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CLÁUDIA COSTA
IARA BRITO
IRIS SUNSYARAY
ISLA ANDRADE
JACQUELINE BRANDÃO
LAÍS RODRIGUES
REBECA LUNA
RECIFE
2017
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CLÁUDIA COSTA
IARA BRITO
IRIS SUNSYARAY
ISLA ANDRADE
JACQUELINE BRANDÃO
LAÍS RODRIGUES
REBECA LUNA
RECIFE
2017
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A RACIONALIDADE DO PLANEJAMENTO
O “planejamento” entendido sob uma perspectiva lógico-racional relaciona-se
ao: “processo permanente e metódico de abordagem racional e científica de
questões que se colocam no mundo social” (BAPTISTA, 2007). Como processo
permanente presume ação contínua sobre uma gama dinâmica de situações, num
determinado contexto histórico. Metódico de abordagem racional e científica, por
supor uma sucessão de atos decisórios, ordenados em momentos definidos e com
base em conhecimentos teóricos, científicos e técnicos.
A racionalidade do planejamento diz respeito à logicidade que orienta a ação
dos homens, levando-os a planejar, mesmo sem perceberem. Sendo consequência
do uso da inteligência num processo de racionalização dialética da ação. Assim
sendo, o planejamento serve ao pensar e ao agir dentro de uma sistemática analítica
própria, em que faz-se necessário o estudo das situações, o estabelecimento de
objetivos e estratégias, tendo a clareza de seus limites e possibilidades (BAPTISTA,
2007).
Como processo racional, o planejamento é organizado por meio de operações
complexas e interligadas (FERREIRA apud BAPTISTA, 2007), conforme a seguir:
De reflexão – ligada ao conhecimento de dados, à análise e estudo de
alternativas, e à reformulação de conceitos e técnicas de variadas disciplinas
que dêem suporte à explicação e quantificação dos fatos sociais;
De decisão – relacionada à escolha de alternativas, meios e ao
estabelecimento de prazos;
De ação – diz respeito à execução das decisões, vindo a ser o foco central do
planejamento. É norteada por escolhas realizadas na operação anterior;
De retomada de reflexão – revisão crítica dos processos e efeitos da ação
planejada, objetivando dar suporte ao planejamento de ações posteriores.
Estendendo a questão da racionalidade do planejamento à prática de planejar
do Assistente Social, é mister estar atento às interferências da racionalidade formal-
abstrata intrínseca ao capitalismo, a qual impede uma análise dialética da realidade,
e uma adequada mediação entre singularidade, particularidade e universalidade.
Esse tipo de racionalidade dissocia a unidade teoria/prática, e no que tange ao
planejamento, privilegia a técnica acima da direção do Projeto Ético-Político do
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Serviço Social (GUERRA, 2002). De forma que é preciso planejar, porém, importa
ter plena clareza dos valores e diretrizes que alicerçam o exercício do planejamento.
O PLANEJAMENTO COMO PROCESSO POLÍTICO
Compreende-se que o planejamento é dotado de uma dimensão política, na
medida em que o mesmo consiste em um processo de tomada de decisões, inscritas
nas relações de poder, o que denota uma função política. O planejamento numa
abordagem tradicional priorizava os aspectos técnico-operativos, todavia, hoje são
consideradas também as tensões e pressões existentes nas relações dos diferentes
sujeitos políticos em presença. Essa percepção levou à necessidade de operar o
planejamento de uma perspectiva estratégica (BAPTSTA, 2007).
Teixeira em seu texto “Formulação, administração e execução de políticas
públicas” traz um esclarecimento quanto à aplicação da estratégia ao planejamento:
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ESTUDO DE SITUAÇÃO
Para Baptista (2007), o estudo de situação se dá dentro de uma totalidade, de
uma realidade dinâmica. Forma-se dentro de uma variedade de elementos, ações e
informações que são constantemente fluentes e alimentadas. Ou seja, é uma análise
voltada para o campo interpretativo, sob a ótica do que se percebe, do que é
encarado como problema para o planejamento no entendimento das suas limitações
e possibilidades. Requer investigação e reflexão, fomentando assim a capacidade
argumentativa da equipe profissional com as demais instâncias colaborativas e
conectivas com a temática em questão.
