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MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
(Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, 1792)
SEÇÃO DE ENGENHARIA MECÂNICA

Experimento com o medidor de Venturi

Professora: Bruna Rafaella Loiola

5º Ano – Grupo 4

Fernanda Moura Andrade de Brito


Renato Martins Abreu
Vitor Leite González
Yan Augusto Lopes de Aguiar

Rio de Janeiro

2020

pág. 1
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIG. 1.1 Tubo de Venturi usado no experimento...................................................6


FIG. 3.1 Tubo de Venturi......................................................................................10
FIG. 3.2 Reservatório de água.............................................................................11
FIG. 3.3 Medidor de volume do reservatório de água...........................................12
FIG. 3.4 Cronômetro utilizado no experimento ................................................... 13
FIG. 4.1 Gráfico da vazão real vs vazão teórica....................................................15
FIG. 4.2 Gráfico de ΔPad vs distância horizontal..................................................17
FIG. 4.3 Gráfico do número de Reynolds para cada experimento........................18

pág. 2
LISTA DE TABELAS

TAB. 3.1 Dados coletados durante a prática ........................................................14


TAB. 3.2 Dados de cada seção ..........................................................................14
TAB. 4.1 Vazões calculadas durante a prática ...................................................15
TAB. 4.2 Velocidade real e teórica na garganta .................................................15
TAB. 4.3 Coeficiente de descarga .......................................................................15
TAB. 4.4 ΔPad real para cada vazão e o teórico .................................................17
TAB. 4.5 Valores do número de Reynolds em cada experimento .......................18

pág. 3
LISTA DE SÍMBOLOS

𝑚̇ Variação da massa
𝜌 Densidade
𝐴 Área da seção
𝑣 Velocidade
∀ Vazão
𝑄̇ Calor trocado
𝑊̇ Taxa do trabalho
𝑒 Energia por unidade de massa
𝑔 Aceleração da gravidade
ℎ Altura da coluna de água
𝑃 Pressão estática
𝐶𝐷 Coeficiente de Descarga
𝐷 Diâmetro
𝑉𝑔 Velocidade na garganta
𝐴𝑔 Área da garganta
𝑅𝑒 Número de Reynolds
𝜇 Viscosidade dinâmica

pág. 4
SUMÁRIO

1. Introdução...................................................................................................... 6
2. Objetivos ...................................................................................................... 10
3. Materiais e métodos .................................................................................... 10
4. Resultados ................................................................................................... 15
5. Conclusão .................................................................................................... 19
6. Bibliografia .................................................................................................. 19

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1 Introdução

Neste relatório aborda-se a análise do tubo de Venturi e seus possíveis


resultados a partir da coleta de dados como: a pressão em diversos pontos, os
diâmetros do tudo e a vazão. O tubo é composto por três partes principais: a região
inicial do tubo, a garganta (região de menor diâmetro) e o pós garganta. Uma
representação do tubo de Venturi pode ser vista na Figura 1.1.

FIG. 2.1 Tubo de Venturi usado no experimento

Acima do tubo encontra-se o um equipamento com 11 cilindros atrelados a


pontos específicos do tubo de Venturi. Nele ocorrerá a visualização do fluido que
percorre o tubo a alturas específicas. A partir as alturas haverá a análise das
pressões por serem diretamente relacionadas.
O tubo de Venturi é comumente utilizado como um medidor de vazão em
escoamentos internos, porém neste presente trabalho as metas irão mais além e
usarão a vazão como base para alcançá-las.
Para a análise do movimento do fluido no tudo será necessário trabalhar
com frequência com a situação da massa ao longo do tempo, então abaixo serão
elaborados os pontos predominantes sobre a variação da massa do fluido no
tempo.
Pela hipótese da conservação de massa através do tudo em 2 instantes,
inicial (𝑖) e final (𝑓), inicia-se a dedução pela eq.(1)Erro! Fonte de referência não
encontrada. :
𝑚̇ 𝑖 = 𝑚̇𝑓 (1)
Expandindo a massa como: 𝑚 = 𝜌. 𝑉𝑜𝑙
𝜌𝑖 . 𝑉𝑜𝑙𝑖 𝜌𝑓 . 𝑉𝑜𝑙𝑓 (2)
=
𝑑𝑡 𝑑𝑡
Assumindo o volume analisado em um certo instante dependente da área
da seção (𝐴) e do deslocamento no sentido do movimento (𝑑): 𝑉𝑜𝑙 = 𝐴. 𝑑

