Você está na página 1de 72

Faculdade de Ciências de Educação e Saúde- FACES

Curso de Psicologia

Campos de Atuação e Investigação em Psicologia

RELATÓRIO DE LEVANTAMENTO DE NECESSIDADES E PLANO DE AÇÃO

Anne Elise Fortes – RA: 2090222/1

Júlia Graziela S. Lopes de Castro – RA: 2082082/3

Letícia Medeiros de Souza – RA: 2082092/8

Rafaela Felix de Sousa – RA: 2082112/7

Brasília
Junho de 2012.
RELATÓRIO DE LEVANTAMENTO DE NECESSIDADES E PLANO DE AÇÃO

Anne Elise Fortes – RA: 2090222/1

Júlia Graziela S. Lopes de Castro – RA: 2082082/3

Letícia Medeiros de Souza – RA: 2082092/8

Rafaela Felix de Sousa – RA: 2082112/7

Relatório de pesquisa apresentado


como uma das atividades
programadas pelas disciplinas
Campos de Atuação e Investigação
em Psicologia: Organizacional,
Social, Saúde, Escolar, do curso de
graduação em Psicologia do
UniCEUB – Centro Universitário
de Brasília, ministrada pelas
professoras Fabiana Queiroga,
Amália Raquel Perez, Valéria
Mori e Ingrid Raad.

Brasília
Junho de 2012.

2
Sumário
1. Introdução...........................................................................................................................4
1.1 A Alfabetização Natural...................................................................................................12
Visão Geral........................................................................................................................12
Conceito.............................................................................................................................13
Objetivos do Método..........................................................................................................13
Características Gerais.........................................................................................................14
Características específicas..................................................................................................14
2. Objetivos...............................................................................................................................15
2.1 Objetivo Geral..................................................................................................................15
2.1 Objetivos Específicos.......................................................................................................15
3. Contexto................................................................................................................................16
4. Instrumentos.........................................................................................................................18
5. Procedimentos......................................................................................................................19
6. Análise do Levantamento de Necessidades.........................................................................22
7. Plano de Ação.......................................................................................................................30
7.1 Justificativa do Plano de Ação..........................................................................................30
7.2 Objetivos Estratégicos que o Plano vai Atender...............................................................32
7.3 Recursos Materiais...........................................................................................................33
7.4 Custos...............................................................................................................................33
7.5 Prazo................................................................................................................................33
7.6 Matriz de Responsabilidade..............................................................................................33
7.7 Premissas..........................................................................................................................34
7.8 Tarefas ou Atividades do Plano de Ação..........................................................................34
TERMO DE RECEBIMENTO........................................................................................................37
8. Relatório de Devolução........................................................................................................38
9. Considerações Finais............................................................................................................42
10. Avaliação Individual do Trabalho.....................................................................................44
11. Referências..........................................................................................................................49
ANEXOS...................................................................................................................................54

3
1. Introdução

O presente trabalho é multidisciplinar e tem o intuito de levantar necessidades de

uma instituição apresentando um plano de ação envolvendo quatro campos dentro da

perspectiva psicológica, sendo esses campos Escolar, Organizacional, Saúde e Social

com a intenção de contribuir para a formação de psicólogos facilitando a observação de

um determinado ambiente, percebendo e analisando-o a partir desses campos.

Demo (1998), citado por Alves, Brasileiro e Brito (2004), define a

interdisciplinaridade como “[...] a arte do aprofundamento com sentido de abrangência,

para dar conta, ao mesmo tempo, da particularidade e da complexidade do real”. Dessa

forma, percebe-se que a interdisciplinaridade facilita a construção do conhecimento e ao

mesmo tempo torna-o mais completo, criando possibilidades para que o profissional

compreenda o ser humano de uma maneira mais ampla e em diferentes dimensões que

por uma única especialidade não seria possível.

A interdisciplinaridade deve respeitar cada campo do conhecimento,

distinguindo os pontos semelhantes e diferentes para estabelecer as conexões possíveis

entre as disciplinas. Cada área deve “ultrapassar sua área de formação e competência,

evidenciando seus próprios limites e buscando a contribuição de outras disciplinas”.

(Saupe & Budo, 2006)

Segundo Dacome (2000) uma das condições para por em prática o trabalho

interdisciplinar é definir os objetivos. Para isso deve-se conhecer previamente as

condições físicas e os recursos humanos para, posteriormente, criar estratégias que

conduzam à formulação dos objetivos que irão definir a função da instituição.

4
Ele comenta:

Isso implica direcionar as ações dentro de um contexto que se pretende

atingir, e que faz parte de uma estrutura mais ampla, isto é, de diretrizes

políticas, entendendo-as como um conjunto de ações que são reproduzidas e

ganham representação nas relações sociais (p.92). 

Dacome (2000) acredita que esse tipo de trabalho possui uma nova lógica, ele

observa “para se firmar não depende da exclusão dos resistentes; depende, sim, da

superação das resistências, para que esse mesmo profissional possa se integrar à

proposta.”

Cada campo da psicologia traz uma forma diferenciada de reflexão sobre os

fenômenos. Com essas diferenças será possível integrar os saberes de cada área,

tornando o olhar mais amplo e mais crítico sobre as necessidades da instituição. Dentro

disso faz-se necessário a explicação de cada área especifica deste trabalho.

A psicologia da saúde segundo Matarazzo (1980) citado por Teixeira e Leal

(1990) foi definida como a área disciplinar que diz respeito ao papel da Psicologia como

ciência e como profissão nos domínios da saúde e das medicinas comportamentais.

Desse modo, o conceito de Psicologia da Saúde unificou e tomou como referências 2

campos interdisciplinares que se situam na interface da Psicologia com a Medicina ,

contraposto ao modelo biomédico clássico, e centrando-se mais fortemente na pessoa

doente do que na doença propriamente dita. As condutas individuais, a personalidade, o

estilo relacional e outros aspectos psicológicos e psicossociais passaram a merecer a

atenção indispensável para a compreensão do adoecer e do estar doente, mas também

para a promoção da saúde e prevenção da doença.

5
A psicologia da saúde e a psicologia organizacional no âmbito do trabalho estão

envolvidas com a promoção da qualidade de vida e saúde mental. A saúde mental vai

além da cura de doenças ou prevenção. Ela traz esforços para que seja implementado

recursos que trazem como resultados melhores condições de saúde. (Heloani e Capitão,

2003)

A qualidade de vida do trabalhador é um tema que vem sendo estudado cada vez

mais na psicologia. Esse aspecto, principalmente nos trabalhadores de terceiro mundo,

vem se desgastando cada vez mais. Novas doenças vêm surgindo e seu aparecimento

está cada vez maior nos trabalhadores, como a LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e

Dort (Distúrbios osteomusculares).

Heloani e Capitão (2003) afirmam que “o trabalho como regulador social é

fundamental para a subjetividade humana, e essa condição mantém a vida do sujeito”.

(p. 106) Dessa forma, quando a produtividade exclui o sujeito podem surgir situações

ruins como: fragmentação dos laços afetivos, aumento do individualismo, sensação de

inutilidade, falta de prazer, demissão forçada, sensação de esvaziamento, dentre outros

aspectos. Sendo o trabalho uma esfera importante na vida de todos, é fundamental que

esse campo seja preservado, de forma que não adoeça o sujeito e que ele se sinta

satisfeito com o que produz em seu trabalho.

A promoção de saúde aparece como uma condição importante para a diminuição

do número de doenças e o aumento da satisfação no trabalho. A inserção de programas e

atividades que promovem saúde no trabalho, como exercícios de relaxamento para

diminuir o estresse, uma boa relação com o chefe e com os colegas de trabalho,

possibilitando níveis mais saudáveis do falar e do escutar, são exemplos de fatores que

podem trazer a promoção de saúde na instituição em questão.

6
A psicologia social, segundo a legislação do conselho Federal de psicologia

(1992), engloba uma visão do homem em uma perspectiva histórica considerando a

permanente integração entre sujeito e social. Tem como atribuição Promover estudos

sobre características psicossociais de grupos étnicos, religiosos, classes e segmentos

sociais nacionais, culturais, intra e interculturais; Em órgãos públicos ou particulares

propõe organizações de objetivos políticos ou comunitários, na elaboração e

implementação de programas de mudança de caráter social e técnico, em situações

planejadas ou não; Pesquisa, analisa e estuda variáveis psicológicas que influenciam o

comportamento.

