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INSTITUTO DE QUÍMICA
Professores responsáveis:
Uberlândia
2021
Universidade Federal de Uberlândia
Instituto de Química
Disciplina: Físico-Química Experimental
Experimento 1: Lei de Boyle
Fundamentos Teóricos:
No século XVII o químico inglês Robert Boyle estabeleceu uma relação empírica
que descreve a variação de volume em função da pressão. Essa relação desde então
conhecida como “Lei de Boyle” afirma que: o volume de certa quantidade fixa de um
1
gás mantido a temperatura constante é inversamente proporcional à pressão.
Boyle estudou, primeiramente, a relação que havia entre a pressão e o volume
de um gás. 1
Para realizar seus experimentos, Boyle utilizou um tubo em formato de “J” com a
parte menor lacrada. Ele introduziu mercúrio no tubo, prendendo o ar do lado menor.
Assim, ele observou que quanto mais mercúrio ele adicionava, menor se tornava a
coluna de ar, isto é, o gás era cada vez mais comprimido. Dessa maneira, ele concluiu
que quando a pressão exercida sobre certa quantidade fixa de gás aumenta, o volume
do gás diminui como mostra a Figura 1: 2
Objetivo:
Materiais:
- Aparelho para leitura de hgás e hHg;
- Manômetro;
- Termômetro
- Barômetro
Procedimentos:
1 – Ler a pressão atmosférica.
2 – Medir a temperatura
3 - Efetuar a leitura de hHg e hgás, após nivelar as duas colunas de mercúrio,
considerando esse ponto como o zero.
4 - Repetir o procedimento variando hHg de 3 cm por mais 8 vezes, sendo 4 valores
positivos e 4 negativos.
5 - Desenvolver a equação de Boyle de modo a compará-la com a equação de reta.
Bibliografia:
1- BROWN, T. L, LEMAY, BURSTERn Química: A ciência central, 9ª ed., 2005
2 - ATKINS, Peter; PAULA, Julio de. Físico-Química. Vol. 1. Local: LTC, 2008,
3- http://engenhariaquimica.webnode.com.pt/galeria-de-fotos/
4 -www.demec.ufmg.br/disciplinas/ema890/aula11.pdf
5 -CHANG, Raymond. Físico Química para as ciências químicas e biológicas. 3ªed.São
Paulo: McGraw-Hill, v. 1. p. 232-235, 2008.
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Instituto de Química
Disciplina: Físico-Química Experimental
Experimento 2: Razão entre as capacidades caloríficas
Fundamentos Teóricos:
No século XIX os químicos Charles Bernard Desormes e Nicolas Clément
realizaram um experimento o qual consiste em aplicar a um gás, considerado ideal,
dois processos. O primeiro realizado foi o de expansão adiabática e em seguida um
aquecimento isocórico, que é uma transformação a volume constante. 1
De acordo com a Primeira Lei da Termodinâmica:
Objetivos:
Determinar a razão entre as capacidades caloríficas molares de um gás.
Verificar se o gás usado tem um comportamento mais próximo de um gás monoatômico
ou diatômico.
Materiais:
- Garrafa de 20 L
- Bomba de vácuo
- Coluna manométrica preenchida com água
- Barômetro
Procedimentos:
1 - Montar a aparelhagem de acordo com a Figura 1. A Figura 1 ilustra o equipamento
utilizado por Clement e Desormes em seu experimento.
Fundamentos Teóricos:
Eletrólitos são substâncias que, quando dissolvidas em água ou outro solvente,
formam íons conduzindo, assim, corrente elétrica. Existem eletrólitos fortes, fracos e
não eletrólitos.
Eletrólitos são, em geral, substâncias orgânicas como sais, ácidos e bases. Os
não eletrólitos são compostos orgânicos como glicerina, sacarose, glicose etc.
Os eletrólitos forte são substâncias químicas que ionizam completamente em um
solvente. Os eletrólitos fracos são substâncias químicas que ionizam parcialmente em
um solvente. Já os não-eletrólitos, não se ionizam em solução. 1
Medidas de condutância elétrica permitem diferenciar eletrólitos fracos e fortes.
Eletrólitos fortes seguem a lei de Kohlrausch enquanto que eletrólitos fracos são
descritos pela lei de diluição de Ostwald.