pág. 6
𝜌𝑖 . 𝐴𝑖 . 𝑑𝑖 𝜌𝑓 . 𝐴𝑓 . 𝑑𝑓 (3)
=
𝑑𝑡 𝑑𝑡
Pela hipótese de que as densidades nos momentos em foco são idênticas,
𝑑
e que a velocidade do líquido no instante 𝑡 é: 𝑣 = 𝑡 , alcança-se por fim a eq.(4),
relatada na literatura e neste relatório como a equação da continuidade para
líquidos incompressíveis:
𝑣𝑖 . 𝐴𝑖 = 𝑣𝑓 . 𝐴𝑓 = ∀ (4)
Tendo em mãos a equação da continuidade, prossegue-se neste relatório
com a crucial análise energética no fluido.
Continuando com as hipóteses de escoamento, a equação inicial a ser
trabalhada é a forma mais geral da primeira lei da termodinâmica:

𝜕 (5)
(𝑄̇ − Ẇ)𝑉𝐶 =∫ 𝑒. 𝜌. 𝑑𝑉 + ∫ 𝑒. 𝜌. 𝑉𝑜𝑙 ∙ 𝑛̂. 𝑑𝐴 =
𝜕𝑡 𝑉𝐶 𝑆𝐶
Onde os termos significam respectivamente:
• Taxa da variação temporal de energia total do sistema, sendo a
diferença entre taxa da transferência de calor (𝑄̇ ) e a taxa do
trabalho (Ẇ).
• Taxa de variação temporal da energia total do fluido no volume de
𝜕
controle (VC) : 𝜕𝑡 ∫𝑉𝐶 𝑒. 𝜌. 𝑑𝑉
• Fluxo líquido de energia total na superfície de controle (SC):
∫𝑆𝐶 𝑒. 𝜌. 𝑉𝑜𝑙 ∙ 𝑛̂. 𝑑𝐴.

O termo da energia por unidade de massa (𝑒) será expandido conforme a


eq.(6):
𝑣2 𝑃 (6)
𝑒=𝑢+ + 𝑔𝑧 +
2 𝜌

𝑢 = Energia interna
𝑉2
2
= Energia cinética

𝑔𝑧 = Energia potencial
𝑃
= Energia estática
𝜌

Pode-se agora simplificar consideravelmente a eq. (5) com todos seus


termos abertos, tomando a liberdade de se preservar as seguintes hipóteses:
1. Não ocorrência de perdas ou recebimento de trabalho (Ẇ = 0)

pág. 7
2. Sem variação na troca de calor (𝑄̇ = 0)

𝜕
3. Regime permanente (𝜕𝑡 ∫𝑉𝐶 𝑒. 𝜌. 𝑑𝑉 = 0)

4. Sem variação da energia interna (𝑢𝑖 = 𝑢𝑓 )

5. Sem variação da energia potencial (𝑔. 𝑧𝑖 = 𝑔. 𝑧𝑓 )

𝑣𝑖2 𝑃𝑖 𝑣𝑓2 𝑃𝑓 (7)


+ = +
2 𝜌. 𝑔 2 𝜌. 𝑔
A eq. (7) é tratada na literatura como a forma simplificada da equação de
Bernoulli para um fluido ideal.
A fim de relacionar a equação mencionada acima com os objetivos deste
relatório, serão feitos ajustes algébricos nela para isolar a velocidade final, a qual
posteriormente implicará na vazão no ponto final escolhido. O foco será comparar
esta vazão (teórica) calculada, pelas seguintes equações, com a vazão (real)
calculada empiricamente pelo grupo.
2
𝑣𝑖2 − 𝑣𝑓2 = (𝑃𝑖 − 𝑃𝑓 ).
𝜌