Dentro desta perspectiva da psicologia social vale destacar seus enfoques de

estudos nas “áreas” de identidades , processos grupais, psicologia comunitária e

institucional que podem interferir no comportamento . “A psicologia social visa estudar

e tentar entender os problemas do sujeito com a sociedade a fim de favorecer um

entendimento e o bem estar social”. (Pallejá, p.764)Dentro do que foi dito vale ressaltar

a importância do contexto de trabalho no sentido grupal na instituição analisada.

Dito isso podemos dizer sobre a instituição visitada que é composta por um

grupo que de uma forma geral é caracterizada por vários autores como pessoas que

estão em um mesmo lugar ao mesmo tempo (Aronson & Akert). Para Lane & Freitas

(1997) citado por Martins (2003) não pode-se dizer que um grupo é apenas reunir

pessoas que compartilham normas e objetivos, significa compreender o grupo enquanto

relações e vínculos entre pessoas com necessidade individuais e ou interesses coletivos.

Que se formos analisar na perspectiva da instituição visitada todas compartilham de

normas e um objetivo em comum mas há entre os membros do grupo algumas

diferenças até no que diz respeito ao comprometimento com o trabalho.

7
Segundo Baró (1989) citado por Martins (2003) diz o próprio grupo ser uma

experiência histórica que constrói num determinado espaço e tempo, fruto das relações

que vão ocorrendo no cotidiano e ao mesmo tempo que traz para a experiência presente

vários aspectos gerais da sociedade. Quando estamos em um grupo, nós nos socializamos,

interagimos uns com os outros. Também segundo Baró (1989), a totalidade de um grupo

supõe alguns vínculos entre os indivíduos uma relação de interdependência que é a que

estabelece o caráter de estrutura e faz das pessoas membros de um grupo. Se pensarmos

no processo de grupo as relações grupais e de poder podem contribuir para um resgate

de objetivos. A relação entre o grupo da instituição foi um aspecto importante

observado pelas estudantes e se mostrou ao que podemos perceber com os relatos do

corpo institucional e observações feitas no local uma relação bem satisfatória uma vez

que relataram se relacionarem bem uns com os outros com ausência de conflitos.

Possuem interesses individuais mas todos prezam pelo bem estar na instituição.

O psicólogo escolar para essa mesma legislação (1992) diz que:

“O psicólogo escolar atua no âmbito da educação, nas instituições formais ou

informais. Colabora para a compreensão e para a mudança do comportamento

de educadores e educandos, no processo de ensino aprendizagem, nas relações

interpessoais e nos processos intrapessoais, referindo-se sempre as dimensões

política, econômica, social e cultural. Realiza pesquisa, diagnóstico e

intervenção psicopedagógica individual ou em grupo. Participa também da

elaboração de planos e políticas referentes ao Sistema Educacional, visando

promover a qualidade, a valorização e a democratização do ensino”.

8
(Contribuição do Conselho Federal de Psicologia ao Ministério do Trabalho,

1992).

Esse profissional vem atuando em sua maioria como clínico e tratado com

onipotência, com a função de “reajustar” os alunos que por algum motivo estariam

dando algum problema em sala de aula, como notas baixas e mau comportamento, e

devolve-los aos professores “ajustados” para obedecer às ordens e aprender o conteúdo

oferecido (Martins, 2003).

Reger (1989) afirma que o psicólogo na área escolar atuaria para ajudar a criar

programas que auxiliem os professores na educação dos alunos. Ele poderia tentar

ensinar outros profissionais da área educacional a tomar decisões coerentes e acertadas

referente a esses programas.

Já para Andaló (1993) o psicólogo escolar centralizaria sua visão nos alunos,

atuando sobre o contexto em que estão inseridos, considerando o meio social e atuando

na instituição escolar. O psicólogo terá condições de novas alternativas para trabalhar

estabelecendo relações dentro da instituição.

Martins (2000, 2003) propõe que na perspectiva institucional se apresenta a

abordagem multirreferencial como uma possível intervenção, compreendendo a

complexidade da instituição que está inserido, com o psicólogo intervindo no cotidiano

e criando situações para que as práticas sociais sejam ressignificadas, simplificando a

realidade para tentar controlá-la. O trabalho do psicólogo escolar seria de um

acompanhamento do cotidiano escolar através da escuta, criando situações coletivas

para construção de conhecimento, discutir os problemas vividos e buscar soluções para

tais.

Ainda na área escolar também é mostrado discussões sobre a quantidade de

9
tempo que os pais estão destinando a seus filhos. O modelo de família onde cabe ao

homem o sustento da casa está cada vez mais no passado. As mulheres estão no

mercado de trabalho e esse fator tem grande relação com as mudanças na estrutura

familiar, mas isso não garantiu que elas não tenham mais a maior parte das obrigações

em casa e com os filhos (Prestes, 2011).

A falta de políticas publicas que garantam a presença dos pais com os filhos no

ambiente familiar sem perca de renda é um fator que obriga os pais a encontrarem novas

soluções para o bem estar da criança. Temos como exemplo a licença maternidade que

antes eram de quatro meses e hoje em alguns estados são de seis meses, mas isso para

empregos formais quem trabalha informalmente não goza desse direito (Prestes, 2011).

Em um artigo de Sorj, Fontes e Machado (2007) as autoras citam que uma das

políticas públicas que tenta ajudar na conciliação entre trabalho e cuidado dos filhos é o

acesso a creches e pré-escolas para as crianças enquanto os pais estão no local de

trabalho. Apesar dessa opção é a família que decide como será feita essa organização, é

ela que pesa se será bom ou não para os cuidados da criança (Prestes, 2011).

Desde o ano de 1996 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional retirou

as creches e pré-escolas da assistência social e as colocou sob responsabilidade das

instituições educacionais ficando legitimadas como sendo de direito das crianças e das

famílias (Prestes, 2011). Como o ensino para crianças de zero a seis anos em creches e

pré-escolas é reconhecido formalmente, projetos adequados para essa faixa etária

podem ser criados e ter serviços psicoeducacionais para fazer uma articulação entre

desenvolvimento e aprendizagem (Prette, 2007).

No trabalho de Coombs e Ahmed (1974 citado por Arantes, 2008) é mostrada a

diferença entre educação formal, não-formal e informal onde a formal seria a de escolas
10
e com certificações, a não-formal seria o que se aprende através de cursos ou outros

profissionais - mas sem um certificado – e a informal é a que aprendemos por toda a

vida observando ou com outras pessoas nos transmitindo, seria o que aprendemos com a
vida. 

No local onde realizamos nosso trabalho é possível identificar esses três tipos de

educação. O mais significativo no caso seria a educação formal, pois quem trabalha lá

deve ter formação superior, principalmente as pedagogas que lidam com crianças a todo

o momento. Lá as pedagogas participam de cursos oferecidos pela instituição o que

pode ser considerado educação não-formal além de troca de informações pedagógicas

entre elas. E como a educação informal acontece sempre e em qualquer lugar lá não

poderia ser diferente, sempre há trocas de informações entre todos, que trabalham e

fazem uso do serviço.

O psicólogo organizacional, por sua vez, trabalha visando atuar nas relações de

trabalho nas organizações sociais formais ou informais, seja de maneira individual ou

em equipe multiprofissional, visando a compreensão, intervenção e desenvolvimento

das relações e dos processos intra e interpessoais, intra e intergrupais e suas articulações

com as dimensões política, econômica, social e cultural a partir de seus conhecimentos

em Psicologia (Contribuição do Conselho Federal de Psicologia ao Ministério do

Trabalho, 1992).

A ocorrência de transformações na sociedade alteraram a esfera do trabalho

afetando tanto os trabalhadores como as organizações, pois afetam as oportunidades de

emprego, as profissões, as condições, os meios e as relações de trabalho e

consequentemente o bem-estar físico e emocional do trabalhador. Com isso o

trabalhador tem que conviver com as demandas do próprio trabalho, a intensificação do

ritmo, a padronização, a ausência de significado do trabalho, a competição com os

outros trabalhadores pela produtividade, vigilância da chefia e dos próprios colegas

11
colocam o trabalhador em constante tensão, destruindo as possibilidades de um trabalho

prazeroso. Portanto a condição de trabalho e o contexto socioeconômico-social

desfavorável levam os trabalhadores a adotar a jornada dupla ou até tripla de trabalho.