Segundo a autora, o processo de estudo inicia-se a partir de uma imagem pré
concebida do objeto em evidência, do que se é assimilado e observado a primeiro
momento. Essas impressões vão sendo modificadas, alcançando novas concepções
(BAPTISTA, 2007). A autora considera que esse é o momento em que a realidade
vai imbuindo valores, percepções e complexidade, se engendrado em aspectos
vivaz e circundantes de uma totalidade. “Nessa perspectiva, o estudo de situação se
faz por aproximações sucessivas ao objeto: a progressão é feita em patamares,
abrindo, a cada passo, novos horizontes” (BAPTISTA, 2007, p. 40). Sobre isso
Pontes nos direciona:
Para que haja uma ação efetiva sobre uma situação, é preciso
conhecê-la como uma totalidade, que tem diferentes dimensões e se
relaciona com totalidades maiores. Uma mesma questão apresenta
dimensões políticas, filosóficas, sociológicas, ecológicas,
demográficas, institucionais, etc. Isso significa que o seu
conhecimento exige uma abordagem de ordem transdisciplinar.
(Baptista, 2007, p. 46)
No fragmento acima, a autora nos convida à concepção do planejamento para
além do imediatismo e do seu objeto de estudo, sua situação problema. Nos fazendo
atentar para a totalidade desse processo. Também sobre essa discussão, Pontes
nos direciona:
COLETA DE DADOS
Essa primeira aproximação na coleta de dados deve permitir uma visão geral
dos objetos estudados e sinalizar pontos a serem esmiuçados, permitindo assim
identificar a origem e amplitude dos temas mais expressivos.
ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE
destrinchando dados e processos, para que, dessa forma, o planejador possa utilizar
todas as novas informações obtidas para se aproximar mais do objeto em questão.
A descrição é um dos elementos em que por meio dele se obtém os itens
para a busca da precisão e do seu significado, mostrando assim as especificidades
e os componentes do objeto, por isso, precisa ser delimitado e, com isso,
determinando o que deve ser explicado, a causa da situação, dentre outros fatores.
Alguns instrumentos podem ser classificados para se chegar a este objetivo como a
aproximação descritiva. Ela pode ser feita por meio de simples exposição de dados
ou por meio de técnicas estatísticas de análise. Como se sabe, os fenômenos
sociais não são estáticos, contudo, a utilização de estatística se faz necessária para
fazer a avaliação de tendências, numa tentativa de compreender as variáveis e
descrever um comportamento futuro.
Quando se tem os dados, se faz uma projeção deles em que pode ser
examinada a maneira como a situação evoluiu historicamente e quais os fatores
dinâmicos que estão influenciando nessa evolução. A projeção se faz através do
conhecimento de uma série histórica de relação entre as variáveis. Um exemplo são
as variáveis: tempo, renda, instrução, região, população, etc. Com essas
informações, pode-se identificar as tendências e, com isso, elaborar os diagnósticos
projetivos.
Outro elemento é a interpretação. Este requer muito cuidado, pois como a
interpretação passa não por uma máquina neutra, mas por pesquisadores e
analistas que são, obviamente, seres humanos, que tem vontades, crenças,
princípios e valores, podem ser interpretadas de forma equivocada e pouco ou nada
neutra.
Segundo Baptista, "o profissional precisa se preparar, [...] conhecer suas
representações, seus sistemas e valores, suas noções e práticas [...]" (BAPTISTA
(2007) apud APARECIDA; NEGRINI (2015). A cada mudança que o planejador faz
ele está construindo um novo conhecimento sobre novas situações e esse processo
é cíclico e constante em todas as relações sociais.
O que vai determinar a qualidade de uma análise interpretativa crítica do
material obtido na coleta de dados é a explicitação das perspectivas teóricas
assumidas e o conhecimento de teorias intermediárias.
Essa correlação de teoria com evidências é difícil para qualquer análise, mas
o ideal é que o planejador analise os dados obtidos a partir de um quadro de
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CONTROLE E AVALIAÇÃO
No planejamento social, o controle é um instrumento que serve para
assegurar a execução do planejado. Na medida em que vai se desenvolvendo a
ação faz-se um acompanhamento sistemático, mensura e avalia o processo, quanto
ao tempo gasto, o método, os recursos. Através do controle pode-se evitar os
desvios, os bloqueios de operacionalização do projeto e que impedem de alcançar o
final desejado.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Maria do Carmo Brant de. NETTO, José Paulo. Cotidiano: conhecimento e
crítica. São Paulo: Cortez, 2011.