Usando: Δ𝑃 = 𝜌. 𝑔. Δh , e isolando a incógnita desejada:


1
2
2. 𝑔. (ℎ𝑖 − ℎ𝑓 ) (8)
𝑣𝑓 = { }
𝐴 2
1 − ( 1)
𝐴2

Dividindo a eq. (8) pela área final (𝐴𝑓 ), obtém-se a vazão teórica no ponto
desejado. A vazão real é obtida experimentalmente com os equipamentos
corretos e será pautada neste relatório posteriormente, concluindo a primeira
etapa de comparação do trabalho.
Em questão de nomenclatura, a razão entre a vazão real sobre a teórica
será o coeficiente de descarga (𝐶𝐷 ):
∀𝑟𝑒𝑎𝑙 (9)
𝐶𝐷 =
∀𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜

Focando na diferença de pressão entre pontos distintos do tubo, utilizar-se-


á da adimensionalização das pressões para calcular a diferença de pressão
teórica.

pág. 8
𝑃𝑓 − 𝑃1 (10)
ΔPadteórica =
𝜌. 𝑣22
2

Usando-se de Δ𝑃 = 𝜌. 𝑔. Δh e da equação da continuidade:

𝜌. 𝑣𝑓2 𝜌. 𝑣12 𝐴2 2 𝐴2 2
𝑃𝑓 − 𝑃1 − 2 𝑃𝑓 − 𝑃1 (𝑣 .
2 𝐴 ) − (𝑣2 𝐴 )
.
2 1 𝑛
2 = 2 ⇒ 2 = 2
𝜌. 𝑣2 𝜌. 𝑣2 𝜌. 𝑣2 𝑣2
2 2 2

Simplificando o passo-a-passo acima chega-se na equação principal:

𝐴2 2 𝐴2 2 (11)
ΔPadteórica = ( ) −( )
𝐴1 𝐴𝑛

Para verificar a diferença de pressão real, usa-se o mesmo início da


equação (10), contudo, expande-se os termos da pressão dependendo da altura,
e não da velocidade.
𝑃𝑓 − 𝑃1 𝜌. 𝑔. (ℎ𝑓 − ℎ1 )
ΔPadreal = ⇒ ΔPad =
𝜌. 𝑣22 real
𝜌. 𝑣22
2 2
Simplificando o último termo:
(ℎ𝑓 − ℎ1 ) (12)
ΔPadreal =
𝑣22
2. 𝑔

Por fim, tem-se a eq. (12) para retornar a diferença de pressão real no
projeto.
Finalizando o conteúdo introdutório, atenta-se à inclusão do número de
Reynolds ao trabalho. O número de Reynolds é definido pela relação entre as
forças viscosas e inerciais de um fluido, e, portanto, indica qual a importância
dessas forças para seu escoamento. Uma pequena variação das forças que
definem Reynolds pode causar grande alteração nesse coeficiente, mudando a
forma de escoamento e, portanto, suas características. A zona de transição entre
escoamento laminar e turbulento, porém, é complexa e não se tem completo
entendimento de seus fenômenos [1].
Para fins do relatório em questão, será possível utilizar o número de
Reynolds para relacionar com o coeficiente de descarga em diversos pontos do
tubo. O detalhamento do processo será realizado posteriormente, com base na
seguinte equação de Reynolds:
𝜌. 𝑣. 𝐷 (13)
𝑅𝑒 =
𝜇

pág. 9
2 Objetivos

O experimento tem por objetivo principal demonstrar o funcionamento de


um aparato de tubo de venturi. Para isso, definem-se as seguintes metas:
• Realizar medidas de vazão volumétrica de água
• Calcular os valores teóricos de vazão de escoamento da água
• Calcular o coeficiente de descarga em relação à garganta
• Analisar graficamente a variação da pressão adimensional em função da
distância no eixo X, ao longo do tubo, para cada medição de vazão
• Comparar o coeficiente de descarga com o número de Reynolds

3 Materiais e métodos

Para este experimento foram utilizados os seguintes materiais:

