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1. Conceito
2. Finalidades
3. Princípios
I. Princípio da legalidade
Enquanto o particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proíbe, ao administrador público só
é dado fazer aquilo que a lei permite.
Aplicado ao instituto da licitação, o princípio informa que ao administrador só cabe expedir
atos administrativos fundados na lei ou no instrumento convocatório, restando pequena
margem de discricionariedade, exercida, especialmente, na elaboração do Edital ou da Carta-
Convite. Portanto, a natureza dos atos praticados ao longo do procedimento de licitação é,
majoritariamente, vinculada.
V. Princípio da igualdade
Aplicado à licitação, o princípio veda a discriminação, a diferenciação ou o favorecimento de
licitantes em razão de caracteres irrelevantes para o cumprimento do objeto licitado.
Não se trata da "igualdade formal”, pois a lei admite algumas formas de discriminação entre
licitantes. Afinal, a fase de habilitação dos interessados não deixa de ser uma forma de
diferenciá-los, eis que são julgadas apenas as propostas daqueles que preencham os requisitos
de qualificação jurídica, técnica, fiscal e financeira, contidos no instrumento convocatório.
I. COMPETITIVIDADE
O princípio da competitividade ou da oposição quer significar que a Administração Pública,
quando da licitação, não deve adotar providências ou, mesmo, criar regras que comprometam,
restrinjam ou frustrem o caráter de competição, de igualdade da licitação.
II. INDISTINÇÃO
O princípio da indistinção é decorrente do princípio da impessoalidade, pois evita qualquer
privilégio ou distinção referentes à naturalidade, à sede ou ao domicílio dos licitantes, bem
como o tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista entre empresas
brasileiras e estrangeiras, de maneira a assegurar condições justas de competição.
V. FORMALISMO PROCEDIMENTAL
Fácil perceber que as regras da licitação devem seguir o rito previsto em lei, não sendo cabível
aos administradores, a seu alvedrio (discricionariamente), sua inversão. A rigidez do
procedimento de licitação funciona como mecanismo de igualdade de tratamento entre os
licitantes.
VII. OBRIGATORIEDADE
O artigo 2º do Estatuto tem sua matriz no Texto Constitucional (art. 37, XXI), repetindo que a
realização de licitação é o ato-condição necessário para a celebração dos contratos
administrativos (compras, obras, serviços, alienações e locações). Essa é a regra. As exceções,
delimitadas no Estatuto, serão estudadas em tópico próprio.
Por relevante, importante assinalar que o art. 89 do Estatuto tipifica como crime “dispensar ou
inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei”.
VIII. PADRONIZAÇÃO
Padronização quer dizer adoção de um modelo, assim deve a entidade compradora, em todos
os negócios para aquisição de bens, observar as regras básicas que levam à adoção de um
padrão que, vantajosamente, possa satisfazer às necessidades das atividades que estão a seu
cargo.
IX. RAZOABILIDADE
O Direito não se compadece com as atitudes desprovidas de razão e despropositadas, nas
aspirações e nos valores da média sociedade. Como bem anota CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE
MELLO, ao atuar em dissonância com a razoabilidade, o agente público está a violar o objetivo
da lei. Assim, é que o eminente mestre aponta no sentido de que o princípio da razoabilidade
tem sua etiologia nos mesmos dispositivos constitucionais que embasam os princípios da
legalidade (arts. 5º, II, 37 e 84) e finalidade (art. 5º, LXIX).
X. MOTIVAÇÃO
É a exposição das causas que antecedem o ato, com a finalidade de caracterizá-lo e justificá-lo.
Funciona, assim, como baliza do administrador para o Judiciário examinar o ato na sua
integridade. A fundamentação na licitação garante transparência aos negócios públicos, com o
afastamento de práticas insidiosas do desvio de poder.
XI. FISCALIZAÇÃO
Fácil perceber, então, que a fiscalização da licitação ocorre não apenas pelos licitantes e pelos
contratados, mas também pelos cidadãos que tenham interesse na efetividade da aplicação do
regramento da Lei de Licitações.