Então nota-se que écada vez maior o número de trabalhadores insatisfeitos com o seu

emprego, com a organização que trabalham, com sua rotina, com a subaproveitamento

das suas potencialidades. Nesse contexto é de se esperar que o trabalhador adoeça, pois

esses fatores tem impacto direto sobre a saúde física e mental (Becker, 2011).

O bem-estar no trabalho é um constructo multidimensional integrado por três

componentes: satisfação no trabalho, envolvimento com trabalho e comprometimento

organizacional afetivo. Em que satisfação é o vinculo afetivo positivo com o trabalho

em que tem no seu aspecto especifico as satisfações que se obtêm nos relacionamentos

com as chefias e com os colegas de trabalho, as satisfações advindas do salário pago

pela empresa, das oportunidades de promoção ofertadas pela política de gestão da

empresa e das satisfações com as tarefas realizadas. Já o envolvimento com trabalho é

um estado de fluxo que ocorre em momentos em que o que sentimos, desejamos e

pensamos se harmonizam. E o comprometimento organizacional afetivo está ligado a

relação positiva do empregado com um empregador, a elevada identificação com os

objetivos da organização e o reconhecimento sobre o quanto é sua ligação com a

organização e que possa repercutir positivamente na vida do indivíduo (Siqueira &

Padovam, 2008)

Segundo Becker (2011) no Brasil os gastos com Saúde Pública no relacionados a

licença médica, à rotatividade de funcionários , a queda na produtividade e ao

absenteísmo no trabalho de empregados com registro em carteira chega a R$ 80 bilhões

representando 3,5% do PIB. Com isso utilizam um estudo sobre qualidade de vida para

transformar o ambiente de trabalho, em que procura resgata a humanização do ambiente

12
da instituição destacando o cargo, interações e políticas. Portanto visa um equilíbrio

entre trabalho e lazer para resultar em melhor qualidade de vida, sendo assim

diretamente associado a promoção de saúde do trabalhador.

A partir da explicação de cada campo de atuação do psicólogo pode se dar um

melhor entendimento ao trabalho proposto por estas quatro disciplinas. Além dessas

definições, será necessário explicar o método de alfabetização (Alfabetização Natural),

que é usado pela instituição desde a sua fundação. Todas essas noções colaboraram

significativamente para a compreensão das demandas com que nos deparamos ao

visitarmos a instituição.

1.1 A Alfabetização Natural

Visão Geral

A alfabetização natural é um método de ensino criado pela pedagoga Gilda

Rizzo e adotado pela instituição. Essa metodologia estimula a criança à leitura e a

escrita a partir das motivações naturais, potenciais e linguagem do aluno. É o aluno

quem escolhe o vocabulário, que imprime e da significado a todo o processo, sendo ele

o agente e o paciente de sua aprendizagem.

Essa metodologia é descrita em três fases distintas que se constituem por

características semelhantes durante o processo:

 Fase I, da pré-leitura: As palavras são escolhidas por votação. Com o

vocabulário que cresce a cada dia, formam-se frases e pequenos textos, que o

13
aluno compõe, incorporando, paralelamente, os valores das regras gramaticais

básicas.

 Fase II, da leitura real: quando o aluno demonstrar ser capaz de ler, com

compreensão, textos de no mínimo três linhas, demonstrando reconhecer

prontamente mais de 35 palavras, introduzem-se estímulos à analise fonética

estrutural.

 Fase III, de desenvolvimento rápido para a autonomia: a dinâmica do trabalho

propicia o desenvolvimento rápido e a autonomia na leitura e na escrita, através

de redescobertas das regras gramaticais básicas da nossa língua, baseando-se na

leitura e na análise de textos produzidos pelo próprio aluno e em material da

literatura infantil.

Conceito

O método de Alfabetização Natural consiste na aplicação de uma série de

estímulos, que visam à reprodução da sequencia natural, espontânea, da construção dos

esquemas de leitura de qualquer ser humano e que o levem a adquiria a leitura como

fonte de lazer e de informação e a dominar a escrita como meio de expressar o seu

pensamento.

Objetivos do Método

Esse método tem como objetivo o desenvolvimento pleno, integral e harmonioso

do indivíduo e emprega, como um dos meios para alcança-lo, o domínio gradativo e

prazeroso da leitura e da escrita, como elementos fortalecedores de sua auto-estima, de

sua segurança básica e facilitadores de sua inserção no meio social.

14
Características Gerais

As ciências físicas e sociais, os jogos e as artes plásticas, cênicas, musicais ou de

dança são integrantes de todo o processo de meios de expressão de ideias e de

conhecimento e devem gerar os motivos para a escrita e para a leitura. Esse método não

se dá no vazio social, ela é parte integrante da vida do grupo de alunos, com todas as

suas peculiaridades.

Características específicas

 A Alfabetização Natural como um processo de construção do conhecimento: O

ambiente escolar deve ser criativo e estimulador da livre expressão do conhecimento do

aluno, utilizar e estimular o desenvolvimento de suas estruturas linguísticas, produzindo

a gradativa e contínua construção, tanto dos esquemas básicos e naturais da leitura,

quanto do conhecimento do meio físico e social a seu redor, fonte geradora de

experiências, das ideias, dos significados, que o aluno constrói do mundo.

 A ilustração de textos pelo aluno deve ser amplamente estimulada para ampliar o

significado da língua escrita e ajudar a organizar a expressão do pensamento. O desenho

leva o aluno a analisar melhor os fatos de uma situação mais complexa dando tempo

suficiente para que ele organize melhor a forma de expressá-la, fazendo-o

primeiramente através da linguagem subjetiva e simbólica do desenho, mais espontânea

e mais adequada à sua forma de pensar a realidade, para depois traduzi-la em linguagem

escrita.

 O educador deverá ser um coordenador das motivações de seu grupo,

responsabilizando-se pela manutenção de um sistema democrático de convivência.

15
 Os jogos e atividades lúdicas são fatores de prevenção e manutenção da saúde mental do

indivíduo e do grupo, são elementos propulsores de todo o processo e são também

fatores de socialização.

2. Objetivos

2.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem como finalidade geral levantar necessidades de uma creche

particular, analisando por meio de observações e entrevistas estas necessidades e propor

um plano de ação que envolva estes quatro campos e atuação o social, escolar,

organizacional e saúde.

2.1 Objetivos Específicos

 Identificar as necessidades de atuação psicológica e problemáticas no contexto em

estudo;

 Definir e caracterizar os fenômenos psicossociais, educacionais, organizacionais e

da saúde;

 Elaborar um plano de ação a partir do levantamento das necessidades.

 Identificar as inter-relações dos quatro campos de atuação da Psicologia, em

questão, na análise dos fenômenos observados;

 Interpretar os fenômenos e processos psicológicos em sua diversidade conceitual e

suas inter-relações, nas quatro áreas da Psicologia em questão;

16
3. Contexto

A instituição oferece cuidados básicos e atividades de estimulação e recreação às

crianças em condições que favoreçam todos os aspectos de seu desenvolvimento. O seu

funcionamento é coordenado por uma equipe interdisciplinar, composta por pedagogos,

psicólogos, pediatra, nutricionista, auxiliar de enfermagem, recreadores, educadores e

equipe de apoio, todos especializados e treinados, com o objetivo de oferecer um bem-

estar às crianças. Atualmente trabalham no local 130 funcionários.

Funciona de segunda-feira a sexta-feira e pode acolher as crianças em meio

período ou em período integral de acordo com as necessidades da família e a

disponibilidade das salas de aula. Sendo o meio período na parte da manhã de 7h30m as

13h30min, e o período da tarde de 13h30min as 19h30min. E no período integral o

atendimento é de 7h30min as 19h.