• Tubo de Venturi

Diâmetro maior: ⌀ 26 cm

Diâmetro menor (garganta): ⌀ 16 cm

FIG. 3.1 Tubo de Venturi

pág. 10
• Reservatório com água e medidor:

FIG. 3.2 Reservatório de água

pág. 11
• Medidor de volume do reservatório de água:

FIG. 3.3 Medidor de volume do reservatório de água

• Bomba de água

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• Cronômetro

FIG. 3.4 Cronômetro utilizado no experimento

Metodologia

O experimento se inicia com a válvula injetando água no sistema,


consequentemente todas os níveis de água nos tubos aumentam e ficam com a
mesma altura, pois o sistema está em equilíbrio estático. A partir do momento em
que a válvula de saída é aberta parcialmente, definindo-se uma vazão para a
etapa do experimento em questão, uma diferença de pressão estática é percebida
entre os pontos de diferentes áreas do tubo. Desse momento, esperou-se o
sistema ficar em equilíbrio, com poucas oscilações, e foram medidas as alturas
em cada uma das seções de análise, assim como a vazão do sistema; anotou-se
em quanto tempo 5 L de água eram preenchidos.

pág. 13
Após todas as alturas serem anotadas, assim como a vazão ter sido
estimada através do nível de água e do cronômetro, a válvula de saída foi aberta
um pouco mais, aumentando assim a vazão do sistema e obtendo uma nova
distribuição de pressões. O processo todo foi feito 8 vezes, obtendo em cada um
dos casos, a distribuição das alturas para cada vazão. A tabela 3.1 mostra os

Experimento 1 2 3 4 5 6 7 8
Tempo (s) 57,97 35,82 25,41 19,78 16,19 14,47 13,25 12,19
Volume (L) 5 5 5 5 5 5 5 5
A 334 330 322 312 300 290 276 252
B 330 326 320 310 298 288 274 250
C 326 316 300 278 254 234 210 176
D 318 300 268 226 184 148 108 54
E 320 302 272 240 202 172 138 90
F 322 310 288 264 234 210 186 148
G 324 312 296 276 252 232 210 180
H 326 316 302 286 266 250 230 202
J 328 320 308 294 278 262 246 220
K 330 320 312 298 284 268 252 228
L 330 322 312 300 286 270 254 230
dados coletados na prática:
TAB. 3.1 Dados coletados durante a prática

Cada coluna está relacionada com uma abertura diferente da válvula de


saída, ou seja, uma diferente vazão para o sistema. Da linha 4 em diante estão
listadas as alturas em milímetros, obtidas em cada um dos pontos de análise.
Além disso, foi anotado informações cruciais para o desenvolvimento dos
resultados, como a área de cada seção a ser analisada e a sua distância. Essas
informações são dispostas na tabela 3.2:
TAB. 3.2 Dados de cada seção
Seção L (m) Área (mm2)
A 0 530,9
B 20 422,7
C 32 265,9
D 46 201,1
E 61 221,4
F 76 267,9
G 91 319,2
H 106 374,6
J 121 434,8
K 136 499,2
L 156 530,9

pág. 14
4 Resultados

a) Vazão real e Vazão teórica


O cálculo da vazão real é simples, foi calculado o tempo em cada experimento
em que se vazam 5 L de água, portanto, têm-se:

TAB. 4.1 Vazões calculadas durante a prática


Experimento 1 2 3 4
Vazão Real 0,086 0,139 0,196 0,252
(L/s)
Experimento 5 6 7 8
Vazão Real 0,309 0,345 0,377 0,410
(L/s)

Para o cálculo da vazão teórica, primeiramente, foi calculada a velocidade


na garganta a partir da eq. (8), utilizando a altura inicial como a altura do ponto A
e a altura final a altura do ponto D, sendo assim, as velocidades da garganta em
cada experimento foram calculadas, podendo assim, calcular a vazão teórica,
utilizando a eq. (4), temos os resultados na tabela 4.2 a seguir:

