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Licitações

1. Conceito

“O procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função


administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições fixadas no
instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as quais
selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração de contrato”.

a) Procedimento administrativo - conjunto de atos encadeados que caminham para um


resultado final.
b) Ente público - ente público, de acordo com a Lei, abarca (alcança) as entidades, sejam
públicas, sejam privadas.
c) Função administrativa - Aqui é suficiente a resposta ao seguinte quesito: “apenas o
Poder Executivo é quem administra”? Por óbvio não. Os Poderes Legislativo e
Judiciário, quando realizam concursos públicos; nomeiam seus servidores; demitem;
concedem férias, atuam em função meramente administrativa, diga-se de passagem,
de maneira atípica.
d) Instrumento convocatório – não só o edital. Um outro exemplo é a carta-convite.
e) Seleção da proposta mais conveniente ou mais vantajosa – menor preço, melhor
técnica, ou qualquer outro requisito mínimo desejável pela administração pública.
f) Contrato - no caso da licitação, o ato resultado final esperado é a celebração do
contrato administrativo, o qual será estudado em tópico próprio.

2. Finalidades

a) Garantir a observância do princípio da isonomia; e


b) Selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração.

3. Princípios

A licitação, como já observamos, constitui-se em procedimento administrativo prévio às


contratações da Administração Pública, tendo por finalidade à obtenção da proposta mais
vantajosa, assegurada, em todo caso, a isonomia de tratamento aos interessados.
Aqui, dois pontos devem ser destacados. Primeiro, a licitação é definida como procedimento
porque consiste numa sequência de atos administrativos voltados para a consecução de algum
fim previsto no Direito, no caso, a contratação da melhor proposta para a administração.
Segundo, como regra, esse procedimento é obrigatório, consoante prega o art. 37, XXI, da
Constituição Federal. Em momento oportuno, trataremos das exceções, isto é, das hipóteses
de contratação direta sem licitação (dispensa ou inexigibilidade), somente admitidas em
situações expressamente previstas em lei.
Passemos ao cerne de nosso encontro. A licitação não pode (deve) ser realizada de qualquer
forma, pois se sujeita a conjunto significativo de princípios e normas jurídicas, com o propósito
de evitar desvios, favorecimentos e, com isso, permitir que os recursos públicos sejam
adequadamente empregados.
Nessa busca pela regular aplicação de dinheiros públicos, merecem destaque os chamados
princípios da licitação. Funcionam como vetores de orientação na interpretação das diversas
normas que regulam a matéria, e, ainda, possuem função colmatadora das lacunas.
Em razão da relevância do assunto, preferimos dividir nosso tema em dois tópicos. Princípios
explícitos e Princípios implícitos, reconhecidos ou correlatos.
3.1.Princípios Explícitos

I. Princípio da legalidade
Enquanto o particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proíbe, ao administrador público só
é dado fazer aquilo que a lei permite.
Aplicado ao instituto da licitação, o princípio informa que ao administrador só cabe expedir
atos administrativos fundados na lei ou no instrumento convocatório, restando pequena
margem de discricionariedade, exercida, especialmente, na elaboração do Edital ou da Carta-
Convite. Portanto, a natureza dos atos praticados ao longo do procedimento de licitação é,
majoritariamente, vinculada.

II. Princípio da Impessoalidade


Traduz a ideia de imparcialidade, e, aplicado ao instituto da licitação, inibe o subjetivismo do
julgador, que não pode ajudar ou prejudicar qualquer interessado fundado em seu interesse
pessoal. Cuida-se de um princípio intimamente ligado à isonomia e ao julgamento objetivo.

III. Princípio da Moralidade e da Probidade Administrativa


Os princípios da moralidade e da probidade administrativa "obrigam licitador e licitantes a
observarem pautas de conduta honesta e civilizada, interditando conluios para afastar
disputas, acordos para aumentos de preços, decisões desleais, etc." A exemplo da legalidade e
da impessoalidade, não são princípios específicos do instituto da licitação, sendo aplicáveis à
Administração Pública em geral.

IV. Princípio da Publicidade


Segundo o princípio da publicidade, os atos da licitação devem ser públicos e acessíveis a todo
e qualquer cidadão. Trata-se de um pressuposto para a fiscalização dos atos praticados no bojo
da licitação, permitindo, assim, o exercício do controle pelos órgãos públicos competentes e
pela sociedade em geral, denominado, neste último caso, de "controle social".

V. Princípio da igualdade
Aplicado à licitação, o princípio veda a discriminação, a diferenciação ou o favorecimento de
licitantes em razão de caracteres irrelevantes para o cumprimento do objeto licitado.
Não se trata da "igualdade formal”, pois a lei admite algumas formas de discriminação entre
licitantes. Afinal, a fase de habilitação dos interessados não deixa de ser uma forma de
diferenciá-los, eis que são julgadas apenas as propostas daqueles que preencham os requisitos
de qualificação jurídica, técnica, fiscal e financeira, contidos no instrumento convocatório.

