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INSTITUTO DE PSIQUIATRIA – HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP

Terapia cognitivo-comportamental nas


cefaleias crônicas

Ronald Moura Fiuza

Monografia apresentada no Curso de Formação em Terapia Cognitivo-Comportamental no


Ambulatório de Ansiedade – AMBAN – USP - 2011
1
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CONTEÚDO

Agradecimentos ...................................................................................................................................... 4
Resumo.................................................................................................................................................... 5
Abstract ................................................................................................................................................... 6
Palavras-chave......................................................................................................................................... 7
Introdução ............................................................................................................................................... 8
Material e métodos ............................................................................................................................... 12
Programa de controle dor – síntese .................................................................................................. 13
SESSÃO 1: Introdução ao programa .................................................................................................. 14
SESSÃO 2: Formulação e relaxamento .............................................................................................. 16
SESSÃO 3: Fatores que influenciam a dor ......................................................................................... 17
SESSÃO 4: A técnica cognitivo-comportamental .............................................................................. 18
SESSÃO 5: Questionando um pensamento automático.................................................................... 19
SESSÃO 6: pensamentos alternativos ............................................................................................... 20
SESSÃO 7: Relaxamento muscular progressivo ................................................................................. 21
SESSÃO 8: Crenças ............................................................................................................................. 22
SESSÃO 9: Outras técnicas ................................................................................................................ 23
SESSÃO 10 - Sessão final ................................................................................................................... 24
Discussão ............................................................................................................................................... 25
Conclusão .............................................................................................................................................. 31
Bibliografia ............................................................................................................................................ 31
Anexos ................................................................................................................................................... 35
ANEXO 1: Fatores variáveis da cefaléia ............................................................................................. 36
Anexo 2 - Fatores mais frequentes ................................................................................................... 36
Anexo 3: Monitorização da cefaleia .................................................................................................. 37
ANEXO 4: Anamnese Pessoal ............................................................................................................ 41
ANEXO 5: Questionário Midas .......................................................................................................... 42
ANEXO 6: Programa ABCDE............................................................................................................... 43
ANEXO 7: Programa de Controle da Dor de Cabeça ......................................................................... 43
ANEXO 8: Estrutura da Sessão .......................................................................................................... 45
ANEXO 9: Formulação de caso .......................................................................................................... 46
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ANEXO 10: Técnicas de relaxamento ................................................................................................ 48


ANEXO 11: Respiração diafragmática ............................................................................................... 53
ANEXO 12: Biofeedback .................................................................................................................... 55
ANEXO 13: O portão da dor .............................................................................................................. 56
ANEXO 14: O modelo cognitivo-comportamental da dor de cabeça................................................ 57
Anexo 15: Distinguindo situações, emoções e pensamentos ........................................................... 59
ANEXO 16: Registro em 3 colunas ..................................................................................................... 61
ANEXO 17: Orientações em 3 colunas .............................................................................................. 62
ANEXO 18: Registro em 5 colunas ..................................................................................................... 63
ANEXO 19: Treinamento cognitivo-comportamental em cefaléia .................................................... 64
ANEXO 20: Orientação em 5 colunas ................................................................................................ 66
ANEXO 21: Distorções Cognitivas...................................................................................................... 67
ANEXO 22:Pensamentos distorcidos sobre a dor ............................................................................. 68
ANEXO 23 - Registro de crenças ........................................................................................................ 71
ANEXO 24: Relaxamento progressivo ............................................................................................... 72
ANEXO 25 - Crenças negativas relacionadas à dor............................................................................ 76
ANEXO 26: Quatro crenças centrais: irracionais x racionais ............................................................. 78
ANEXO 27: Relaxamento muscular progressivo (Jacobson) II........................................................... 79
ANEXO 28: O treinamento autógeno ................................................................................................ 81
ANEXO 29: Atenção-distração ........................................................................................................... 86
ANEXO 30: Componentes do treino de controle do stress ............................................................... 87
ANEXO 31: Assertividade .................................................................................................................. 88
ANEXO 32: Resolução de problemas................................................................................................. 90
ANEXO 33: Raiva................................................................................................................................ 92
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AGRADECIMENTOS

Este trabalho foi desenvolvido durante o Curso de Terapia Cognitivo-


comportamental no Ambulatório de Ansiedade (AMBAN) da Universidade de São
Paulo. Agradeço ao corpo docente do curso e aos colegas que ajudaram com
observações e críticas. Agradeço especialmente ao meu orientador Marcelo da Rocha
Carvalho pelas incansáveis sugestões e pela supervisão de pacientes de cefaleia
crônica que seguiram a orientação do protocolo, com boa adaptação e motivação. A
impressão preliminar destes casos é altamente favorável e espero que seja alvo de
publicação posterior.
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RESUMO

A cefaléia crônica é um transtorno prevalente, que provoca sofrimento ao


paciente, significa um fardo para a sociedade e constitui um desafio para equipe de
saúde. Apesar dos avanços na farmacologia, alguns casos permanecem rebeldes. A
terapia cognitivo-comportamental se mostrou de grande utilidade nestes casos. No
presente trabalho é apresentado um protocolo composto de técnicas cognitivas e
comportamentais aprovadas para o tratamento das cefaléias. Trata-se de um manual
que propõe uma sequencia de instrumentos psicológicos e os detalha “passo a passo”,
revendo também a literatura concernente.
6

ABSTRACT

Chronic headache is a prevalent disorder that causes suffering to the


patient, means a burden to society and is a challenge for the health care team. Despite
advances in pharmacology, some cases remain rebels. The cognitive-behavioral
therapy has proven very useful in these cases. In this paper we present a protocol that
includes some cognitive and behavioral techniques approved for treatment of
headache. It is a manual that offers a sequence of psychological tools and details them
"step by step," also reviewing the concerning literature.
7

PALAVRAS-CHAVE

Cefaléia – Transtornos de Enxaqueca – Cefaléia do Tipo Tensional – Terapia


Cognitiva – Terapia Comportamental – Bioretroalimentação Psicológica – Terapia
de Relaxamento
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INTRODUÇÃO

A maioria das pessoas sofre com episódios de dor de cabeça. De fato, as


cefaléias destacam-se como uma das queixas mais comuns, em todas as populações.
Alguns estudos epidemiológicos estimam até 93 % de prevalência (BOARDMAN,
THOMAS, et al., 2003; RASMUNSSEN, JENSEN e SCHROLL, 1991). A maior
parte desses pacientes apresenta quadro de dor episódica, mas alguns desenvolvem dor
crônica, quase diária, gerando impacto significativo na qualidade de vida e
repercutindo em seu trabalho, família e lazer (DAHLÖF e SOLOMON, 2006).
Representa ainda ônus econômico e social considerável, tendo em vista não apenas os
custos diretos ao sistema de saúde, mas também os custos indiretos, vinculados ao
absenteísmo e à perda de produtividade na escola ou trabalho (BERG e RAMADAN,
2006).

Apesar de ser uma das mais frequentes causas de consulta médica


(PASCUAL, COMBARROS e LENO, 1995), sabe-se que a maioria dos pacientes
com cefaléia não procura o sistema de saúde, recorrendo à automedicação (LIPTON,
STEWART e SIMON, 1998; LIPTON, SCHER, et al., 2002). Entre os que procuram
o médico, a maior parte é atendida pelo sistema primário de saúde, não tendo acesso
aos níveis secundários ou terciários. Assim sendo, estima-se que cerca da metade dos
pacientes nunca receba um diagnóstico correto e que, por isto, não seja tratado
adequadamente (LIPTON e BIGAL, 2007). Muitos destes pacientes têm como
consequência a transformação de sua doença, que se torna crônica ou recorrente
(MATHEW, STUBITS e NIGAM, 1982). As cefaléias crônicas são justamente as que
trazem o maior impacto para o indivíduo e para a sociedade (STOVNER, HAGEN, et
al., 2007).

Por definição, dor crônica é aquela que se estende por longos períodos –
meses, anos ou mesmo décadas. Causam sofrimento prolongado aos pacientes e
interferem em outras áreas, como a emocional (ANGELOTTI e FORTES, 2007).
Quando a cefaleia é muito frequente e se manifesta por mais do que 15 dias ao mês é
também chamada de cefaléia crônica diária, desde que não seja atribuída a outras
causas sistêmicas e estruturais. A maior parte dessas cefaléias está associada à
9

enxaqueca crônica, à cefaléia tipo tensional crônica e à cefaléia por uso excessivo de
medicação (SILBERSTEIN, LIPTON e SOLOMON, 1994). Estudos de base
populacional estimam que 4 a 5% da população apresente cefaléia crônica diária
(SCHER, STEWART e LIBERMAN, 1998).

Estes pacientes são tidos como de difícil tratamento, apesar dos recentes
avanços da neurobiologia e do advento de novas medicações. Talvez uma das causas
da dificuldade seja o fato de que frequentemente o transtorno é acompanhado por
abuso de medicação e por comorbidades psiquiátricas (MATHEW, REUVENI e
PEREZ, 1987). Para que o tratamento tenha mais possibilidade de êxito várias atitudes
devem ser tomadas, incluindo a confirmação do diagnóstico da cefaléia primária, a
exclusão das cefaléias secundárias, a determinação das comorbidades clinicas e
psiquiátricas e o controle dos fatores desencadeantes e exacerbantes, especialmente o
abuso de medicação. Desta forma, os pacientes devem se abster do excesso de
analgésicos e iniciar medicação preventiva. Esta fase pode ser muito difícil, com
aumento da dor de cabeça e dos sintomas associados. Alguns pacientes precisam ser
hospitalizados. Todos devem ter informação suficiente sobre o problema e suporte
contínuo da equipe de saúde e da família (SILBERSTEIN, LIPTON e SAPER, 2008).

Os pioneiros dedicados ao tratamento das cefaléias já observaram a


importância das variáveis psicossociais e fisiológicas na evolução da enxaqueca e da
cefaleia tensional (WOLFF, 1953). Desde então se valoriza a habilidade que o
paciente pode desenvolver para lidar com seus sintomas e com o próprio tratamento.
Tem-se como especialmente importante sua capacidade de lidar com as consequências
inerentes à convivência com uma condição médica crônica. A participação ativa do
paciente pode tornar-se fundamental, como ao auto monitorar a dor e os fatores
desencadeadores ou associados a esta, ao possuir competências para lidar com estresse
e ainda ao demonstrar motivação e confiança para se engajar em um estilo de vida
saudável (HOLROYD, PENZIEN e RAINS, 2008).

Estudos clássicos apontaram a eficácia de determinadas práticas não


medicamentosas em casos de cefaléia crônica. Bakal indicou a “abordagem
psicobiológica”, que utiliza componentes cognitivos, comportamentais, fisiológicos e
bioquímicos, focalizando especialmente o combate ao estresse (BAKAL, 1983).
10

Outros estudos investigaram os fatores responsáveis pela melhora dos pacientes e


enfatizaram o biofeedback e técnicas de combate ao estresse (HOLROYD,
ANDRASIK e WESTBROOK, 1977).

Hoje está estabelecido o papel das técnicas comportamentais e cognitivas


no tratamento das cefaléias crônicas. Nas últimas décadas significativa quantidade de
publicações controladas e meta-análises evidenciaram os resultados favoráveis obtidos
por estas técnicas (RAINS, PENZIEN e MCCRORY, 2005). Baseados nestes estudos,
a American Academy of Neurology recomendou algumas técnicas, que apresentaram
nível A de evidência para o tratamento da enxaqueca: o treinamento de relaxamento, o
biofeedback termal combinado com relaxamento, o biofeedback de tensão muscular e
a terapia cognitivo-comportamental (TCC). Sugeriu ainda que a associação destas
técnicas com medicação preventiva poderia aumentar ainda mais a eficácia dos
resultados, com evidência de nível B (SILBERSTEIN, 2000).

Também para cefaléia tipo tensional crônica, uma abrangente meta-análise


envolvendo 107 artigos (35 randomizados e controlados) mostrou melhora dos
pacientes submetidos a terapia cognitivo-comportamental (treinamento de
relaxamento, biofeedback de tensão muscular e TCC) em comparação com grupos
controle (MCCRORY, PENZIEN e HASSELBLAD, 2001).

A TCC pode também ser muito útil nos pacientes com cefaléia por uso
excessivo de medicação e na abordagem de comorbidades psiquiátricas, como
transtornos ansiosos, de humor e de sono (HOLROYD, PENZIEN e RAINS, 2008).

Assim, os métodos da TCC podem ajudar a maioria dos pacientes com


cefaléia crônica e já se dispõem alguns trabalhos em língua portuguesa (ANDRASIK e
ROWAN, 2007; PEREIRA, 2007; FERNANDES e GUIMARÃES, 2002). Algumas
meta-análises consideram o resultado do tratamento comportamental similar ao do
tratamento medicamentoso (ANDRASIK, 2007).

Atualmente os pesquisadores tentam definir as metas que ainda não foram


atingidas e para onde direcionar as pesquisas (PENZIEN, RAINS e LIPCHIK, 2005).
A dificuldade na replicação dos resultados demonstra a necessidade de maior
11

padronização das técnicas e das respectivas indicações. Há principalmente a


premência de se definir quais intervenções cognitivas ou comportamentais devem ser
utilizadas em cada situação. Em outras palavras, os dados da literatura suportam o
emprego da TCC na cefaléia crônica, mas poucas fontes indicam como fazê-lo
(ANDRASIK e ROWAN, 2007).

Paul Martin propôs um modelo que não se restringisse a uma técnica, mas
que levasse em conta as diversas variáveis controláveis das cefaléias. Procurando
determinar os fatores que podem implicar na variância da dor de cabeça, o autor
elaborou um modelo pictórico que pudesse ser facilmente entendido pelos pacientes
(Anexo 1) e aplicado pelo profissional na formulação do caso (MARTIN, 1993). Este
modelo facilita a investigação das características da dor, bem como dos fatores
biológicos, cognitivos e comportamentais que a acompanham. Lembra a importância
de se pesquisarem os antecedentes que desencadeiam ou agravam cada crise e os que
contribuíram para o começo do problema. Salienta ainda o valor do levantamento das
consequências comportamentais da crise, no que concerne ao paciente e aos
familiares. A partir daí pode ser proposto um plano terapêutico que atinja cada uma
das fases, utilizando-se ferramentas da TCC.

Neste trabalho nós procuraremos desenvolver um modelo que possa servir


de manual utilizável em pacientes com cefaléia crônica. A montagem do protocolo foi
feita a partir das informações existentes na literatura, utilizando técnicas já aprovadas
e sugerindo uma estrutura e uma sequencia que possa ser reproduzida.
12

MATERIAL E MÉTODOS

A estrutura básica do modelo está calcada no protocolo desenvolvido por


Thorn para o tratamento cognitivo dos pacientes com dor crônica (THORN, 2004).
Este modelo apresenta, sessão a sessão, cada técnica utilizada no tratamento, incluindo
a maneira de apresentá-la ao paciente.

Adaptamos seu protocolo acrescentando outras técnicas comprovadamente


eficazes no tratamento da cefaleia crônica, como biofeedback e exercícios de
relaxamento. Associamos sugestões diversas encontradas na literatura, especialmente
retiradas dos extensos trabalhos correlatos feitos por Martin (MARTIN, 1993), Beck
(WINTEROWD, BECK e GRUENER, 2003) e Borkum (BORKUM, 2007).
Apreciamos também as sugestões feitas nos trabalhos históricos de Bakal (BAKAL,
1983), Holroyd (HOLROYD, ANDRASIK e WESTBROOK, 1977), Blanchard
(BLANCHARD e ANDRASIK, 1985) e outros.

O chamado “programa de controle da dor de cabeça” se divide em 10


temas principais. Cada um deles pode ser a matéria principal de uma sessão semanal
individual de 50 minutos. Na primeira sessão se faz a avaliação do paciente e a
apresentação do programa. Elabora-se então a formulação preliminar do caso,
produzindo-se uma lista de problemas e um plano de tratamento. Na segunda sessão
enfoca-se o fenômeno da dor e avaliam-se os recursos que o paciente utiliza no
momento em que a cefaléia ocorre. Introduzem-se técnicas de relaxamento. A terceira
sessão é educativa, esclarecendo-se a inter-relação entre sintomas (especialmente a
dor), emoções, pensamentos e comportamentos em dada situação. Destaca-se a
influência de estressores e emoções na percepção da dor. Da quarta à sexta sessões o
paciente é treinado em técnicas cognitivas para lidar com a dor, mantendo-se parte da
sessão dedicada ao relaxamento ou biofeedback. Nas últimas sessões aprofunda-se o
treinamento e introduzem-se técnicas cognitivas ou comportamentais complementares,
dependendo da necessidade.

A proposta vai relatada a seguir, passo a passo, iniciando com a síntese do


programa e prosseguindo com a descrição de cada sessão, de sua estrutura, de seus
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objetivos e exercícios. Na descrição de cada objetivo destacamos os principais tópicos


que devem ser discutidos com o paciente. Como sugestão, disponibilizamos ainda
diversos anexos que podem auxiliar na tarefa do terapeuta ou servir de orientação para
os pacientes.

