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Quanto a duração da exposição, pode ocorrer que tenhamos uma duração muito
longa, e então que seja muito provável que, durante esse tempo de interação,
essa exposição, leve a esse dano grave que nós estávamos avaliando.
Isso tem a ver, por exemplo, com a velocidade com que esse perigo aparece, com
a possibilidade física de evitar esse perigo, tendo o espaço adequado para mover
se fora da área de perigo, ou a possibilidade de reagir.
Teremos que levar em conta que muitas situações de perigo não ocorrem
constantemente, mas que são os resultados de alguns cenários que nós teremos
que identificar. E que, naturalmente, a probabilidade que este cenário ocorra não
é constante, se não, que tenha um parâmetro da mesma situação e da
possibilidade da pessoa poder interagir nesse mesmo momento.
Apreciação e Redução de Risco
Existem muitos métodos para estimar, para avaliar e analisar riscos. Existem
métodos de matrizes, existem métodos numéricos, existem muitos métodos, que
se usam atualmente.
Quando vocês utilizam algum método, tenham em conta que é necessário que
esse método tenha uma certa granularidade, ou seja, que para cada parâmetro
existam suficientes níveis diferentes, para poder de uma maneira mais fina, mais
detalhada, fazer uma apreciação de riscos.
Aqui vocês veem, como exemplo, um método que desenvolvemos, chamado
método SCRAM, e nele, a gravidade do dano tem quatro níveis: um dano
insignificante, um dano leve, um dano grave e um dano muito grave ou mortal,
nos quais a frequência de exposição pode denominar-se alta ou baixa.
E nele a possibilidade de evitar, pode ter dois parâmetros: de ser possível evitar
ou ser praticamente impossível, e que a incidência, a probabilidade de ocorrência,
tem três parâmetros, três níveis, que são: incidência baixa, média e alta.
O que é muito importante, quando vocês escolherem um método para estimar os
riscos, é ter em conta que o método deve aproximar-se do sistema que vocês vão
utilizar para reduzir esse método e que o método tenha níveis adequados à
maneira de trabalhar dessa máquina.
Apreciação e Redução de Risco
E por último, uma vez que tenhamos realizado essa estimativa, essa avaliação de
riscos, podemos começar com o processo de redução. O processo de redução de
riscos é um processo que está sempre muito unido à apreciação de riscos.
Para cada perigo significativo, que precisa ser reduzido, vamos tentar utilizar
medidas de projeto seguro, como por exemplo, evitar arestas cortantes na
máquina ou projetar as peças que se movem de uma maneira que não produzam
aberturas que permitam introduzir partes do corpo.
O ideal é quando esse projeto seguro permite eliminar o risco, ou seja, o risco
desaparece totalmente. Nesse momento, a nossa máquina já pode ter um risco
aceitável ao ser eliminado, mas é possível que alguma medida de projeto seguro
não elimine totalmente o risco, mas que apenas o reduza.
Nesse caso, vamos utilizar o segundo passo desse método, que é o uso de
dispositivos de proteção. Ao usar um dispositivo de proteção, vamos reduzir outra
vez o risco e vamos voltar a perguntar se esse risco se tornou um risco aceitável
ou não.
Apreciação e Redução de Risco
Se o risco é aceitável, ou seja, o risco que restou na máquina ficou abaixo do risco
que a lei permite, então nós temos uma máquina com um risco aceitável. Se o
risco que restou na máquina ficou acima do risco que a lei permite, teremos que
utilizar o terceiro passo do método, que é o de informar ao usuário, ao operador,
a quem vai ficar interagindo com a máquina, sobre os riscos residuais que
restaram nela e que não puderam ser eliminados no projeto com a aplicação de
dispositivos de proteção.
Nesse momento em que informamos a quem de direito os riscos residuais que não
puderam ser eliminados, podemos dar como finalizada a redução do risco desta
máquina a qual chegou num risco aceitável.
Quando isto não for possível, quando nem a aplicação de projeto seguro, nem de
proteções, nem de informação forem suficientes, teremos que pensar se não
precisamos mudar o desenho, ou projeto dessa máquina.
Vamos observar que essa redução de riscos tem a ver com os dois elementos
fundamentais que são a gravidade dos danos e a probabilidade de que se produza
esse dano, e que essa probabilidade vem de diferentes parâmetros.
Com base na figura acima, nós vamos definir o risco com esse pequeno raio no
retângulo azul, a gravidade dos danos, na seta do retângulo verde, e a
probabilidade que se ocorram, na seta do retângulo amarelo.
Apreciação e Redução de Risco
Vamos imaginar que temos um zoológico onde os visitantes podem ver os leões.
Claro, isso significa que os leões estão perto dos visitantes, e quando os leões
ficarem com fome, eles vão comer alguns dos visitantes.
Então, o risco que nós temos, o risco que provém dessa possibilidade de dano, é
um perigo significativo.
Então, através de uma mudança de projeto já reduzimos muito o risco. O risco que
vem do parâmetro da gravidade de dano, já está reduzido, porque o lince pode
morder uma mão, um dedo, mas não pode comer as pessoas totalmente.
Para reduzir corretamente esse risco, vamos evitar que esse lince se movimente
livremente e vamos colocar o lince atrás de uma jaula com grades, para impedir o
contato do lince com as pessoas.
Nesse momento, não vamos mais reduzir o parâmetro do risco que vem da
gravidade do dano, o que nós vamos reduzir é a probabilidade de que ocorra.
Como já temos uma separação física entre o perigo e as pessoas, é muito
improvável que uma interação leve a esse dano, porque a interação diminuiu
muito.
Pode ser que o risco residual, seja ainda muito elevado. Vemos que o tamanho das
malhas da grade da jaula, permite que alguém introduza um ou dois dedos. Se o
lince estiver com muita fome, talvez morda esses dedos.
Para evitar isso, nós vamos utilizar uma informação para o usuário. Ou seja, uma
placa contendo o seguinte aviso, “cuidado, não introduza os dedos, mantenha
distância”.
CUIDADO
NÃO INTRODUZA OS DEDOS
MANTENHA DISTÂNCIA