A Instituição fará 28 anos no mês de julho. Foi pensada para atender os filhos

dos funcionários do Ministério das Relações Exteriores. O atendimento era para

crianças com a faixa etária de 4 meses a 4 anos de idade. Logo no começo da creche o

foco maior era voltado para a parte de psicologia, eram várias psicólogas atuando na

observação, no acompanhamento, no atendimento aos pais e também fazendo

supervisão com as educadoras, era voltado para estudos e bem estar da criança.

Há mais de 20 anos atrás o modelo de creche que se tinha era para trabalhadoras

de fábricas que deixavam seus filhos numa espécie de depósito, assim o bebê ficava em

um canto todo embrulhado sem chances de contato com o externo, nada acontecia com

ele. Júlia Passarini trouxe essa outra visão da criança ficar com os membros mais livres

pra poder se movimentar e ter essa relação com o cuidador, pensando em tudo isso foi

idealizado o método natural, onde a criança naturalmente vai estar se desenvolvendo.

17
Há anos atrás a psicóloga Júlia Passarini, por todo embasamento teórico de

atendimento as crianças, trouxe esse modelo de instituição lá da França, ela morou lá

muitos anos e toda sua formação é de lá. Quando foi convidada para montar essa creche

ela já veio com essa idéia, pois já convivia com esse desenvolvimento que as crianças

tinham de estar convivendo com outras mais velhas e toda essa estimulação que isso

proporciona.

Idealizou-se o método natural junto com a psicanálise freudiana, é um trabalho

que é bem feito, as crianças saem bem estruturadas, pois o método favorece a

criatividade, a linguagem, o questionamento e a fala. Não é como o método antigo onde

quem detinha o poder da palavra era apenas o professor, no método natural há a troca,

os adultos também podem aprender com as crianças. É possível identificar um choro, o

cuidador tem que ter um olhar de observação, um olhar diferenciado. Tudo isso faz

parte da filosofia da creche, a criança explorar, ter uma relação com o amigo, a criança é

respeitada de acordo com seu ritmo e com suas necessidades.

Há mais de 25 anos atrás qualquer pessoa poderia trabalhar numa creche, pois

quem tomava conta e direcionava era o Ministério da Saúde. De um tempo para cá essa

responsabilidade passou para a Secretaria de Educação, então já são outras exigências.

Quem trabalha com a educação infantil tem que ser formada com curso superior em

pedagogia. O AV significa “Agrupamento Vertical”, é onde se faz a mistura das faixas

etárias. O “Agrupamento Vertical 1” recebe uma faixa etária de 4 meses a 2 anos de

idade, o “Agrupamento Vertical 2” são com crianças de 2 a 3 anos e o “Agrupamento

Vertical 3” recebe crianças na faixa etária de 3 a 4 anos.

Sua visão é de manter-se como instituição de referencia em Educação Infantil.

Tem como missão contribuir no processo de aprendizagem de crianças de quatro meses

a seis anos, através do Método Natural, tendo como objetivo o desenvolvimento pleno,

18
integral e harmonioso da criança empregando o domínio gradativo e prazeroso do

conhecimento, como elemento fortalecedor de sua autoestima e segurança efetiva

básica, facilitando sua inserção no meio social.

A organização do espaço é constituída por sala da direção, secretaria, sala de

reunião, sala da equipe pedagógica, sala da documentação escolar, 10 salas de creche

com banheiros, 04 salas pré-escola com banheiros, sala de recursos e apoio, banheiros

na recepção, banheiros para professores, cozinha e lactário, dispensa de alimentos,

lavanderia, pátio aberto, refeitório, biblioteca, laboratório de informática, salão de

multi-uso (desenhos, pinturas, etc.), sala de artes, dispensas de materiais gerais, mini

campo de futebol, piscina aquecida e estacionamento.

As atividades oferecidas para todos os agrupamentos e para a pré-escola são

recreação livre ou atividades pedagógicas ao ar livre ou em sala, refeições (lanche pela

manhã, almoço, lanche da tarde e jantar), higienização pessoal, hora do sono. O que

diferencia as atividades é na pré-escola quando são oferecidas atividades na horta,

natação, ballet, capoeira, oficina de nutrição e judô.

4. Instrumentos

As técnicas de operacionalização do conhecimento de campo foram observações

na parte física da instituição, no trabalho dos funcionários e da rotina das pedagogas em

sala de aula e entrevistas estruturadas e semi-estruturadas com duas pedagogas, uma

coordenadora, uma diretora e 6 pais.

19
5. Procedimentos

A opção de fazer o trabalho de campo na Instituição se deu por ser um local de

fácil acesso para as participantes, por ser um local agradável para fazer o trabalho, por

termos uma primeira impressão de que a instituição acolhe completamente seus clientes

e funcionários e, dessa forma, despertou curiosidade em relação ao seu funcionamento e

também se apresentava como um desafio para as integrantes do grupo, pois a instituição

se mostrava perfeita em todos os aspectos. Logo no primeiro contato com a instituição

foi a ida no local, lá nós conversamos com uma das psicólogas para ver se havia a

disponibilidade de fazer o trabalho na instituição, ela conversou com a diretora e não

houve problemas para a realização do trabalho. Sempre que íamos à instituição fomos

recebidas pelas psicólogas, tudo o que íamos fazer tinha que passar por elas primeiro

por uma determinação da coordenação e para elas poderem nos colocar dentro da

creche, já que lá só entra quem é cadastrado e nós não tínhamos esse cadastro.

Foram realizadas 7 (sete) visitas, em que foi possível observar o funcionamento

da instituição, conhecer a creche e a estrutura física, observar um pouco da realização

do trabalho das pedagogas e fazer as entrevistas necessárias. As entrevistas tiveram

como base perguntas norteadoras com o objetivo de compreender como se dá o trabalho

de cada profissional e como eles vêem seu trabalho, a história do local e a opinião deles

sobre a instituição, as entrevistas duraram em torno de 1h (uma hora).

Na primeira visita uma das psicólogas nos apresentou o local, explicando

basicamente sobre a metodologia utilizada e como as turmas eram divididas. Também

nos esclareceu algumas normas que deveriam ser seguidas na creche, como não ter

contato com nenhuma criança. Ela nos explicou sobre a importância do cardápio e sobre

algumas atividades oferecidas para as crianças.

20
Na segunda visita observamos o trabalho das pedagogas com as crianças

brincando, ouvindo histórias, levando as crianças para o banho e posteriormente

observamos a hora do almoço. Conversamos informalmente com algumas pedagogas

sobre a rotina das crianças e de seu trabalho e algumas atividades que elas desenvolvem

nos diferentes agrupamentos.

Na terceira visita fizemos entrevistas com três profissionais que trabalham na

creche. Uma pedagoga, a coordenadora das pedagogas e a diretora da creche. As

entrevistas ocorreram na própria creche com duração de 30 a 40 minutos. Com a

diretora ficamos sabendo mais da fundação e de acontecimentos passados, ela está

presente desde que a creche abriu suas portas.

Na quarta visita foram feitas entrevistas com uma pedagoga e com uma

secretária. A secretária mostrou-se muito satisfeita com os trabalhos que desenvolve. A

pedagoga trabalhou na instituição por 6 anos, depois saiu porque achou outra escola

com o salário melhor, mas acabou voltando para a creche por acha-la mais maleável.

Ela nos contou que a instituição tenta incentivar os funcionários, para isso faz uso e

premiações como, por exemplo, por assiduidade no trabalho. A escola também oferece

cursos para os profissionais para que se aprimorem. Na realidade as duas entrevistadas

mostraram-se muito satisfeitas com o trabalho que fazem na creche, mas reclamaram do

salário que a instituição paga aos funcionários.

Na quinta visita fomos a instituição para conversarmos com mais pedagogas

sobre os atestados médicos que, segundo a diretora pedagógica, há um número alto de

atestados das pedagogas. Uma das pedagogas relatou que o estresse é comum devido a

grande responsabilidade na creche, ela afirma que são muitas crianças para poucas

pedagogas e que além de fazerem planejamentos precisam anotar tudo e como acontece

21
com cada criança em suas agendas. Então, ela acredita que os atestados na verdade são

devido ao estresse, mas que as pedagogas dizem serem outros fatores porque “fica

ruim” para elas dizerem que estão estressadas por causa das crianças.