PROGRAMA DE CONTROLE DOR – SÍNTESE

(As referências encontram-se nos anexos)

1. Introdução ao programa
a. Avaliação dos fatores que influenciam a dor do paciente
b. Anamnese pessoal e avaliação do impacto da dor
c. Apresentação do esquema dos fatores variáveis da cefaléia
d. Apresentação do programa de controle da dor
2. Técnicas de combate à crise de dor / relaxamento
a. Apresentação da formulação (detalhamento) do caso do paciente
b. Aprendizado de técnica de combate à dor: respiração diafragmática
c. Introdução do biofeedback.
3. Introdução do modelo cognitivo
a. Influência de estressores e emoções na percepção da dor.
b. Distinguindo situações, emoções, pensamentos e comportamentos.
4. Identificação de pensamentos automáticos
a. O que é um pensamento automático
b. Como identificá-los
5. Avaliação dos pensamentos automáticos
a. Levantamento das evidências a favor e contra
b. Conhecimento das principais distorções cognitivas
6. Definição de pensamentos alternativos
a. Aprendizagem da construção de um pensamento alternativo.
b. Avaliação da influência dos instrumentos cognitivos (experimento).
7. Relaxamento muscular progressivo
a. Demonstração da técnica de Jacobson
b. Orientação e GRAVAÇÃO para treinamento.
8. Crenças
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a. Identificação de sistemas de crenças


b. Desafio de crenças distorcidas e negativas e construção de novas crenças
9. Técnicas cognitivas ou comportamentais adicionais
a. Relaxamento progressivo – fase II
b. Treinamento autógeno
c. Apresentação de técnicas de controle de estresse e de raiva, assertividade,
resolução de problemas e outras
d. Definição sobre sessões adicionais ou conclusão do tratamento
10. Sessão final
a. Revisão dos conceitos e habilidades aprendidas durante o programa.
b. Feedback sobre os aspectos mais importantes do tratamento
c. Inclusão destas práticas na vida diária.

O tratamento deve consistir no cumprimento dos objetivos do programa, como


descrito. Cada sessão é estruturada (ANEXO 8), iniciando com a revisão da semana e da
monitorização dos episódios de dor de cabeça, seguido da recordação (feita pelo paciente) dos
conceitos da sessão anterior, bem como dúvidas e desconfortos. A seguir é feita avaliação dos
exercícios práticos (trabalhos de casa) estabelecidos. Só então iniciam-se os trabalhos (os
objetivos) principais da sessão. Estes podem seguir a ordem proposta no protocolo, podendo
ser também modificados, de comum acordo entre terapeuta e paciente. Após o trabalho
principal é feito o resumo da sessão e são determinados os exercícios práticos e leituras para a
semana. Podem ser aplicados inventários ou questionários a serem utilizados em sessões
posteriores.

SESSÃO 1: INTRODUÇÃO AO PROGRAMA

OBJETIVO 1 - Apresentar o esquema dos fatores variáveis da dor de cabeça


1. Introduzir ao paciente alguns conceitos preliminares
a. A dor de cabeça é influenciada por fatores recentes e antigos.
b. É preciso avaliar os fatores que podem influenciar nas crises
c. Devem-se focalizar especialmente três aspectos:
i. Que fatores precipitam ou agravam as suas dores?
ii. Como as suas características pessoais contribuem?
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iii. Quais são as suas respostas e as respostas dos familiares à sua dor?
d. Técnicas de manejo das crises de dor, como relaxamento
e. Técnicas para lidar com estresse e com emoções negativas.
f. Treinamento de respostas mais adaptativas às crises
2. Apresentar o esquema: Fatores variáveis da dor (ANEXO 1)
3. Destacar: Fatores de influência mais frequentes (ANEXO 2)
4. Acompanhar a monitorização da cefaléia (ANEXO 3)
OBJETIVO 2 - Avaliar os fatores que influenciam na dor do paciente
1. Anamnese pessoal (ANEXO 4)
2. Avaliar o impacto da dor: Questionário Midas (ANEXO 5)
3. Analisar dados da história e da monitorização
4. Definir prioridades entre os fatores agravantes
5. Avaliar influência de nervosismo e estresse
6. Perguntar o pensamento que surgiu em alguma situação estressante ou de dor (anotar).
OBJETIVO 3 - Apresentar o programa de controle da dor
1. Apresentar o programa de controle da dor (ABCDE) (ANEXO 6)
a. Aliviar a dor. Aceitar melhoras parciais.
b. Buscar os fatores que pioram a dor. Batalhar contra estes.
c. Corrigir distorções (crenças e comportamentos).
d. Dedicar-se intensivamente: vida nova!
e. Evitar excessos, especialmente de remédio.
2. Convidar ao programa (ANEXO 7)
3. Enfatizar que este programa tem evidências científicas comprovadas.
4. Esclarecer a estrutura das sessões (ANEXO 8)
EXERCÍCIOS PRÁTICOS PARA A SEMANA
1. Monitorizar a dor
2. Questionários e escalas para transtornos psicológicos em geral ou específicos, como
ansiedade, depressão e estresse.
3. Resumo da sessão de hoje / apontar dúvidas e sugestões
4. Leitura do programa de controle da dor
5. Análise da abordagem funcional e dos fatores de influência
AVALIAÇÃO DA SESSÃO E DÚVIDAS
REVISÃO DA SESSÃO PELO CLÍNICO (após a sessão)
1. Formulação do caso (ANEXO 9)
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2. Traçar os objetivos gerais do programa de tratamento


3. Preencher o modelo do paciente (resumo da formulação) para a próxima sessão
4. Resumo da sessão
5. Planejamento da próxima sessão

SESSÃO 2: FORMULAÇÃO E RELAXAMENTO

EVOLUÇÃO DA CEFALEIA – (diário da dor, medicamentos, adesão, gatilhos)


REVISÃO DA SESSÃO ANTERIOR (pontos principais, dúvidas, sugestões)
REVISÃO DOS EXERCÍCIOS PRÁTICOS
OBJETIVO 1 – Apresentar a formulação (ANEXO 9)
1. Apresentar o modelo do paciente devidamente preenchido e discuti-lo
2. Apresentar resultados preliminares de questionários
OBJETIVO 2 – Técnicas de combate à dor
1. Iniciar a abordagem ao modelo pelo ponto central: a dor.
2. O relaxamento pode trazer um considerável alívio no momento da dor
a. Reduz os fatores fisiológicos que acompanham a dor (tônus simpático)
b. Envolve o paciente em ambiente agradável, incompatível com a dor
c. Mantém o paciente focalizado em outras sensações internas, não dolorosas
d. Redireciona a atenção
e. Reduz o estresse ligado à dor
3. Material para leitura: aprendendo a relaxar (ANEXO 10)
4. Treinamento em respiração diafragmática (ANEXO 11)
OBJETIVO 3 – Introduzir o biofeedback
1. Leitura: o que é o biofeedback (ANEXO 12)
2. Sessão de biofeedback
EXERCÍCIOS PRÁTICOS PARA A SEMANA
1. Resumo da sessão de hoje
2. Respiração diafragmática várias vezes ao dia
3. Testar respiração diafragmática em caso de dor.
4. Inventário de estresse(LIPP, 2000)
AVALIAÇÃO DA SESSÃO E DÚVIDAS
REVISÃO DA SESSÃO PELO CLÍNICO
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6. Resumo da sessão
7. Acréscimos e correções à formulação
8. Planejamento da próxima sessão

SESSÃO 3: FATORES QUE INFLUENCIAM A DOR

EVOLUÇÃO DA CEFALEIA – (diário da dor, medicamentos, adesão, gatilhos)


REVISÃO DA SESSÃO ANTERIOR (pontos principais, dúvidas, sugestões)
REVISÃO DOS EXERCÍCIOS PRÁTICOS
OBJETIVO 1 – O que é dor e que fatores que a influenciam
1. O paciente que entende sua dor lida melhor com ela.
a. Tem menos ansiedade e depressão.
b. Apresenta menos problemas de incapacidade
c. Mesmo a intensidade da dor tende a diminuir
d. Reconhece emoções e pensamentos que levam a ansiedade
e. Sabe que medo da dor aumenta a dor.
2. A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável
a. Associada a lesão física real ou imaginária
b. Dor crônica (ou rebelde) é a que dura mais de 3 meses
3. A dor é real e relacionada ao estresse.
a. A dor desencadeia o estresse ↔ o estresse piora a dor
b. A maneira como pensamos sobre a dor pode melhorar ou piorar o estresse
c. Aprender a lidar com o estresse pode reduzir a dor.
4. A teoria do portão (MELZACK e WALL, 1965)
a. Antigamente se pensava que dor = lesão.
b. Hoje: centros cerebrais → processamento dos estímulos → a experiência da
dor.
c. A experiência da dor depende de um portão que o estímulo deve abrir.
d. Conhecemos fatores que abrem e fecham o portão (Teoria do portão) (ANEXO
13)
e. Conhecemos as vias anatômicas da dor e da sua modulação
5. Escrever uma lista de situações estressantes.
6. Escrever uma lista de emoções (exemplos de emoções)
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OBJETIVO 2 – Introduzir o modelo cognitivo-comportamental.


1. O modelo cognitivo: A relação dor, estresse, emoções e pensamentos (ANEXO 14)
2. Pequenas mudanças em uma área provocam mudanças nas demais.
3. Assim, pensamentos influenciam emoções, comportamento e funcionamento físico.
4. Alguns pensamentos podem piorar a dor, por que:
a. Levam a focalizar a atenção na dor ou em fatores relacionados.
b. Atrapalham-nos de distrair da dor.
c. Levam a crença da impossibilidade do controle da dor (desamparo)
d. Resultam na acentuação da percepção da dor.
5. Para melhor lidar com a dor, precisamos saber distinguir situações, emoções e
pensamentos.
6. Sugerir exemplos; pedir que o paciente distinga por escrito
SESSÃO DE BIOFEEDBACK
EXERCÍCIOS PRÁTICOS PARA A SEMANA
1. Resumo da sessão de hoje
2. Continuar a listar eventos estressores.
3. Continuar a listar as emoções.
4. Exercício: ”Distinguindo situações e pensamentos” (ANEXO 15)
5. Ler texto sobre a teoria do portão
AVALIAÇÃO DA SESSÃO E DÚVIDAS
REVISÃO DA SESSÃO PELO CLÍNICO

SESSÃO 4: A TÉCNICA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

EVOLUÇÃO DA CEFALEIA (diário da dor, medicamentos, adesão, gatilhos)


REVISÃO DA SESSÃO ANTERIOR (pontos principais, dúvidas, sugestões)
REVISÃO DOS EXERCÍCIOS PRÁTICOS
OBJETIVO 1 - Aprender a identificar pensamentos automáticos (BECK, RUSH, et al., 1997)
1. Pensamentos automáticos vêm espontaneamente em nossas mentes, durante o dia.
a. São pensamentos curtos, que surgem paralelamente ao nosso fluxo de
raciocínio
b. Se não estivermos atentos, eles ficam fora da consciência.
c. Podem ser palavras, recordações ou mesmo imagens
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d. Para identificá-los, observe o que passa em sua mente durante uma emoção.
e. Aprendendo a reconhecê-los, podemos influenciar as emoções e a dor.
2. Procure identificar pensamentos automáticos recentes
a. Quais pensamentos ocorriam quando estava na sala de espera?
b. Quais pensamentos ocorreram em recente estressor ou recente emoção?
c. Quais pensamentos surgem quando um conhecido que “finge que não o vê”.
3. Questionamento socrático de dados da monitorização e da lista dos estressores.
a. O que aconteceu antes da dor de cabeça (ou do estressor)?
b. E quando piorou a dor?
c. Descreva cada estado emocional, com uma palavra.
d. O que estava passando em sua mente instantes antes da dor de cabeça?
4. Os registros de pensamentos desenvolvem habilidades que melhoram o humor, o
comportamento e os sintomas.
5. Registro em 3 colunas (ANEXO 16)
6. Orientação das 3 colunas (ANEXO 17)
SESSÃO DE BIOFEEDBACK
EXERCÍCIOS PRÁTICOS PARA A SEMANA
1. Resumo da sessão de hoje
2. Preencher registros em 3 colunas com ocorrências da semana
AVALIAÇÃO DA SESSÃO E DÚVIDAS
REVISÃO DA SESSÃO PELO CLÍNICO

SESSÃO 5: QUESTIONANDO UM PENSAMENTO AUTOMÁTICO

EVOLUÇÃO DA CEFALEIA (diário da dor, medicamentos, adesão, gatilhos)


REVISÃO DA SESSÃO ANTERIOR (pontos principais, dúvidas, sugestões)
REVISÃO DOS EXERCÍCIOS PRÁTICOS
OBJETIVO 1 - Aprender a questionar pensamentos automáticos negativos
1. Avaliando o pensamento automático
a. Considere um pensamento automático como uma hipótese
b. Alguns pensamentos relacionados com dor ou estresse são corretos.
c. A maioria dos pensamentos automáticos é pelo menos parcialmente correta.
d. Alguns pensamentos relacionados à dor ou estresse são distorcidos.
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e. Distorções negativas de pensamentos têm grande influência negativa nas


emoções, comportamento e funcionamento físico.
f. Avaliar os pensamentos automáticos pode reduzir as distorções e isto pode
exercer influência positiva na capacidade de lidar com a dor e o estresse.
2. Escolha um pensamento no registro em 3 colunas” e transfira para→
3. →Registro em 5 colunas (ANEXO 18)
4. Como questionar um pensamento automático
a. Evidências (dados, informações ou fatos) a favor.
b. Evidências contra
i. Tive alguma experiência de que isto não é verdadeiro o tempo todo?
ii. Existem pequenas coisas que contradizem este pensamento?
iii. Quando não estou me sentindo deste modo, penso de maneira diferente?
iv. Quando me senti assim no passado, sobre o que pensei que me ajudou?
v. Se alguém que amo tivesse este pensamento, o que eu diria a ele(a)?
vi. O que o meu melhor amigo diria a mim, a respeito?
vii. Daqui a 5 anos eu olharei para este fato de maneira diferente?
c. Ainda acredita no pensamento? (0-10)
5. Treinamento cognitivo (ANEXO 19)
6. Orientação das 5 colunas (ANEXO 20)
OBJETIVO 2 - Conhecer as principais distorções cognitivas
1. Há muitas maneiras como um pensamento sobre dor pode ser distorcido, como
incluindo termos como “sempre” ou “nunca” (“nunca me livrarei desta dor”).
2. A distorção pode ser na intensidade atribuída à dor, ou ao seu valor como ameaça
(“Esta dor é intolerável”. “Não posso viver assim.”)
3. Distorções cognitivas frequentes (ANEXO 21)
SESSÃO DE BIOFEEDBACK
EXERCÍCIOS PRÁTICOS PARA A SEMANA
1. Resumo da sessão de hoje
2. Preencher planilha pensamentos 5
AVALIAÇÃO DA SESSÃO E DÚVIDAS
REVISÃO DA SESSÃO PELO CLÍNICO

SESSÃO 6: PENSAMENTOS ALTERNATIVOS


21

EVOLUÇÃO DA CEFALEIA (diário da dor, medicamentos, adesão, gatilhos)


REVISÃO DA SESSÃO ANTERIOR (pontos principais, dúvidas, sugestões)
REVISÃO DOS EXERCÍCIOS PRÁTICOS
OBJETIVO 1 - Aprender a definir pensamentos alternativos
1. Para desafiar um pensamento é preciso identificar o foco da distorção.
2. “Há uma alternativa mais realista ao pensamento automático original?”
3. “Escreva uma frase que resuma as evidências a favor e contra o pensamento
automático. Faz sentido?”
4. Compare a lista das distorções de pensamento com o padrão habitual de pensamentos.
5. Após gerar a alternativa, reavalie o pensamento original (0-10).
6. Avalie influência dos instrumentos cognitivos nas emoções e sintomas.
OBJETIVO 2 – Como lidar com pensamentos negativos que sejam verdadeiros
1. “Se meu pensamento fosse verdadeiro, qual seria a pior consequência? Qual a melhor?
E qual é a mais realista?”
2. “Se um amigo tivesse um pensamento igual, o que você diria a ele?”
3. “Existe algum ponto forte em mim que estou ignorando?”
4. Avaliar a necessidade do aprendizado de técnicas de resolução de problemas (ANEXO
32)
OBJETIVO 3 – Testar o pensamento alternativo
1. Programar um experimento comportamental.
SESSÃO BIOFEEDBACK
EXERCÍCIOS PRÁTICOS PARA A SEMANA
1. Resumo da sessão de hoje
2. Continuar com a planilha pensamentos 5
3. Ler sobre pensamentos distorcidos sobre a dor (ANEXO 22)
AVALIAÇÃO DA SESSÃO E DÚVIDAS
REVISÃO DA SESSÃO PELO MÉDICO

SESSÃO 7: RELAXAMENTO MUSCULAR PROGRESSIVO

EVOLUÇÃO DA CEFALEIA (diário da dor, medicamentos, adesão, gatilhos)


REVISÃO DA SESSÃO ANTERIOR (pontos principais, dúvidas, sugestões)
REVISÃO DOS EXERCÍCIOS PRÁTICOS
22

OBJETIVO 1 - Aprender o relaxamento muscular progressivo


1. Fazer demonstração da técnica de Jacobson
2. Entregar GRAVAÇÃO e orientação Jacobson I (ANEXO 24)
EXERCÍCIOS PRÁTICOS PARA A SEMANA
1. Praticar relaxamento progressivo
2. Preencher um inventário de crenças, como o de Ellis (RANGÉ e FENSTER, 2004) ou
Young (YOUNG, 2003)
AVALIAÇÃO DA SESSÃO E DÚVIDAS
REVISÃO DA SESSÃO PELO CLÍNICO

SESSÃO 8: CRENÇAS

EVOLUÇÃO DA CEFALEIA (diário da dor, medicamentos, adesão, gatilhos)