Examinando a dependência da condutividade com a concentração é possível
determinar a condutividade de eletrólitos a uma diluição infinita e desta forma calcular o
2
grau de dissociação e a constante de dissociação de eletrólitos fracos.
Um equipamento utilizado para medir a condutância e um eletrólito é o
condutivímetro. Para medir a condutividade dos eletrólitos fracos, utilizaremos neste
experimento um condutivímetro de bancada.
Condutivímetro de bancada é um equipamento de laboratório utilizado para
medir a condutividade de variadas amostras. O condutivímetro de bancada é indicado
para as medições confiáveis de maneira simples e exata, tendo como vantagem a
indicação e compensação automática da temperatura na faixa de 0 ºC a 100 ºC.
Um condutivímetro de bancada combina a possibilidade de medição de
condutividade em Siemens por centímetro ou Siemens por metro, sólidos totais
dissolvidos (STD), teor de cinzas e temperatura de uma amostra. O condutivímetro de
bancada é utilizado em indústrias eletrônicas, químicas, controle de qualidade de água,
formulações e soluções. 3
Objetivos:
Utilizar adequadamente o condutivímetro de bancada e determinar a
condutividade do ácido acético.
Materiais:
- Solução de ácido acético 1 M
- Água destilada
- Béqueres de 50 mL
- Balões volumétricos de 100 mL
- Pipetas graduadas de 1, 5, 10 e 25 mL
- Calculadora
- Condutivímetro BEL w12D (Figura 1)
Metodologia:
Preparar 100 mL de soluções de ácido acético (0,5, 0,1, 0,05, 0,01, 0,005, 0,001
mol/L) a partir da diluição da solução concentrada (1 M), de acordo com a Tabela 1:
Tabela 1: concentrações, em mol/L, de cada solução de ácido acético
Solução 1 2 3 4 5 6 7
Concentração 0,001 0,005 0,01 0,05 0,1 0,5 1,0
(mol/L)
Bibliografia:
1 CHANG, Raymond. Físico Química para as ciências químicas e biológicas. 3ªed.São
Paulo: McGrawHill
2-www1.univap.br/spilling/FQE2/FQE2_EXP7_Eletrolitos.pdf
3-http://www.splabor.com.br/equipamentos-laboratorio/condutivimetro-de-bancada.html
4-ATKINS, Peter; PAULA, Julio de. Físico-Química. Vol. 1. Local: LTC, 2008, Cap. 21,
189.
5-http://pt.scribd.com/doc/2974443/Quimica-Condutividade-Eletrolitos
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Instituto de Química
Disciplina: Físico-Química Experimental
Experimento 4: Determinação do calor de neutralização
Fundamentos Teóricos:
Quando uma solução de um ácido e a de uma base são misturadas, ocorre uma
reação de neutralização. Os produtos da reação não têm características de soluções
ácidas nem básicas.1 Por exemplo quando o ácido clorídrico é misturado a uma
solução de hidróxido de sódio, a seguinte reação ocorre:
Objetivo:
Materiais:
(2)
Objetivos:
Medir a tensão superficial de líquidos puros e de misturas água/álcool etílico de
diferentes composições.
Procedimentos:
- Procedimento geral
Há várias maneiras de se medir a tensão superficial de líquidos. No presente
experimento, o equipamento a ser usado é o tensiômetro de Du Nouy, ilustrado na
Figura 1. Uma força é medida em um anel imediatamente antes de um filme líquido
desprender da superfície do líquido, utilizando um medidor de torção. A tensão
superficial é calculada do diâmetro do anel e da força aplicada:
(7)
Procedimento específico
Material:
- Tensiômetro de Do Nouy;
- Termômetro.
- 2 bequeres;
- 2 pipetas graduadas de 10 mL;
- Álcool etílico PA;
- Água destilada;
Uma série de experimentos será feita, à temperatura constante, para determinar
a tensão superficial de líquidos:
1- Meça a temperatura ambiente
2- Efetue a limpeza do anel: para isto, desengordure-o com álcool etílico, depois o lave
copiosamente com água destilada e seque-o;
3- Meça a tensão superficial da água pura, usando o volume indicado na Tabela 1;
4- Meça a tensão superficial de cada mistura, após a adição de cada volume de álcool
etílico no mesmo recipiente, agite o frasco para homogeneizar a solução (Tabela 1);
5-Lave o anel novamente com álcool etílico antes de medir a tensão superficial do
álcool etílico puro;
6- Meça a tensão superficial partindo do álcool etílico puro, usando o volume indicado
na Tabela 2;
7- Meça a tensão superficial de cada mistura, após a adição de cada volume de água
no mesmo recipiente, agite o frasco para homogeneizar a solução (Tabela 2).