VI. Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório


Conforme mencionamos anteriormente, a licitação é um procedimento essencialmente
vinculado, restando pequena margem de liberdade ao administrador concentrada na
elaboração do instrumento convocatório (Edital e Carta-convite).
Uma vez elaborado este instrumento, a administração encontra-se plenamente vinculada aos
seus termos, não podendo deles se afastar. Este princípio inibe a criação de novas regras ou
critérios, após a expedição do Edital ou da Carta-convite, de maneira a surpreender os
licitantes.
Em suma, "a administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se
acha estritamente vinculada” (art. 41, caput, Lei n° 8.666/93). Em razão disso, fala-se que o
Edital é a "lei interna" da licitação.

VII. Princípio do Julgamento Objetivo


O princípio do julgamento objetivo guarda correlação com os princípios da impessoalidade e
da vinculação ao instrumento convocatório. Determina que a Administração se balize em
critérios objetivos previamente definidos no instrumento convocatório. Segundo este
princípio, deve ser mínima a margem de apreciação subjetiva na condução dos procedimentos
da licitação.

VIII. Princípio da promoção do desenvolvimento nacional sustentável


Este princípio foi inserido recentemente ao art. 3º da Lei n° 8.666/93, com redação que lhe foi
atribuída pela Lei nº 12.349, de 2010.
Observa-se que o princípio da “promoção do desenvolvimento nacional sustentável” passa a
figurar, agora, como outra finalidade a ser perseguida na licitação ao lado da isonomia e da
seleção da proposta mais vantajosa.
Com isso, mais do que apenas atender a uma necessidade da Administração, o contrato
administrativo funcionará como indutor de políticas públicas. O propósito é aproveitar o
expressivo poder de compra do governo como mecanismo de fomento de iniciativas voltadas
para estimular a atividade econômica doméstica e práticas ambientalmente sustentáveis.
Quanto à referida margem de preferência, convém transcrever os §§5º a 8º do art. 3º da Lei de
Licitações e Contratos, in verbis:

§ 5º Nos processos de licitação previstos no caput, poderá ser estabelecido margem de


preferência para produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a
normas técnicas brasileiras.
§ 6º A margem de preferência de que trata o § 5o será estabelecida com base em
estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem em
consideração: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
I - geração de emprego e renda;
II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais;
III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País;
IV - custo adicional dos produtos e serviços; e
V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados.
§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de
desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser estabelecido
margem de preferência adicional àquela prevista no § 5o.
§ 8º As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de
serviços, a que se referem os §§ 5o e 7o, serão definidas pelo Poder Executivo federal,
não podendo a soma delas ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento)
sobre o preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros.

Verifica-se, desse modo, que a margem de preferência permite a contratação de produtos e


serviços nacionais por preços até vinte e cinco por cento superiores aos dos equivalentes
estrangeiros. Conforme Lucas Rocha Furtado, “a novidade que distingue a margem de
preferência das demais situações legais que autorizam a prevalência de determinados bens e
serviços sobre outros é a possibilidade de o privilégio ser concedido mesmo ante a prática pelo
beneficiário de preços mais elevados que os dos licitantes preteridos. Resta claro, então, o
entendimento de que a margem de preferência permite ou implica custos nas contratações da
administração pública superiores ao que ela poderia obter recorrendo à melhor proposta
oferecida no certame, desde que a medida seja considerada útil ao desenvolvimento nacional
(em favor do produto ou serviço de fabricação nacional e em detrimento do produto ou
serviço estrangeiro)”.

3.2. Princípios Implícitos, Reconhecidos ou Correlatos

I. COMPETITIVIDADE
O princípio da competitividade ou da oposição quer significar que a Administração Pública,
quando da licitação, não deve adotar providências ou, mesmo, criar regras que comprometam,
restrinjam ou frustrem o caráter de competição, de igualdade da licitação.

II. INDISTINÇÃO
O princípio da indistinção é decorrente do princípio da impessoalidade, pois evita qualquer
privilégio ou distinção referentes à naturalidade, à sede ou ao domicílio dos licitantes, bem
como o tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista entre empresas
brasileiras e estrangeiras, de maneira a assegurar condições justas de competição.

III. NÃO-ALTERAÇÃO DO EDITAL


Princípio decorrente da vinculação ao instrumento de convocação, com a peculiaridade de
vincular a Administração às regras que foram por ela própria estabelecidas.
Cumpre frisar não ser regra absoluta, pois o direito à impugnação é um direito natural, quer
significar que, na eventual existência de falhas ou irregularidades, facultar-se-á tanto ao
licitante como ao cidadão (direito de petição), mediante petição escrita e fundamentada, a
impugnação do instrumento de convocação.
De mais a mais, conquanto a Administração esteja vinculada aos termos do edital, não há
impedimento de alteração das cláusulas do Edital por ato próprio. Nesse caso, se houver
alteração substancial, de tal forma a alterar o conteúdo das propostas, deve-se republicar o
ato e reabrir o prazo para outros possíveis interessados.

IV. SIGILO DAS PROPOSTAS


O sigilo das propostas tem ligação estreita com os princípios da probidade administrativa e da
igualdade. A documentação pertinente à HABILITAÇÃO e às PROPOSTAS (documento que
obriga quem o formaliza) deve vir lacrada e só pode ser divulgada em sessão pública
previamente marcada, com ata circunstanciada e assinada pelos licitantes e pela Comissão de
Licitação.