REVISÃO DA SESSÃO ANTERIOR (pontos principais, dúvidas, sugestões)
REVISÃO DOS EXERCÍCIOS PRÁTICOS
OBJETIVO 1 - Identificar sistemas de crenças gerais
• Os sistemas de crenças moldam nossos pensamentos automáticos.
a. As crenças são ideias que aprendemos na infância ou adolescência
b. Nós temos crenças positivas e negativas.
c. As crenças negativas afloram em épocas de estresse.
• Utilize a planilha “registro de crenças” (ANEXO 23)
a. Identifique pensamentos automáticos repetitivos.
b. Use a seta descendente para identificar o pensamento automático e as crenças.
c. Há alguns tipos frequentes de crenças negativas relacionadas à dor (ANEXO
25)
• Pergunte: - Se este pensamento for verdade,
a. “O que isto significa para mim?”
b. “O que isto significa sobre mim?”
c. “O que significa sobre as outras pessoas?”
d. “O que significa sobre o mundo?”
OBJETIVO 2 - Desafiar crenças distorcidas e negativas e construir novas crenças.
1. Crenças são ideias e, como tal, podem não ser 100% verdadeiras.
2. Podem ser testadas: crenças irracionais X racionais (ANEXO 26)
23

3. Considere as evidências a favor e contra sua crença.


a. Pergunte: “Como saber se esta crença é verdadeira?”
b. “Qual é a origem desta regra?”
c. “Esta regra se aplica a todos?”
d. “Esta regra pode ser uma preferência em vez de um princípio?”
e. Pode ser preciso registrar durante longo tempo.
f. Questione as evidências como no registro das crenças (ANEXO 23)
4. Considere as vantagens e desvantagens de manter tal crença.
5. Crie uma crença alternativa.
6. Tente o exercício “como se”: aja como se a nova crença fosse verdade.
7. Avalie a necessidade de um experimento comportamental
EXERCÍCIOS PRÁTICOS PARA A SEMANA
1. Utilize a planilha “registro de crenças” para identificar e desafiar crenças.
2. Tente usar o exercício “como se” com a nova crença.
3. Aplicar um questionário de assertividade
AVALIAÇÃO DA SESSÃO E DÚVIDAS
REVISÃO DA SESSÃO PELO CLÍNICO

SESSÃO 9: OUTRAS TÉCNICAS

EVOLUÇÃO DA CEFALEIA (diário da dor, medicamentos, adesão, gatilhos)


REVISÃO DA SESSÃO ANTERIOR (pontos principais, dúvidas, sugestões)
REVISÃO DOS EXERCÍCIOS PRÁTICOS
OBJETIVO 1 – Aprofundar conhecimento sobre técnicas de relaxamento
1. Complementar relaxamento muscular progressivo - Jacobson II (ANEXO 27)
2. Apresentar o treinamento autógeno – Schultz (ANEXO 28)
3. Apresentar técnicas de atenção – distração (ANEXO 29)
OBJETIVO 2 – Apresentar técnicas de combate ao estresse
1. Esquema de controle de estresse (ANEXO 30)
2. Treinamento em assertividade (ANEXO 31)
3. Treinamento em resolução de problemas (ANEXO 32)
4. Controle de raiva (ANEXO 33)
OBJETIVO 3 – Decidir sobre a conclusão do programa
24

1. Programar última sessão


2. Programar sessões adicionais
EXERCÍCIOS PRÁTICOS PARA A SEMANA
1. Jacobson II
2. Schulz
AVALIAÇÃO DA SESSÃO E DÚVIDAS
REVISÃO DA SESSÃO PELO CLÍNICO

SESSÃO 10 - SESSÃO FINAL

EVOLUÇÃO DA CEFALEIA (diário da dor, medicamentos, adesão, gatilhos)


REVISÃO DA SESSÃO ANTERIOR (pontos principais, dúvidas, sugestões)
REVISÃO DOS EXERCÍCIOS PRÁTICOS
OBJETIVO 1 - Rever conceitos e habilidades aprendidas durante o programa.
1. Relaxar pode ajudar a controlar a dor
2. Dor é um fenômeno ligado ao estresse.
3. O estresse dever ser avaliado quanto aos pensamentos e emoções.
4. Pensamentos automáticos e crenças influenciam como as pessoas lidam com a dor.
5. Pensamentos automáticos negativos acarretam descontrole da dor e emocional.
6. A reestruturação cognitiva é um instrumento que nos permite reconhecer estes
pensamentos distorcidos, examiná-los e desafiá-los, construindo alternativas mais
realistas.
7. As crenças sobre a nossa dor e como deve ser tratada também podem estar distorcidas
e podem ser avaliadas.
8. As crenças centrais sobre nós mesmos como pessoas com dor podem ter um forte
impacto na maneira como enfrentamos o processo doloroso. A mudança de uma
postura de “Eu sou um paciente de dor incapacitado” para “Eu sou uma pessoa
saudável que tem dor” é um salto importante.
9. Emoções fortes são parte do processo de enfrentamento da dor e do estresse.
10. As habilidades aprendidas devem continuar a ser praticadas. Quanto mais, mais as
dominamos. Agora começa o trabalho real.
OBJETIVO 2 - Feedback sobre os aspectos mais importantes do tratamento
1. Quais foram as partes mais importantes?
25

2. O que te trouxe mais dificuldade?


3. Quais as perguntas e preocupações que persistem?
OBJETIVO 3: Inclua estas práticas na sua vida diária.
1. Você pode ser seu próprio terapeuta.
2. Use suas anotações para rever o programa.
3. Quanto mais praticar, mais automático tido se tornará.
4. Lembre-se que ocorrerão momentos em que a dor vai aumentar, mas isto não é mais
uma questão de desespero.
5. O momento mais difícil de utilizar as novas habilidades é justamente durante os
episódios de dor, mas é o momento mais importante.
6. Há alguma barreira para continuar a praticar?
AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO
1. Pontos principais
2. Dúvidas
3. Críticas
REVISÃO DO TRATAMENTO PELO CLÍNICO
1. Resumo do tratamento

DISCUSSÃO
26

O profissional que atende pacientes com dor crônica deve estar preparado para
lidar com pessoas sofridas. É necessário desenvolver um estilo de atendimento empático,
procurando avaliar os problemas do paciente com compaixão. Esta pode ser a grande
oportunidade dada ao paciente para que ele possa realizar uma transição no modo como lida
com a dor, passando de um estilo traumático para um auto manejo maduro (BORKUM,
2007).

Antes de admitir um paciente em programa não medicamentoso de dor de cabeça,


presume-se que seu diagnóstico já tenha sido estabelecido. Segundo a Classificação
Internacional das Cefaléias II, as dores de cabeça são divididas em cefaléias secundárias, para
as quais há uma causa determinada e cefaléias primárias (como a enxaqueca ou a cefaléia tipo
tensional), para as quais não há causa determinada. Nesta classificação se reconhecem 14
grupos e mais de 200 diagnósticos de condições clínicas que provocam dor de cabeça
(HEADACHE COMMITTEE OF THE INTERNATIONAL HEADACHE SOCIETY, 2004).

Os casos de cefaléia frequente e rebelde (que ocorram em mais do que 15 dias por
mês, durante mais de 3 meses) são classificados como cefaléia crônica. Aí é mandatório que
se determine (e se afaste) qualquer sinal de alarme indicativo de uma cefaléia secundária, cujo
tratamento específico possa ser decisivo para a evolução do paciente, como tumores cerebrais,
aneurismas, meningites e outros. Felizmente a menor parte dos pacientes com cefaléia crônica
apresenta algum tipo de patologia mais grave. Em estudo populacional com 3377
participantes com cefaléia crônica diária, o subtipo mais comum foi o de enxaqueca crônica
(55%), seguido de cefaléia tipo tensional crônica (44%). Trinta e quatro por cento dos
pacientes apresentavam uso excessivo de medicação (LU, FUH, et al., 2001). Em nosso
protocolo utilizamos o termo genérico “cefaléia crônica” e não o termo específico “cefaléia
crônica diária”. Isto porque o protocolo pode ser usado em outras cefaléias crônicas (como
cefaléia cervicogênica ou cefaléia pós-traumática), que não se enquadram na classificação
“diária”, proposta por Silberstein (SILBERSTEIN, LIPTON e SOLOMON, 1994).

Após a adesão de um paciente ao programa de cefaléia, o primeiro passo é avaliá-


lo da maneira mais abrangente possível. Realizando uma anamnese detalhada e utilizando
eventualmente questionários estruturados que auxiliem no entendimento dos problemas do
paciente, é elaborada a peça denominada “formulação do caso”, que indicará o rumo do
tratamento durante todo seu percurso (KUYKEN, PADESKY e DUDLEY, 2010).
27

Desde o primeiro momento e durante todo o tratamento o terapeuta deve se


esforçar para motivar o paciente, convidando-o a se envolver intensamente no programa e a
modificar seu estilo de vida, tornando-o mais saudável (HOLROYD, PENZIEN e RAINS,
2008). Uma das maneiras de motivar ao paciente é fornecer-lhe informação. Pode-se começar
educando-o sobre os conceitos atuais concernentes ao fenômeno da dor, bem como sobre os
fatores que podem influenciá-la e os instrumentos que dispomos para lidar com este
problema. Ele deve sair da primeira sessão convencido, ou pelo menos esperançoso, de que o
programa pode ajudá-lo. Além disso, a informação é um passo importante para reduzir a
ansiedade relacionada à dor, que provoca aumento da vigilância às sensações corporais e
diminuição da sensação de auto controle.

Logo no início dos trabalhos enfatiza-se o fenômeno da dor e as técnicas que


podemos desenvolver para minorar o sofrimento. Diversas técnicas de relaxamento têm sido
empregadas para o controle da dor e do estresse. Há indicação do bom resultado na
diminuição das respostas fisiológicas relacionadas à dor e na manutenção de baixo nível de
excitabilidade no paciente e estima-se que estes resultados têm sido alcançados por técnicas
respiratórias, pelo relaxamento muscular progressivo, pelo treinamento autógeno, por
meditação e outros (MARTIN, 1993). Neste manual iniciamos com o treinamento em
respiração diafragmática e mais tarde abordamos o relaxamento muscular progressivo
(JACOBSON, 1976). Eventualmente utilizamos o treinamento autógeno, com opção
(SCHULZ, 1979). Durante todo o programa dedicamos parte da sessão ao biofeedback,
empregado para aprofundar a capacidade do paciente de se perceber relaxado. É também útil
para controlar a eficácia dos treinamentos feitos em casa (SCHWARTZ, 1987; DONNER,
2001).

Durante todo o programa o paciente monitoriza sua dor de cabeça, anotando as


características de cada episódio, bem como os fatores associados à dor, sejam eles agravantes
ou atenuantes. Neste ponto a ênfase sai do fenômeno da dor e passa para os fatores
antecedentes e consequentes ao mesmo. À medida que estes fatores vão sendo identificados,
novas monitorizações garantem o conhecimento detalhado de variáveis que podem
desencadear um episódio de dor, como menstruação, estresse, alimentos, bebidas, transtornos
do sono, irregularidade de hábitos, clima etc. As informações possibilitam ações corretivas,
como reequilíbrio hormonal, dietas específicas, higiene do sono, exercícios físicos e outras
(PEREIRA, 2007).
28

Na observação da auto monitorização o terapeuta deve também observar o


comportamento do paciente e de outras pessoas no momento da crise e na sequencia à mesma,
procurando reforçadores negativos ou positivos (MARTIN, 1993). Já de início deve-se
observar a tendência à busca de analgésicos e seu eventual abuso. O paciente deverá reduzir
os excessos e, eventualmente, abster-se de analgésicos. Outro fator importante é a atenção que
familiares e amigos dedicam ao paciente durante o episódio. Apoio excessivo pode reforçar o
comportamento doloroso. Se assim for, o excesso de atenção deve ser substituído por outro
tipo de reforço, especialmente quando o comportamento do paciente for adequado. Da mesma
forma deve-se verificar se algum afastamento remunerado do trabalho está atuando como
reforçador. A atuação nestes campos deve ser cautelosa, procurando-se desenvolver objetivos
realistas e apropriados. Além disso deve ser verificada a presença de comportamentos
evitativos (trabalho, escola, tarefas difíceis, sexo etc.), estimulando-se então a exposição
(RACHLIN, 2010).

À medida que o paciente percebe o fortalecimento de sua capacidade de lidar com


a dor, relata diminuição na intensidade da dor e maior tolerância à mesma. Sua sensação de
desamparo diminui e sua colaboração ao tratamento aumenta. A percepção desta aptidão
depende da habilidade do paciente em identificar as emoções, pensamentos e crenças
associadas ao problema doloroso. Depende também da percepção de sua competência (ou
não) para avaliá-los e, eventualmente, modificá-los. Por isto torna-se importante incluir
técnicas de terapia cognitiva em um protocolo de controle de dor (WINTEROWD, BECK e
GRUENER, 2003).

Assim sendo, esse manual enfatiza a reestruturação cognitiva. O início desta fase
também é feito com componente educacional, aprofundando-se as informações sobre
fisiologia e percepção da dor e introduzindo-se a teoria do portão. Esta teoria nos faz entender
que a dor não é simplesmente transmitida ao sistema nervoso central, mas é modificada por
ação deste (SANDKÜHLER, 2006). Assim, funções psíquicas podem modular a percepção da
dor, por meio de conexões descendentes do córtex para o tronco encefálico e medula espinhal.
Estas estruturas só foram descobertas a partir da teoria do portão (MELZACK e WALL,
1965). De posse desta noção fica mais fácil entender como o estresse, a emoção, o
pensamento e o comportamento disfuncionais podem modificar a maneira como sentimos
uma dor de cabeça.
29

Dedicamos várias sessões ao desenvolvimento de técnicas cognitivas para


reconhecer e avaliar os pensamentos automáticos, bem como para produzir alternativas a
pensamentos distorcidos e negativos (BECK, RUSH, et al., 1997; THORN, 2004). Deve-se aí
explorar especialmente duas tendências que podem aumentar a percepção de dor: a
focalização somática (muita atenção às sensações corporais) e a catastrofização (crença de
desamparo ou de incapacidade de lidar com a dor). Devemos reassegurar o paciente de que
sua dor é controlável e encorajá-lo a diminuir sua vigilância à dor (BORKUM, 2007).

Nas sessões finais podemos optar por caminhos variados, dependendo da


necessidade e da evolução do paciente. Uma questão muito importante e frequentemente
negligenciada é como crenças cognitivas podem influenciar no manejo da dor. Deveremos
avaliar a noção que o paciente tem de auto eficácia e de lócus de controle e, antes de tudo, se
ele está pronto para mudanças (NICHOLSON, 2010). Se identificarmos crenças ou esquemas
que estejam mantendo pensamentos distorcidos sobre a dor, deveremos abordá-las
especificamente (FERNANDES e GUIMARÃES, 2002). Por outro lado poderemos utilizar
técnicas para desenvolver crenças ou atitudes que contribuam para tornar mais fácil o manejo
da dor. Como exemplo podemos citar uma técnica denominada ACT (acceptance and
commitment therapy), pela qual o paciente passa a aceitar a realidade da dor crônica ao invés
de lutar desesperadamente contra ela (SARDÁ JR, 2007)

É bem possível que a lista de problemas trazidos pelo paciente aumente ao longo
das sessões. Poderemos então optar pelo treinamento de técnicas de resolução de problemas,
caso ainda não tenha sido feito (CABALLO, 1996).

O paciente com dor crônica necessita ainda comunicar-se bem com sua família,
com seu médico e demais profissionais de saúde, com as pessoas do plano de saúde, com o
pessoal de seu trabalho ou escola, etc. Ele necessita expor adequadamente sua dor, seu
sofrimento, suas necessidades, suas emoções. Para isto pode ser necessário treinamento em
habilidades sociais (PENIDO e RANGÉ, 2007). Poderemos enfatizar técnicas de
assertividade (CABALLO, 1996) ou mesmo de controle de raiva (GREENBERGER e
PADESKY, 1995).

Já salientamos a estreita correlação que existe entre dor de cabeça e estresse.


Sabe-se que o estresse é um dos principais gatilhos dos episódios de cefaléia. Mesmo que o
paciente não reconheça a presença de um estressor como desencadeante da dor, o estresse atua
como fator associado (a dor causa estresse e este a aumenta) e consequente (BAKAL, 1983).
30

Estressores do dia a dia podem promover o redirecionamento da atenção à dor, aumentando-a.


Preocupações sobre a causa e prognóstico da dor, questões financeiras, familiares e
trabalhistas podem dificultar o manejo eficaz do problema doloroso. Além dos estressores em
si, é necessário abordar as estratégias usadas pelo paciente para lidar com os mesmos, já que o
manejo disfuncional pode constituir em barreira para a melhora do paciente (LAKE, 2009).
Portanto, devemos complementar com uma abrangente técnica de combate ao estresse. Esta
fica facilitada com o conjunto de ferramentas já apresentado (LIPP e MALAGRIS, 2001).

No decurso de todo o tratamento e em cada uma das sessões é mantida a estrutura


prevista, com prioridade na monitorização da dor de cabeça e de seus fatores associados, dos
exercícios práticos de casa e do feedback do paciente. Também é mantida a ênfase no
componente educacional, oferecendo textos para maior compreensão dos problemas.
Reforçam-se as técnicas de relaxamento e as cognitivas. É sempre controlada a adesão ao
programa e às medicações (ou à sua abstinência).

A ferramenta que mantém o foco do tratamento desde o início é a formulação do


caso. Esta é atualizada a cada sessão, a medida que novos dados são coletados. O rumo é
corrigido, se necessário. As peculiaridades são tratadas de maneira individual.