Bibliografia:
1-SHOEMAKER,D.P., GARLAND, C.W., NIBLER, J.W., Experiments in Physical
Chemistry, 5th Ed., McGraw Hill, N.York, 1989.
2- SHAW, D. J., Introdução à Química dos Colóides e de Superfícies, trad. J. H. Maar,
São Paulo: Edgard Blucher/EDUSP, 1975.
3- LIDE, D. R. Handbook of chemistry and physics 73 rd. ed. Boca Raton: CRC, 1992.
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Instituto de Química
Disciplina: Físico-Química Experimental
Experimento 5b: Determinação da Tensão superficial de líquidos puros pelo método da
bolha
Fundamentos Teóricos:
A tensão superficial é a quantidade de energia necessária para alterar uma
superfície em condições isotérmicas e isobáricas e corresponde a mudança na energia
livre pela variação da área superficial.
(1)
Este método é o método em que uma bolha de gás, normalmente o ar, emerge
do tubo capilar que é imerso no líquido de análise. A sobre-pressão requerida para isto
terá que sobrepor a pressão hidrostática (ph) da coluna dada por:
ph = ρ.g.h (2)
onde h = altura de imersão do tubo capilar, g = aceleração da gravidade, e ρ =
densidade do líquido. Por outro lado a pressão capilar (pσ) deve ser sobreposta. Ela é
a diferença entre a pressão interna e externa da bolha. Durante o aumento do volume
da bolha de gás, um trabalho a pressão constante ocorre tal que:
dw = pσ dV = pσ 4π r2 dr (3)
onde r é o raio do capilar.
Este trabalho referente à energia do aumento da área superficial σ obtida da
equação (1), é dado por:
Objetivos:
Determinar o diâmetro do tubo capilar usando água destilada como líquido de
calibração. Determinar a tensão superficial do álcool etílico e do etilenoglicol.
Materiais:
- Aparato para medida da tensão superficial, como ilustrado na Figura 1;
- Termômetro.
- Álcool etílico PA;
- Etileno glicol;
Procedimento:
1- Monte o experimento de acordo com a Figura 1. O tubo capilar deve estar
devidamente desengordurado antes do uso. Para isto faça uma imersão por pelo
menos uma noite em água régia (um volume de ácido nítrico concentrado para 3
volumes de ácido clorídrico concentrado). Depois, lave-o copiosamente com água
destilada e seque-o.
2- Conecte uma pipeta Pasteur ao capilar com mangueira fina de silicone, de tal
maneira que a ponta inferior do capilar fique posicionado cerca de 20 mm abaixo do
nível do líquido.
3- Determine a medida exata desta altura imersa (~20 mm) com uma régua precisa,e
guarde este dado. Esta medida, que corresponde exatamente à profundidade de
imersão do tubo capilar no líquido é a altura h da equação 2.
4- Molhe o capilar internamente subindo o béquer até que o líquido suba uma altura
máxima em seu interior. Retorne o mesmo à sua posição inicial e inicie o experimento.
A regulagem da pressão no arranjo experimental é feita com a ajuda de garrafas de
água de acordo com o princípio de tubos comunicantes como na Figura 1. Com a
torneira aberta iguale os dois ramos do manômetro.
5- Feche a torneira e gere uma sobre-pressão para levar o líquido a sair pela
extremidade inferior do capilar, pela elevação muito lenta de uma das garrafas cheias
de água, pelo macaco.
6- Determine a diferença de altura entre os dois ramos do manômetro em U,
rapidamente antes que a bolha saia do capilar dentro do líquido.
Figura 1:aparato para medida da tensão superficial de líquidos pelo método da pressão da
bolha
Interpretação de resultados:
-Mede-se a pressão máxima a partir da diferença da altura de água nos dois ramos do
manômetro em U que será utilizada na equação 5.
- A partir da calibração com água, utilizando-se a equação 5 calcula-se o raio do capilar.
