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30/01/2015 Biosferas 

­ Divulgação Científica

Quinta­Feira, 29 de Janeiro de 2015 ­ UNESP, Campus Rio Claro

ARTIGOS: Evolução

Mentes Humanas, Mentes Animais e a Comunidade
Moral: O Darwinismo e a Questão (Zoo)Ética
André Luis de Lima Carvalho – doutorando em História das Ciências, Casa de Oswaldo
Cruz (COC) – FIOCRUZ, RJ

Em novembro de 2002, em um desfile da grife
Victoria Secret em Nova Iorque, a entrada da top
model brasileira Gisele Bundchen foi perturbada
por manifestantes da PETA (People for the
INÍCIO Ethical Treatment of Animals – Pessoas Pelo
ARTIGOS Tratamento Ético de Animais), que invadiram a
passarela com cartazes ofensivos. O motivo do
MATÉRIAS desagrado dos militantes: Gisele era a mais
BUSCA nova garota propaganda da fabricante de peles
Blackglama. Ao ser entrevistada posteriormente
PARCERIAS sobre o acontecimento, a modelo declarou­se
EVENTOS tomada de completa surpresa e incapaz de
entender o que ela teria feito de errado; afinal,
EDITORIAL
“eu estava só fazendo meu trabalho”, disse
COMO PUBLICAR Gisele.
SOBRE O BIOSFERAS O comércio de peles envolve a matança anual
COMISSÃO EDITORIAL de milhares de animais, e em termos filosóficos
podemos dizer que a indignação dos membros Ver Foto Original
CONTATO da PETA – assim como de tantas outras
organizações semelhantes no mundo inteiro – diz respeito à noção de comunidade moral.
Chamamos de comunidade moral o conjunto de seres/indivíduos que julgamos dignos de
Biosferas
consideração moral. Quanto mais abrangente uma comunidade moral, maior a quantidade
Curtir 2.594 e diversidade daqueles cujos interesses devem ser respeitados. A história está repleta de
genocídios, e aos olhos daqueles que os cometem os mesmos são plenamente
Bruno Piato e outras 2.593 pessoas justificáveis porque suas vítimas não estão incluidas em sua comunidade moral, não
curtiram isso. sendo, portanto, consideradas dignas de respeito, amor, compaixão. Assim, a noção de
comunidade moral tem importância crucial em qualquer discussão ética relacionada aos
tipos de relação e de exploração dos animais pelos humanos. Os animais devem ser
incluídos em nossa comunidade moral? Em caso positivo, quais animais? Todos? E por
que não as plantas? O que dizer dos embriões humanos? Que critérios devemos levar em
conta quando tentamos demarcar uma linha e traçar um círculo dentro do qual sejam
abrigados todos aqueles seres que participam de nossa comunidade moral? Sejam quais
forem os critérios propostos ou adotados, nos dias de hoje pode­se afirmar que os
principais pensadores da chamada ética animal dão grande importância às concepções
advindas do darwinismo como norteadoras de posturas éticas em nossa relação com os
(demais) animais. Por quê? Para entendermos isso, precisamos primeiramente ter uma
noção do que é o darwinismo.