XII. ECONOMICIDADE/EFICIÊNCIA
A Administração Pública, ao zelar pelo patrimônio alheio, encontra-se obrigada à boa e regular
gestão dos recursos orçamentários e financeiros, logo, do modo mais razoável. Quando
afirmamos que a licitação tem por propósito a seleção da proposta mais vantajosa, deparamo-
nos com o dever de a Administração escolher segundo o princípio da ECONOMICIDADE.
4. Fases da licitação
5. Modalidades
5.1.Concorrência
É a modalidade licitatória genérica destinada a transações de MAIOR VULTO, precedida de
ampla publicidade, à qual podem acorrer QUAISQUER INTERESSADOS que preencham as
condições estabelecidas no instrumento convocatório.
De regra, a concorrência pode ser utilizada para qualquer tipo de aquisição; serviços; obras,
por uma razão lógica de ser a mais ampla de todas as modalidades, no entanto, há hipóteses
em que sua aplicação É OBRIGATÓRIA, são elas:
a) obras e serviços de engenharia de valor superior a R$ 1.500.000,00 (um milhão e
quinhentos mil reais;
b) (b) compras e serviços que não sejam de engenharia, de valor superior a R$
650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais);
Observação:
Requisitos a serem observados para a alienação dos bens imóveis, cuja aquisição haja derivado
de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, a saber:
-avaliação dos bens alienáveis;
-comprovação da necessidade ou utilidade da alienação; e
-adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de CONCORRÊNCIA OU LEILÃO.
Observação:
Admitir-se-á, observados os limites de valores, a TOMADA DE PREÇOS – TP, quando o órgão
ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o CONVITE, quando não
houver fornecedor do bem ou serviço no país.
f) (f) alienação de bens móveis de valor superior ao previsto na tomada de preços, até R$
650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais); e
O leilão é a modalidade para alienação de bens móveis, não é verdade? Mas caso o valor
ultrapasse o limite da TOMADA DE PREÇOS, a Administração deverá utilizar-se da
CONCORRÊNCIA.
5.2.Tomada de preços
É a licitação realizada entre interessados previamente registrados, observada a necessária
habilitação, convocados com a antecedência mínima prevista na lei, por aviso publicado na
imprensa oficial e em jornal particular, contendo as informações essenciais da licitação e o
local onde pode ser obtido o edital.
O procedimento para a tomada de preços é o mesmo previsto para a concorrência,
distinguindo-se apenas pela existência de HABILITAÇÃO PRÉVIA e nos prazos de antecedência
na publicação do edital, que é de 15 dias (art. 21, § 2º, III) e de 30 dias (quando a licitação for
do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço").
Limites aplicáveis:
a) para obras e serviços de engenharia, até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos
mil reais), e
b) para compras e serviços não referidos na alínea anterior, até R$ 650.000,00
(seiscentos e cinqüenta mil reais).
Prova: Empresas que não possuem cadastro no órgão podem participar?
O conceito de tomada de preços pela legislação anterior se limitava aos licitantes
previamente cadastrados. Atualmente o instituto está desnaturado, permitindo-se a
participação de interessados que apresentem a documentação exigida para o cadastramento
até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas.
Prova: Como funciona o registro cadastral?
O registro cadastral há de ser mantido pelos
órgãos e entidades que realizem frequentes licitações, atualizando-se ANUALMENTE, sendo
facultada, contudo, a utilização de registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da
Administração Pública.
5.3.Convite
Cuida-se da modalidade mais simples de licitação, destinada às contratações de pequeno
vulto, consistindo na solicitação escrita a pelo menos 3 (três) interessados do ramo,
registrados ou não, para que apresentem suas propostas no prazo mínimo de 5 (cinco) dias
úteis (art. 21, § 2º, IV).
Limites aplicáveis:
a) para obras e serviços de engenharia, até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais),
e
b) para compras e serviços não referidos na alínea anterior, até R$ 80.000,00 (oitenta
mil reais).
5.4.Concurso
O parágrafo 4º do art. 22 da Lei n. 8.666/93 define o concurso como:
“A modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho
técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de PRÊMIOS ou REMUNERAÇÃO aos
vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com
antecedência mínima de 45 (QUARENTA E CINCO) DIAS”.