- Troca-se a água por álcool etílico ou etilenoglicol e com o valor do raio do capilar
calculado anteriormente para a água, utilizando-se a equação 5 calcula-se a tensão
superficial do respectivo líquido puro.
- Compare o valor da tensão superficial do líquido determinado experimentalmente com
o valor tabelado do Handbook e comente as possíveis fontes de erro.
Bibliografia:
1-SHOEMAKER,D.P., GARLAND, C.W., NIBLER, J.W., Experiments in Physical
Chemistry, 5th Ed., McGraw Hill, N.York, 1989.
2- SHAW, D. J., Introdução à Química dos Colóides e de Superfícies, trad. J. H. Maar,
São Paulo: Edgard Blucher/EDUSP, 1975..
3-LIDE, D. R. Handbook of chemistry and physics 73 rd. ed. Boca Raton: CRC, 1992
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Instituto de Química
Disciplina: Físico-Química Experimental
Experimento 6: Diagrama Binário
Fundamentos Teóricos:
Um diagrama de fase se traduz em um gráfico no qual é possível observar as
condições de equilíbrio entre fases termodinamicamente distintas. Mais
especificamente na química, quando se trata de estados da matéria, um diagrama de
1
fase é também chamado de carta termodinâmica.
Este diagrama, seja de uma substância pura ou de uma mistura de substâncias,
mostra em que regiões de pressão e temperatura as diversas fases são
termodinamicamente estáveis. 1
Podem ser construídos diagramas de fases onde mais de um componente puro
está presente. Assim, a concentração torna-se uma variável importante de se
observar. Esses diagramas de fases com mais de duas dimensões, mostras o efeito
1
de duas ou mais variáveis na fase de uma substância.
Ao traçar um diagrama de fase da temperatura em função das concentrações
relativas em uma mistura binária, temos um diagrama de fases chamado de diagrama
1
binário, mostrado na Figura 1.
Objetivos:
Construir o diagrama de fases da mistura clorofórmio e acetona e medir o
índice de refração da mistura.
Materiais:
- Sistema de destilação (Figura 4)
RESÍDUO
Destilado
6
Figura 5: Imagem ilustrativa do Refratômetro de Abbe utilizado no experimento
Procedimentos:
1ª Parte:
2ª Parte:
1 - Colocar 65 mL de clorofórmio no balão de destilação e destilar até que a
temperatura permaneça constante.
2 - Coletar 2 mL da solução destilada e desligar a manta de aquecimento.
3 - Após resfriar, coletar 2 mL da solução contida no frasco resíduo.
4 - Medir o índice de refração desta solução coletada e da solução destilada.
5 - Adicionar 5 mL de acetona ao balão de destilação e repetir os passos 1, 2, 3 e 4.
6 - Repetir o procedimento adicionando-se os volumes de acetona contidos na Tabela
2.
Tabela 2: volumes de clorofórmio e acetona a serem destilados
Clorofórmio / mL Acetona / mL
65 0
65 15
65 12,5
65 20
65 32,5
Bibliografia:
1 -http://pt.scribd.com/mariana_henrique_3/d/57259172-Relatorio-8
2 -Atkins, P. e de Paula, J., Físico-Química. 7a Ed., Vol 3, Livros Técnicos e Científicos
Editora, 2003.
3- C a n o b r e , S . C . Roteiro de Laboratório: Determinação do calor de
neutralização, Universidade Federal de Uberlândia, 2012
4-www.quimica.ufpb.br
5- http://www.fem.unicamp.br/~caram/capitulo9.pdf
Universidade Federal de Uberlândia
Instituto de Química
Disciplina: Físico-Química Experimental
Experimento 7: Determinação de volumes parciais molares
Fundamentos teóricos:
O conceito de propriedade parcial molar é relevante na análise de sistemas
homogêneos, pois a partir deste é possível determinar a variação de uma propriedade
com temperatura, pressão e a composição de outros componentes da mistura
constantes. É fácil visualizar o volume molar parcial de uma substância em uma
mistura. Este volume molar é definido pela variação do volume total da mistura quando
1
se adiciona 1 mol desta substância à um grande excesso da mistura.