TAB. 4.2 Velocidade real e teórica na garganta


Experimento 1 2 3 4
Velocidade Garganta (m/s) 0,605 0,828 1,112 1,403
Vazão Teórica (L/s) 0,121 0,166 0,223 0,282
Experimento 5 6 7 8
Velocidade Garganta (m/s) 1,630 1,803 1,961 2,129
Vazão Teórica (L/s) 0,32 0,362 0,394 0,428

Foi possível obter o gráfico relacionando a vazão real com a vazão teórica
em cada experimento, como pode ser observado na figura 4.1. Podendo ser
calculado também o coeficiente de descarga (Eq. 9) em cada caso, como é
mostrado na tabela 4.3:

TAB. 4.3 Coeficiente de descarga


Experimento 1 2 3 4 5 6 7 8
Coef. de Desc. 0,708 0,837 0,880 0,896 0,942 0,953 0,957 0,958

pág. 15
Vazão Real x Vazão Teórica y = 1,0564x - 0,0401
0,45
0,4
0,35
Vazão Real (L/S)

0,3
0,25
0,2
0,15
0,1
0,05
0
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45
Vazão Teórica (L/s)

FIG. 4.1 Gráfico da vazão real vs vazão teórica

As vazões reais e teóricas diferem devido às perdas de carga ocorridas no


escoamento, que não são consideradas na teoria quando se trata da conservação
da energia.
Observando o resultado, é possível inferir que para vazões menores, ocorre
uma maior perda de carga, quando comparado a vazões maiores. Como exemplo
tem-se o experimento 1, onde foi encontrado um coeficiente de descarga de 0,708,
enquanto que no experimento 8 foi calculado um coeficiente de 0,958.

b) ΔP adimensional Teórico e Real


Para o cálculo da diferença de pressão teórica, é possível utilizar a
conservação de energia, ou seja, a equação de Bernoulli, sendo assim, é possível
obter a diferença de pressão teórica entre cada um dos pontos e o ponto inicial,
para obter um dado adimensional, essa diferença de pressão é dividida pela
pressão dinâmica na garganta, o que resulta na eq. (11), quando calculado para
todos os diferentes pontos, obtém-se uma “distribuição de pressão adimensional”.
Utilizando a eq.(12), pode-se obter os valores da diferença de pressão
adimensionalizada real, que depende da diferença das alturas encontradas em
cada experimento, o resultado pode ser observado na tabela 4.4:

pág. 16
TAB. 4.4 ΔPad real para cada vazão e o teórico
ΔPad ΔPad ΔPad ΔPad ΔPad ΔPad ΔPad ΔPad ΔPad
Local Exp 1 Exp 2 Exp 3 Exp 4 Exp 5 Exp 6 Exp 7 Exp 8 Teórico
A 0 0 0 0 0 0 0 0 0
B -0,426 -0,162 -0,040 -0,024 -0,016 -0,013 -0,011 -0,009 -0,082
C -0,853 -0,570 -0,450 -0,422 -0,382 -0,372 -0,367 -0,358 -0,428
D -1,706 -1,221 -1,106 -1,067 -0,965 -0,943 -0,936 -0,933 -0,856
E -1,493 -1,140 -1,024 -0,894 -0,815 -0,784 -0,768 -0,764 -0,681
F -1,279 -0,814 -0,696 -0,596 -0,549 -0,531 -0,501 -0,490 -0,422
G -1,066 -0,733 -0,532 -0,447 -0,399 -0,385 -0,367 -0,339 -0,253
H -0,853 -0,570 -0,409 -0,322 -0,282 -0,265 -0,256 -0,235 -0,144
J -0,639 -0,407 -0,286 -0,223 -0,183 -0,186 -0,167 -0,150 -0,070
K -0,426 -0,407 -0,204 -0,173 -0,133 -0,146 -0,133 -0,113 -0,018
L -0,426 -0,325 -0,204 -0,149 -0,116 -0,132 -0,122 -0,103 0

Os resultados da tabela anterior podem ser dispostos de maneira gráfica


como representado na FIG. 4.2:

ΔPad x L
0
-0,2 0 20 32 46 61 76 91 106 121 136 156
-0,4
-0,6
-0,8
ΔPad

-1
-1,2
-1,4
-1,6
-1,8
L (mm)

