma caracteristica do urbanismo moderno é que a entidade que controla o planeamento deve ser o
estado. Deve ser uma estrategia pensada por uma unica entidade para haver uma ideia nacional ou
global. Este zoneamento levou a segregação de algumas zonas da cidade, criou-se bairros pobres e
bairros ricos. No modernismo surge muitos bairros sociais.

Na carta de atenas existiam alguns princípios basicos:

- base igualitária para os cidadãos

- racionalismo da maquina simbolo da eficiencia (???) que se aplicava tanto a habitaçao como à cidade.

- tipologias de edificios e regras de planeamento como objeto de mudança social

- conciencia das entidades públicas em matéria de planeamento (estrategia global e etc)

- confluência das artes, da política e da vida cotidiana

Para entender o fenômeno da suburbanização, é preciso entender o conceito de suburbio. A periferia


da cidade é uma coisa complexa. E possui pelo menos 3 parâmetros, dimensões:

- a dimensão morfológica: o suburbio corresponde ao continuum construido que se prolonga para la


dos limites administrativos da cidade;
. a dimensão funcional: os subúrbios correspondem às áreas exteriores aos limites administrativos da
cidade, que são fortemente dependentes desta, quer em termos de emprego, ou em termos de acesso
a bens e serviços:

- a dimensão baseada na mobilidade: os subúbios correspondem às áreas periféricas de pendulação,


relativamente a um grande centro urbano.

No parâmetro da mobilidade, pode ser o aspecto que mais tenha mudado nas cidade ao longo dos
tempos.

Nos anos 70, foram postas em prática, inovações urbanas substituindo estruturas antigas por
estruturas novas e eram depois transformados em zonas habitacionais ou comerciais.

Etapas das Políticas de Revovação Urbana (Gibson e Landstaff, 1982)

1) Eliminação dos bairros de barracas em expansão;


2) Melhoria das condições habitacionais hambientais;
3) Renovação gradual, demolindo seletivamente alguns edifícios e substituindo-os por outros;
4) Erradicação de areas degradadas, com base em iniciativas experimentais;
5) Intervenção integrada, incluindo renovação econômica e social.

Nos fins dos anos 70, a logica do planeamento sofreu algumas alterações pontuais, a intervenção
passou a ser integrada, parcerias público-privadas, porque ate ai era o estado que fazia as
intervenções. Os privados investiam e o estado entrava na parceria com serviços. Depois passaram a
dar mais atençao a recuperação de edificios, para valorizar a cidade, o tecido urbano. De acordo com
a carta de athenas. Regeneração ambiental, fisica, social e ambiental da cidade e a reabilitação de
estruturas antigas para os parametros da epoca.

Roterdam é uma das cidades mais importantes na Holanda e no urbanismo moderno. Foi
bombardeada na 2ºGM em 1940. Porém em 1941 ja havia um plano de recuperação para a cidade de
acordo com os parametros da carta de athenas, porem nao vigorou mas contituiu a base para o plano
que foi executado em 1946. Optaram-se por contruir areas funcionais e zoneamentos. Demarcando
areas do comercio, culturais e serviços. O centro da cidade foi esvaziado no quesito habitação e as
pessoas foram deslocadas para mais distante do centro q passou a ser quase toda do comercio. A
cidade continua a expandir-se, novos equipamentos ligados a industria e modernizando o porto que
é o maior da europa em termos de movimentos.

Nas zonas habitacionais perifericas, ha uma politica urbanistica que difere muito da anterior, possui
um apreço pelos edificios antigos e começa a dar bastante importancia a eles, investir nisto.
Importante para o ponto social: renovavam os bairros sem remover a população de lá. Na outra fase,
dec de 80, outra politica de urbanismo onde os edificios sao reabilitados de acordo com a rua ou praça
onde o objeto esta inserido. Pensando em agradar nao so os habitantes locais como os imigrantes que
possuiam um formato diferente de familia (familias maiores). Porque a economia se beneficiaria com
os imigrantes la.

Na segunda metade dos anos 80, houve um fenomeno sobre intervenções pesadas em areas
especificas, reabilitando, demolindo, com o objetivo de requalificar o espaço e instalar novos
equipamentos, isto aconteceu na margem sul do Rio ..... em Roterdam.

Ha outro fenomecom que começa a ter influencia na forma de pensar o urbanismo que é a
GLOBALIZAÇÃO. O sistema produtivo em massa foi tornando-se mais flexível. Os consumidores
passaram a ser mais seletivos, a produção passou a ser feita pensando no consumidor.
As cidades cada vez mais competem entre si para atrairem turistas, investimentos de grandes
empresas, livrando as empresas de pagamentos de impostos e outras coisas “legais” para isso.
Também usam como estrategia “chamariz”, convidar um arquiteto famoso para fazer um projeto e
este, tornar-se um ponto de referencia da cidade.