É necessário ressaltar que, apesar de o volume parcial molar do componente A, VA,
se referir apenas ao componente A, tal volume expressa a influência das interações
entre A e os demais componentes da mistura. Isso significa que VA depende, além das
suas variáveis termodinâmicas, da natureza de todos os componentes da mistura. Isto
1
é válido também para as demais propriedades parciais molares.
Ao preparar uma solução, tendo temperatura e pressão constantes, de nA mols de
uma substância A e nB mols de uma substância B, o volume final da mistura, quando
ela for ideal, Vid, será a somatória entre os volumes de A e de B puros. Isto é, não
existe variação no volume (∆mist) em consequência da mistura.
∆mist = 0 Equação 1
Vid = nA x V°m, A + nB x V°m, B Equação 2
Objetivos:
Determinar os volumes parciais molares dos componentes de uma solução
binária constituída por etanol e água.
Materiais:
- álcool etílico absoluto PA
- água destilada
- 2 pipetas graduadas de 10 mL
- 2 bequeres de 250 mL
- 9 frascos de vidro com tampa cap. 100 mL
- 01 picnômetro de 10 mL
- pêra de borracha
- papel higiênico
- 01 termômetro de vidro escala -10/110 °C
- termostato
Procedimentos:
Bibliografia:
1- CHANG, Raymond. Físico Química para as ciências químicas e biológicas. 3ªed.São
Paulo: McGraw-Hill
2- ATKINS, Peter; PAULA, Julio de. Físico-Química. Vol. 1. Local: LTC, 2008
Universidade Federal de Uberlândia
Instituto de Química
Disciplina: Físico-Química Experimental
Experimento 8 : Determinação do ponto de congelamento
Fundamentos Teóricos:
As propriedades de elevação do ponto de ebulição (elevação ebulioscópica), o
abaixamento do ponto de congelamento (abaixamento crioscópico) e a pressão
osmótica, são provocadas pela presença de um soluto no solvente. Em soluções
diluídas, estas propriedades dependem exclusivamente do número de partículas do
soluto presente e não da natureza das partículas. Por isso, essas propriedades são
chamadas de propriedades coligativas ou coletivas (significa que “dependem do
conjunto” e não do indivíduo). 1
Procedimentos:
Monte um esquema experimental de acordo com a figura. O aparato consiste de
dois frascos cilíndricos arranjados de forma concêntrica e envoltos por uma jaqueta
refrigerante. O recipiente externo (jaqueta externa) que envolve os recipientes
concêntricos (frasco de congelamento + frasco cilíndrico) é preenchida com uma
mistura recentemente preparada de gelo moído e água e NaCl (técnico) que constitui a
mistura refrigerante, que quando na proporção de 23% de NaCl e 77% de H2O
ponderais é o ponto eutético da mistura que funde a –21,1°C.
O frasco cilíndrico,
que envolve o frasco de congelamento, é preenchido somente com etanol técnico para
que a transmissão de calor entre o frasco mais interno (solvente/solução) e o mais
externo (jaqueta refrigerante), seja o mais uniforme possível. No frasco de
congelamento(solvente/solução) serão colocados o solvente puro, num primeiro
momento e depois a solução, e o ponto de congelamento será medido nos dois casos.
O líquido tem que estar sendo homogeneizado (agitação mecânica ou magnética) para
um congelamento uniforme. A temperatura é medida de tempos em tempos através de
um termômetro (ou um termopar) enquanto o solvente/solução vai resfriando. Uma
curva de resfriamento (T) em função do tempo (t) pode ser construída. Esta curva
(figura abaixo) só pode ser bem construída quando a temperatura externa estiver bem
abaixo da temperatura ambiente em pelo menos –15 °C. Para isto a mistura
refrigerante deve ser muito eficiente, e a troca de calor entre a jaqueta refrigerante e o
ambiente deve ser evitado. O envolvimento em isopor é recomendado.
1- Coloque 15,00 ml de água pura com uma pipeta dentro do tubo interno de amostra.
2- Prepare a mistura refrigerante (gelo moído + água) dentro do frasco refrigerante
(jaqueta externa) (deixando um buraco cilíndrico para inserir a jaqueta interna isolante)
e envolva-o rapidamente com o isopor.
3- Na jaqueta interna isolante coloque pequena quantidade de etanol técnico (30-50 ml)
para atuar como isolante. Insira o tubo interno com a amostra (água). Quando a
temperatura da amostra atingir ~ 15 °C, inicie o processo de medida da temperatura da
amostra (água) em função do tempo de contato (60-60 seg.).