O responsável pela condução do programa deve estar atento à evolução do caso,


pois muitas vezes é necessária uma intervenção médica adicional, seja para modificar o
esquema medicamentoso, para solicitar algum exame complementar, ou para indicar alguma
abordagem física (como fisioterapia ou tratamento orofacial) ou mesmo intervenções
invasivas, como infiltrações ou cirurgia. As comorbidades psiquiátricas (especialmente
ansiedade, depressão e somatização) podem demandar a utilização de outras técnicas da TCC
(LIPCHIK, SMITHERMAN e PENZIEN, 2006). As comorbidades médicas (incluindo outras
dores) podem exigir o encaminhamento do paciente. O bom relacionamento de toda a equipe
responsável torna o trabalho possível.
31

CONCLUSÃO

Diversas técnicas cognitivo-comportamentais demonstraram-se eficazes para o


tratamento das cefaléias crônicas. O objetivo deste trabalho foi associá-las em um manual
detalhado que pudesse ser reproduzido e avaliado. Neste protocolo foram enfatizadas as
etapas fundamentais, como a formulação detalhada do caso, a educação do paciente,
monitorização e controle de gatilhos e reforçadores, acompanhamento da aderência ao
tratamento, técnicas de relaxamento e biofeedback. É desenvolvida a terapia cognitiva
tradicional, priorizando a avaliação de pensamentos e crenças distorcidas concernentes à dor e
ao aprendizado de técnicas de resolução de problemas, assertividade e combate ao estresse.
As comorbidades psiquiátricas devem ser reconhecidas e devidamente abordadas. Cada
técnica foi revista segundo sua racionalidade e literatura concernente. A divisão do protocolo
em sessões e a inclusão de anexos torna a proposta pronta para ser testada em qualquer
serviço.

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ANEXOS
36

ANEXO 1: FATORES VARIÁVEIS DA CEFALÉIA

[Adaptado de (MARTIN, 1993)].

Reações Reações
imediatas tardias
Predisposição Começo Fatores dos pacientes dos pacientes
imediatos
Constituição Fatores ou Dor de
e fatos que Precipitam ou cabeça
personalidade contribuem agravam e
para o início sintomas
da dor. associados

Reações
imediatas Reações
de outros tardias
de outros

Antecedentes Dor de cabeça Consequências

• A dor de cabeça é influenciada por fatores recentes e antigos.


• Avaliaremos os fatores que podem influenciar as crises
• Focalizaremos especialmente três aspectos:
o Que fatores precipitam ou agravam as dores?
o Como as suas características pessoais contribuem?
o Quais são as suas respostas e as respostas dos familiares à sua dor?
• Sugeriremos técnicas de manejo das crises de dor, como relaxamento
• Estudaremos técnicas para lidar com estresse e emoções negativas
• Treinaremos respostas mais adaptativas às crises

ANEXO 2 - FATORES MAIS FREQUENTES

[Adaptado de (MARTIN, 1993)].


37

ANEXO 3: MONITORIZAÇÃO DA CEFALEIA


38

[Adaptado de (NAPPI, JENSEN, et al., 2006)]

Nome:
Dia Dia Dia Dia Dia
Data da dor de cabeça →
/ / / / /
Intensidade da dor (de 1 a 10) (Marque 1 para
a dor mais leve e marque 10 para a dor mais
forte que você pode imaginar)
Hora do início
Hora do fim
Remédio 1 (anote nome ou primeiras letras)
Remédio 2
Marcar com X ou como indicado
A dor se localizou em um lado da cabeça
(Direito: D/Esquerdo: E)
Localizou-se nos dois lados, ou na cabeça
inteira
Localização na frente (testa)
Localização atrás (nuca)
Característica da dor: em peso ou em pressão
Característica latejante ou pulsátil
Em pontadas
Presença de enjoo ou náusea
Presença de vômitos
Intolerância à luz
Intolerância ao barulho
Alterações na visão ou de dormências no
corpo
Tonturas
Lacrimejou, nariz entupiu ou escorreu.
Quais fatores precipitaram ou agravaram a
39

dor?
Menstruação, TPM
Nervosismo, problemas emocionais
Stress, tensão
Ansiedade, preocupação
Depressão, tristeza, baixo astral
Raiva, irritação
O que te deixou nervoso, tenso ou triste?
(Detalhes no verso)
Comidas, alimentos (anotar qual)
Bebidas (anotar qual)
Remédios, drogas ou outras substâncias
(anotar qual)
Fome, jejum prolongado
Mudanças no meio ambiente (luz, sol, calor,
frio, vento, umidade)
Outros fatores que precipitaram ou
agravaram a dor
A dor piora com esforço físico comum, como
subir uma escada
Atividade física mais intensa, ginástica
Atividade sexual
Movimentos do pescoço
Comer, mastigar
Forçar a vista
Cansaço físico ou mental
Insônia, dormiu muito pouco
Sono excessivo, dormiu demais
O que aconteceu com você na hora da dor?
Continuou as atividades normais
Parou ou diminuiu as atividades
Faltou ao trabalho ou à escola
40

Procurou serviço de saúde (hospital, farmácia,


médico, posto, etc.)
Ficou com mais ansiedade ou mais tenso que
antes
Ficou com mais irritação ou raiva
Ficou com mais desânimo ou tristeza
O que aliviou a dor de cabeça?
Remédios
Repouso, sono
Relaxamento
Distração
Massagem, banho, compressas
Outras medidas (anotar o que)
O que as outras pessoas fizeram ao saber
de sua dor?
Apoiaram
Ignoraram
Reclamaram
Incentivaram-te a continuar o que tinha que
fazer
Incentivaram-te a parar o que estava fazendo,
ou a deitar-se
Levaram-te para hospital, pronto socorro ou
farmácia
O que você fez quando a dor diminuiu ou
terminou?
Continuou a repousar ou fez algo mais leve?
Voltou às atividades anteriores?
41

ANEXO 4: ANAMNESE PESSOAL

[Adaptado de (MARTIN, 1993)]

Problema atual: Amigos, parentes, vizinhos:


Há quanto tempo: Adaptação à cidade, casa:
Como começou: Profissão, escola:
Como piorou: Relações no trabalho ou escola:
Tipo de dor: característica, Situação financeira:
frequência, localização, Religião:
intensidade, etc. Estilo de vida:
Sintomas associados Vida social:
Fatores desencadeantes Atividades lúdicas (lazer, hobbies):
Estresse / nervosismo Atividades físicas:
Menstruação Sexualidade:
Bebidas Estressores gerais:
Alimentos / jejum Estressores ligados à dor atual:
Sono: falta ou excesso
Outros Biografia
Fatores agravantes Infância:
Fatores atenuantes Adolescência:
O que pensa sobre a dor Escola:
Que emoções acompanham a dor Pais e irmãos:
O que faz quando está com dor Doenças importantes:
Tratamentos anteriores: Doenças psiquiátricas:
Vida atual Traumas psicológicos:
Onde mora: Personalidade:
Com quem: Como lida com emoções:
Cônjuge: O que pensa sobre si mesmo:
Relacionamento conjugal: O que pensa sobre as pessoas em
Pais: geral:
Relação com os pais: O que pensa sobre o mundo:
Filhos: Capacidade de lidar com
Relação com os filhos: estressores:
Outra (s) pessoa (s) significativa: Pontos fortes, qualidades:
42

ANEXO 5: QUESTIONÁRIO MIDAS

(STEWART, LIPTON e KOLODNER, 2000)

Escala para avaliação de incapacidade causada pela dor de cabeça

Instruções: As seguintes questões se referem a TODAS as dores de cabeça que você teve nos
últimos 3 meses. Escreva sua resposta nos quadrados ao lado de cada questão. Escreva zero se
você não fez a atividade nos últimos 3 meses.

1. Em quantos dias dos últimos 3 meses você faltou ao trabalho ou à escola por causa de sua dor de cabeça?
2. Em quantos dias nos últimos 3 meses a sua produtividade no trabalho ou na escola reduziu pela metade ou mais por
causa de sua dor de cabeça (não inclua os itens contados na questão 1).
3. Em quantos dias dos últimos 3 meses você não fez os trabalhos de casa por causa das dores de cabeça?
4. Em quantos dias nos últimos 3 meses a sua produtividade no trabalho de casa reduziu pela metade ou mais por causa de
sua dor de cabeça (não inclua os itens contados na questão 3, quando você não fez os trabalhos de casa)
5. Em quantos dias nos últimos 3 meses você perdeu atividades sociais, familiares ou de laser por causa de suas dores de
cabeça?

A. Em quantos dias nos últimos 3 meses você teve dor de cabeça? (Se a dor durou mais de 1 dia, conte cada dia)
B. Qual foi a intensidade média destas dores em uma escala de 0-10?

(Onde 0 = nenhuma dor, e 10 = a maior dos que se pode imaginar).


43

ANEXO 6: PROGRAMA ABCDE

• Aliviar a dor. Aceitar melhoras parciais.


• Buscar os fatores que pioram a dor. Bani-los
• Corrigir distorções (crenças e comportamentos).
• Dedicar-se intensivamente: vida nova!
• Evitar excessos, especialmente de remédio.

ANEXO 7: PROGRAMA DE CONTROLE DA DOR DE CABEÇA

• O Programa de Controle da Dor de Cabeça é um trabalho conjunto de pacientes e


profissionais de saúde, visando aprender técnicas quer possibilitem o alívio das dores
crônicas, evitando assim o uso abusivo de medicação.
• É um programa intensivo, no qual várias consultas e sessões terapêuticas são
agendadas, nas quais se aprendem instrumentos para controlar a dor e identificar
mecanismos que possam desencadear ou piorar um episódio doloroso.
• Trata-se de avaliação detalhada dos fatores envolvidos no processo da dor, seguido do
treinamento para a modificação dos mesmos.
• Levantam-se inicialmente os mais importantes agentes que contribuem para a dor, seja
precipitando, mantendo, piorando ou aliviando.
• Verificam-se como estes agentes surgiram na linha do tempo, considerando fatores
hereditários e constitucionais, o que aconteceu quando as dores começaram na vida e o
que ocorre cada vez que a dor começa ou piora.
• Averigua-se qual a reação do paciente e as de seus amigos e familiares em cada
episódio de dor.
• Procura-se então modificar cada fator que influi negativamente e reforçar os fatores
que contribuem para o alívio.
• Se forem agentes externos, como determinadas comidas, bebidas ou transtornos nos
hábitos de sono, deve-se identificá-los e corrigi-los.
• Se forem fatores hormonais, como menstruação ou uso de anticoncepcionais, há
maneiras de diminuir o impacto.
• Se houver uso abusivo de medicamentos ou analgésicos, deve ser estabelecido um
plano para inverter a prática.
44

• Se forem fatores emocionais, como estresse, ansiedade ou depressão, aprende-se a


avaliar o papel que podem desempenhar na crise de dor e quais as técnicas para
modificar a situação.
• Desenvolve-se a habilidade de reconhecer os agentes estressores, o estado emocional e
os pensamentos que ocorrem no momento em que a dor começa ou piora.
• Levanta-se a vulnerabilidade do paciente a estes fatores e os recursos que ele dispõe
para lidar com os mesmos e com a dor.
• Em cada sessão do programa dedica-se um tempo para o aprendizado de como aliviar
a dor no momento em que ela ocorre, utilizando técnicas como biofeedback e
relaxamento.
• Este trabalho é intensivo e envolve grande participação do paciente. Os assuntos
envolvidos devem ser analisados em profundidade e as técnicas treinadas com
empenho, durante as consultas e em exercícios práticos, feitos em casa.
• Há evidências científicas dos bons resultados alcançados por estas técnicas no controle
não medicamentoso da dor crônica.
45

ANEXO 8: ESTRUTURA DA SESSÃO

(THORN, 2004)

EVOLUÇÃO DOS SINTOMAS – REVISÃO DA SESSÃO PELO CLÍNICO


RELATO DO PERÍODO 2. Resumo da sessão
REVISÃO DA SESSÃO ANTERIOR 3. Planejamento da próxima sessão
4. Pontos principais
5. Dúvidas O que se espera dos pacientes?
6. Críticas • Guardar o material em pasta
REVISÃO DOS EXERCÍCIOS específica.
PRÁTICOS • Não faltar às consultas
OBJETIVO 1 • Participar ativamente
OBJETIVO 2 • Realizar as atividades entre as
EXERCÍCIOS PRÁTICOS PARA A sessões
SEMANA • Retornar suas impressões ao
AVALIAÇÃO DA SESSÃO E DÚVIDAS terapeuta
46

ANEXO 9: FORMULAÇÃO DE CASO

[Adaptado de (MARTIN, 1993)].

1) Dor de cabeça ii) Personalidade


i) Dor iii) Estilo de vida
ii) Sintomas associados iv) Capacidade de lidar com
iii) Tratamentos anteriores estressores
iv) Emoções associadas v) Depressão crônica
v) Pensamentos associados vi) Ansiedade crônica
2) Fatores antecedentes imediatos vii) Suporte social (ou não)
i) Estresse / nervosismo 6) Reações dos outros
ii) Menstruação i) Apoio (reforço positivo)
iii) Bebidas ii) Intolerância
iv) Alimentos / jejum iii) Indiferença
v) Sono: falta ou excesso 7) Reações tardias dos pacientes
vi) Clima i) Ciclo vicioso estresse / dor /
3) Reações imediatas dos pacientes estresse
i) Distorções cognitivas ii) Crenças negativas à dor
ii) Medo de dor forte iii) Lida mal com estressores /
iii) Irritação / ansiedade / desespero dores
iv) Tristeza, desconsolo iv) Tolerância diminuída à dor /
v) Remédios em excesso cefalalgiofobia
vi) Fuga do trabalho / escola v) Comportamento evitativo
vii) Outros reforços negativos (remédios?)
viii) Outras reações mal vi) Reclusão social
adaptativas vii) Diminuição de atividades
ix) Pontos fortes viii) Baixa produtividade
4) Começo da história 8) Adesão aos tratamentos, relação com
i) Trauma físico / doenças profissionais e plano de saúde
ii) Trauma psicológico 9) Impacto na família, amigos, estilo de
iii) Doença psiquiátrica vida
iv) Menarca / parto 10) Impacto na profissão, finanças,
5) Predisposição questões legais
i) Genética 11) Resumo
47

• Lista de problemas • Esquemas / crenças


• comorbidades • Pontos fortes / qualidades
• Vulnerabilidades • Plano de tratamento
• Estressores / emoções / reações
físicas / pensamentos /
comportamento
48

ANEXO 10: TÉCNICAS DE RELAXAMENTO

(SCHWARTZ, 1987)

Introdução
A dor que você está tendo muito provavelmente é causada ou agravada pela tensão física. É
por isso que a terapia de relaxamento pode ajudá-lo. Pode diminuir o desconforto de seus
sintomas e reduzir o tempo e a frequência com que ocorrem. Pode até ajudar a se livrar deles.
Tem havido muitos estudos científicos mostrando que terapias especiais de relaxamento
podem funcionar. A terapia de relaxamento tem mostrado eficácia para ajudar as pessoas que
têm dores de cabeça, na coluna, dificuldade para adormecer, pressão arterial elevada, doenças
vasculares e ansiedade. Os estudos mostraram também que o relaxamento pode ajudar as
pessoas que têm problemas com a asma, hiperventilação, bruxismo e muitos outros sintomas.
Você pode aprender a relaxar mais facilmente, mais profundamente, e mais frequentemente
em sua vida cotidiana. Com a prática regular de relaxamento, os sintomas tendem a diminuir.
O relaxamento é uma habilidade Você tem que aprender. E para ser bom no que faz, você tem
que praticar com frequência. Relaxar exige a prática diária em todos os tipos de situações.
Para obter o máximo de relaxamento, você deve praticar, não só quando você se sente mal,
mas também quando você se sentir bem.
Metas
Há oito metas em um programa para que o relaxamento seja terapêutico e eficaz. As primeiras
cinco metas lidam com a aprendizagem do relaxamento. As últimas três visam o aprendizado
de como evitar a tensão e aumentar a sua confiança.
Aprendendo técnicas de relaxamento:
1. Aprenda a tornar-se mais profundamente relaxado. Isto não se aplica apenas às áreas
musculares envolvidas diretamente em seus sintomas, mas também para todos os músculos de
seu corpo. Em alguns músculos, como nas mãos e braços, você pode sentir pequenas
diferenças de tensão muscular. Em outras áreas, como no pescoço, cabeça e nas costas, é mais
difícil de sentir estas pequenas diferenças de tensão muscular.
Músculos da cabeça, pescoço e das costas têm poucos nervos conectados ao cérebro e,
portanto, muito menos “feedback interno”. Portanto, você pode não conseguir sentir
diferentes graus de tensão nestes músculos. Instrumentos de biofeedback podem medir quanta
tensão existe nestes músculos, fornecer estas informações para você e ajuda-lo a perceber a
profundidade de seu relaxamento. Este biofeedback externo pode ser considerado um
49

complemento temporário no seu sistema de feedback interno.