V. FORMALISMO PROCEDIMENTAL
Fácil perceber que as regras da licitação devem seguir o rito previsto em lei, não sendo cabível
aos administradores, a seu alvedrio (discricionariamente), sua inversão. A rigidez do
procedimento de licitação funciona como mecanismo de igualdade de tratamento entre os
licitantes.

VI. VEDAÇÃO À OFERTA DE VANTAGENS


As regras de escolha devem ser adstritas aos critérios fixados no edital, não se podendo
admitir que, além disso, intervenham fatores outros, como o de algum licitante ofertar
vantagem própria ou baseada na oferta de outro licitante.

VII. OBRIGATORIEDADE
O artigo 2º do Estatuto tem sua matriz no Texto Constitucional (art. 37, XXI), repetindo que a
realização de licitação é o ato-condição necessário para a celebração dos contratos
administrativos (compras, obras, serviços, alienações e locações). Essa é a regra. As exceções,
delimitadas no Estatuto, serão estudadas em tópico próprio.
Por relevante, importante assinalar que o art. 89 do Estatuto tipifica como crime “dispensar ou
inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei”.

VIII. PADRONIZAÇÃO
Padronização quer dizer adoção de um modelo, assim deve a entidade compradora, em todos
os negócios para aquisição de bens, observar as regras básicas que levam à adoção de um
padrão que, vantajosamente, possa satisfazer às necessidades das atividades que estão a seu
cargo.

IX. RAZOABILIDADE
O Direito não se compadece com as atitudes desprovidas de razão e despropositadas, nas
aspirações e nos valores da média sociedade. Como bem anota CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE
MELLO, ao atuar em dissonância com a razoabilidade, o agente público está a violar o objetivo
da lei. Assim, é que o eminente mestre aponta no sentido de que o princípio da razoabilidade
tem sua etiologia nos mesmos dispositivos constitucionais que embasam os princípios da
legalidade (arts. 5º, II, 37 e 84) e finalidade (art. 5º, LXIX).

X. MOTIVAÇÃO
É a exposição das causas que antecedem o ato, com a finalidade de caracterizá-lo e justificá-lo.
Funciona, assim, como baliza do administrador para o Judiciário examinar o ato na sua
integridade. A fundamentação na licitação garante transparência aos negócios públicos, com o
afastamento de práticas insidiosas do desvio de poder.

XI. FISCALIZAÇÃO
Fácil perceber, então, que a fiscalização da licitação ocorre não apenas pelos licitantes e pelos
contratados, mas também pelos cidadãos que tenham interesse na efetividade da aplicação do
regramento da Lei de Licitações.

XII. ECONOMICIDADE/EFICIÊNCIA
A Administração Pública, ao zelar pelo patrimônio alheio, encontra-se obrigada à boa e regular
gestão dos recursos orçamentários e financeiros, logo, do modo mais razoável. Quando
afirmamos que a licitação tem por propósito a seleção da proposta mais vantajosa, deparamo-
nos com o dever de a Administração escolher segundo o princípio da ECONOMICIDADE.

XIII. ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA


Esse princípio impede que a Administração, concluído o processo licitatório, atribua seu objeto
a outrem que não o legítimo vencedor. Ensina MEIRELLES que a adjudicação ao vencedor é
obrigatória, salvo se este desistir expressamente do contrato ou não o firmar no prazo
prefixado, a menos que comprove justo motivo. A obrigatoriedade veda também que se abra
nova licitação enquanto válida a adjudicação anterior.

4. Fases da licitação

O legislador, em seu art. 43, adotou um modelo básico e único de processamento e


julgamento das propostas submetidas por particular para a celebração de avenças com o
Poder Público.
Esse procedimento demonstra que a licitação feita com base na Lei n. 8.666/93 é composta de
duas fases fundamentais: a primeira destinada ao exame dos sujeitos que participam do
processo – HABILITAÇÃO; a segunda concernente ao exame das propostas – JULGAMENTO.
Nas palavras da lei, a fase de habilitação antecede o julgamento das ofertas.
Na primeira fase a Administração verifica se os participantes da licitação preenchem ou não os
requisitos necessários previstos em edital e considerados indispensáveis para a futura
execução do contrato (fase subjetiva). Trata-se da análise das capacitações jurídica, técnica e
econômica, bem como regularidade fiscal dos proponentes, na forma do art. 27 e ss. da Lei n.
8.666/93.
Apenas quando resolvidas definitivamente as questões relacionadas à habilitação dos licitantes
é que a Administração pode proceder à abertura dos envelopes que contêm as propostas, para
o fim de examiná-las e classificá-las (fase objetiva).
Vamos notar em capítulo sobre recursos administrativos que somente quando resolvidos
todos os recursos administrativos interpostos contra a decisão de habilitação é que pode a
Administração dar início à fase seguinte.
Não podemos perder de vista, por sua relevância, a abertura do procedimento que acontece
com a publicação do instrumento de convocação (Edital) ou sua afixação em quadro de aviso
(Carta-convite).
Por fim, destacamos as fases de homologação e adjudicação, sendo esta a última fase da
licitação. Importante observar que compete à comissão de licitação a evolução das fases de
licitação até o julgamento das propostas, logo, as fases de homologação e adjudicação cabem
à autoridade superior do órgão.