O art. 52, da Lei n. 8.666/93, estipula que o concurso deve ser precedido de regulamento
próprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no instrumento convocatório.
O regulamento deverá indicar:
I. I - a qualificação exigida dos participantes;
II. II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
III. III - as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos. Atenção:
quando se tratar de projeto, o vencedor deverá autorizar a Administração a executá-
lo quando julgar conveniente.
Observação:
No caso de Concurso, o julgamento será feito por uma Comissão Especial integrada por
pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores
públicos ou não. Exatamente esse último grifo é que a Banca Examinadora vai exigir, caso
pretenda levar alguns candidatos ao erro, pois na comissão permanente de três servidores
apenas um pode ser estranho à Administração.
Prova:
A modalidade de licitação concurso, apesar de semanticamente semelhante, não tem ligação
com o conceito de concurso público realizado nos termos do art. 37, II, da Constituição
Federal, em vigor.
5.5.Pregão
O pregão é definido como sendo "modalidade de licitação para a aquisição de bens e serviços
comuns, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de lances em sessão pública".
Observações
- Tanto os bens ou serviços padronizados como os adquiridos ou prestados rotineiramente à
Administração Pública, são qualificáveis como comuns para fins de licitação por pregão.
- Bens e serviços que exigem alta complexidade técnica e também os que são produzidos ou
executados sob encomenda não são, a priori, incompatíveis com o pregão. Necessariamente,
para fins de aferição da aplicabilidade desta modalidade no caso concreto, o objeto pretendido
pela Administração Pública deve envolver tecnologia ou solução conhecida pelo mercado,
ainda que complexo e o número de possíveis ofertantes seja reduzido e o bem ou serviço seja
produzido ou executado por encomenda.
- A MODALIDADE PREGÃO É VEDADA PARA AS OBRAS E OS SERVIÇOS DE ENGENHARIA (ART.
5º, DO DECRETO N. 3.555/2000) E PARA ALGUNS BENS E SERVIÇOS DE INFORMÁTICA - que
não: fornecimento de cartuchos de tinta, estabilizadores de corrente elétrica etc.
- A questão de determinados bens e serviços de informática não estarem sujeitos à
modalidade pregão decorre da Lei n. 8.666/93, que no seu art. 45, § 4º, estabelece que as
licitações para aquisição de bens e serviços de informática serão SEMPRE julgadas pelo critério
de TÉCNICA E PREÇO - o que tornaria incompatível o uso do pregão.
Observação:
Diógenes Gasparini afirma que a função de pregoeiro pode ser ocupada por qualquer servidor
– seja ele estatutário, celetista, efetivo, em comissão-, uma vez que a própria legislação não
restringiu a categoria desse funcionário.
Destaca-se ainda o papel da EQUIPE DE APOIO. A equipe de apoio não se confunde com o
pregoeiro. Ela não tem qualquer competência decisória, tampouco poderes para a condução
das atividades relativas à sessão do pregão. Sua função é prestar o necessário apoio ao
pregoeiro.
Quanto à formação, a Lei não exige a composição completa por servidores efetivos ou por
ocupantes de empregos públicos, vale dizer, não há impedimento para que pessoas de fora da
Administração ocupem posto na esfera pública.
Prova:
O tipo de licitação (critério de julgamento) admissível para julgamento e classificação das
propostas do Pregão é o MENOR PREÇO, nos termos do art. 4, X, da Lei n. 10.520. Todavia, a
Administração não é obrigada a aceitar proposta que, sob o prisma técnico, não é a mais
adequada apenas porque se trata do menor preço apresentado.
5.5.8. Negociação
Pode acontecer de a proposta vencedora estar acima das estimativas do órgão. A Lei permite
ao pregoeiro negociar diretamente com o proponente para que seja obtido preço melhor (art.
4º, XVII).
6. Tipos de Licitação
b) Licitação deserta
Ocorre a licitação deserta quando não acudirem interessados e a licitação não puder ser
repetida sem prejuízo para a administração, oportunidade que as condições do edital devem
ser repetidas no contrato para que a licitação seja considerada deserta, vale dizer, mantidas as
condições preestabelecidas.
c) Licitação fracassada
No caso em tela, em que todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem
desclassificadas, a Administração, se entender pela dispensa da licitação, deverá fixar o prazo
de oito dias úteis para que os licitantes apresentem novas proposta, livres (escoimadas) das
causas da desclassificação.