Quando se pensa em ‘darwinismo’, o mais comum é que venha à mente das pessoas a
ideia de seleção natural, muitas vezes traduzida pela noção de ‘sobrevivência do mais
apto’. A teoria evolutiva de Darwin, no entanto, é bem mais complexa e abrangente. Ernst
Mayr, um dos responsáveis pela teoria sintética da evolução (que na primeira metade do
século XX unificou o darwinismo e a genética mendelista, fornecendo uma explicação dos
processos evolutivos que grosso modo é ainda hoje a concepção científica vigente)
afirmava que Darwin apresentou ao mundo não uma, mas cinco teorias independentes: 1) a
evolução como fato; 2) a origem comum (common descent) de todos os seres vivos; 3) o
gradualismo do processo evolutivo; 4) a especiação populacional (ou multiplicação das
espécies); e 5) a seleção natural. [poderíamos ainda acrescentar a teoria da seleção
sexual]. Se levarmos em conta essa multiplicidade de teorias dentro do corpo conceitual
do darwinismo, teremos um quadro bem mais complexo. Se a imagem ajudar, pense o
darwinismo como um caleidoscópio; suas ideias, argumentos e conceitos seriam aqueles
pequenos elementos que conferem diferentes arranjos de formas e cores, conforme o
caleidoscópio é movimentado. Se você olha o mundo através do caleidoscópio darwinista,
e a configuração que você agora vê é a teoria da seleção natural é provável que você
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esteja observando um mundo de competição acirrada pelos recursos naturais, competição
essa que em não poucos casos chega a assumir a forma direta de uma ‘natureza
sangrenta de dentes e garras’, com a constante eliminação dos indivíduos menos aptos e
o êxito evolutivo dos mais bem aparelhados para a sobrevivência e a reprodução nas
circunstâncias cambiantes de cada momento. Essa noção de ‘sobrevivência do mais apto’
– cunhada pelo filósofo Herbert Spencer, mas adotada por Darwin – foi historicamente
usada por muitos grupos políticos para justificar práticas de exclusão e opressão social de
diferentes grupos e etnias sob o argumento de que tais políticas obedeceriam a uma lei
natural. Esse tipo de visão de mundo é até chamado de ‘darwinismo social’, embora
Charles Darwin nunca tenha sido propositor de políticas discriminatórias (na verdade,
Darwin era um indignado crítico do escravagismo), e esse pensamento político esteja
muito mais ligado a Spencer do que a Darwin. Apesar disso, ainda hoje podemos encontrar
no meio acadêmico muitas pessoas que, com base em um conhecimento superficial e
equivocado do que vem a ser o darwinismo, tentam reduzir esse rico e abrangente sistema
conceitual a nada mais que uma teoria científica criada para justificar políticas e atitudes
geradoras e mantenedoras da desigualdade social. Embora essa seja uma leitura
profundamente errônea do darwinismo, de fato se olharmos a realidade pelo caleidoscópio
darwinista ao prisma da teoria da seleção natural, é possível vermos uma teoria cuja
ênfase na competição e no triunfo do mais apto apresenta implicações que apontam para
um estreitamento de nossa comunidade moral: só realmente importariam os indivíduos,
grupos e espécies mais bem sucedidos em seus esforços de superar os rivais e
conquistar o ambiente. (Obviamente, aqui nos deparamos com a dita falácia naturalista,
i.e., a ideia de que o que é natural é sempre o certo, que descrever é igual a prescrever,
mas não entremos nessa discussão filosófica).

Agora, com esse mesmo caleidoscópio do darwinismo em mãos, gire­o, desfazendo o
arranjo da imagem da seleção natural, e deixe outros elementos formarem uma nova
configuração: a teoria da origem comum. Você verá se destacarem novas formas e novas
cores. Olhe através desse caleidoscópio agora, e visualize a vida surgindo uma única vez
no planeta, na forma de uma bactéria primitiva a borbulhar nos caldos orgânicos de águas
lamacentas e quase ferventes, a ‘sopa primordial’. Imagine esse primeiro organismo se
auto­replicando, reproduzindo­se, as águas do mundo sendo povoadas de seres
microscópicos. A vida microscópica sofrendo mutações aleatórias, as mais favoráveis
destas sendo ‘selecionadas’ pelas pressões ambientais, a vida se diversificando e, num
processo de bilhões de anos, formas viventes as mais complexas e variadas conquistando
o ambiente terrestre e os ares, criando novos nichos ecológicos, alterando a própria
estrutura física do planeta. Todas essas formas descendentes daquele primeiro organismo
ancestral, que foi gerando novos descendentes modificados, os quais também geraram
proles mutantes, produzindo­se novas espécies, como o tronco de uma árvore gera novos
ramos, que se bifurcam em galhos, e esses em mais galhos – a ‘árvore da vida’, como a
apelidou Darwin. Se pensarmos que nessa visão todas as espécies existentes –
caramujos e baleias, amendoeiras e jacarés, amebas e leões, águias e seres humanos –
têm uma origem comum, ou seja, derivam de um mesmo ancestral único, somos
remetidos a uma noção de parentesco universal. Algumas espécies são mais
proximamente aparentadas entre si, mas em diferentes graus todos os seres vivos nutrem
alguma relação de parentesco uns com os outros. Com um pouco de licença poética,
poderíamos afirmar que o ser humano se encontra, assim, irmanado com todos os demais
seres vivos em uma única e ‘grande família’, sendo os animais nossos parentes mais
próximos, dentre eles os mamíferos, e entre estes, os primatas.