Na sexta visita uma parte do grupo entrou na creche para observações e

conversas informais com os funcionários. A outra parte ficou do lado de fora fazendo

abordagens com pais e perguntando pontos positivos e negativos sobre a instituição, no

ponto de vista deles. O que de mais positivo se destacou nas falas dos pais foi a parte

nutricional da creche. Já os pontos negativos foram mais variados, como o

estacionamento pequeno e a alta rotatividade das pedagogas.

Na sétima e última visita voltamos à instituição para entregarmos o plano de

ação. Primeiramente, colocamos os pontos positivos da creche e que deveriam ser

mantidos. Depois expomos as propostas que fizemos de acordo com o plano de ação. A

psicóloga ouviu atentamente e expos sua opinião sobre o nosso trabalho, ela gostou das

nossas propostas e disse que iria expor para a equipe de trabalho, pois nossa visão

também é importante para a instituição. Nos despedimos agradecendo a atenção e a

oportunidade dada na realização do trabalho.

22
6. Análise do Levantamento de Necessidades

Diante do que foi observado nas visitas e nas entrevistas com os profissionais,

foi possível descrever alguns fenômenos:

Absenteísmo. Segundo Chiavenato (1994) citado por Silva e Marziale (2000), o

absenteísmo é quando o funcionário não comparece ao seu local de trabalho, sendo que

o motivo não é por desemprego, doença ou licença legal.

O absenteísmo das pedagogas é um aspecto importante a ser considerado, já que

o número de atestados, segundo as dirigentes, é alto (a despeito deste número

objetivamente não ter sido apresentado e passível de ser comparado com sua categoria

profissional). Segundo Alexandre (1987), Couto (1987), Chiavenato, (1994) e Alves

(1995), citados por Silva e Marziale (2000), o motivo do absenteísmo nem sempre está

no trabalhador, mas no local de trabalho, pela “repetitividade de tarefas, desmotivação e

desestímulo, das condições desfavoráveis de ambiente e de trabalho, da precária

integração entre os empregados e a organização e dos impactos psicológicos de uma

direção deficiente, que não visa uma política prevencionista e humanista” (p.45). As

condições de trabalho das pedagogas implicam em jornadas com super-lotação de

atividades, em que elas ficam, do início ao fim de seu turno dentro das salas de aula

trabalhando com as crianças, ao mesmo tempo anotando todos os aspectos relacionados

à crianças para levar até os pais, além de ter que desenvolver planos de atividade para

trabalhar com elas.

Penatti, Zago e Quelhas afirmam que as causas do absenteísmo podem estar

ligadas a vários fatores, sociais, de saúde, gestão de pessoas, tornando esse aspecto

23
difícil de ser estuda e gerenciado. Esses autores afirmam ainda que “seu efeito é

negativo, onde a ausência dos trabalhadores diminui a produção, reflete nos indicadores

de qualidade de forma negativa e como conseqüência repercute diretamente na

economia”. (p.2)

Chiavenato (2004), citado por Aguiar e Oliveira (2009), alerta um importante

aspecto referente ao absenteísmo. Ele cita a ausência mental do trabalho como um fator

responsável pela baixa produção no trabalho. Mesmo que o sujeito esteja fisicamente

presente no ambiente de trabalho ele pode estar disperso devido a ausência mental. Essa

ausência é uma atitude para fugir do ambiente de trabalho desagradável. “O

absenteísmo mental prejudica o trabalho tanto quanto o absenteísmo físico.” (p. 97)

O ambiente de trabalho gera estresse, pois há pressão para que o trabalho seja

desenvolvido em tempo hábil e de forma eficiente. Além disso, o trabalho, segundo as

pedagogas, é exigente sendo que há poucas pedagogas em sala para um número alto de

crianças. Algumas tarefas exigem detalhamento em suas descrições, como por exemplo,

fazer todas as anotações nas agendas referentes a cada criança. E essas pedagogas

relatam, ainda, que não há um espaço nem tempo separados para que elas possam fazer

os planejamentos das aulas.

Aguiar e Oliveira (2009) ao discutirem sobre o estresse afirmam que

“quando o funcionário se sente pressionado a atingir as metas

propostas pela organização e não consegue, o estresse aumenta e a

frustração daquele funcionário com o trabalho também aumenta,

podendo gerar faltas e conseqüentemente o aumento do índice de

absenteísmo.” (p.99)

24
Alguns fatores que contribuem ou diminuem o absenteísmo:

Contrato psicológico – Um fator que contribui para o absenteísmo é o contrato

psicológico. Esse contrato, segundo Wetzel (2001), é não formal e ocorre “pela

percepção do empregado entre a organização e o funcionário, referente às promessas de

direitos e obrigações de cada uma das partes.” (p. 218). São as crenças e expectativas

que um funcionário tem sobre as condições de um acordo. A quebra do contrato

psicológico pode trazer consequências como a diminuição do desempenho

organizacional bem como o aumento do absenteísmo.

Jornada de trabalho – há uma correlação direta do número de horas de trabalho

com problemas como doenças e absenteísmo. Uma opção para solução desse problema

seria o de horas flexíveis de trabalho, o próprio profissional escolheria as horas de

trabalho desde que seja cumprida a carga horária da semana ou do mês (Ribeiro, Silva e

Medeiros, 2005).

Descanso – é necessário que haja uma pausa no trabalho para que não se acentue

a fadiga (Ribeiro, Silva e Medeiros, 2005).

A organização do trabalho – fazer tarefas variadas diminui o cansaço e traz um

enriquecimento do trabalho. É importante que o funcionário organize o seu trabalho de

acordo com o que ele é capaz de fazer e no momento apropriado para ele, isso ajuda

num equilíbrio psicossomático (Ribeiro, Silva e Medeiros, 2005).

Fazer um levantamento – saber as causas de faltas entre os funcionários para

saber qual a demanda necessária que deve ser atendida (McDonald e Shaver citado em

Nascimento, 2003).

25
Realizar exames periódicos de saúde – a maioria das faltas são justificadas por

problemas de saúde (McDonald e Shaver citado em Nascimento, 2003).

Divisão do trabalho – fazendo com que um profissional não fique

sobrecarregado de tarefas (Aguiar e Oliveira, 2010).

Sobrecarga – De acordo com Lautert (1999), um motivo que pode contribuir

para a percepção da sobrecarga é o acúmulo de funções, que são desenvolvidas ao longo

do trabalho. A sobrecarga é definida por Mariano e Muniz (2006) como “uma jornada

intensa de trabalho, e a exigência de se realizar várias atividades simultaneamente” (p.

87).

Aspectos negativos:

 Rotatividade;

Diante das demandas observadas pelo grupo na instituição cabe explicar sobre

cada ponto negativo que tivemos acesso, dentre eles a rotatividade que se apresenta em

taxas muito altas por parte das pedagogas. Rotatividade definida por Chiavenato

(2004,p 87) como sendo o fluxo de entrada e saída de pessoas de uma organização ou

seja , entradas para compensarem saídas das pessoas das organizações. O fluxo de

entrada refere-se às admissões e fluxo de saídas desligamentos (demissões ou

aposentadorias). Desligamentos estes podem ocorrer por iniciativas do empregado ou da

empresa. Quando ocorrem por iniciativa do trabalhador esta amparada em dois pontos:

1) por insatisfação do funcionário com o trabalho e com o ambiente e trabalho e 2) por

alternativas mais atrativas no mercado de trabalho.

Para Chiavenato (1999) citado por Alves e Ozaki (2009), as causas da

rotatividade não é uma causa e sim o efeito de variáveis internas e externas. Dentre as

26
variáveis externas considera-se a oferta e a procura por mercado de trabalho, a

conjuntura econômica e as oportunidade de emprego. Dentre as internas considera-se as

remunerações oferecida, o estilo gerencial, a oportunidade de crescimento,os desenhos

de cargos, relações interpessoais e condições físicas e psicológicas do trabalho entre

outras. Os fatores comumente citados como causa da rotatividade são: inexistência de

política salarial e benefícios, impossibilidade de crescimento, condições físicas e

ambientais inadequadas no trabalho, entre outras. Mezomo apud Souza (2003, p.18)

citado por Alves e Osaki (2009) relaciona o desligamento principalmente com

remuneração, condições de trabalho impróprias e inseguras, seleção e treinamento

insuficientes, supervisão inadequada, falta de oportunidade para o empregado,

relacionamento interno e falta de valorização das pessoas.