5. Modalidades

As modalidades de licitação encontram-se no art. 22 da Lei n. 8.666/93, sendo certo que o § 8º


do mesmo dispositivo veda a criação de novas modalidades de licitação, bem assim de
combinação de modalidades.
As modalidades de licitação são: Concorrência; Tomada de Preços; Convite; Leilão; concurso e
Pregão. As três primeiras são definidas em função do valor, logo, faz-se necessária a
reprodução dos limites de valores, a saber:

Valor para Obras/Serviços de Compras e serviços, que não de


Modalidade engenharia engenharia
Convite Até 150 mil Até 80 mil
Tomada de Preços De 150 mil a 1,5 milhão De 80 a 650 mil
Concorrência Acima de 1,5 milhão Acima de 650 mil
* CUIDADO!!! No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores mencionados
no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando
formado por maior número.

5.1.Concorrência
É a modalidade licitatória genérica destinada a transações de MAIOR VULTO, precedida de
ampla publicidade, à qual podem acorrer QUAISQUER INTERESSADOS que preencham as
condições estabelecidas no instrumento convocatório.
De regra, a concorrência pode ser utilizada para qualquer tipo de aquisição; serviços; obras,
por uma razão lógica de ser a mais ampla de todas as modalidades, no entanto, há hipóteses
em que sua aplicação É OBRIGATÓRIA, são elas:
a) obras e serviços de engenharia de valor superior a R$ 1.500.000,00 (um milhão e
quinhentos mil reais;
b) (b) compras e serviços que não sejam de engenharia, de valor superior a R$
650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais);

A concorrência será obrigatória, independentemente do valor, nos seguintes casos:


c) (c) compra ou alienação de bens imóveis, podendo esta alienação ser feita mediante
LEILÃO nos casos do art. 19 da Lei n. 8.666/93, vale dizer, bens imóveis cuja aquisição
haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento;

Observação:
Requisitos a serem observados para a alienação dos bens imóveis, cuja aquisição haja derivado
de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, a saber:
-avaliação dos bens alienáveis;
-comprovação da necessidade ou utilidade da alienação; e
-adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de CONCORRÊNCIA OU LEILÃO.

d) (d) nas concessões de direito real de uso;


e) (e) nas licitações internacionais, com a ressalva para a tomada de preços e para o
convite;

Observação:
Admitir-se-á, observados os limites de valores, a TOMADA DE PREÇOS – TP, quando o órgão
ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o CONVITE, quando não
houver fornecedor do bem ou serviço no país.

f) (f) alienação de bens móveis de valor superior ao previsto na tomada de preços, até R$
650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais); e

O leilão é a modalidade para alienação de bens móveis, não é verdade? Mas caso o valor
ultrapasse o limite da TOMADA DE PREÇOS, a Administração deverá utilizar-se da
CONCORRÊNCIA.

g) (g) para o registro de preços, ressalvada a possibilidade de utilização do pregão.

A concorrência está adstrita a quatro requisitos principais:


a) UNIVERSALIDADE – a possibilidade de participação de quaisquer interessados na
concorrência, independentemente de registro cadastral na Administração que a
realiza ou em qualquer órgão público;
b) AMPLA PUBLICIDADE – relaciona-se com o princípio da universalidade e significa que,
na divulgação da abertura da concorrência a Administração poderá usar de todos os
meios de informação disponíveis e por tantas vezes quantas julgar necessário;
c) HABILITAÇÃO PRELIMINAR – é a fase inicial do processo licitatório, realizada logo após
a abertura do procedimento;
d) JULGAMENTO POR COMISSÃO – o julgamento dos requisitos pessoais dos
interessados far-se-á por uma comissão de, pelo menos, três membros; deve ser
composta por dois servidores qualificados da entidade licitante, podendo o terceiro
ser estranho à Administração; essa Comissão é o órgão julgador, sendo que nenhuma
autoridade pode substituí-la na sua função decisória, podendo ser permanente ou
especial.

5.2.Tomada de preços
É a licitação realizada entre interessados previamente registrados, observada a necessária
habilitação, convocados com a antecedência mínima prevista na lei, por aviso publicado na
imprensa oficial e em jornal particular, contendo as informações essenciais da licitação e o
local onde pode ser obtido o edital.
O procedimento para a tomada de preços é o mesmo previsto para a concorrência,
distinguindo-se apenas pela existência de HABILITAÇÃO PRÉVIA e nos prazos de antecedência
na publicação do edital, que é de 15 dias (art. 21, § 2º, III) e de 30 dias (quando a licitação for
do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço").
Limites aplicáveis:
a) para obras e serviços de engenharia, até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos
mil reais), e
b) para compras e serviços não referidos na alínea anterior, até R$ 650.000,00
(seiscentos e cinqüenta mil reais).
Prova: Empresas que não possuem cadastro no órgão podem participar?
O conceito de tomada de preços pela legislação anterior se limitava aos licitantes
previamente cadastrados. Atualmente o instituto está desnaturado, permitindo-se a
participação de interessados que apresentem a documentação exigida para o cadastramento
até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas.
Prova: Como funciona o registro cadastral?
O registro cadastral há de ser mantido pelos
órgãos e entidades que realizem frequentes licitações, atualizando-se ANUALMENTE, sendo
facultada, contudo, a utilização de registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da
Administração Pública.