A profundidade do relaxamento difere de pessoa para pessoa. Nós não podemos prever o
quanto você vai precisar para evitar, reduzir ou interromper os seus sintomas, mas geralmente
é melhor quando se alcançam os níveis mais profundos de relaxamento.
2. Aprenda a tornar-se relaxado rapidamente, diminuindo logo a sua tensão. Para ilustrar
a importância disto, imagine-se carregando uma mala ou um saco que pese vários quilos.
Você quer relaxar logo seus braços. É melhor acabar com tudo de imediato do que um pouco
de cada vez.
Músculos da cabeça, face, pescoço precisam relaxar da mesma forma, mas isto é um pouco
mais difícil de fazer. Muitos dos músculos da cabeça e da face são mais finos, menores ou não
tão fortes, mas eles são usados com frequência e não toleram muita tensão.
Você precisa se tornar mais consciente da tensão nestes músculos e, em seguida, ser capaz de
liberar a tensão rapidamente. Isso fará com que os músculos e as outras partes do seu corpo
relaxem também. Instrumentos de biofeedback fornecem uma medida exata da taxa de
relaxamento e, portanto, podem ajudá-lo a relaxar mais rapidamente.
Relaxar rapidamente não deve ser considerado uma competição com você mesmo ou qualquer
outra pessoa. A meta importante é desenvolver a habilidade de baixar a tensão profundamente
ao cabo de alguns segundos ou, no máximo, em um minuto.
3. Relaxe por períodos suficientemente longos. Esta meta depende em parte da rapidez e
profundidade do relaxamento que você estiver conseguindo. Assim, se você está diminuindo a
tensão do seu corpo de forma demasiado lenta e não relaxar profundamente, então você
provavelmente vai precisar de mais tempo para alcançar resultados. À medida que você
aprender a relaxar mais rápido e mais profundamente, vai demorar menos tempo.
4. Relaxe com frequência suficiente. Ao transportar uma carga pesada, não faria sentido
para você colocá-la no chão apenas algumas vezes e transportá-lo por longos períodos. É
necessário equilibrar a tensão e o relaxamento. Muitos períodos de duração variável são
importantes para ajudar você a tomar consciência da tensão e relaxamento.
5. Relaxe nos momentos necessários e em situações apropriadas. Os exercícios rotineiros
de relaxamento não são suficientes. Você tem que usar suas habilidades quando e onde você
precisar delas. Use relaxamento antes, durante e imediatamente após as situações de maior
tensão ou excitação. Você deve usar relaxamento em todos os tipos de situações, mesmo se
você não se sentir tenso ou excitado. Muitas vezes a tensão e outros estímulos do sistema
nervoso ocorrem sem a sua consciência.
No começo você nem sempre pode relaxar o suficiente ou na altura certa. Nós o incentivamos
50

a trabalhar nesse sentido.


6. Aumente a sua consciência de tensão excessiva e desnecessária. Se você se tornar mais
consciente da tensão, pode evitar melhor o excesso de tensão.
7. Evite a tensão excessiva, prolongada ou desnecessária.
8. Aumente a sua confiança em suas habilidades para relaxar, e seu sucesso na
realização de todas as anteriores. Assim como o atleta e o artista devem praticar, por vezes,
na frente das audiências para ganhar confiança, você também deve fazer. O atleta pode ser
muito bom quando está sozinho, mas ainda pode se sentir desconfortável na frente dos outros.
Praticar sozinho e com outras pessoas ao redor ajuda a preparar-nos para as situações em que
essas habilidades são mais úteis. A confiança não só melhora o relaxamento, mas pode
realmente impedir alguma tensão e excitação. À medida que você experimentar os efeitos de
relaxamento quando sozinho, com os outros, no consultório do médico, do terapeuta ou em
outro lugar, você vai ganhar a confiança em si mesmo. Você vai sentir que você desenvolveu
formas de controlar o seu corpo que você jamais imaginaria antes.
O uso da gravação de relaxamento
Uma gravação de relaxamento pode ser ferramenta útil para aprender a relaxar, especialmente
nos primeiros estágios de aprendizagem. Pode atuar como guia para você começar a aprender
a diminuir a tensão e excitação.
Você não deve usar estas gravações durante muito tempo. Depois de algumas semanas é
melhor reduzir o tempo de usá-los. Você deve tentar criar o mesmo efeito, sem a gravação. É
bom ouvir a gravação de vez em quando para refrescar sua memória.
Além de ensinar você a relaxar, as gravações têm algumas outras vantagens:
1. Eles podem reduzir o custo do aprendizado.
2. Eles podem ajudá-lo a seu ritmo sessões.
3. Eles podem reduzir ou se livrar de distrações.
4. Se você morar longe, as fitas podem criar uma sensação de não estar muito longe do seu
médico.
5. Com as gravações, você pode ter uma sessão tão frequentemente como você gostaria.
6. A gravação também ajuda o seu médico a proporcionar um tratamento uniforme para você.
Antes de usar a gravação, é importante que você entenda como o relaxamento pode ajuda-lo a
se sentir melhor.

Prática diária do relaxamento


Existem três maneiras principais em que você deve praticar relaxamento e usá-lo em sua vida
51

diária: 1) relaxamento prolongado, 2) relaxamento breve, e 3) mini relaxamento.


1) O relaxamento prolongado dura 15 a 30 minutos. Eles devem ser feitos pelo menos uma
vez por dia, de preferência duas vezes por dia, durante várias semanas. Você pode usar as
gravações de relaxamento durante alguns ou a maioria destas sessões.
As sessões de relaxamento prolongado devem ser feitas em posição deitada em uma cama
firme ou chão acolchoado, ou sentado em uma cadeira confortável. Uma poltrona reclinável é
boa no começo, mas em algum ponto um deve aprender a relaxar em qualquer cadeira e até
mesmo em pé. Em sua primeira sessão, todas as partes do seu corpo (por exemplo, cabeça,
braços, pés, etc.) devem ser apoiadas. A roupa deve ser solta e confortável. Sapatos, óculos e
lentes de contato devem ser removidos. Fique confortável e preparado antes do início da
gravação. Diminua a iluminação. Depois, você pode aprender a relaxar sem a fita e sem outras
condições especiais.
Essas sessões devem ser feitas num momento em que você não seja interrompido. Você pode
pedir aos membros da família para não perturbá-lo neste momento. Evite praticar o
relaxamento após uma refeição ou tarde da noite quando você pode estar muito cansado, a
menos que o relaxamento seja necessário nesses momentos.
Durante toda a sessão você deve concentrar sua atenção em seus músculos e outras partes do
corpo e sobre as sensações descritas na gravação. Evite pensar em problemas ou outras coisas
que você precisa fazer. Se os seus pensamentos vagarem ou se você se tornar muito
consciente das coisas ao seu redor, você deve centrar a sua atenção de volta para as palavras
de relaxamento, o processo e as sensações.
A mente errante é normal e esperado, especialmente nas fases iniciais de aprendizagem.
Algumas pessoas acham útil imaginar-se relaxando em um lugar muito agradável, lugar
calmo, como um gramado macio, uma praia tranquila, uma cama confortável ou outro local de
sua escolha. Fechar os olhos suavemente, abrir ligeiramente seus lábios e afastar um pouco os
dentes também irá ajudá-lo.
Não se surpreenda se, ao praticar, você sentir partes de seu corpo (como braços e pernas)
formigando ou como se flutuassem, ou senti-los mais pesados e mais quentes. Essas
sensações são normais e indicam um reajuste saudável de seu corpo. Você pode perder o
sentido do tempo ou até mesmo sentir ligeiras contrações em alguns dos seus músculos. Você
também pode se tornar mais consciente da sua respiração, batimento cardíaco e pulso.
Lembre-se, a meta é tornar-se muito relaxado. Você também deve aprender a relaxar
rapidamente e facilmente. Eventualmente, você deve ser capaz de fazê-lo sem gravação e
fazê-lo em diferentes contextos e posições do corpo.
52

2) Relaxamento breve significa parar suas atividades para relaxar o mais profundamente
possível em 2 a 10 minutos. Você pode fazer isso em praticamente qualquer lugar ou posição
que você estiver. O relaxamento breve deve ser feito várias vezes ao dia, nas mais diversas
situações da vida diária: sentado em sua mesa, em uma parada de ônibus, andando em um
carro, à espera em linha telefônica, etc. Podem ser feitas com os olhos abertos ou fechados.
O objetivo é relaxar profundamente a maioria de seus músculos (exceto aqueles que são
necessários no momento), apesar do ruído e da ação em torno de você. Você deve limpar sua
mente de pensamentos estressantes, centrando-se em imagens relaxantes e sensações de seu
corpo. Isto só é possível com a paciência e prática frequente
Se você continuar a praticar relaxamentos breves várias vezes por dia, isso vai ajudar a
reduzir acúmulos de tensão e os sintomas.
3) Mini relaxamentos são muito breves - de alguns segundos a poucos minutos. Podem ser
feitas enquanto você está trabalhando, conversando, comendo, dirigindo, etc.
O objetivo do mini relaxamento é relaxar os músculos não necessários para o que você estiver
fazendo no momento. Por exemplo, enquanto caminhava com uma mala pesada, você pode
relaxar os músculos de sua testa, queixo, e de outras partes de sua cabeça e rosto. Enquanto
estiver dirigindo, você pode avaliar os músculos da cabeça, pescoço, ombros e de outras
partes do corpo, para liberá-los de qualquer tensão desnecessária. Ao falar ao telefone, relaxe
as pernas, braços, ombros e pescoço.
Mini relaxamentos devem ser feitos várias vezes ao longo do dia (pelo menos algumas vezes
em cada hora). Dessa forma, você pode transformar o relaxamento em um hábito, capaz de
ajudá-lo em diversas situações de sua vida. Se você acha que vai ter dificuldade em lembrar
de fazer relaxamentos breves e minis, coloque lembretes nos diversos locais onde você
costuma estar. Se você tem uma área de problemas específicos, como a mandíbula, ombros,
ou na testa, pode ser útil para relaxar os músculos tensos, contando lentamente de 10-0 toda
vez que você vê um lembrete. Você também pode repetir uma frase calmante cada vez que
você se tornar consciente de estar tensa. Esta prática deve ajudá-lo a adquirir o hábito de
relaxar os músculos incômodos. Lembre-se que com a prática, você vai se tornar consciente
de excitação, mesmo das leves tensões musculares e de outros sinais que indiquem que seus
sintomas podem estar começando ou intensificando. Desta maneira você será capaz de evita-
los.
53

ANEXO 11: RESPIRAÇÃO DIAFRAGMÁTICA

(OTIS, 2007)

Esta é uma técnica de relaxamento que pode ajudá-lo a ter mais controle sobre seu corpo. Os
benefícios que o relaxamento traz para a saúde incluem aumento da energia, diminuição da
tensão muscular, pressão arterial mais baixa e diminuição da dor. As pessoas pensam que
aprender a relaxar significa ficar mais devagar ou menos produtivo, mas na realidade, quando
você está relaxado, pode pensar mais claramente e funcionar melhor.

Aprender a respirar corretamente é provavelmente a maneira mais fácil e uma das mais
efetivas para aprender a relaxar. Embora a respiração seja automática, à medida que se
envelhece há a tendência de respirar de forma mais superficial e curta. Isto frequentemente
resulta em tensão muscular aumentada, especialmente em momentos de estresse e dor. Este
tipo de respiração fornece menos oxigênio para seu corpo e pode causar enrijecimento de
musculatura do tórax e ombros. Entretanto você pode treinar a respirar de uma maneira que
ajude o relaxamento e reduza a dor.

Uma maneira diferente de respirar é a “respiração diafragmática”, que requisita o uso dos
músculos do diafragma e abdome. O diafragma é o músculo em forma de cúpula localizado
abaixo das costelas, entre o tórax e a cavidade abdominal. Durante a respiração diafragmática
correta, o diafragma se contrai e puxa a parte inferior de seu pulmão para baixo, de maneira
que mais ar pode ser inalado. À medida que você inspira, o abdome cresce (sua barriga se
projeta um pouco para fora), as costelas se expandem e, no fim da inspiração, há expansão da
parte superior do tórax. Se você observar bebês ou criancinhas pequenas dormirem, verá que
suas barrigas sobem e descem com a respiração, e não o peito.

Passos para a respiração diafragmática.

1. Escolha um lugar para treinar: Encontre um lugar sossegado, onde você não será
perturbado. Se necessário, desligue os telefones e peça aos outros aquele tempo só
para você. Afrouxe as roupas apertadas ou use algo confortável. A seguir, sente-se
com seus pés apoiados no chão e as mãos no seu colo, ou nos braços da cadeira. Você
não deve se deitar, para não cair no sono. A técnica só pode ser aprendida se você
estiver acordado. Comece quando se sentir confortável.
2. Monitorize: Coloque uma de suas mãos sobre seu abdome e a outra sobre seu tórax.
Respire normalmente e verifique qual das duas mãos se move mais. Geralmente é a
54

mão do tórax. Isto significa que você respira superficialmente, como mencionado.
Tente agora respirar pelo abdome. Você sentirá como se estivesse empurrando a
barriga para fora.
3. Pratique: Agora feche os olhos. Inspire profundamente pelo nariz. Faça isto
lentamente: conte até três e depois expire pela boca, também contando até três. Sua
expiração deve durar mais ou menos como sua inspiração. Continue respirando em um
ritmo confortável. Puxe o ar pelo nariz, conte até três e solte pela boca, contando até
três. Se sentir tontura, tente respirar menos profundamente, em um ritmo normal.
Se você repetir algumas frases para você mesmo, pode ajudar o relaxamento:
• Em cada respiração eu sinto meu corpo afundar na cadeira.
• Em cada respiração sinto meu corpo mais pesado e mais quente.
• Em cada respiração eu me sinto mais relaxado e mais calmo.
• Eu posso me sentir assim relaxado sempre que quiser, bastando tirar um tempo para
respirar profundamente.
Tente usar esta técnica no mesmo lugar e hora em que você não será perturbado. Logo que
você tiver prática e conseguir relaxar sempre, pode usá-la em outros momentos do dia, em
diferentes situações. Cada vez precisará de menos tempo para se sentir relaxado.
55

ANEXO 12: BIOFEEDBACK

(SCHWARTZ, 1987)

O biofeedback é uma técnica que utiliza equipamentos eletrônicos para revelar ao paciente os
eventos fisiológicos normais ou anormais, na forma de sinais visuais e/ou auditivos, com o
objetivo de ensiná-lo a manipular estes eventos involuntários ou imperceptíveis, através da
manipulação dos dados mostrados na tela.

O biofeedback ensina como controlar as funções corporais, como frequência cardíaca, pressão
arterial e tensão muscular, que geralmente são considerados fora do controle voluntário. Décadas
de pesquisa demonstraram que, com a prática diária, os pacientes podem ser ensinados a ter esse
controle voluntário e usá-lo eficazmente.

É uma técnica cada vez mais difundida e utilizada por médicos, fisioterapeutas, educadores
físicos, psicólogos, dentistas, entre outros. Trata-se de uma modalidade terapêutica que
proporciona dados mais quantitativos e confiáveis. Tem indicação no tratamento de diversas
patologias relacionadas às disfunções osteo-musculares, neuro-motoras e psico-comportamentais.

Sua aplicabilidade clínica enquadra-se dentro da área física e comportamental. Envolve a


reabilitação de lesões músculo-esqueléticas diversas, lesões relacionadas aos esportes, lesões
neurológicas, ginecológicas e reumatológicas. O biofeedback eletromiográfico visa o relaxamento
de grupos musculares tensos e o incremento de atuação e recrutamento muscular de grupos fracos
ou pouco atuantes. Promove o equilíbrio funcional e postural entre agonistas e antagonistas,
facilitando a conscientização corporal e a estruturação motora, além de atuar e solucionar
problemas relacionados à fadiga e de poder avaliar as atividades funcionais e gestos esportivos.

Outra aplicação muito importante se dirige ao tratamento da dor crônica, como dores de cabeça,
da coluna e outras. O aprendizado de técnicas de relaxamento assistidas pelo biofeedback já
demonstrou sua eficácia no tratamento não medicamentoso destas situações de difícil solução.
É assim é uma forma de terapia não medicamentosa, cientificamente comprovada, para controlar,
por exemplo, os sintomas de dor de cabeça e reduzir a frequência de crises. A habilidade
adquirida pode alterar as respostas do corpo e diminuir ou até mesmo parar a dor de cabeça. É
assim um método muito útil para os pacientes à procura do controle de sua dor de cabeça, além de
medicamentos.
56

ANEXO 13: O PORTÃO DA DOR

(MELZACK e WALL, 1965)

• Lesões no corpo provocam estímulos que viajam por nervos e pela medula até o
cérebro.
• O cérebro interpreta o sinal como lesão e percebe-se a dor.
• No caminho de estímulo (na medula e no tronco encefálico) existem estruturas que
modulam o impulso doloroso e podem facilitar ou impedir que este atinja o cérebro.
• Estas estruturas funcionam como um portão que permite que alguns estímulos passem
e outros não.
• Elas são influenciadas por atividades cerebrais, como pensamentos e emoções.

O que abre o portão (OTIS, 2007)

• Fatores físicos: Inflamação, trauma, excesso de analgésicos, tensão muscular.


• Fatores cognitivos: Atenção na dor, pensamentos que ela é incontrolável, crenças que
ela é algo misterioso ou terrível.
• Fatores emocionais: Ansiedade, estresse, medo, depressão, raiva.
• Fatores comportamentais: Atividades físicas de mais ou de menos, desequilíbrio entre
trabalho e lazer.
• Fatores sociais: Pouco suporte da família e amigos, ou suporte exagerado.

O que fecha o portão

• Fatores físicos: Analgésicos, cirurgia, relaxamento.