Quais são as implicações filosóficas e éticas dessa verdade científica, aqui traduzida com
alguma liberdade literária? Em primeiro lugar, essa teoria darwiniana da origem comum
entre todos os seres vivos nos faz ver que, em diferentes graus, as espécies mais
aparentadas entre si devem partilhar de várias características em comum, já que derivam
de um mesmo ancestral relativamente próximo. Por isso Mayr chama a teoria da origem
comum de ‘primeira revolução darwiniana’ (a segunda seria a teoria da seleção natural),
pois a tese da origem comum colocou em polvorosa a sociedade vitoriana, ao postular
para os seres humanos uma proximidade maior dos macacos do que dos anjos. Esse
destronamento científico e filosófico do homem significa também que a tão aclamada
mente humana é, na concepção darwinista, apenas mais um fenômeno biológico, mais
uma característica adaptativa de uma espécie, como o são o fototropismo dos girassóis, o
gregarismo dos leões ou os formidáveis instintos das vespas caçadoras.

Podemos observar, assim, que em termos históricos as pessoas sempre recorreram às
diferenças entre os indivíduos e grupos (por exemplo, à teoria darwiniana da seleção

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natural) para justificar a redução da comunidade moral, e sempre enfatizaram as
semelhanças entre os seres (por exemplo, a teoria darwiniana da origem comum) para
defender a ampliação dessa comunidade moral. Em seu livro The Descent of Man (A
Origem do Homem), publicado em 1871, Darwin afirmou que a diferença entre a mente
animal e a mente humana “é uma diferença de grau, e não de tipo”. Ou seja, a mente é um
fenômeno biológico que surgiu no mundo natural em algum ramo animal da árvore da vida,
muito antes de terem surgido os humanos. Darwin atribuía sofisticadas faculdades mentais
a inúmeras espécies, e atualmente, após não poucas décadas de negação da inteligência
animal pela comunidade científica, os estudos do comportamento animal em estado
selvagem ou cativo vêm demonstrando de forma cada vez mais impressionante e
contundente do que são capazes nossos parentes animais ­ próximos ou não. Chimpanzés
utilizam e até mesmo confeccionam ferramentas simples para alcançar cupins dentro de
um termiteiro, para obter água retida no buraco de uma árvore, para quebrar castanhas. A
estrutura social desses primatas é extremamente sofisticada, envolvendo um jogo de
‘xadrez social’ que inclui alianças de poder e reciprocidade comportamental, o que só é
possível porque os chimpanzés são capazes de ‘ler’ estados mentais uns dos outros, e
dessa forma interpretar intenções e antecipar respostas comportamentais de seus pares
(assim como acontece com os humanos). Todos os demais grandes antropóides – gorilas,
orangotangos e bonobos – são também dotados de faculdades mentais sofisticadas. No
Japão observam­se corvos que juntam castanhas sobre a faixa de pedestres, para que os
pneus dos automóveis as esmaguem, e aguardam o sinal fechar para buscar as castanhas
partidas, que eles jamais seriam capazes de quebrar com o próprio bico. Outros corvídeos
se servem de gravetos maleáveis para fabricar ganchos, com os quais alcançam larvas no
interior de troncos. Golfinhos brincam com argolas de bolhas de ar que eles criam sob a
água, e até mesmo polvos brincam com jatos de água. Golfinhos, chimpanzés,
orangotangos e elefantes reconhecem a própria imagem refletida em um espelho, o que
sugere que esses animais possuem alguma consciência individual. E a lista de animais
cognitivamente complexos aumenta a cada dia que passa, abarcando papagaios, cães,
porcos, hipopótamos.