1 2 3 4 5 6 7 8 Teórico

FIG. 4.2 Gráfico de ΔPad vs distância horizontal

Observando os resultados do gráfico anterior, é possível concluir o mesmo


observado anteriormente com o coeficiente de descarga: quanto maior a vazão,
menor é a perda envolvida, ou seja, a curva de distribuição de pressão real se
aproxima da teórica.

pág. 17
C) Coeficiente de descarga X Número de Reynolds
Uma análise a ser feita é como se altera a perda de carga, no caso sendo
medida em função do coeficiente de descarga com a variação do número de
Reynolds da garganta, portanto, o número de Reynolds precisa ser calculado.
O número de Reynolds pode ser calculado a partir da eq. (13),
utilizando 𝜌 = 1000 𝑘𝑔/𝑚3 , 𝜇 = 10 − 3 𝑁. 𝑚. 𝑠, 𝐷 = 0,016 𝑚 e a velocidade
sendo calculada como:
𝑉𝑎𝑧ã𝑜 𝑅𝑒𝑎𝑙
𝑉𝑔 = (14)
𝐴𝑔

Portanto, pode-se encontrar o número de Reynolds para cada caso, como


mostra a tabela 4.5:
TAB. 4.5 Valores do número de Reynolds em cada experimento
Experimento 𝑅𝑒 𝐶𝐷
1 6862 0,708
2 11105 0,837
3 15655 0,879
4 20111 0,895
5 24571 0,942
6 27492 0,952
7 30023 0,956
8 32634 0,957

Na figura 4.3, é possível observar melhor a relação entre o número de


Reynolds e o coeficiente de descarga, em geral, o aumento no número de
Reynolds faz com que o coeficiente de descarga tenda a 1.

Cd x Re
1,2

0,8
Cd

0,6

0,4

0,2

0
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000
Re

FIG. 4.3 Gráfico do número de Reynolds para cada experimento

pág. 18
Como pode ser observado no coeficiente de descarga, existem desvios da
idealidade, o primeiro fator a ser pensado é nas perdas de carga do sistema,
porém, imprecisões na medida das alturas, assim como na cronometragem do
tempo, para o cálculo da vazão podem contribuir para essas diferenças entre o
valor de vazão teórico e real.

5 Conclusão
No corpo do trabalho, foram destacados em análise: a diferença entre
vazão teórica e vazão real, a distribuição de pressão adimensional ao longo do
tubo horizontal e o perfil do coeficiente de descarga em função do número de
Reynolds.
A diferença existente entre a vazão teórica, calculada a partir da velocidade
de deslocamento do fluido na garganta e da área dessa, e a vazão real, aferida
com medida de volume e marcação de tempo, é um resultado das perdas de carga
no tubo e estão em acordo com o esperado dado o perfil interno do tubo horizontal.
O cálculo teórico na garganta desconsidera as perdas de carga a frente dessa,
fator que só pode ser observado na última aferição de vazão ocorrida no tanque
no final do aparato.
A distribuição de pressão no tubo foi apresentada de forma gráfica de modo
que é possível observar tanto o formato similar para as diversas vazões como o
padrão sequencial com o qual a elevação da vazão se manifesta nas pressões ao
longo do tubo. Uma característica também perceptível dessas curvas é que o
aumento da vazão torna as curvas mais próximas umas das outras e mais
próximas da vazão teórica.
Por fim, a análise do coeficiente de descarga em função do número de
Reynolds, função da velocidade de deslocamento do fluido e, portanto, da vazão,
gerou o gráfico que mostra o coeficiente de descarga se aproximando da unidade.
Isso sugere que as perdas de carga são reduzidas percentualmente com o
aumento do número de Reynolds e, consequentemente, da vazão, e o gráfico
apresenta um perfil assintótico com a reta horizontal.

6 Bibliografia

[1] FOX, R.W.; MCDONALD, A.T.; PRITCHARD, P.J. Introdução à mecânica dos
fluidos. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2014

pág. 19

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