• Fatores cognitivos: Distração, pensamentos de controle sobre a dor, crenças de que a
dor é predizível e manejável, aceitação.
• Fatores emocionais: Estabilidade emocional, calma, humor positivo.
• Atividades: Ritmo apropriado, hábitos saudáveis, equilíbrio entre trabalho, lazer e vida
social.
• Fatores sociais: Suporte familiar, com envolvimento razoável e encorajamento de
enfrentar a questão.
57

ANEXO 14: O MODELO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DA DOR DE CABEÇA

(THORN, 2004; WINTEROWD, BECK e GRUENER, 2003)

• É necessário conhecer o que é dor e que fatores a influenciam


• Quem entende sua dor lida melhor com ela.
o Tem menos ansiedade e depressão.
o Apresenta menor incapacidade
o Mesmo a intensidade da dor diminui.
o Emoções e pensamentos que levam a ansiedade e medo da dor aumentam a
dor.
• A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável
o Associada a lesão física real ou imaginária
o Dor crônica (ou rebelde) é a que dura mais de 6 meses
• A dor é real e relacionada ao estresse.
o A dor desencadeia o estresse ↔ o estresse piora a dor
o A maneira como pensamos sobre a dor pode melhorar ou piorar o estresse
o Aprender a lidar com o estresse pode reduzir a dor.
• O modelo cognitivo-comportamental
o Há relação dor, estresse, emoções, pensamentos e comportamento
o Pequenas mudanças em uma área provocam mudanças nas demais.
o Assim, pensamentos influenciam emoções, comportamento e funcionamento
físico.
o Alguns pensamentos podem piorar a dor, por que:
▪ Levam a focalizar a atenção na dor ou em fatores relacionados.
▪ Atrapalham-nos de direcionar pensamentos para longe da dor.
▪ Levam a crença da impossibilidade do controle da dor (desamparo)
▪ Resultam na acentuação da percepção da dor.
• Para melhor lidar com a dor, precisamos saber distinguir situações, emoções e
pensamentos.
• Descubra que sua dor ocorre principalmente em determinada circunstância ou situação
o Observe em cada episódio de dor
o Perceba como sua dor piora quando está nervoso ou tenso
58

o Veja que alguns problemas (estressores) causam emoções negativas ou mesmo


dor
• Por sua vez as emoções ou pensamentos automáticos negativos pioram a dor
• Portanto há frequente relação entre:
o Sintomas físicos e os estados de humor (emoções)
o Emoções e pensamentos
o Pensamentos e comportamento
• A nossa mente está cheia de pensamentos automáticos
• Pode-se aprender a identificar e avaliar pensamentos automáticos
• Pode-se procurar desenvolver mecanismos para:
o Questionar pensamentos automáticos negativos
o Lidar melhor com emoções negativas
o Aliviar sintomas físicos
o Corrigir comportamentos inadequados

Situação
Estressores

Sintomas Emoções

Pensamento Comportament
s o
59

ANEXO 15: DISTINGUINDO SITUAÇÕES, EMOÇÕES E PENSAMENTOS

(GREENBERGER e PADESKY, 1995)

Distinguindo Situações, Emoções e Pensamentos

Esta folha é um exercício para ajudar a distinguir melhor os pensamentos, as emoções (estados de
humor) e as situações. Escreva na linha à direita se o item da coluna à esquerda é um pensamento,
emoção ou situação. Os três primeiros itens foram completados como exemplos.

Situação, Emoção ou Pensamentos?

1.Nervoso. _____emoção______________________
2.Em casa. _____situação___________________
3.Não vou conseguir fazer isso. _____pensamento____________________
4.Triste. ________________________________
5.Falando com um amigo ao telefone. ________________________________
6.Irritado. ________________________________
7.Dirigindo meu carro. ________________________________
8.Eu sempre vou me sentir assim. ________________________________
9.No trabalho. ________________________________
10.Estou enlouquecendo. ________________________________
11.Bravo. ________________________________
12.Eu não presto. ________________________________
13.4:00 da manhã. ________________________________
14.Algo terrível vai acontecer. ________________________________
15.As coisas nunca dão certo. ________________________________
16.Desanimado. ________________________________
17.Eu não vou superar isso. ________________________________
18.Sentado em um restaurante. ________________________________
19.Estou fora de controle. ________________________________
20.Sou um fracasso. ________________________________
21.Falando ao telefone com minha mãe. ________________________________
22.Ela está sendo injusta. ________________________________
23.Deprimido. ________________________________
24.Sou um perdedor. ________________________________
25.Culpado. ________________________________
26.Na casa de meu filho. ________________________________
27.Estou tendo um ataque cardíaco. ________________________________
28.Tiraram partido de mim. ________________________________
29.Deitado na cama, tentando dormir. ________________________________
30.Isso não vai funcionar. ________________________________
31.Vergonha. ________________________________
32.Vou perder tudo que tenho. ________________________________
33.Pânico. ________________________________

A Mente Vencendo o Humor, de Dennis Greenberger e Christine A. Padesky. © 1995 Guilford Press
60

A seguir, encontram-se as respostas da Folha de Exercícios.

1.Nervoso ...................................................... Emoção


2.Em casa ...................................................... Situação
3.Não vou conseguir fazer isso ..................... Pensamento
4.Triste .......................................................... Emoção
5.Falando com um amigo ao telefone ........... Situação
6.Irritado ........................................................ Emoção
7.Dirigindo meu carro ................................... Situação
8.Eu sempre vou me sentir assim .................. Pensamento
9.No trabalho .................................................Situação
10.Estou enlouquecendo ................................ Pensamento
11.Bravo ........................................................ Emoção
12.Eu não presto ............................................Pensamento
13.4:00 da manhã ..........................................Situação
14.Algo terrível vai acontecer ....................... Pensamento
15.As coisas nunca dão certo ........................ Pensamento
16.Desanimado .............................................. Emoção
17.Eu não vou superar isso ............................ Pensamento
18.Sentado em um restaurante ...................... Situação
19.Estou fora de controle .............................. Pensamento
20.Sou um fracasso ....................................... Pensamento
21.Falando ao telefone com minha mãe ........ Situação
22.Ela está sendo injusta ............................... Pensamento
23.Deprimido ................................................. Emoção
24.Sou um perdedor ...................................... Pensamento
25.Culpado .................................................... Emoção
26.Na casa de meu filho ................................Situação
27.Estou tendo um ataque cardíaco ............... Pensamento
28.Tiraram partido de mim ............................ Pensamento
29.Deitado na cama, tentando dormir ...........Situação
30.Isso não vai funcionar .............................. Pensamento
31.Vergonha .................................................. Emoção
32.Vou perder tudo que tenho ....................... Pensamento
33.Pânico ....................................................... Emoção
61

ANEXO 16: REGISTRO EM 3 COLUNAS

[Adaptado de (BECK, RUSH, et al., 1997)]

Situação Emoções (estados de Pensamentos automáticos


Data e hora humor) Imagens
Avaliar de 0 a 10

Estressores ou problemas Sintomas Comportamento


(O que sentiu no corpo?) (O que você fez)
62

ANEXO 17: ORIENTAÇÕES EM 3 COLUNAS

[Adaptado de (GREENBERGER e PADESKY, 1995)]

SITUAÇÃO EMOÇÃO / HUMOR PENSAMENTO

Descreva cada estado emocional O que estava passando em sua mente


Quando foi? (data e hora) (com uma palavra) instantes antes de modificar seu humor
ou de começar o sintoma?
Que você estava fazendo? O que você estava sentindo?
Quais os seus pensamentos se relacionavam com
Onde você estava? Tenso, estressado aquele estado emocional?

Com quem você estava? Ansioso, preocupado, inseguro Qual o pensamento mais importante?

Deprimido, triste, para baixo, infeliz Quais imagens ou lembranças você teve?

Assustado, com medo, apavorado, em pânico Avalie o quanto você acredita nisto (0 – 10)

Aborrecido, irritado, zangado, irado E quando piorou o humor ou o sintoma?


Envergonhado, humilhado,constrangido

Decepcionado, frustrado, desapontado

Culpado

Ferido, magoado

Desconfiado.

Avalie a intensidade do humor (0 – 10)

ESTRESSORES SINTOMAS COMPORTAMENTO


O que aconteceu? Sentiu alguma coisa no corpo? Qual foi sua reação?
Houve algum problema? O que foi? Algum sintoma físico? O que você fez?
Você se incomodou? Alguma dor? Tontura?
Teve algum aborrecimento? Enjoo? Vômitos?
Falta de ar? Sudorese?
Algum outro sintoma?
63

ANEXO 18: REGISTRO EM 5 COLUNAS

[Adaptado de (BECK, RUSH, et al., 1997)]

Situação. Emoções (estados de humor) Pensamentos automáticos Evidências favoráveis ao Pensamento alternativo
Data e hora. Avaliar de 0 a 10 (imagens). Destacar o “quente” pensamento automático quente

Estressores ou problemas Sintomas Comportamento Evidências contra o pensamento Emoções mais tarde
(O que causou ou influiu (O que você sentiu no corpo?) (Qual foi sua reação?) automático (avaliação posterior - 0 a 10)
neste episódio?) (O que você fez?)
64

ANEXO 19: TREINAMENTO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL EM CEFALÉIA

(THORN, 2004; WINTEROWD, BECK e GRUENER, 2003)

• Entre os desencadeantes mais comuns de dor estão: estresse e emoções fortes


• Aprender a lidar com estes fatores pode ajudar
• A dor, o estresse e as emoções sempre estão ligados a outros fatores:
o Situação
o Emoção
o Pensamento (DRYDEN, 2006)
o Comportamento
• Deve-se primeiro aprender a identificar estes fatores
o Identificar as situações que acompanham a cefaléia
▪ Quais são os seus problemas?
▪ Quais são os mais importantes?
o Identificar e quantificar as emoções que acompanham a cefaléia
o Identificar os pensamentos automáticos
▪ O que estava passando em minha cabeça?
• Agora
• Na hora do momento emocional
• Na piora da cefaléia
o Identificar os comportamentos resultantes.
• Deve-se avaliar se o pensamento automático é ou não correto
o Alguns pensamentos relacionados com dor ou estresse são corretos.
o A maioria dos pensamentos automáticos é pelo menos parcialmente correta.
o Alguns pensamentos relacionados à dor ou estresse são distorcidos.
o Distorções negativas de pensamentos têm grande influência negativa nas
emoções, comportamento e funcionamento físico.
o Avaliar os pensamentos automáticos pode reduzir as distorções e isto pode
exercer influência positiva na capacidade de lidar com a dor e o estresse.
• Perguntas para avaliar a validade dos pensamentos
o Quais são as evidências?
▪ Que apóiam?
▪ Contra?
o Existe uma explicação alternativa?
65

o Qual é o pior que poderia acontecer?


▪ Eu poderia suportar?
▪ O que poderia acontecer de melhor?
▪ Qual o resultado mais realista?
o O que eu diria a um amigo se ele estivesse nesta situação?
o Avaliar a utilidade dos pensamentos
• Deve-se então aprender a lidar com os fatores prejudiciais
o Emoções negativas
o Pensamentos disfuncionais
o Aprender a respondê-los
66

ANEXO 20: ORIENTAÇÃO EM 5 COLUNAS

[Adaptado de (GREENBERGER e PADESKY, 1995)]

Situação. Emoções (estados de humor) Pensamentos automáticos Evidências favoráveis ao Pensamento alternativo
Data e hora. Avaliar de 0 a 10 (imagens). Destacar o importante pensamento automático importante
Descreva cada estado O que estava passando em sua Circule o pensamento importante Faça a você as perguntas para
Conte o ambiente em que emocional, com uma palavra. mente instante antes de modificar da coluna anterior para o qual você criar pensamentos alternativos ou
você estava quando seu humor ou de começar o está procurando evidência. compensatórios.
começou a sentir o sintoma O que você estava sentindo? sintoma?
ou a emoção. Escreva evidências (fatos) para Há outras maneiras de interpretar
Tenso, estressado Quais os seus pensamentos se apoiar esta conclusão. o que ocorreu? Quais?
O que você estava relacionavam com aquele estado
fazendo? Ansioso, preocupado, inseguro. emocional? (Apenas os fatos. Tente evitar a Escreva uma frase que resuma as
interpretação). evidências a favor e contra o
Quando foi? (data e hora) Deprimido, triste, para baixo. Qual o pensamento mais pensamento quente. Faz sentido?
importante? (Evite também tentar adivinhar o
Onde você estava? Assustado, cm pânico que as outras pessoas pensam a Se meu pensamento for
O que ele tem a ver com você, ou respeito). verdadeiro, qual é a pior
Com quem você estava? Aborrecido, irritado, zangado. com a sua vida? consequência? Se não for, qual a
melhor? Qual é a mais realista?
Envergonhado, humilhado, Quais imagens ou lembranças
constrangido. você teve? Qual o conselho que eu daria
para uma pessoa que eu amo com
Decepcionado, frustrado Avalie o quanto você acredita pensamento semelhante?
nisto (0 – 10)
Culpado Existe algum ponto forte em mim
E quando piorou o humor ou o que estou ignorando?
Ferido, magoado sintoma?
Classifique o quanto você
Avalie a intensidade da emoção acredita em cada pensamento
(0 a 10) alternativo ou compensatório (0 a
10)

Estressores ou problemas Sintomas Comportamento Evidências contra o pensamento Emoções mais tarde
(O que causou ou influiu (O que você sentiu no corpo?) (Qual foi sua reação?) automático (avaliação posterior - 0 a 10)
neste episódio?) (O que você fez?)
O que aconteceu? Sentiu alguma coisa no corpo? Qual foi sua reação? Faça para você as perguntas para Avalie novamente a emoção,
descobrir evidências que não após ter definido um pensamento
Houve algum problema? O Algum sintoma físico? O que você fez? apoiam o seu pensamento. alternativo.
que foi?
Alguma dor? Tontura? Quais erros de raciocínio eu estou
Você se incomodou? cometendo?
Enjoo? Vômitos?
Teve algum Tive alguma experiência que
aborrecimento? Falta de ar? Sudorese? mostra que o pensamento não é
verdadeiro o tempo todo?
Algum outro sintoma?
O que meu melhor amigo me diria
a respeito?

Quando não estou me sentindo


deste modo, penso de maneira
diferente?

Quando me senti assim no


passado, sobre o que pensei que
me ajudou?

Existem pequenas coisas que


contradizem meus pensamentos?

Daqui a 5 anos eu olharei para este


fato de maneira diferente?
67

ANEXO 21: DISTORÇÕES COGNITIVAS

(BECK, 1991)

• Generalização (conclusão a partir de dados isolados)


o “Esqueci o nome do filme. Será um início de Alzheimer?.”
• Pensamento tipo tudo-ou-nada (tudo bom ou tudo ruim)
o “Todos os meus colegas se dão bem Tudo vai mal comigo.”
• Adivinhação pessimista - catastrofização (previsão negativa do futuro)
o “Vou ficar vermelho na frente de todos. Não vou aguentar o vexame.”
• Magnificação (atenção exagerada ao negativo)
o “Com este pé horroroso, jamais terei um namorado.”
• Minimização (desqualificação do positivo)
o “Também foi muito fácil. Qualquer um faria isto.”
• Inferência arbitrária (conclusão sem evidência)
o “Estou com tontura. Vou ter um ataque cardíaco.”
• Argumentação emocional (algo é verdade porque “eu sinto que é”)
o “Sei que irei mal na entrevista.”
• Rotulação (fixação de um conceito)
o “Ela é mesmo imprestável.”
• Leitura mental (imaginação do que os outros pensam)
o “Ele acha que eu sou um fracasso.”
• Atribuição de culpa (atribuir responsabilidade indevida)
o “Meu marido não seria alcoólatra se eu fosse uma esposa melhor.”
• Radicalização de valores (o que é certo, “é sempre certo”)
o “É um absurdo votar neste candidato.”
• Afirmações com “deveria” (você sabe como as coisas devem ser)
o “Você deveria se vestir melhor.”
• Subordinação à autoridade (e não aos fatos)
o “Se andar descalço, pega gripe.”
68

ANEXO 22:PENSAMENTOS DISTORCIDOS SOBRE A DOR

(WINTEROWD, BECK e GRUENER, 2003)

1. Pensamen to tudo-ou-nada. Você vê a sua dor, você mesmo, pessoas ou eventos


como situados em extremos, como categorias opostas (por exemplo, bom ou mau,
bonito ou feio, perfeito ou defeituoso, sem dor ou morrendo de dor) em vez de ver
como vários pontos em uma linha contínua (vê branco ou preto, mas não vê cinza).
Exemplos:. "Eu não posso fazer nada. Com esta dor me sinto um fracasso total. "
"Eu estou com dor o tempo todo. Nunca para de doer. Acho que nunca vai terminar."
"Nada que você fizer vai me ajudar a lidar com essa dor."
2. Generalização. Você tira conclusões negativas com base em pouca evidência. Ou
você vê um evento negativo como um padrão definitivo.
Exemplos: "Se o médico não pode me ajudar, ninguém pode." (Todos os médicos
são iguais.)
"Este tratamento também não vai ajudar na minha dor. Não dá pra confiar nos
médicos. Para que tentar de novo?"
3. Filtro mental negativo (abstração seletiva). Você tende a concentrar-se seletivamente
em detalhes negativos fora de contexto (visão em túnel), ignorando o panorama geral
da situação, que pode incluir experiências positivas (desqualificando o positivo).
Visão de túnel: Você só vê os aspectos negativos de uma situação.
Exemplo: "Só vejo coisas ruins acontecendo comigo."
Desqualificar o positivo. Você filtra as experiências positivas, por isso elas não entram
sua consciência. Você não dá crédito para as coisas boas ou para os aspectos positivos
da vida.
Exemplo: "Mesmo se eu concluir o projeto, levou-me cinco vezes mais tempo para
terminá-lo por causa da dor. "
"Se o médico é bom para mim, não faz mais que sua obrigação. É o seu trabalho. "
4. Ampliação (do negativo) e minimização (do positivo). Você amplia ou exagera a
importância de qualidades negativas em si mesmo (por exemplo, os pontos fracos) e
ao mesmo tempo minimiza ou diminui a importância de qualidades (os pontos fortes).
Exemplos: "Quando eu estou com dor, sinto que sou um fracasso, sinto-me totalmente
inseguro. "(aumento)
"Meus esforços não adiantam para nada, agora que estou com essa dor. "(minimizar).
69