Ora, por que seria de outro jeito? Se os chimpanzés (Pan troglodytes) e bonobos (Pan
paniscus) são nossos parentes mais próximos vivos, não seria mesmo de se esperar que
essa semelhança fosse visível também na dimensão comportamental, e não apenas no
nível físico? Se, por um lado, é uma verdade óbvia que o cérebro humano é muito maior
que o desses animais, por outro lado é também um fato científico que as estruturas
cerebrais deles e dos humanos são basicamente as mesmas, e que nós, humanos,
partilhamos com esses animais um sistema nervoso muito semelhante. Hoje em dia não
mais constitui ‘heresia’ científica falar de inteligência animal ou emoções animais. Assim
como nós, muitos animais – segundo as particularidades de estilo de vida, aparato
sensorial e grau de desenvolvimento mental – são capazes de sentir medo, raiva, ciúmes,
desamparo. Além disso, a origem comum dos sistemas nervosos humanos e animais tem
outra implicação eticamente relevante: a questão da dor.

No século XVII o filósofo René Descartes afirmou que os animais eram meros autômatos
orgânicos desprovidos de alma, e cujos gritos apenas pareciam indicar dor, sendo na
verdade meras expressões de reflexos físicos, em contraste absoluto com o homem,
dotado de uma alma imortal e uma mente racional. Nascia, assim, uma doutrina que
vicejaria com grande vigor no pensamento ocidental, com conseqüências calamitosas para
os animais em seu convívio com os humanos. O advento do darwinismo, através da noção
de origem comum ­ hoje amplamente aceita pela comunidade científica ­ pôs em cheque
essa doutrina dualista que isolava o homem do restante do reino animal e do mundo
natural, e que servia como uma luva para justificar toda e qualquer forma de exploração
dos animais pelos homens. Hoje nenhum cientista que se preze é capaz de admitir
publicamente que acredita ainda na ideia cartesiana de que os homens são seres
sensíveis e dotados de alma, enquanto os animais seriam meros autômatos. Contudo,
tanto entre o público leigo como na comunidade acadêmica não são poucos aqueles que,
na prática de sua vida ética e na ética de sua vida prática, ignoram por completo esse
dado biológico, e continuam pautando suas condutas baseados em uma visão que inclui
na comunidade moral apenas os seres humanos (em muitos casos, nem todos eles!) e
considera que todos os animais não­humanos podem ser explorados pelos homens de
quaisquer formas que aprouverem a esses últimos.

Desde a Inglaterra vitoriana muitas vozes se levantam contra essa atitude neocartesiana,
e o próprio Darwin afirmou que a mais avançada e recente das aquisições morais dos
seres humanos seria uma “solidariedade para além dos confins do homem”, que incluisse