A rotatividade traz conseqüências positivas e negativas para a organização

segundo Chiavenato (2007) citado por Alves e Osaki (2009). Dentre os pontos

negativos destaca-se o custo para recrutamento e seleção, custo de registro, custo de

treinamento e isso implicaria na produtividade.

Num intuito de tentar explicá-la Gonzaga (1998) tenta explicar porque a alta

rotatividade de mão de obra contribui para explicar a baixa qualidade do emprego no

Brasil. Uma alta rotatividade ao prejudicar o investimento em treinamento, impede o

aumento da produtividade. Alguns argumentam que a alta rotatividade pode estar

refletindo uma alta flexibilidade alocativa que poderia até ser saudável do ponto de vista

da eficiência produtiva, uma vez que a economia do Brasil passa por mudanças.

No caso da instituição observada pelo grupo já se vê a rotatividade de forma

diferente também citada por Gonzaga (1998), que seria um baixo investimento na área

de treinamentos dos trabalhadores e também um baixo nível de comprometimento com

27
a empresa( aqui no caso a creche). A rotatividade engloba vários elementos, por

exemplo, a alta rotatividade implica em pouco incentivo de treinamento, o que

desemboca em pouco aumento da produtividade e perpetuação de uma baixa de salários

que fora também uma reclamação que esteve presente por parte de funcionarias da

instituição. A alta rotatividade incentiva a informalização da relação de trabalho e

portanto, o pouco grau de compromisso entre empresa e empregado. Conclui-se que alta

rotatividade gera mais informalização.

 Falta de atividades que proporcionem relaxamento;

O corpo responde com tensão muscular a momentos e pensamentos que

provocam ansiedade, para a redução da tensão fisiológica é recomendado práticas de

relaxamento (Jacobson, 1929 citado por Davis, Eshelman e McKay, 1996). Pelo método

de relaxamento foram obtidos resultados que favorece contra gagueira, dores no

pescoço e nas costas, elevada pressão sanguínea, ansiedade, fadiga, algumas fobias

insônia, depressão, espasmos musculares, tensão muscular e intestino irritável (Davis,

Eshelman e McKay, 1996).

 Grande demanda de alunos para cada pedagoga;

Conforme o recomendado por Barros (1998) o número de crianças, com 2 anos,

é de no máximo 5 por pedagogo e com 3 anos são 7 crianças.

 Falta de sala exclusiva para professores e secretaria exposta para lidar com as finanças

da instituição;

Esses dois pontos ressaltados acima podem ser relacionados com o clima

organizacional, que é descrito por Siqueira (2008) como “apenas o que é percebido pelo

28
empregado sobre características da organização”. Esse conceito envolve 5 tópicos:

apoio da chefia, recompensa, controle/ pressão, coesão entre colegas e conforto físico.

A falta de sala exclusiva para professores e a secretaria exposta para lidar com as

finanças da instituição estão relacionadas com o conforto físico, que é definido como o

ambiente físico, segurança e conforto proporcionados pela empresa aos empregados.

(Siqueira, 2008)

Conforme a Resolução nº 1, de 10 de Março de 2011, Art. 6º, os espaços

internos devem atender às funções da unidade educacional devendo ter espaço para

recepção, salas para serviços administrativos e pedagógicos e salas para os professores.

 As pedagogas ganham pouco pelo currículo que têm.

O salário é um aspecto que está relacionado com a satisfação no trabalho. Para

que o empregado esteja satisfeito com o seu salário ele deve estar contentado com “o

que recebe como salário se comparado com o quanto o individuo trabalha, com sua

capacidade profissional, com o custo de vida e com os esforços feitos na realização do

trabalho.” (Siqueira, 2008)

Nesse caso, as pedagogas não estão satisfeitas com o salário, pois relatam que

este é insuficiente para o tanto de tarefas que cumprem e para o custo de vida.

Aspectos positivos

 Variedade de profissionais a disposição das crianças;

 Segurança na creche;

 Espaço físico;

 Alimentação Saudável para as crianças;

 Variedade de brinquedos infantis;

29
 Ambiente limpo;

 Método utilizado pela creche

30
7. Plano de Ação

7.1 Justificativa do Plano de Ação

A equipe de universitárias de Psicologia visitou a instituição que trabalha com

crianças de 4 meses a 6 anos a fim de fazer um levantamento de necessidades da área de

Psicologia, levando em consideração os seguintes campos de atuação: Psicologia

Organizacional, Psicologia Escolar, Psicologia da Saúde e Psicologia Social.

Foram observados alguns pontos positivos da instituição que merecem destaque

e que achamos que devem ser preservados. Percebe-se que a instituição conta com

profissionais preparados que procuram se especializar na área de pedagogia, fazendo

cursos específicos para lidar com as crianças. Esses profissionais preocupam-se com a

singularidade das crianças, com seu desenvolvimento integral, respeitando seus aspectos

físicos, psicológicos, intelectual e social, valorizando a participação da família,

conforme a LEI nº 9394, de 20 de Dezembro de 1996, Art. 29. A creche conta com

profissionais conscientes da importância do seu trabalho realizando-o com qualidade

dentro da função que lhes compete. A instituição conta com uma variedade significativa

de profissionais presentes dentro do corpo profissional a serviço das crianças. Há a

preocupação com a segurança na creche, com vigilantes, grades e sistema de

identificação por digital, o espaço físico, que é limpo, arejado e arborizado, a

alimentação saudável e variada, que foi o ponto mais elogiado pelos pais das crianças, a

variedade de brinquedos disponíveis para as crianças, além da escolha dos brinquedos

pela faixa etária. E por último, o método te alfabetização utilizado pela creche, por

valorizar a imaginação e autonomia da criança.

Após a análise das entrevistas com profissionais e pais, das observações e das

conversas informais, pode-se pontuar os seguintes aspectos:

31
Falta de espaço reservado para planejamento. A sala de reuniões é o único

espaço e não está na rotina de atividades da escola como espaço destinado ao

planejamento das pedagogas. Sugere-se: criação ou reserva de uma sala destinada às

pedagogas para que possam colocar em ordem os planejamentos das aulas, anotações

importantes. Dessa forma, a criação deste espaço pode aumentar a qualidade do serviço

desenvolvido e também o aumento da satisfação no trabalho.

Falta de tempo para atividades pedagógicas. Sugere-se: incluir na rotina horas

semanais reservadas para o planejamento de atividades. Este planejamento deve

acontecer em tempo e espaço reservado. No momento em que as pedagogas ficam nas

salas, precisam manter a atenção e cuidado. Então, acabam não planejando com eficácia

ou fazem o planejamento depois do expediente.

Diminuição do número das crianças por sala. Segundo o pediatra Barros (1998),

o número de crianças por sala é de no máximo 7 por pedagoga. Sugerimos a

diminuição do número de crianças por pedagoga para que não haja sobrecarga e para

que as pedagogas possam se dedicar mais as crianças dando atenção individualizada

com mais qualidade.

Foi percebido, nas observações, como o trabalho da Creche poderia ser

enriquecido com o apoio de outras instituições que lhe ofereceriam trabalhos

voluntários em diferentes áreas, como na Psicologia e na Educação Física. Tais

trabalhos, sob a orientação de profissionais da creche, poderiam auxiliar no crescimento

do que é realizado em diferentes áreas da instituição, aumentando o atendimento aos

alunos.

Para que tal requisito seja suprido, sugerimos à instituição a busca de parcerias

com universidades para possibilitar a abertura de estágios e projetos de extensão

32
para os alunos do ensino superior das áreas de Psicologia, Educação Física,

Enfermagem e Nutrição. Desta forma, não só a Escola seria favorecida, mas também

as próprias universidades parcerias, com a oportunidade de oferecer aos seus alunos

estágios direcionados para o início de suas práticas profissionais.

Uma sugestão que se aplicaria à atuação dos estagiários de psicologia se ligaria à

aplicação de dinâmicas de grupo com estratégias que propiciam crescimento grupal,

bom relacionamento entre os empregados, aprender a lidar com feed backs negativos, e

outras questões conforme a necessidade. Também poderá realizar a aplicação de testes

infantis e desenvolver atividades que contribuam para o desenvolvimento de crianças

com dificuldade psíquica.