5. Catastrofização (tirar conclusões precipitadas). Você tende a assumir o pior e deixar


de considerar as possibilidades mais realistas. Você pode saltar para conclusões e
prever o pior, seja em seus relacionamentos (por "leitura da mente") ou em geral (por
"previsão negativa" ou "adivinhação").
Leitura da mente: Você assume que as pessoas estão reagindo de forma muito negativa
com você, sem provas suficientes. Ao tentar “ler mentes de outras pessoas”, você
interpreta mal os sinais verbais e não-verbais, como sinais de rejeição ou fracasso.
Exemplo:. "Meu parceiro não se importa comigo e minha dor. Eu sei disso mesmo ele
não dizendo. "
Previsão negativa (erro da leitura da sorte): Você antecipa resultados negativos no
futuro, sem provas suficientes.
Exemplos: "Estou condenado a essa dor para sempre."
"Ter esta dor crônica é uma catástrofe. Não há nada a esperar no futuro. "
6. Raciocínio emocional. Quando você pensa guiado por emoções, imagina que estes
pensamentos mostram as coisas como realmente são, sem considerar outras
explicações possíveis. Quando algumas pessoas sentem dor, eles usam sua dor
e suas emoções para explicar por que eles não podem se envolver com o mundo
ao seu redor ou assumir o controle de suas vidas.
Exemplos: "Mesmo que eu esteja tomando medidas para lidar com a minha dor, eu
ainda me sinto como um fracasso. "
"Eu sinto essa dor roubou da minha identidade."
"A dor me lembra que eu não posso fazer nada. Por que tentar?"
"Eu me sinto como se as pessoas não quisessem ficar perto de mim quando estou
com a dor. "
7. Declarações "deveria". Você tem idéias fixas e precisas de como os eventos ocorrem
na vida e como você ou outras pessoas devem se comportar. Quando suas expectativas
de si mesmo, dos outros, ou eventos não forem cumpridas, você vê isso como horrível
ou ruim. Utilizando a expressão "deveria", você pode estar tentando motivar a você
mesmo ou a alguém. No entanto, o seu "deve", muitas vezes acaba por punir, ao invés
de motivar, a si mesmo ou a outros. "Deveria", dirigido em relação a si mesmo
normalmente resulta em culpa. "Deveria", voltada para os outros ou situações, em
geral, normalmente resulta em raiva.
Exemplos: "Eu não deveria ter que lidar com essa dor crónica. Ninguém deveria. É
injusto. "
70

"Meu médico deveria me ajudar a encontrar uma solução para minha dor. Não deveria
demorar tanto”
"A vida não é justa. As pessoas não deveriam ter que sofrer com esse tipo de dor. "
"Eu deveria ser capaz de trabalhar de novo."
8. Rotulação. Você tende a usar termos simplistas, fixos ou globais para descrever a si
mesmo, aos outros, ou a uma situação específica, sem reconhecer os aspectos gerais
ou a complexidade da situação.
Exemplos: "Eu sou idiota, por pensar que eu posso confiar nos outros."
"Meu amigo foi um imbecil, por ter contado a outra pessoa sobre a minha dor. "
"Sou um aleijado."
9. Personalização (culpa). Você tende a assumir a responsabilidade negativa por eventos
ou interações, sem considerar outras possíveis explicações ou prova em contrário.
Exemplos: "Meu médico foi muito apressado comigo durante a minha última visita ao
consultório. Devo ter feito alguma coisa que o irritou. "
"Meus amigos não me chamam há semanas. É minha culpa, porque eu sempre fico
falando da minha dor. "
71

ANEXO 23 - REGISTRO DE CRENÇAS

(WINTEROWD, BECK e GRUENER, 2003)

Crença antiga:

Crença nova:

Evidências a favor da crença antiga Evidências contra a crença antiga e a


favor da crença nova

Vantagens da crença antiga (ela ajuda?) Vantagens da crença nova


72

ANEXO 24: RELAXAMENTO PROGRESSIVO

(JACOBSON, 1976)

As técnicas de relaxamento visam ensiná-lo a controlar sensações corporais,


diminuindo a frequência dos sintomas de ansiedade ou de dor. Relaxar é algo fácil de dizer,
mas nem sempre fácil de fazer e, como qualquer outra habilidade, requer muita prática para
ser aprendida.
O relaxamento muscular progressivo é um exercício que envolve a prática da
contração e relaxamento dos principais grupos musculares do corpo. Uma vantagem dessa
abordagem é que você aprenderá a distinguir os músculos que estão tensos daqueles que estão
relaxados. Ao identificar a tensão na sua forma inicial e aplicar o relaxamento, você poderá
impedir o surgimento de sintomas físicos de ansiedade ou de determinados tipos de dor.
O relaxamento progressivo pode ser praticado em posição deitada ou sentada em uma
cadeira reclinada, com a cabeça apoiada. Cada músculo ou agrupamento muscular é contraído
de cinco a sete segundos e então relaxado, de vinte a trinta segundos. Este procedimento é
repetido pelo menos uma vez. Se determinada região continuar tensa, pode-se praticar até
cinco vezes.
Método básico (16 grupos musculares) (BERNSTEIN e BORKOVEC, 1973)
Fique numa posição confortável e relaxe. Feche os olhos. Você vai relaxar um grupo
muscular de cada vez. Comece prestando atenção nos músculos de sua mão e antebraço
direitos. Agora, feche a mão direita, cada vez com mais força, examinando a tensão enquanto
realiza esse movimento. Mantenha-a fechada por cerca de 5 segundos e observe a tensão na
mão e no antebraço. Agora relaxe, de uma vez. Sinta o relaxamento em sua mão direita e
perceba o contraste com a tensão. Repita este procedimento ainda com a mão direita, sempre
observando, enquanto relaxa, que este processo é o oposto da tensão – relaxe e sinta a
diferença.
Agora aperte cotovelo direito para baixo, contra o braço da cadeira ou contra o colchão.
Mantenha a tensão no máximo e observe a sensação de rigidez na região do bíceps. Relaxe
agora o braço. Deixe o relaxamento aumentar e sinta a diferença. Observe o relaxamento do
braço direito. Note ainda que a mão e o antebraço direitos também continuam relaxados.
Repita este exercício, sempre ficando 5 segundos em contração e cerca de 20 segundos
relaxado.
Repita agora todo o processo com a mão esquerda, depois com o braço esquerdo. Faça
duas vezes em cada grupo muscular.
73

Vamos agora para a face. Faça todos os procedimentos seguintes, repetindo pelo menos
uma vez. Dê um espaço entre os movimentos, para sentir bem a sensação do músculo
relaxado.
Concentre a atenção na cabeça, enrugue a testa o máximo que puder. Agora relaxe e
deixe-a ficar lisa. Imagine a testa e o couro cabeludo ficando lisos e descansados. Agora
novamente, eleve as sobrancelhas tão alto quanto possível e perceba a tensão espalhando-se
pela testa. Solte. Deixe as sobrancelhas novamente relaxadas. Agora, enrugue a testa e o nariz.
Perceba a tensão. Agora relaxe. Mantenha os olhos suave e confortavelmente fechados.
Agora, morda com força, aperte os maxilares, e puxe para traz os cantos da boca. Repare na
tensão em todo o maxilar. Relaxe os maxilares. Quando os maxilares estão relaxados, os
lábios permanecem ligeiramente afastados. Perceba o contraste entre tensão e relaxamento.
Relaxe os lábios. Observe que a testa, o couro cabeludo, os olhos, os maxilares e os lábios
estão todos relaxados.
Incline a cabeça para frente. Empurre o queixo contra o peito, mas evite tocar no tórax.
Você deve contrapor os músculos da frente do pescoço e os de traz. Faça o máximo que puder
sem sentir desconforto e observe a tensão no pescoço. Endireite a cabeça e relaxe. Consegue
sentir o pescoço relaxado?
Deixe todo o seu corpo relaxado. Sinta o conforto e o peso. Agora inspire e encha
completamente os pulmões. Prenda a respiração. Perceba a tensão. Agora expire, deixe o
tórax ficar solto, deixe o ar sair. Continue relaxando, respirando livre e suavemente. Repita
algumas vezes, observando que a tensão abandona o seu corpo enquanto você expira.
Agora você vai se concentrar nos músculos do tórax, ombros e costas. Vai combinar a
contração de vários músculos com uma respiração profunda. Inspire então profundamente,
prenda a respiração e, ao mesmo tempo, puxe ambos os ombros para traz, como se quisesse
encontrá-los. Segure 5 segundos e solte a respiração e a tensão. Relaxe. Repita o
procedimento.
A seguir, o abdome. Puxe a respiração, retese o estômago e mantenha. Repare na tensão,
então relaxe. Observe o abdome solto. Mantenha também o resto do corpo tão relaxado
quanto possível. Repita novamente a contração do abdome. Concentre-se na tensão na região
da barriga. Agora relaxe, cada vez mais.
Flexione agora a coxa direita, forçando os calcanhares para baixo, o máximo que puder.
Aperte o chão com o pé. Relaxe e sinta a diferença. Repita. Agora incline os dedos dos pés na
direção do rosto, criando tensão na panturrilha. Relaxe novamente. Mais uma vez. Curve
agora o pé direito para dentro, formando um arco, para contrair os músculos do pé. Relaxe.
74

Repita o processo para a coxa, perna e pé esquerdos.


Pronto. Você já treinou os 16 grupos musculares. Fique agora alguns minutos relaxado,
usufruindo da sensação da tensão diminuída. Lembre-se de cada grupo muscular treinado e
veja como ele está agora. Respire calmamente. Sinta seu corpo.
Faça este treinamento duas vezes ao dia. Dura 20 a 30 minutos. Após algumas semanas
você estará dominando a técnica e poderá aprender o método abreviado. Terá aí um
instrumento de grande valor para toda sua vida, no combate ao stress, insônia, tensões
diversas e dores crônicas.
Sinta o peso em toda a parte inferior do corpo enquanto o relaxamento se aprofunda.
Relaxe os pés, tornozelos, barriga da perna, canelas, joelhos, coxas e nádegas. Agora deixe o
relaxamento se espalhar até o estômago, a região inferior das costas e o tórax. Solte-se cada
vez mais. Sinta o relaxamento se aprofundando nos ombros, braços e mãos. Cada vez mais.
Experimente a sensação de liberdade e relaxamento no pescoço, maxilares e em todos os
músculos faciais.
Considerações especiais
1. Se você gravar uma fita com o método básico para facilitar o seu programa de
relaxamento, lembre-se de deixar um espaço entre cada procedimento, para que possa
experimentar a tensão e o relaxamento antes de passar para o próximo músculo ou
grupo de músculos.
2. No início do relaxamento muscular profundo, a maior parte das pessoas só consegue
um sucesso limitado, mas isto é apenas uma questão de prática. Embora no início vinte
minutos de trabalho possam proporcionar apenas um relaxamento parcial,
posteriormente você conseguirá relaxar o corpo em poucos minutos.
3. Algumas vezes, no início, você pode achar que o relaxamento foi completo. Mas,
embora o músculo ou grupo de músculos possa estar parcialmente relaxado, algumas
fibras musculares ainda estarão contraídas. O relaxamento dessas fibras adicionais é
que proporcionará os efeitos emocionais que você deseja. É bom dizer-se, durante a
fase de relaxamento, “Solte-se cada vez mais”.
4. Deve se ter cuidado ao tensionar o pescoço e as costas. O excesso de retesamento pode
provocar danos nos músculos ou na coluna vertebral. Observou-se também que,
geralmente, o excesso de retesamento nos dedos dos pés provoca cãibras.

Resumo dos grupos musculares


A. Estiramento braços e as mãos
75

1. Mão direita e antebraço (feche a mão com força)


2. Bíceps direito (aperte cotovelo para baixo contra a cadeira)
3. Mão e antebraço esquerdos.
4. Bíceps esquerdo.
B. Estiramento do rosto e pescoço
1. Fronte (elevar sobrancelhas tão alto quanto possível)
2. Parte central (enrugar testa e nariz)
3. Mandíbula e boca (morder forte e puxar para trás cantos da boca)
4. Pescoço (empurre o queixo contra o peito, evitando tocar de peito)
C. Estiramento do tórax e abdômen (prendendo a respiração)
1. Peito, ombros e parte superior das costas (puxe ombros juntos)
2. Abdômen (endureça a barriga)
D. Estiramento para pernas e pés
1. Coxa direita (aperte o chão com o pé; contraponha musculaturas da coxa)
2. Panturrilha direita (puxe os dedos do pé em direção à cabeça)
3. Pé direito (aponte os dedos, virando o pé para dentro)
4. Coxa esquerda
5. Panturrilha esquerda
6. Pé esquerdo
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ANEXO 25 - CRENÇAS NEGATIVAS RELACIONADAS À DOR

(WINTEROWD, BECK e GRUENER, 2003)

Temas de desamparo
• Estou desamparado / ninguém pode me ajudar
• Eu sou fraco / eu não consigo lidar com a dor
• A dor está acabando comigo
• Estou completamente dependente
• Estou vulnerável / não aguento esta dor
• Perdi o controle (da minha dor / do meu corpo)
• Não posso fazer mais nada
• Não há saída para mim
• Estou sofrendo demais / sou uma vítima

Temas de inutilidade
• Eu sou inútil / não tenho o que fazer nesta vida
• Eu sou incompetente
• Sou um fracasso
• Devo me preocupar com os outros / o que eu quero vem depois

Temas de disfunção
• Não sou normal / eu não sou mais o mesmo
• Meu corpo não funciona mais / não consigo fazer mais nada
• Coitado de mim
• Não estou mais inteiro
• Estou velho / meu corpo ficou velho
• Eu sou um fardo para os outros

Temas de inadequação relacionada com expectativas irracionais


• Tenho vergonha de mim mesmo / não sou bom o suficiente
• Eu tenho o direito de fazer o que eu quizer
• Estou sendo desrespeitado
• Estou sendo punido / esta dor é um castigo
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Temas de desconexão
• Estou sendo abandonado, rejeitado
• Não posso confiar em ninguém
• Eu sou um desajustado
• Estou só / isolado
• Nunca me darão o que eu preciso
• As pessoas não me valorizam, não acreditam na minha dor

Temas de inutilidade social

• Sou detestável
• Sou socialmente incompetente
• Não sou atraente / ninguém pode me desejar
• Sou uma pessoa inadequada
• Eu sou mau / sou uma pessoa ruim
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ANEXO 26: QUATRO CRENÇAS CENTRAIS: IRRACIONAIS X RACIONAIS

(DRYDEN, 2006)

Demanda (Exigência) X Deveria ser assim Seria bom, mas não é


Preferência essencial
Crença catastrófica X Será terrível Será ruim, mas não terrível
Crença realista
Baixa tolerância X Eu não aguento É difícil, mas eu consigo
Alta tolerância
Autodepreciação X Eu não presto Sou imperfeito, em
Autoaceitação dificuldades
• Disputa empírica (evidências a favor e contra)
• Disputa lógica (se é lógico ou se não faz sentido)
• Disputa heurística (se a crença ajuda e traz resultados saudáveis ou não)
• Resultado: qual das duas crenças você vai apoiar?
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ANEXO 27: RELAXAMENTO MUSCULAR PROGRESSIVO (JACOBSON) II

(BERNSTEIN e BORKOVEC, 1973)

A) Relaxamento para dezesseis grupos musculares: duas vezes ao dia por 3 a 4 semanas
B) Relaxamento progressivo para sete grupos musculares: duas ao dia, mais 2 semanas
1. Os músculos do braço direito são tensionados em conjunto: mão, antebraço e braço.
Feche o punho e ao mesmo tempo comprima o antebraço contra a coxa.
2. Repita o mesmo procedimento com o membro superior esquerdo.
3. Combine em uma só contração os três grupos dos músculos faciais: enrugue as
sobrancelhas e o nariz, feche os olhos, morda os dentes e puxe os cantos da boca, tudo
de uma vez. Produza tensão em toda a face.
4. Esta é a contração do pescoço, igual ao procedimento para 16 grupos musculares.
5. Combinação do tórax, ombros, costa e abdome: respire fundo , segure, puxe os
ombros para traz e ao mesmo tempo endureça a barriga.
6. Músculos da coxa, perna e pé são contraídos ao mesmo tempo: levante um pouco a
perna para frente e aponte os dedos do pé para dentro.
7. Repita o processo com o membro inferior esquerdo.

C) Relaxamento progressivo para quatro grupos musculares: mais duas semanas


1. Contraia ao mesmo tempo os músculos de ambos os braços, antebraços e mãos. Use
combinadas as estratégias aprendidas anteriormente para a direita e esquerda.
2. Contração combinada dos músculos da face e pescoço.
3. Combinação de respiração profunda com a contração dos músculos de tórax, ombros,
costas e abdome. É igual ao exercício com 7 grupos musculares.
4. Contraia ao mesmo tempo os músculos de ambas as coxas, pernas e pés.

D) Relaxamento por recordação: mais uma semana.