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também os animais não­humanos. Nos dias de hoje os principais defensores dos
interesses ou direitos dos animais no meio acadêmico (por exemplo, Peter Singer, Richard
Ryder e Tom Regan) recorre justamente à noção darwinista da origem comum para
embasar seus argumentos. Pois o darwinismo nos mostra que partilhamos com os outros
animais não apenas a sensibilidade à dor física, mas também ao sofrimento emocional.
Porque tanto humanos como animais – ao menos aqueles dotados de mente, de
capacidade de locomoção e escolha, de emocionalidade, ou, como diria Regan, animais
que são ‘sujeitos de uma vida’ – procuram conduzir suas existências de modo a obterem o
máximo de prazer e a evitarem ao máximo toda e qualquer dor. Diferenças entre humanos
e animais existem, sim, mas em menor quantidade do que se costuma crer, e talvez a
mais significativa delas seja o fato de que, dentre todos os animais, aparentemente
apenas os humanos constituem­se agentes morais, ou seja, indivíduos capazes de refletir
sobre as conseqüências de seu comportamento no que tange aos demais indivíduos. Mas
essa diferença apenas reforça a importância de debatermos as fronteiras de nossa
comunidade moral, já que tudo indica que somos os únicos animais que formam
comunidades morais verdadeiras. Esse debate não é simples ou óbvio, e é por isso que
diferentes autores propõem variados critérios e conceitos com base nos quais norteamos
essa demarcação do círculo daqueles que importam moralmente. Dependendo dos critérios
adotados, diferentes práticas de exploração animal – alimentação carnívora, experimentos
fisiológicos, caça, cativeiro em circos ou zoológicos, a indústria de peles – podem ser
consideradas aceitáveis com restrições, plenamente admissíveis ou completamente
inegociáveis. Mas hoje esse debate é imperativo, e uma coisa é certa: não podemos mais
acatar, seja de top models, baleeiros ou mesmo cientistas, o argumento simplório de que
‘eu estou apenas fazendo meu trabalho’.

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jurandirfragoso (entrou usando yahoo)
Parabéns pela qualidade dos pontos referenciados; algo que deu origem a
um excelente argumento! Creio que é com base nesse tipo de trajetória que
poderemos alcançar um universo científico dotado de argumentos capazes
de responderem nossas indagações.Sabemos que no âmbito de um
acontecimento e/ou de um dinamismo qualquer, há sempre, uma referência
e/ou uma causa. Sendo assim, aproveito o contexto e a oportunidade para
referenciar o tema da Dissertação Filosófica do colega Geraldo Euclides, "O
ser em si e para si".É com algo simples e dessa natureza que conseguimos
obter um melhor nível de compreensão dos organismos e do universo que
nos cercam.
Jurandir.
Responder · Descurtir ·  1 · Seguir publicação · 12 de dezembro de 2014 às
18:50

Andre Lima Carvalho ·   Quem mais comentou · Trabalha na
empresa Psicoterapeuta ­ consultório particular
Obrigado, Jurandir. :­)
Responder · Curtir · há 2 segundos

jurandirfragoso (entrou usando yahoo)
Jurandir Fragoso do Nascimento
Responder · Curtir · Seguir publicação · 12 de dezembro de 2014 às 18:51

Felipe Abou ·  Seguir ·   Quem mais comentou


Excelente texto: muito bem escrito, informativo e relevante! Infelizmente, a
Comunidade Moral da maioria dos seres humanos ainda é definida pelo
egoísmo.
Responder · Descurtir ·  1 · Deixar de seguir a publicação · 20 de maio de 2013
às 17:08

Andre Lima Carvalho ·   Quem mais comentou · Trabalha na
empresa Psicoterapeuta ­ consultório particular
Obrigado, Felipe :­)
Responder · Curtir · há 2 segundos

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Comissão Editorial Jornal Biosferas
Arthur de Lima Silva, Artur Janeiro, Gabriela Klein Barbosa, Isabella Bueno, Jéssica Alves Chagas, Renato Augusto Corrêa dos
Santos, Stella Silva, Thierry Alexandre
Marcia Reami Pechula
Colaboradores:
André Luiz de Camargo Estevam, Lucas Albuquerque dos Santos, Rebeca Al­Behy André Bergue

http://www.rc.unesp.br/biosferas/0047.php 5/5

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