Por último, sugerimos uma medida administrativa que dificulta o

comportamento de ausência diminuindo o número de absenteísmo: pode ser

adicionado um bônus que sugerimos equivalente a um salário, que pode ser dado

através de uma premiação para os profissionais que se empenharam durante o ano.

Foram encontradas algumas dificuldades no decorrer das visitas para a coleta de

informações sobre a creche, tais como conseguir o número de atestados retirados por

ano pelas pedagogas, não ter acesso ao organograma e políticas públicas da instituição e

não conseguir outras informações por meio de entrevistas. Essas dificuldades criaram

limitações nas informações do trabalho.

7.2 Objetivos Estratégicos que o Plano vai Atender

Promover melhores condições de trabalho do corpo institucional da creche para

seu melhor funcionamento.

33
7.3 Recursos Materiais

Para que as intervenções sugeridas sejam executadas é necessário que a escola

disponibilize para as pedagogas uma sala reservada com mesa, cadeiras e armários.

Como as demais atividades propostas dependem do profissional responsável por cada

grupo de estagiários, os recursos materiais necessários dependeram das atividades a

serem realizadas por esse profissional.

7.4 Custos
Com exceção dos gastos feitos com a montagem da sala das pedagogas, a

instituição não terá outros gastos. Como a participação dos estagiários está ligada a

uma possível parceria com alguma instituição de ensino superior, ao com algum projeto

de extensão, os custos não dependeram da instituição por se tratar de serviços

voluntários.

7.5 Prazo
O quanto antes as ações forem efetivadas, melhor seria o resultado. Tendo início

já no segundo semestre de 2012, com uma continuidade e adaptações ao longo dos anos.

7.6 Matriz de Responsabilidade

A busca por instituições de ensino que formem parcerias depende do esforço do

corpo institucional em realizar os contatos com as possíveis instituições parceiras. Os

profissionais ficarão responsáveis pela orientação e conduzir a prática de seus

estagiários.

A direção terá a função de dividir o tempo das pedagogas para que elas possam

fazer o planejamento de suas atividades.

34
7.7 Premissas

A eficácia da proposta dependerá da efetiva participação de todos os

profissionais e da direção como um todo. A fim de promover as habilidades dos

profissionais da instituição, motiva-los ao trabalho e atingir o objetivo de aperfeiçoar

continuamente a atuação destes.

7.8 Tarefas ou Atividades do Plano de Ação

As atividades propostas que podem ser esquematizadas são:

Sala exclusiva para as pedagogas:

Objetivos: Ter um local para que as pedagogas possam se organizar, reunir para

planejar suas atividades, anotações importantes e também para guardar seus pertences.

Frequência: Diária.

Organização:

 A organização da sala e divisão do espaço será conduzido pelas próprias

pedagogas.

 Disponibilizar uma sala com mesa, cadeiras e armários para a organização do

espaço.

Tempo exclusivo para planejamento das atividades pedagógicas:

Objetivos: Incluir na rotina de trabalho horas semanais reservadas para o planejamento

das atividades na instituição, bem como proporcionar exclusividade para essa tarefa,

evitando que as pedagogas levem esse tipo de atividade para casa.

35
Frequência: Conforme a necessidade de cada pedagoga.

Diminuição de crianças por pedagoga:

Objetivos: Diminuir a quantidade de crianças, com o número máximo de 7 (sete)

crianças. Assim, as crianças poderão receber mais atenção.

Frequência: Diária.

Organização:

 Ter profissionais em sala que seja compatível com o número de crianças.

Parcerias com Universidades:

Objetivo: Contribuir com o trabalho dos profissionais da instituição dentro de suas

áreas de atuação, bem como possibilitar a qualificação na formação de novos

profissionais.

Organização:

 Verificar quais universidades se dispõe para fazer parcerias.

 Mobilizar e recrutar os alunos que se interessem por trabalho voluntário.

 Estabelecer dias e horários disponíveis para ambas as partes.

 Disponibilização de algum funcionário, dentro da área específica, para ensinar e

monitorar o estudante voluntário.

Bônus equivalente a um salário:

36
Objetivo: Bonificação dada para dificultar o comportamento de se ausentar nos dias de

trabalho e motivar o desempenho durante o ano.

Freqüência: Anual.

Organização:

 Estabelecer critérios de avaliação de desempenho dos profissionais;

 Informar os critérios escolhidos a esses profissionais;

 Estabelecer uma equipe para fazer a avaliação dos profissionais, determinando

quem teve maior desempenho durante o ano.

37
TERMO DE RECEBIMENTO

Eu,___________________________________________________________, declaro
ter recebido este plano de ação e suas explicações em nome da Instituição.

Brasília,_______ de Junho de 2011.

_____________________________________
Assinatura e carimbo do membro da Instituição

38
8. Relatório de Devolução

Na devolutiva do plano de ação todas as integrantes do grupo estavam presentes.

Nossas propostas foram recebidas por uma das psicólogas da instituição, pois nenhuma

das diretoras poderiam nos atender nesta semana. A psicóloga aceitou muito bem nossas

propostas em geral afirmando “perfeitas as colocações em relação à sala e ao tempo

reservada ao planejamento”.

Antes de apresentar as sugestões à creche, as alunas deram à psicóloga um breve

relato das experiências vividas no tempo em que estavam pesquisando a creche,

ressaltando seus pontos positivos, antes de entrar em qualquer questão abordada pelo

plano. Ao terminar este relato, começou-se a apresentação das sugestões de ação.

A primeira sugestão foi a reserva de uma sala exclusiva para as pedagogas com

o intuito de aumentar a organização de suas tarefas e ter aonde guardar os seus

pertences. Essa proposta foi bem recebida pela psicóloga, ela relatou que eles estão

discutindo há um tempo sobre essa questão, pois reconhecem a importância desse

espaço para elas. Relatou também que direção pretende disponibilizar essa sala ainda

este ano.

A segunda proposta foi a reserva de um tempo na instituição para o

planejamento de atividades que serão feitas em sala, para que elas não precisassem fazer

em casa e se sobrecarregarem de trabalho. Elas já têm um tempo de 40 minutos, três

vezes por semana, que seria para esse planejamento, sendo que apenas uma vez por

semana é destinado para este fim e os outros dois encontros são para reuniões com

outras pedagogas e as psicólogas. A psicóloga concorda que é um tempo muito curto

para os planejamentos e por isso acha que devem chegar com um esboço já feito.

Afirma que essa proposta já existe, porém não acontece por causa das faltas das

39
pedagogas. Assim nossa proposta passou a ser de aumentar esses dias para quatro vezes

por semana no mesmo tempo de 40 minutos, sendo duas vezes por semana para o

planejamento individual e os outros dois dias se manteriam da mesma forma que é. Com

essa contraproposta ela disse que isso teria de ser discutido, pois tomaria mais tempo

das pedagogas enquanto estariam no horário de trabalho.

A terceira proposta foi a diminuição do número de crianças por pedagoga onde

propomos o número de sete crianças para cada pedagoga. Ela nos informou que há uns

dois anos eram duas pedagogas por sala e a direção percebeu que deveriam colocar mais

pessoas para cuidar das crianças, como é feito hoje onde se tem três pedagogas por sala.

Somente no AV 3 o número de crianças é de 18 para duas pedagogas, no entanto nos foi

informado que as vezes tem mais crianças presentes, como quando algum pai pede para

que o filho fique em tempo integral, nesse caso se coloca uma pedagoga a mais na sala,

chamada de “volante”. Essa proposta seria possível se eles conseguissem diminuir o

número de faltas.

A quarta proposta foi a de parcerias com universidades para estágios voluntários,

ela achou a proposta interessante para ser implantada daqui a um tempo. Seria bom, pois

teria mais pessoas para ajudar e sem um custo financeiro a mais para a creche. A

dificuldade no momento seria a falta de profissionais disponíveis para fazer a supervisão

desses estagiários.