Esta técnica não utiliza tensão muscular. Você já deve estar bem treinado com as técnicas
anteriores e utilizará somente a sensação de relaxamento utilizada para os quatro grupos
musculares do último procedimento.
1. Volte sua atenção para os músculos dos braços e mãos e tente identificar sinais de
tensão. Relaxe agora, lembrando a sensação de músculo relaxado. Deixe a tensão
dissolver.
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2. Agora observe a musculatura da face e do pescoço. Veja com cuidado se há alguma


tensão e relaxe.
3. Preste atenção a seguir nos músculos das costas e abdome. Relaxe.
4. Observe finalmente suas coxas, pernas e pés, tanto à direita como à esquerda.
81

ANEXO 28: O TREINAMENTO AUTÓGENO

(SCHULZ, 1979; DAVIS, ESHELMAN e MCKAY, 1996)

O treinamento autógeno é um programa sistemático que ensinará o seu corpo e a sua mente a
responderem, com rapidez e eficiência, aos comandos verbais para relaxar e retomar a um
estado normal, equilibrado. É um dos redutores mais eficientes e completos do estresse
crônico.
As fórmulas verbais de Schultz estão divididas em três tipos principais de exercícios: os
exercícios padrão concentram-se no corpo, os exercícios de meditação focalizam a mente e os
exercícios especiais destinam-se à normalização de problemas específicos.O objetivo dos
exercícios padrão é a reversão do estado de alarme ou resposta "lutar ou fugir" que ocorrem
quando somos submetidos a um estresse físico ou emocional. O primeiro exercício padrão
inclui o tema da sensação de peso. Ele promove o relaxamento dos músculos estriados do
corpo, que são músculos voluntários utilizados para movimentar os braços e as pernas. O
segundo exercício padrão estimula a vasodilatação periférica. Isto é, quando você diz "A
minha mão direita está quente", os músculos lisos que controlam o diâmetro dos vasos
sanguíneos da mão relaxam, permitindo um maior afluxo de sangue para a mão. Isto ajuda a
reverter o acúmulo de sangue no tronco e na cabeça, uma característica da reação lutar ou
fugir ao estresse.
Seguem outros temas, que procuram especificar a respiração, a cabeça e o coração. Os
especialistas em TA recomendam um ritmo lento, porém constante, no aprendizado desses
exercícios, com duração de quatro a dez meses para o' completo domínio de todos os seis
exercícios.
Ao fazer esses exercícios, é essencial manter uma atitude de concentração passiva. Isto é,
experimente qualquer resposta física, mental ou emocional aos exercícios, sem nenhuma
expectativa. Apenas deixe acontecer o que quer que aconteça. Concentração passiva não
significa "sair do ar" ou dormir. Você permanece alerta à sua experiência, sem analisá-la. Esta
atitude casual contrasta com a concentração ativa, que ocorre quando você fixa a sua atenção
em determinados aspectos da experiência e tem um interesse e um investimento específicos.
A concentração ativa é essencial para atividades como preparar uma nova receita ou consertar
um carro. A concentração passiva é exigida para o relaxamento.
Cada exercício introduzirá uma fórmula verbal que você deverá ter sempre em mente,
enquanto passivamente se concentra em determinada parte do corpo. Repita a fórmula para si
82

mesmo, continuamente, mantendo uma corrente verbal firme, silenciosa, constante. É muito
importante diminuir os estímulos externos ao máximo. Escolha um local tranquilo, onde você
não será perturbado. Mantenha a temperatura do local num nível confortável, moderadamente
aquecido. Diminua as luzes. Use roupas folgadas. Deixe o corpo relaxar e feche os olhos antes
de começar esses exercícios.

Sente-se numa poltrona, com a cabeça, as costas e as extremidades confortavelmente


apoiadas, ficando o mais relaxado possível, ou
1.Sente-se num banco, incline-se ligeiramente para a frente, com os braços descansando sobre
as coxas e as mãos entre os joelhos, ou
2.Deite-se com a cabeça apoiada, as pernas afastadas mais ou menos vinte centímetros, os
dedos dos pés ligeiramente voltados para fora, e os braços descansando confortavelmente ao
lado do corpo, sem tocá-lo.
Examine o seu corpo para certificar-se de que a posição escolhida está livre de tensões.
Particularmente, verifique se não há extensão excessiva de membros, como braços, cabeça ou
pernas sem apoio, se os membros não estão sendo forçados nas articulações ou se a coluna
não está arqueada.
Há seis tipos de exercício, cada um com uma fórmula verbal particular. A seguir,
apresentamos um programa para o seu aprendizado. Talvez você ache que precisa de mais ou
de menos tempo do que o recomendado, portanto, adapte o programa ao seu próprio ritmo.
Um dos erros mais comuns, cometido por quem está começando, é ficar impaciente e executar
os exercícios muito depressa, deixando de aprender totalmente cada exercício. Por outro lado,
se o seu corpo estiver lhe oferecendo uma resposta consistente e óbvia, mostrando que o
exercício está sendo executado com eficiência e correção, passe para o próximo exercício. Se
você sentir que não está progredindo ou experimentar efeitos colaterais desagradáveis
du¬rante um determinado período de tempo, passe para o próximo exercício e adie o
exercício difícil para o final do seu treinamento. Dez por cento de todos os praticantes talvez
jamais tenham experimentado as sensações básicas de peso ou calor. Isto não importa. A
fórmula só é utilizada para provocar uma mudança funcional no corpo, que você pode ou não
sentir. Concentre-se apenas em executar corretamente o exercício.
No início, você não será capaz de manter uma concentração passiva perfeita. A sua mente irá
vagar. Tudo bem. Quando isso acontecer, volte à fórmula o mais rápido possível. Além disso,
você poderá sentir alguns sintomas iniciais, descritos como "descargas autogênicas", que são
normais, porém, motivos de distração. Por exemplo, você pode perceber uma mudança no seu
83

peso ou temperatura, formigamento, correntes elétricas, movimentos involuntários, rigidez,


um pouco de dor, ansiedade, vontade de chorar, irritabilidade, dores de cabeça, náusea ou
alucinações. Quer as descargas autogênicas que você estiver experimentando sejam
agradáveis ou desagradáveis, lembre-se que elas são passageiras, que elas não' são o objetivo
do TA e que desaparecerão à medida que você continuar com o programa.
Quando você estiver pronto para encerrar uma sessão de TA, diga para si mesmo: "Quando eu
abrir os olhos, estarei me sentindo revigorado e alerta". Então, abra os olhos e respire
profundamente algumas vezes, enquanto estende e flexiona os braços. Ao continuar com as
suas atividades regulares, certifique-se de não estar mais num estado de transe.

Exercício padrão para um programa de oito semanas


Tema do peso

1ª. semana. Repita as seguintes fórmulas verbais por um minuto e meio, de cinco a oito vezes
por dia. Sempre que disser uma fórmula, pronuncie-a lentamente, mais ou menos durante
cinco segundos, e então faça uma pausa de três segundos. Repita cada fórmula mais ou menos
quatro vezes. Sempre comece com o braço dominante. Isto é, se você escreve com a mão
direita, comece com o braço direito. Repita quatro vezes "O meu braço direito está pesado" e,
então, passe para a próxima frase, "O meu braço esquerdo está pesado", e repita quatro vezes
etc. Você pode “falar” mentalmente, sem vocalizar as palavras ou “cochichar”, falando
baixinho para você. Escolha a maneira que se sentir melhor.
Meu braço direito está pesado.
Meu braço esquerdo está pesado.
Meus braços estão pesados.

2ª. semana. Repita as seguintes fórmulas verbais durante três minutos, de quatro a sete vezes
por dia:
Meu braço direito está pesado.
Meu braço esquerdo está pesado. Meus braços estão pesados.
Minha perna direita está pesada. Minha perna esquerda está pesada. Minhas pernas estão
pesadas.
Meus braços e minhas pernas estão pesados.

3ª. semana. Repita o seguinte, durante quatro minutos, de quatro a sete vezes por dia:
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Meu braço direito está pesado


Meus braços estão pesados
Minhas pernas estão pesadas.
Meus braços e minhas pernas estão pesados.
Nota: Se você tiver dificuldades para conseguir uma sensação de peso utilizando as fórmulas
verbais, talvez queira acrescentar imagens mentais visuais. Por exemplo, você pode imaginar
pesos amarrados em seus braços e pernas, suavemente puxando-os para baixo. Ou talvez
queira pensar que os seus braços e as suas pernas são feitos de chumbo pesado, afundando no
chão. Pense no peso a partir dos ombros, percorrendo todo o braço e descendo até as pontas
dos dedos.

Tema do calor
4ª. semana. Repita o seguinte, durante cinco minutos, de quatro a sete vezes por dia
Meu braço direito está pesado
Meus braços e minhas pernas estão pesados.
Meu braço direito está aquecido.
Meu braço esquerdo está aquecido.
Meus braços estão aquecidos.

5ª. semana. Repita o seguinte, durante oito minutos, de três a seis vezes por dia
Meu braço direito está pesado.
Meus braços e minhas pernas estão pesados.
Meu braço direito está aquecido.
Meu braço esquerdo está aquecido.
Minha perna direita está aquecido.
Minha perna esquerda está aquecida. Minhas pernas estão aquecidas.
Meus braços e minhas pernas estão aquecidos

6ª. semana. Repita o seguinte, durante dez a quinze minutos, de três a seis vezes por dia
Meu braço direito está pesado.
Meus braços e minhas pernas estão pesados.
Meus braços estão aquecidos.
Minhas pernas estão aquecidas.
Meus braços e minhas pernas estão pesados e aquecidos.
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7ª. semana. Repita o seguinte, durante dez a vinte minutos, de três a seis vezes por dia
Meu braço direito está pesado
Meus braços e minhas pernas estão pesados.
Meus braços e minhas pernas estão aquecidos.
Meus braços e minhas pernas estão pesados e quentes.
Nota: Se você tiver alguma dificuldade para experimentar uma sensação de calor utilizando as
fórmulas verbais, tente as imagens mentais visuais. Por exemplo, imagine seu braço direito
descansando sobre uma almofada elétrica. Sinta o calor da almofada através da mão e do
braço. Imagine que você está tomando um banho morno de chuveiro ou de banheira, com o
calor da água envolvendo seu corpo. Imagine a sua mão mergulhada numa panela com água
morna. Visualize-se sentado sob o sol, sentindo o suave calor em seus braços e suas pernas.
Pense que você está segurando em sua mão uma caneca morna, gostosa, contendo a sua
bebida quente favorita. Pense no sangue fluindo suavemente até as pontas dos dedos das mãos
e dos pés.

8ª. semana. Tema da respiração. Este exercício aumenta a tendência dos temas anteriores de
aprofundar e tornar a respiração mais lenta.
Meu braço direito está pesado e aquecido.
Meus braços e minhas pernas estão pesados e aquecidos.
Meus batimentos cardíacos estão tranquilos e regulares.
O ar entra em mim.

9ª. semana. Tema da testa. É melhor fazer este exercício deitado de costas, pois ele pode
provocar tontura.
Meu braço direito está pesado e aquecido.
Meus braços e minhas pernas estão pesados e aquecidos.
Meus batimentos cardíacos estão tranquilos e regulares.
O ar entra em mim.
Minha testa está fresca.
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ANEXO 29: ATENÇÃO-DISTRAÇÃO

(MARTIN, 1993)

• Distração interna
o Atividade mental
▪ Fazer contas (subtrações sucessivas)
▪ Recitar poesias / letras de música
▪ Listas de coisas a fazer
o Sensações corporais
▪ Direcionar atenção para partes do corpo relaxadas, como respiração.
• Distração externa
o Focalizar o ambiente
▪ Contar as telhas de um teto
▪ Estudar a construção dos objetos do quarto
▪ Estudar as formas das nuvens, árvores, casas.
▪ Detectar e analisar os sons do ambiente
o Envolvimento em tarefas
▪ Suficientes para demandar a atenção
▪ Toleráveis com a dor
▪ Leitura, cinema, internet, hobby.
▪ Sair para caminhar, telefonar para um amigo, limpar o armário, conferir o
talão de cheques, procurar um vizinho.
• Educação
o Atenção é exclusiva de uma coisa por vez (lanterna)
o A decisão de qual coisa é voluntária.
o É difícil, mas não impossível desviar atenção de dor para outra coisa.
o Dor piora quando nossa atenção se dirige só a ela
• Treinamento
o Ver para onde a atenção está dirigida
o Dirija atenção para estímulo interno (respiração) ou externo (sons)
o Discutir métodos de distração
o Treinar como nos métodos anteriores
o Usar na dor
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ANEXO 30: COMPONENTES DO TREINO DE CONTROLE DO STRESS

(LIPP e MALAGRIS, 2001)

1. Avaliação do nível e sintomatologia do stress


2. Avaliação de estressores auto-produzidos
3. Treino comportamental-cognitivo
a. Mudança no estilo cognitivo;
b. Redução da excitabilidade emocional;
c. Redução da excitabilidade física;
d. Treino de assertividade;
e. Treino em resolução de problemas;
f. Auto-controle da ansiedade;
g. Manejo da hostilidade, irritabilidade
h. Administração do tempo;
i. Redução do Padrão Tipo A do comportamento;
4. Mudança de estilo de vida com relação a:
a. ATIVIDADE FÍSICA;
b. NUTRIÇÃO;
c. RELAXAMENTO
5. Seguimento para incentivar a adesão ao tratamento
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ANEXO 31: ASSERTIVIDADE

(CABALLO, 1996; CABALLO, 2003)

• É a eficácia de se conseguir os objetivos


• É a eficácia para manter ou melhorara a relação com outra pessoa
• É a eficácia para manter a auto-estima
• É uma característica do comportamento e não da pessoa.
• É ter dificuldades em:
o Iniciar ou manter conversações.
o Falar em público.
o Exprimir amor, agrado ou afeto.
o Defender os próprios direitos.
o Pedir ou recusar favores.
o Aceitar elogios.
o Exprimir opiniões pessoais, especialmente a s discordantes.
o Exprimir incômodo ou desagrado.
o Desculpar-se ou admitir ignorância.
o Pedir mudança no comportamento do outro.
o Enfrentar críticas.
• O treinamento de assertividade envolve:
o Treinamento das habilidades
o Redução da ansiedade
o Reestruturação cognitiva
o Aprender a distinguir entre comportamento
▪ Assertivo (coopera para objetivos: “Estou contigo”)
▪ Não assertivo (pouca ambição, desejo, opinião)
▪ Agressivo (“A minha maneira ou nada”)
o Treinamento de solução de problemas
1. Avalie a situação
a. Descrição da situação-problema
b. Representação do que o paciente faz normalmente nesta situação.
c. Identificar possíveis distorções cognitivas
i. Que evidencias a apóiam
ii. Em que ela ajuda
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d. Identificar quais os direitos e deveres das diferentes partes


e. Identificar resposta(s) alternativa(s)
f. Conseqüências dos diferentes caminhos
2. Ensaio comportamental
a. Simulação da nova alternativa em cenas imaginadas da vida real
b. Aprender assim a modificar modos de resposta não adaptativos.
c. Limitar a um problema em uma situação.
d. Escolher uma situação recente ou próxima
e. Ensaio repetido. Começar pelo mais fácil.
f. Mudança de papel entre o paciente e o terapeuta
g. Avaliação da efetividade do ensaio (repetir se necessário)
3. Avaliação do comportamento
a. Determine sua ansiedade na situação (SUDS)
b. Avalie a expressão corporal, facial, prosódia
c. Avalie o conteúdo verbal
4. Prática na vida real
a. Pense nos seus direitos
b. Planeje hora e local para discutir a situação
c. Defina o problema especificamente
d. Descreva seus sentimentos usando mensagens “eu”
e. Expresse o pedido de maneira simples e firme
f. Reforce o pedido. Aponte conseqüências positivas.
g. Comporte-se de forma assertiva em situação real (tarefa)
h. Prossiga lentamente para outras situações

Registre tudo
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ANEXO 32: RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

(CABALLO, 1996)

• Orientação para o problema


o Reconhecer o problema no momento em que ocorre (veja as emoções!)
o “Problemas são normais na vida. Enfrentá-los é a solução.”
o Cada pessoa é capaz de exercer soluções de problemas
o Compromisso de dedicação de tempo e esforço para a solução.
• Especificar o problema
o Busca de informações (detetive)
o Descrição dos fatos e diferenciá-los do que é suposição ou interpretação
o Diferenciação do que é relevante do que não é
• Projetar soluções
o Listar todas as soluções possíveis
▪ Quanto mais, melhor.
▪ Quanto mais variadas, melhor.
▪ Adie julgamentos
o Selecione soluções gerais
o Soluções intermediárias (passos mais fáceis)
o Soluções também focadas na emoção (como conviver com o problema)
o Rever “soluções” mal adaptativas do passado
o Avaliar prós e contras
• Identificar obstáculos
o Demandas conflitivas
o Comprometimento cognitivo (baixa concentração, pensamento lento etc.)
o Sobrecarga emocional (ansiedade, depressão)
o Distorções cognitivas
o Evitação (procrastinação, esquecimento)
o Fatores sociais (falta de apoio, críticas, conselhos contraditórios)
o Problemas práticos (falta de recursos, tempo, poder)
o Fatores estratégicos (perfeccionismo, procura de solução ampla demais)
• Tomada de decisão
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o Antecipação dos resultados de cada solução proposta


▪ Conseqüências positivas e negativas, a curto e longo prazo
o Comparar os resultados das soluções propostas
▪ Pela capacidade de resolver o problema
▪ Pela capacidade do indivíduo de aplicá-la
▪ Pelo tempo e esforço empregados
▪ Pelo bem estar ou mal estar pessoal e geral gerados
o Preparar a aplicação da solução
▪ Definir tarefas principais
▪ Listar tarefas secundárias
▪ Definir recursos
▪ Definir prazos
▪ Definir sistema de controle
o Decidir!
• Implementar o plano
o Registrar cada etapa concluída
o Criar sub-planos dependendo dos obstáculos
• Avaliar→ controlar→ retomar plano
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ANEXO 33: RAIVA

(GREENBERGER e PADESKY, 1995; LIPP, 2005)

• Relaxamento
• Distração
• Reestruturação cognitiva
o Emoções (irritado, zangado, irado)
o Pensamentos (É injusto! Ele é mau! A regra foi quebrada!)
o Reações físicas (Contração muscular, vermelhidão, taquicardia)
o Comportamento (Defesa, ataque, agressão)
• Antecipação e preparação de eventos
o Imaginar situações
o Ensaiar reações
• Reconhecimento dos primeiros sinais
o Sinais físicos
o Emoções
• Dar um tempo
o Faça um intervalo (curto? longo?)
o Saia de perto
• Enfrentamento ativo
o Usar auto conversa que esfria
o Evitar as que esquentam
o Empatizar
• Exposição
o Classificar as situações que causam raiva
o Ponderar as intensidades de 0 a 10
o Exposição imaginária às situações, começando pelas que causam menos raiva
o Associar com relaxamento SN

Exposição ao vivo.

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