No caso de CONVITE, o prazo pode ser reduzido para três dias úteis. Ressalte-se que a
adjudicação direta dos bens ou serviços será admitida, desde que por valor não superior ao
constante do registro de preços, ou dos serviços.
Prova:
Atente que a aplicação dos limites ora indicados não podem se referir a parcelas de uma
mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local
que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sob pena de FRACIONAMENTO
INDEVIDO DE DESPESAS.
O que é o fracionamento?
O chamado FRACIONAMENTO DE LICITAÇÃO é prática ilícita que consiste em dividir o objeto
da contratação em parcelas que permitam a dispensa de licitação ou a realização desta em
modalidade mais simples do que a aplicável ao valor total do objeto.
Todo o tipo de fracionamento é ilícito?
Não. A Lei de Licitações, em seu art. 23, § 1º, não só permite como impõe o fracionamento (ou
parcelamento) como obrigatório, sendo que de objetos e, não, de despesas. A doutrina e
jurisprudência definem como sendo licitação por itens.
A regra tem por finalidade ampliar a competitividade e o universo de interessados. O
parcelamento conduz à licitação e contratação de objetos de menor dimensão quantitativa,
qualitativa e econômica. Tal procedimento aumenta o número de interessados em condições
de disputar a contratação.
Em termos gerais, as obras, os serviços e as compras efetuados pela administração devem ser
divididos em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis,
procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no
mercado e à ampliação da competitividade, sem perda da economia de escala.
Observa-se, por necessário, que não obstante promovido o fracionamento, deve ser
obedecida modalidade cabível para o valor da contratação.
7.2.2. Inexigibilidade
De acordo com Hely Lopes Meirelles, dá-se “quando há impossibilidade jurídica de competição
entre contratantes, quer pela natureza específica do negócio, quer pelos objetivos sociais
visados pela Administração”, vale dizer, inviabilidade de competição.
As hipóteses são aquelas previstas no art. 25 da Lei n. 8.666/93, e visam a um objeto único ou
singular, por exemplo:
a) Fornecedor exclusivo;
Para aquisição de materiais, de equipamentos, ou de gêneros que só possam ser
fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência
de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido
pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o
serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades
equivalentes.
Prova:
Caso clássico de concurso público versando sobre contratação direta é a inexigibilidade na
contratação de profissionais da área jurídica. É relevante apontar que, mesmo que a
entidade/órgão tenha quadro próprio de advogados, não há impedimento legal para a
contratação de profissional da área, desde que, é claro, o serviço seja singular, vale dizer,
serviços de relevância ou mesmo excepcionais, além de o profissional ter notoriedade. Dessa
forma, incumbe ao administrador, diante do caso concreto, avaliar a real necessidade. De toda
forma, não caberia tal tipo de contratação de serviços de caráter continuado, rotineiros da
Entidade.
Prova:
Os Examinadores costumam solicitar em seus certames a diferença entre inexigibilidade e
dispensa de licitação.
Enquanto as hipóteses de inexigibilidade não são exaustivas (exemplificativas), os casos de
dispensa são exaustivos. Enquanto a inexigibilidade decorre da inviabilidade de competição, a
dispensa é pela faculdade conferida pela lei ou pela expressa enumeração, sempre sendo
possível cogitar-se da competição.
Importante registrar que nem todos os casos de dispensa encontram-se entalhados na Lei de
Licitações, outras leis existem prevendo casos de dispensa de licitação.
Observação: Dispensar ou inexigir a licitação fora das hipóteses previstas em lei é crime, pena
de 3 (três) a 5 (cinco) anos de detenção e multa.
8. Anulação e Revogação
Prova:
Para os casos de rescisão, sem que haja culpa do contratado, e de revogação, será este
ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:
I - devolução de garantia;
II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão; e
III - pagamento do custo da desmobilização.
9. Recursos Administrativos