4- Determine, segundo os gráficos abaixo, a temperatura de congelamento da água
(T*).
5- Jogue fora toda a água congelada do tubo interno lavando com água destilada
através de uma pisseta.
6- Repita o procedimento adicionando no tubo interno uma solução contendo uma
quantidade precisa de 600 mg de NaCl dissolvida em 15,00 ml de água destilada,
obtendo- se o T1.
7- Uma segunda medida pode ser feita em seguida com uma nova solução contendo
900 mg de NaCl dissolvidos em 15,00 ml de água destilada, obtendo-se T’1. Os ∆T
podem ser então medidos e correlacionados com a molalidade da solução, de acordo
com ∆T = Kf.b, onde b é a concentração molal da solução em mols de soluto por
kilograma de solvente e Kf a constante crioscópica da água (= 1,86 K Kg mol-1). A partir
do Kf da água e de b calculado corretamente se obtém a massa molar do soluto
dissociado .
8- Compare os valores obtidos da massa molar de NaCl com a massa molar deste
composto.
Bibliografia:
1- ATKINS, P. e PAULA, J de. Físico- Química. 7 ª ed. Rio de Janeiro: LTC-
LivrosTécnicos e Científicos, v. 1, p. 180- 183, 2002.
2- CHANG, Raymond. Físico Química para as ciências químicas e biológicas. 3ªed.São
Paulo: McGraw-Hill, v. 1. p. 232-235, 2008.
Universidade Federal de Uberlândia
Instituto de Química
Disciplina: Físico-Química Experimental
Experimento 9: Adsorção do ácido acético em carvão ativado
Fundamentos Teóricos:
A adsorção é um fenômeno de caráter físico-químico no qual o componente em
uma fase líquida ou gasosa é deslocado para a interface de uma fase sólida. Os
componentes que ficam aderidos à superfície são chamados adsorbatos e, a fase
sólida que retém o adsorbato é chamada adsorvente. Quando as moléculas são
removidas a partir da superfície tem-se o nome de dessorção. A migração dos
componentes de uma fase para outra acontece devido a diferença existente entre as
concentrações, o seio do fluido e a interface do adsorvente. Em geral, utilizam-se
adsorventes cuja composição é feita de partículas que são empacotadas em um leito
fixo por onde atravessa a fase fluida de maneira contínua até que não haja mais
transferência de massa. Quanto maior for a superfície do adsorvente, maior será a
eficiência da adsorção, tendo em vista que o adsorbato concentra-se na interface do
adsorvente. Por essa razão, geralmente os adsorventes são sólidos com partículas
1
porosas.
Um adsorvente bastante utilizado é o carvão ativado. O carvão ativado é uma
variação do carbono tratado, poroso, de origem natural e de grande importância devido
às suas propriedades adsortivas. Elimina odores, mau gosto e substâncias orgânicas
adsorvidas. Sua enorme área superficial interna de 600 a 1.200 m²/g é a característica
física mais significativa. Esta área superficial interna é produzida por oxidação e o
material cabonáceo desenvolve uma rede porosa que retem a substância a ser
adsorvida. 2
Os compostos continuam adsorvidos na superfície do adsorvente pela ação de
diversos tipos de interações químicas como as Ligações de Hidrogênio, Interações
Dipolo-Dipolo e Forças de London ou Van der Waals.1
Existem duas maneiras de as moléculas e átomos se ligarem a uma superfície
sólida. Numa adsorção física o liga o adsorbato e o adsorvente são interações de Van
der Waals. Essas interações possuem longo alcance, mas são fracas, e a energia
liberada na adsorção de uma partícula é da mesma ordem de grandeza que a entalpia
de condensação. Essa energia pode ser absorvida como vibrações da rede do
adsorvente e dissipada como movimento térmico. Ao se deslocar sobre a superfície
adsorvente, a molécula perde energia e acaba por ser adsorvida. A este processo é
dado o nome de acomodação. Para medir a entalpia de adsorção física, basta
acompanhar a elevação da temperatura de uma amostra com capacidade calorífica
conhecida. Estes valores estão na faixa de 20 kJ mol -1. Essa variação de entalpia,
apesar de pequena, é suficiente para romper as ligações químicas, e por esse motivo
uma molécula adsorvida fisicamente retém sua identidade, mesmo podendo ser
deformada pela presença de campos de força da superfície. 3
As moléculas ou átomos, numa adsorção química, unem-se à superfície
adsorvente por ligações químicas, geralmente covalentes, e se acomodam em sítios
que são propícios a um número de coordenação máximo com o substrato. A entalpia de
adsorção está na faixa de 200 kJ mol -1 e a distância entre a superfície do adsorvente e
o átomo mais próximo do adsorbato é menor do que na adsorção física. Uma molécula
adsorvida quimicamente pode ser decomposta devido as forças de valência dos
átomos na superfície. É a existência de fragmentos moleculares adsorvidos que
3
responde, em parte, pelo efeito catalítico das superfícies sólidas.