5.3.Convite
Cuida-se da modalidade mais simples de licitação, destinada às contratações de pequeno
vulto, consistindo na solicitação escrita a pelo menos 3 (três) interessados do ramo,
registrados ou não, para que apresentem suas propostas no prazo mínimo de 5 (cinco) dias
úteis (art. 21, § 2º, IV).
Limites aplicáveis:
a) para obras e serviços de engenharia, até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais),
e
b) para compras e serviços não referidos na alínea anterior, até R$ 80.000,00 (oitenta
mil reais).

Prova: O instrumento de convocação deve ser publicado?


É a única modalidade que prescinde da publicação da carta-convite, sendo certo, porém, o art.
22, § 3º, da Lei n. 8.666/93 exige que a unidade administrativa afixe, em lugar apropriado,
cópia do instrumento convocatório.
Prova: Qualquer interessado pode participar?
É possível a participação de interessados que não tenham sido formalmente convidados, mas
que sejam do ramo do objeto licitado, desde que cadastrados no órgão ou entidade licitadora
ou no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – SICAF. Esses interessados
devem solicitar o convite com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas.
Há crítica doutrinária no sentido de que isso torna mais complexo o procedimento que se
justifica pela sua simplicidade.
Prova: Há necessidade de comissão de licitação?
O procedimento pode ser realizado por servidor designado pela autoridade competente, não
sendo obrigatória a comissão de licitação (art. 51, § 1º, do Estatuto) .

5.4.Concurso
O parágrafo 4º do art. 22 da Lei n. 8.666/93 define o concurso como:
“A modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho
técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de PRÊMIOS ou REMUNERAÇÃO aos
vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com
antecedência mínima de 45 (QUARENTA E CINCO) DIAS”.

O art. 52, da Lei n. 8.666/93, estipula que o concurso deve ser precedido de regulamento
próprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no instrumento convocatório.
O regulamento deverá indicar:
I. I - a qualificação exigida dos participantes;
II. II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
III. III - as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos. Atenção:
quando se tratar de projeto, o vencedor deverá autorizar a Administração a executá-
lo quando julgar conveniente.

Observação:
No caso de Concurso, o julgamento será feito por uma Comissão Especial integrada por
pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores
públicos ou não. Exatamente esse último grifo é que a Banca Examinadora vai exigir, caso
pretenda levar alguns candidatos ao erro, pois na comissão permanente de três servidores
apenas um pode ser estranho à Administração.
Prova:
A modalidade de licitação concurso, apesar de semanticamente semelhante, não tem ligação
com o conceito de concurso público realizado nos termos do art. 37, II, da Constituição
Federal, em vigor.

5.5.Pregão
O pregão é definido como sendo "modalidade de licitação para a aquisição de bens e serviços
comuns, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de lances em sessão pública".

5.5.1. Campo de aplicação


União, estados, Distrito Federal e municípios.
De acordo com o Decreto n. 5.450/2005, as licitações para aquisição de bens e serviços
comuns será OBRIGATÓRIA a modalidade pregão, sendo preferencial a utilização da sua forma
eletrônica. Essa mudança normativa é bastante relevante em termos de concursos, haja vista
que o pregão era entendimento como sendo modalidade de utilização preferencial.
Cabe aqui uma ressalva. De acordo com parágrafo único do art. 1º, o alcance do Decreto é
restrito à administração pública direta e indireta FEDERAL.

5.5.2. Hipóteses de cabimento


O pregão possui âmbito próprio de aplicação delimitado na Lei 10.520/2002. Trata-se de
contratação de bens e serviços comuns, DE QUALQUER VALOR.

5.5.3. Valor da Contratação


No pregão não há qualquer relação entre o seu procedimento e o valor da futura contratação.
Desde que o objeto licitado se enquadre no conceito de bem e serviço comum, a contratação
derivada de licitação feita nesta modalidade pode envolver qualquer valor, sem limites
mínimos ou máximos de dispêndio preestabelecidos em lei.

5.5.4. Bens e Serviços Comuns


"Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos
padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por
meio de especificações usuais no mercado".
Jessé Torres Pereira define-os pela aquisição rotineira, habitual, pela Administração. Para o
autor, bens e serviços comuns para fins de pregão têm três notas distintivas básicas: (a)
aquisição habitual e corriqueira no dia-a-dia administrativo; (b) referem-se a objeto cujas
características encontrem no mercado padrões usuais de especificações; e (c) os fatores e
critérios de julgamento das propostas são rigorosamente objetivos, centrados no menor preço.

Observações
- Tanto os bens ou serviços padronizados como os adquiridos ou prestados rotineiramente à
Administração Pública, são qualificáveis como comuns para fins de licitação por pregão.
- Bens e serviços que exigem alta complexidade técnica e também os que são produzidos ou
executados sob encomenda não são, a priori, incompatíveis com o pregão. Necessariamente,
para fins de aferição da aplicabilidade desta modalidade no caso concreto, o objeto pretendido
pela Administração Pública deve envolver tecnologia ou solução conhecida pelo mercado,
ainda que complexo e o número de possíveis ofertantes seja reduzido e o bem ou serviço seja
produzido ou executado por encomenda.
- A MODALIDADE PREGÃO É VEDADA PARA AS OBRAS E OS SERVIÇOS DE ENGENHARIA (ART.
5º, DO DECRETO N. 3.555/2000) E PARA ALGUNS BENS E SERVIÇOS DE INFORMÁTICA - que
não: fornecimento de cartuchos de tinta, estabilizadores de corrente elétrica etc.
- A questão de determinados bens e serviços de informática não estarem sujeitos à
modalidade pregão decorre da Lei n. 8.666/93, que no seu art. 45, § 4º, estabelece que as
licitações para aquisição de bens e serviços de informática serão SEMPRE julgadas pelo critério
de TÉCNICA E PREÇO - o que tornaria incompatível o uso do pregão.