Por vezes, ha muitas areas industrias perto da agua, ou rios e estao obsoletas. Estas zonas sao
recuperadas e as fabricas deslocam-se para outras zonas da cidade. Há um fenomeno que é geral e
ocorre em todas as cidades, que é este contraste entre zonas pobres e ricas, muitas vezes sem
separação. Com os 2 tipos de habitações em continuo. Temos também o fenomeno da imigração que
causa a chamada etinicização (n sei se essa palav existe msm) da pobreza. Do ponto de vista social e
cultural, essa mistura pode ser enriquecedora. Porem no ponto de vista morfologico é uma desgraça.
Os padrões que seguiam no modernismo deixam de funcionar nesse caso, perante uma realidade
dessa nao é possivel haver zoneamentos.

A racionalidade q existia no urb modernista vao cedendo lugar a estrategias mais pontuais. Nao se faz
instervençoes em grande escala. Sempre como uma componente economica e social como pontos
indissociaveis, normalmente o tecido urbano novo é uma mistura de funções nas partes da cidade que
estao crescendo nesse momento. Nesse mix de funções temos zonas habitacionais, escritorios, centro
comerciais. E estas zonas na periferia se beneficiam por acessos mais faceis e preços acessiveis. Nos
centros historicos, faz-se sobretudo reabilitação dos edificios antigos e apartir desta intervenção ha
uma mistura de classes sociais.

As Políticas do Territorio e a Intervenção Planeada na Cidade

TRADICIONAL (Fordismo)

OBJETIVOS: Equilibrio do território; Tendencia universalista.

ORGANIZAÇÃO: Centralizada na administração pública.

INTERVENÇÃO URBANA: Planeamento exclusivamente físico; Regulação da expansão (suburbios);


Funcionalidade; Zoneamento; Intervenção de grande dimensão.

NOVA (Pós-Fordismo)

OBJETIVOS: Revalorização e regeneração; Competitividade entre cidades (globalização).

ORGANIZAÇÃO: Descentralizada; Parcerias e contratualização; Planeamento negociável e adaptado.

INTERVENÇÃO URBANA: Planos integrados com vertente economica e social; Dimensão estratégica;
Reabilitação e valorização do tecido urbano consolidado; Produção de espaços de qualidade.

Uma urbanista canadense sintetiza os PRINCÍPIOS DO PLANEAMENTO PÓS MODERNO:

1. Embora a relação meios-fim ainda seja um conceito útil, em urbanismo é preciso ter em
consideração outros parâmetros;
2. O planeamento urbano assume, cada vez menos, uma lógica abrangente multissetorial e
multifuncional e, cada vez mais, uma logica setorial, política e de “negociação”;
3. Vários tipos de conhecimento devem ser utilizados no planeamento. As comunidades locais
têm um conhecimento que emana da experiência e do contexto em que vivem deve ser
aproveitado. Os urbanistas devem de incorporar no seu trabalho não so os elementos
provenientes das fontes classicas, mas também informação qualitativa e ainda informação
alternativa que traduza os anseios e expresse, de alguma forma a cultura das comunidades
locais;
4. O planeamento deve ser menos centrado na administração e nos processos topdown,
baseando-se, sempre que possível nas exigências e nas práticas das comunidades,
fomentando processos de empoderamento das comunidades;
5. O planeamento deve incorporar o princípio da diversidade e da diferença, devido aos públicos
serem multiplos e diferentes.

Nos anos 90, por partidos de esquerda na europa, a questao social de pessoas carentes e sem abrigo
tomou uma maior atenção. Portanto, as areas em declinio urbanistico e social, foram identificadas e
selecionadas como areas de interveção prioritaria. No ponto de vista social começou-se a combater a
toxicodependencia, promover capacitação, atentar às crianças para os pais poderem trabalhar. Por
iniciativa da uniao europeia, incentivavam as proprias comunidades a participarem da melhoria da sua
zona. E temos que atentar que nao podemos culpar a população pelo fracasso de alguma intervenção
pois muitos nao tem acesso a cultura e o estudo do planeamento da cidade. Precisamos dar mais do
que ele querem. Nos bairros sociais, a população deve ser ouvida, porem as empresas privadas nao
tem interesse nesse tipo de projeto.

As cidades atuais tendem a ser mais disseminadas que as do modernismo, mais espalhadas, mais
fragmentadas, nao ha zoneamentos. Áreas industriais largas, possui muitos processos de
gentrificação. Temos também a segregação por causa dos condominios fechados, que são um
fenomeno recente. E possui também a construção de complexos multifuncionais. O fenomeno da
fragmentação esta na origem da fragmentação morfológica (??) da cidade. Há uma divisao de classes
e tem reflexo na morfologia da cidade.

Os padroes que seguiam no mordernismo permitia uma visao muito mais linear da cidade. Agora
temos tudo misturado na cidade atual.

Você também pode gostar