A variação de θ com a pressão, a uma temperatura constante, é uma isoterma
de adsorção. Sendo que, θ= número de sítios .
Equação 1
Em que:
KF é a constante de Freundlich (mg g-1);
n é um parâmetro empírico;
A constante de Freundlich (KF) relaciona-se com a capacidade de adsorção, ea
constante n relaciona-se com a intensidade de adsorção. Valores de n na faixa 1< n
<10 indicam adsorção favorável. Em sua representação linear a Equação de Freundlich
assume a forma da equação 2.
Equação 2
O gráfico de lnQe em função de lnCe é uma reta com interseção igual a ln KFe
inclinação igual a 1/n.4
No presente experimento estudaremos as propriedades adsortivas do carvão
mineral e as isotermas de Langmuir e Freundlich.
Objetivos:
Determinar a isoterma de adsorção do ácido acético sobre a superfície de
carvãoativo e discutir quais fatores que podem influenciar na adsorção.
Materiais:
- Pipetas graduadas de 5 e 10 mL;
- 1 balão volumétrico de 250 mL e 5 de 100 mL;
- 1 erlenmeyer 125 mL;
- 1 bureta 25 mL;
- balança analítica;
- carvão ativo;
- 5 erlenmeyers de 250 ou 300 mL com rolha;
- funil de vidro;
- papel de filtro qualitativo de diâmetro 12,5 cm;
- suporte universal para filtração com argola;
- ácido acético 2 M.
- 500 mLNaOH 0,5 M com fator de correção = 1,005;
- fenolftaleína;
- etiquetas.
Procedimentos:
1 - Preparar de uma solução de 250 mL de ácido acético de 2 M.
2 – Padronizar uma alíquota de 5 mL empregando uma solução de NaOH.
3 – Repetir o procedimento 1 e 2 e calcular a médias dos valores encontrados.
4 – Preparar 100 mL de solução de ácido acético nas concentrações de 2,0; 0,7; 0,25;
0,1; 0,05 M.
5 - Pesar aproximadamente 2 g de carvão e transferir para cada um dos 5 frascos com
as concentrações de ácido acético e deixá-los em repouso por uma semana.
6 - Filtrar as soluções separando–as do carvão.
7 – Titular alíquotas das 5 soluções com a mesma solução de NaOH da semana
anterior.
8 - Anotar os volumes gastos de NaOH em cada titulação para posteriores cálculos.
Bibliografia:
1 - http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/10607/10607_4.PDF
2 - http://www.meiofiltrante.com.br/materias.asp?action=detalhe&id=254
3 –ATKINS, Peter. Físico-Química. Oitava Edição. Rio de Janeiro: LTC, 2008.329 –334
4 –PORPINO, Karla. BIOSSORÇÃO DE FERRO (II) POR CASCA DE CARANGUEJO.
Paraíba: UFPB, 2009. 93 p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-graduação em
Química, Departamento de Química, Centro de Ciências Exatas e da Natureza,
Universidade Federal da Paraíba, 2009.
Universidade Federal de Uberlândia
Instituto de Química
Disciplina: Físico-Química Experimental
Experimento 10 - DETERMINAÇÃO DA LEI DE VELOCIDADE DA REAÇÃO DO
CRISTAL-VIOLETA COM O HIDRÓXIDO DE SÓDIO
Fundamentos Teóricos:
O cristal violeta (cloreto de hexametilpararosanilina, Figura 1), um corante
do grupo dos trifenilmetanos, desde 1890, é de amplo uso na medicina e como corante
em processos industriais1. É um agente anti-séptico indicado para infecções, e bastante
comercializada em soluções aquosas nas concentrações de 1 a 2%.