5.5.5. Condução do procedimento


A norma geral do pregão impõe que a condução da licitação seja feita por pessoa capaz de
cumprir com os objetivos desse procedimento, denominado PREGOEIRO.
O pregoeiro é o único representante da Administração, escolhido dentre os servidores do
órgão ou da entidade promotora da licitação, com atribuições especiais em função do
procedimento que lhe cabe cuidar.

Observação:
Diógenes Gasparini afirma que a função de pregoeiro pode ser ocupada por qualquer servidor
– seja ele estatutário, celetista, efetivo, em comissão-, uma vez que a própria legislação não
restringiu a categoria desse funcionário.

Destaca-se ainda o papel da EQUIPE DE APOIO. A equipe de apoio não se confunde com o
pregoeiro. Ela não tem qualquer competência decisória, tampouco poderes para a condução
das atividades relativas à sessão do pregão. Sua função é prestar o necessário apoio ao
pregoeiro.
Quanto à formação, a Lei não exige a composição completa por servidores efetivos ou por
ocupantes de empregos públicos, vale dizer, não há impedimento para que pessoas de fora da
Administração ocupem posto na esfera pública.

5.5.6. Prazo para a apresentação das propostas


Mínimo de oito (8) dias ÚTEIS, contados a partir da publicação do aviso de licitação.

5.5.7. Inversão das fases de habilitação e de julgamento


No pregão a fase de julgamento precede a de habilitação. Na prática significa um ganho de
agilidade, eficiência e rapidez no certame, pois o número de documentos a serem analisados
pelo condutor da licitação é significativamente menor, já que são analisados os requisitos de
habilitação apenas do proponente classificado em primeiro lugar.

Prova:
O tipo de licitação (critério de julgamento) admissível para julgamento e classificação das
propostas do Pregão é o MENOR PREÇO, nos termos do art. 4, X, da Lei n. 10.520. Todavia, a
Administração não é obrigada a aceitar proposta que, sob o prisma técnico, não é a mais
adequada apenas porque se trata do menor preço apresentado.
5.5.8. Negociação
Pode acontecer de a proposta vencedora estar acima das estimativas do órgão. A Lei permite
ao pregoeiro negociar diretamente com o proponente para que seja obtido preço melhor (art.
4º, XVII).

5.5.9. Fase do Recurso


Uma das características procedimentais importantes da licitação por pregão é a existência de
uma fase recursal UNA ou ÚNICA. Isso significa dizer que na modalidade de pregão não é
possível o recurso em separado.
Apenas no final da sessão, e a partir da decisão que indica o vencedor (ou declara fracassado o
procedimento), é que os licitantes poderão manifestar intenção de recorrer, no prazo de três
dias (NÃO ÚTEIS!!!), nos termos do art. 4º, XVIII.

6. Tipos de Licitação

Os tipos de licitação estão previstos no § 1º, do art. 45 e compreendem quatro categorias


(exceto na modalidade concurso):
a) de menor preço – quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a
Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de
acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;
b) de melhor técnica;
c) de técnica e preço; e
d) de maior lance ou oferta – nos casos de alienação de bens ou Concessão de Direito
Real de Uso.

Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados exclusivamente


para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial, na elaboração de
projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em
geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e
executivos.
Nas licitações do tipo "melhor técnica" será adotado o seguinte procedimento claramente
explicitado no instrumento convocatório, o qual fixará o preço máximo que a Administração se
propõe a pagar:
I. serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusivamente
dos licitantes previamente qualificados e feita então a avaliação e classificação
destas propostas de acordo com os critérios pertinentes e adequados ao
objeto licitado, definidos com clareza e objetividade no instrumento
convocatório;
II. uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura das
propostas de preço dos licitantes que tenham atingido a valorização mínima
estabelecida no instrumento convocatório e à negociação das condições
propostas, com a proponente melhor classificada;
III. no caso de impasse na negociação anterior, procedimento idêntico será
adotado, sucessivamente, com os demais proponentes, pela ordem de
classificação, até a consecução de acordo para a contratação;
IV. as propostas de preços serão devolvidas intactas aos licitantes que não forem
preliminarmente habilitados ou que não obtiverem a valorização mínima
estabelecida para a proposta técnica.