Para exemplificar o trabalho de determinação da ordem de uma reação ou da
sua lei de velocidade, estudaremos a reação entre o cristal violeta e a hidroxila. Nesta
reação, um cátion de um sal orgânico reage com a hidroxila formando um álcool:
(1)
d cristal
K2 OH cristal
m
n
(2)
dt
d cristal
K cristal
n
(3)
dt
K K2 OH
m
(4)
A = d [cristal]
At
ln Kt
A0
ou
ln At Kt ln Ao (7)
Objetivos:
Determinar a Lei de Velocidade da reação do cristal violeta com o hidróxido de
sódio.
Materiais:
Procedimento
1- Prepare uma solução de cristal violeta tomando 10 mL da solução 0,030 g/L e dilua
para 100 mL. Meça a absorbância desta solução e calcule a constante espectroscópica
Kespec..
2- Prepare uma solução de cristal violeta tomando 10 mL da solução 0,030 g/L e dilua
para 50 ml. Prepare uma solução de NaOH tomando 4 mL da solução 0,10 mol L-1 e
dilua para 50 ml.
3- As duas soluções do item anterior serão misturadas para dar início à reação: coloque
primeiro uma das soluções em uma proveta e a outra em um erlenmeyer; misture
rapidamente as duas soluções no erlenmeyer, iniciando ao mesmo tempo a contagem
de tempo. Note que a concentração de cristal violeta no momento da mistura será a
mesma da solução do primeiro item deste procedimento, e, portanto a absorbância
medida naquele item é a absorbância Ao do início da reação.
4- Coloque um pouco da mistura na cubeta e meça absorbâncias em intervalos de 4
em 4 minutos a partir do início da contagem de tempo. Faça pelo menos 8 medidas.
5- Repita o procedimento a partir do segundo item, desta vez preparando uma solução
de NaOH duas vezes mais concentrada. Note que a absorbância Ao ainda é a mesma
medida no primeiro item, pois a concentração inicial de cristal violeta não mudou na
repetição.
- Se não forem obtidas retas, teste as expressões para n=2 e n=0, graficando
quantidades convenientes para obtenção de retas. Escolhida a expressão mais
adequada, calcule o valor de K através dos gráficos para os dois conjuntos de dados.
Haverá duas constantes K (K’ e K’’), correspondendo às duas concentrações de
hidroxila ([OH-]’ e [OH-]’’).
Fundamentos Teóricos
Fig. 1. Definição do ângulo de contato θ entre uma gota líquida e uma superfície
plana e horizontal. Nesta figura, γS e γLV são a energia de superfície do sólido e a
tensão superficial do líquido em equilíbrio com o vapor, respectivamente; γSL é a
energia da interface sólido – líquido.
Esta última equação é mais útil que a equação de Dupré, pois relaciona duas
grandezas determináveis com relativa facilidade e precisão, θ e a tensão superficial do
líquido γLV.
Quando θ = 0, cos θ = 1 e então
Wa = 2 γLV (1.5)
γ = γd + γp (1.6)
Parte Experimental:
Materiais:
Substratos sugeridos:
Vidro;
Teflon;
Polietileno;
Solventes sugeridos:
Água;
Etileno Glicol;
Dimetilsulfóxido;
N,N-Dimetilformamida;
Isopropanol (para limpeza).
Outros
Seringa;
Procedimento:
Referências:
[1] T. Rabockai em Físico-Química de Superfícies, Departamento de Assuntos
Científicos da Secretaria-Geral da Organização dos Estados Americanos, cap. 3, 1979.
[2] K-X. Ma, C-H Ho, F. Zhu, T-S. Chung, Thin Solid Films, 371, 140 (2000).
[3] P.J. Sell, A. W. Neumann, Angew. Chem. 78(6), 321 (1966).
[4] F. M. Fowkes, Ind. Eng. Chem. 56, 40 (1964).
[5] D. K. Owens, R. C. Wendt, J. Appl. Polym. Sci. 13, 1741 (1969).
[6] D. H. Kaelble, J. Adhes. 2, 50 (1970).