7. Obrigatoriedade, dispensa e inexigibilidade


7.1. Obrigatoriedade
Como já antes assinalado, a licitação, a partir da Constituição Federal vigente, passou a ser
norma impositiva, como exigência constitucional para toda a Administração Pública, direta e
indireta. Lembra a Professora Di Pietro que a mesma é exigível para a Administração direta,
fundos especiais, autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia
mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, nos termos do art. 1 º, parágrafo único, da Lei n. 8.666/93.
Vale reforçar que se admite que as empresas estatais, por terem personalidade jurídica de
direito privado, possam ter regulamento próprio, ficando sujeitas às normas gerais da Lei de
Licitações (art. 119).
Todavia, como já mencionado, as empresas públicas e sociedades de economia mista, sejam
exploradoras de atividade econômica, sejam prestadoras de serviços públicos, devem
obediência aos ditames da Lei n. 8.666/93, enquanto não sobrevier a norma ordinária prevista
no art. 173, § 1º, III, da Constituição Federal.

7.2. Contratação direta


7.2.1. Dispensa

a) Dispensada - A própria lei estabelece os casos em que a licitação é dispensada, nos


termos do art. 17, não havendo, portanto, margem de discrição por parte do agente
público.
b) Dispensável –

7.2.1.1. Em razão do valor (art. 24, I e II):


a) até R$ 15.000,00 para obras e serviços de engenharia (art. 23, I, “a”, do Estatuto
de Licitações), e
b) até R$ 8.000 (art. 23, II, “a”, da Lei) para outras compras e serviços.

7.2.1.2. Em razão da situação:


a) Casos de emergência ou de calamidade pública, requisitos necessários para sua
correta caracterização:
 A situação não pode ser imputável à pessoa do administrador;
 Urgência do atendimento e risco de ocorrência de sérios danos a pessoas ou bens;
 Devem ser fundamentados; e
 Os bens a serem adquiridos devem ser os necessários ao atendimento da situação, e as
obras devem estar concluídas no prazo máximo de 180 dias consecutivos e ininterruptos,
da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos
contratos.

b) Licitação deserta
Ocorre a licitação deserta quando não acudirem interessados e a licitação não puder ser
repetida sem prejuízo para a administração, oportunidade que as condições do edital devem
ser repetidas no contrato para que a licitação seja considerada deserta, vale dizer, mantidas as
condições preestabelecidas.

c) Licitação fracassada
No caso em tela, em que todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem
desclassificadas, a Administração, se entender pela dispensa da licitação, deverá fixar o prazo
de oito dias úteis para que os licitantes apresentem novas proposta, livres (escoimadas) das
causas da desclassificação.
No caso de CONVITE, o prazo pode ser reduzido para três dias úteis. Ressalte-se que a
adjudicação direta dos bens ou serviços será admitida, desde que por valor não superior ao
constante do registro de preços, ou dos serviços.

d) Contratação de remanescente de obra, de serviço ou de fornecimento:


Em consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da
licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive
quanto ao preço, devidamente corrigido.

e) Em razão de outras situações:


Intervenção da União (não E, DF e M) no domínio econômico para regular
preços/abastecimento; possibilidade de comprometimento da segurança nacional; aquisição
de bens/serviços nos termos de acordo internacional aprovado pelo Congresso Nacional;
compras/serviços para abastecimento de navios/embarcações/unidades aéreas/tropas (estada
eventual, de curta duração em locais diferentes de sua sede) etc.

7.2.1.3. Em razão do objeto:


a) Compra/Locação de imóvel:
 Finalidades precípuas da administração;
 As necessidades de localização/instalação devem justificar a escolha; e
 Preço compatível com o de mercado.
b) Gêneros perecíveis: pelo tempo necessário à realização do certame
correspondente. Realizadas diretamente com base no preço do dia.
c) Obras de Arte: aquisição/restauração de obras de arte e objetos históricos, com
autenticidade certificada. ATENÇÃO: devem ser inerentes à finalidade do órgão
ou compatíveis com essa.
d) Peças/componentes de origem nacional ou estrangeira:
 Necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica;
 Junto a fornecedor original dos equipamentos; e
 Condição de exclusividade indispensável para vigência da garantia.
e) Materiais/bens destinados ao uso das Forças Armadas (exceto material de uso
pessoal/administrativo):
 Quando a padronização for necessária, e
 Parecer de comissão instituída por Decreto.
f) Aquisição de bem destinado EXCLUSIVAMENTE à pesquisa científica e
tecnológica com recursos concedidos pela CAPES/CNPq ou outras instituições
oficiais credenciadas pelo CNPq

Prova:
Atente que a aplicação dos limites ora indicados não podem se referir a parcelas de uma
mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local
que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sob pena de FRACIONAMENTO
INDEVIDO DE DESPESAS.
O que é o fracionamento?
O chamado FRACIONAMENTO DE LICITAÇÃO é prática ilícita que consiste em dividir o objeto
da contratação em parcelas que permitam a dispensa de licitação ou a realização desta em
modalidade mais simples do que a aplicável ao valor total do objeto.
Todo o tipo de fracionamento é ilícito?
Não. A Lei de Licitações, em seu art. 23, § 1º, não só permite como impõe o fracionamento (ou
parcelamento) como obrigatório, sendo que de objetos e, não, de despesas. A doutrina e
jurisprudência definem como sendo licitação por itens.
A regra tem por finalidade ampliar a competitividade e o universo de interessados. O
parcelamento conduz à licitação e contratação de objetos de menor dimensão quantitativa,
qualitativa e econômica. Tal procedimento aumenta o número de interessados em condições
de disputar a contratação.
Em termos gerais, as obras, os serviços e as compras efetuados pela administração devem ser
divididos em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis,
procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no
mercado e à ampliação da competitividade, sem perda da economia de escala.
Observa-se, por necessário, que não obstante promovido o fracionamento, deve ser
obedecida modalidade cabível para o valor da contratação.

7.2.1.4. Em razão da pessoa:


a) Aquisição por pessoa jurídica de direito público interno de bens/serviços
produzidos por órgão/entidade que integrem a Administração Pública. A criação
desse órgão; entidade deve ter ocorrido em data anterior à Lei n. 8.666/93;
b) Contratação de entidades de deficientes:
 Sem fins lucrativos;
 Comprovada Idoneidade; e
 Fornecimento de mão de obra/Prestação de Serviços. Exemplo: Apae.
c) Contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente
da pesquisa ou do desenvolvimento institucional, bem como de instituições à
recuperação social do preso:
 Reputação ética social inquestionável, e
 Sem fins lucrativos.
d) Outras: Impressão de Diários Oficiais, formulários padronizados; fornecimento de
energia elétrica/gás natural; Contratação pelas Sociedades de Economia Mista -
SEM e das Empresas Públicas – EP´s das suas subsidiárias/controladas;
atualmente, na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e
gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as
normas da legislação específica.

7.2.2. Inexigibilidade
De acordo com Hely Lopes Meirelles, dá-se “quando há impossibilidade jurídica de competição
entre contratantes, quer pela natureza específica do negócio, quer pelos objetivos sociais
visados pela Administração”, vale dizer, inviabilidade de competição.
As hipóteses são aquelas previstas no art. 25 da Lei n. 8.666/93, e visam a um objeto único ou
singular, por exemplo:

a) Fornecedor exclusivo;
Para aquisição de materiais, de equipamentos, ou de gêneros que só possam ser
fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência
de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido
pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o
serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades
equivalentes.

b) Serviços técnicos prestados por profissionais de notória especialização;


Para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular,
com profissionais ou empresas de notória especialização, VEDADA a inexigibilidade para
serviços de publicidade e divulgação.
Não é para qualquer tipo de contrato que se aplica essa modalidade, tão-somente para os
contratos de prestação de serviços, desde que observados os três requisitos, ou seja, o de
tratar-se de um daqueles enumerados no artigo 13; o de ser de natureza singular, e o de ser
contratado com profissional notoriamente especializado.
Assim é considerado, nos termos do § 1º, do art. 25:
“O profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de
desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento,
equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o
seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do
contrato”.

Prova:
Caso clássico de concurso público versando sobre contratação direta é a inexigibilidade na
contratação de profissionais da área jurídica. É relevante apontar que, mesmo que a
entidade/órgão tenha quadro próprio de advogados, não há impedimento legal para a
contratação de profissional da área, desde que, é claro, o serviço seja singular, vale dizer,
serviços de relevância ou mesmo excepcionais, além de o profissional ter notoriedade. Dessa
forma, incumbe ao administrador, diante do caso concreto, avaliar a real necessidade. De toda
forma, não caberia tal tipo de contratação de serviços de caráter continuado, rotineiros da
Entidade.

c) Contratação de serviços artísticos:


Para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de
empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião
pública.
A hipótese é semelhante à anterior, o que se objetiva é a prestação de serviço
artístico, que pode tornar-se insuscetível de competição, quando contratado com profissional
já consagrado, que imprima singularidade ao objeto do contrato.

Prova:
Os Examinadores costumam solicitar em seus certames a diferença entre inexigibilidade e
dispensa de licitação.
Enquanto as hipóteses de inexigibilidade não são exaustivas (exemplificativas), os casos de
dispensa são exaustivos. Enquanto a inexigibilidade decorre da inviabilidade de competição, a
dispensa é pela faculdade conferida pela lei ou pela expressa enumeração, sempre sendo
possível cogitar-se da competição.
Importante registrar que nem todos os casos de dispensa encontram-se entalhados na Lei de
Licitações, outras leis existem prevendo casos de dispensa de licitação.
Observação: Dispensar ou inexigir a licitação fora das hipóteses previstas em lei é crime, pena
de 3 (três) a 5 (cinco) anos de detenção e multa.

8. Anulação e Revogação

A revogação ocorre por razões de interesse público decorrentes de fatos supervenientes


devidamente comprovados, pertinente e suficiente para justificar tal conduta; enquanto que
anulação acontece em face de ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante
parecer escrito e devidamente fundamentado. Nas duas hipóteses fica assegurado o
contraditório e a ampla defesa.

Prova:
Para os casos de rescisão, sem que haja culpa do contratado, e de revogação, será este
ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:
I  -  devolução de garantia;
II  -  pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão; e
III  -  pagamento do custo da desmobilização.

9. Recursos Administrativos

Conforme os ensinamentos da Profª Maria Sylvia Di Pietro, recurso administrativo, em sentido


amplo, é expressão que designa todos os meios postos à disposição dos administrados para
provocar o reexame dos atos da Administração.
O art. 109, do Estatuto de Licitações, enumera os recursos administrativos cabíveis contra os
atos da licitação e do contrato, a saber:
 Recurso;
 Representação; e
 Pedido de reconsideração.

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