A quinta proposta foi de um bônus anual equivalente a um salário. Nesse ponto a

psicóloga achou que anualmente seria um tempo muito longo e não motivaria os

funcionários. Ela nos deu a ideia de ser um bônus semestral onde poderiam ver um

melhor resultado da proposta. Além disso, nos foi informado que a gestão já está

modificando a proposta de bonificação que já existia na instituição, pois os funcionários

40
não sabiam exatamente o porquê ganhavam ou não a gratificação e achavam essa forma

injusta. A gestão pretende colocar uma nova forma de bonificação na qual os

funcionários ganhariam o valor de R$ 50,00 para cada estratégia que mostre melhorias

no trabalho, como por exemplo, um certificado de um curso feito no mês ou quando não

há faltas ou atrasos. Esses pontos ainda estão sendo discutidos pelas organizadoras do

plano para que seja aplicado com eficácia.

Ao longo das nossas visitas a direção junto com as psicólogas proporam algumas

melhorias, que ainda estão sendo discutidas, para tentar aumentar a satisfação

principalmente das pedagogas em relação ao trabalho. A primeira foi a criação de um

“Cardápio de Benefícios” onde as pedagogas, trabalhando no mínimo durante um ano,

poderiam escolher dois benefícios, ainda não totalmente formulados. Esses benefícios

poderiam ser trocados de acordo com a necessidade de cada pedagoga. Essa proposta foi

criada pelo fato de que algumas pedagogas terem muitos benefícios, mas não

precisarem de alguns deles ou não valorizarem.

Também foi destinado um horário para que as pedagogas tivessem aulas de

capoeira, o que foi bem recebido por elas. Inicialmente elas acharam que sairiam

cansadas da atividade, no entanto elas estão bastante satisfeitas, pois é um momento de

descontração. O projeto foi tão bem aceito que agora os funcionários da equipe de

limpeza também querem um horário para atividade como essa.

Outro ponto que estão tentando modificar é a diferença de salários das

pedagogas. O que acontece é que dependendo da formação e do tempo de serviço cada

profissional da sala tem um salário diferente. Com essa proposta as estagiárias

receberiam o mesmo salário, já a pedagoga ganharia mais devido a sua formação.

41
No fim ficamos felizes pela realização desse trabalho, por termos conseguido

focar em algo que realmente era importante na instituição e por nossas propostas terem

sido bem recebidas perante a psicóloga. Agradecemos a receptividade que recebemos da

maioria dos funcionários e das pessoas que contribuíram com nosso trabalho através das

entrevistas e nos permitindo permanecer dentro da instituição.

42
9. Considerações Finais

Após realizar todo esse percurso relacionando dados práticos da Creche estudada

e diferentes conteúdos de diversas abordagens estudadas no decorrer do semestre,

percebe-se que a relação teoria-prática estabelecida pelos pesquisadores teve como fim

a elaboração de um plano de ação para a intervenção em uma instituição. A

possibilidade de se adquirir um conhecimento e poder reproduzi-lo num contexto real

simboliza a importância da realização de um estudo interdisciplinar, já que como

citamos anteriormente, nada pode ser observado por uma única perspectiva, pois esta

mostraria somente uma faceta do que é estudado.

Ao levantar as necessidades e propor um plano de ação para a instituição foi

possível observar na prática, as diversas formas de atuação do Psicólogo nesse contexto

e perceber que:

A Psicologia Escolar está presente na instituição por meio da educação formal,

percebida nos profissionais e nos alunos, a educação não-formal também está presente

por meio das aulas de dança, luta, palestras, dentre outras.

A Psicologia Organizacional e a Psicologia da Saúde representam a demanda do

trabalho que impactam na saúde e bem estar das pedagogas que podem se levadas em

consideração sua motivação, satisfação, o comprometimento e desempenho de cada um,

bem como meios que promovem esses aspectos.

A Psicologia Social que foca na relação do homem com seu meio social,

pesquisando, analisando e estudando variáveis psicológicas que influenciam o

comportamento.

43
Logo, as diferentes áreas da psicologia contribuíram nesse levantamento de

necessidades por fornecer diferentes enfoques de atenção aos diversos fenômenos

observados e percebidos na Creche. Fornecendo esses enfoques, tais áreas contribuíram

para a elaboração de diferentes ações de melhoria para a escola estudada, mostrando que

sua importância não é somente pelas teorias e dados fornecidos, mas pela possibilidade

de aplicação que elas trazem em si.

Sobre os desafios do psicólogo, eles estão procurando alternativas para a

diminuição do fenômeno, já que ele vem crescendo na instituição novamente. O

psicólogo tem o papel de fazer uma ponte e tentar melhorias entre os funcionários e a

gestão para que o trabalho de todos seja benéfico tanto para as próprias pessoas que

trabalham na instituição quanto para os que fazem uso dos serviços do local.

44
10. Avaliação Individual do Trabalho

Nome: Julia Graziella Sumay Lopes de Castro RA:2082082/3

a) Sentimentos e emoções suscitados (como eu me senti participando desse

trabalho?

No começo deste trabalho fiquei um pouco apreensiva, pois não sabia o que

íamos encontrar, como seriamos recebidas, se teríamos acesso a informações que

precisaríamos, isso porque a instituição se mostrara um pouco reservada sobre este

aspecto.

No decorrer do trabalho tivemos algumas limitações, dados que não nos foram

permitido o acesso, mas ocorreu tudo bem, fiquei ate satisfeita com nosso trabalho.

Apesar que acho que este trabalho exige muito dos aluno, tem uma proposta até boa de

integrar os quatro campos de atuação mas a gente ainda enfrenta algumas restrições por

parte das instituições o que pode prejudicar o trabalho. Mas o trabalho interdisciplinar é

um olhar mais amplo e pode nos ajudar a deixar de ver as coisas como separadas em

caixinhas, é um trabalhar mais amplo.

b) Como avalio a minha atuação? Que desafios ainda percebo para minha

atuação?

Eu avalio a minha participação no grupo , como satisfatória , acredito que

poderia ter sido melhor , mas fiz o possível para ser o mais prestativa e auxiliar no que

fosse preciso. Tive minhas limitações e problemas pessoais que me afetaram até pensei

em desistir do trabalho mas também por causa do grupo não o fiz. Começamos a fazer o

45
trabalho bem antes para não ficar corrido, fui as visitas assim como as minhas colegas

fizemos varias entrevistas dividimo-nos em duplas e cada qual fez seus relatórios.

c) Que aprendizagens obtive com esse trabalho?

Este trabalho é muito interessante, faz a gente pensar em uma visão mais ampla

de um determinado fenômeno envolvendo os quatro campos. Me mostrou como a

interdisciplinaridade funciona além de um conceito. O importante não é só saber

conceitos, mas também como funcionam na prática.

d) Como avalio minha relação no grupo que trabalhei?

A minha relação com o grupo foi a melhor possível, já fiz vários trabalhos com

estas pessoas e foi muito proveitoso, acredito que todas compartilham deste mesmo

sentimento porque sempre fazemos trabalhos juntos. E por isso acredito que o trabalho

teve um bom desenrolar.

e) Que reflexões éticas e profissionais esta experiência me proporcionou ?

Acredito que este trabalho juntamente com as aulas que o complementavam

pode me mostrar com detalhes os diferentes campos que um psicólogo pode atuar, e os

diferentes problemas que podemos enfrentar na área que formos atuar.

A participação do psicólogo esta cada vez mais em evidência e por isso este

trabalho fez com que me sentisse mais valorizada na profissão que escolhi ao perceber

46
como o psicólogo é importante nos vários contextos e principalmente em organizações

que é a área que quero atuar.

Nome: Rafaela Felix de Sousa RA: 20821127

a)Sentimentos e emoções suscitados (como eu me senti participando desse

trabalho?)

Inicialmente senti bastante preocupação pelo fato de ter tido uma primeira

impressão de que a creche era perfeita, tanto para os clientes quanto para a equipe de

trabalho. Achava que por ela ser completa, seria muito difícil achar o fenômeno.

Depois, surgiram sentimentos de alegria e motivação por termos conseguido achar o

fenômeno e desenvolver o trabalho a partir do mesmo. Em alguns momentos surgiram

sentimentos de ansiedade pelo fato da direção da instituição dificultar algumas

informações sobre o local.

b) Como avalio a minha atuação? Que desafios ainda percebo para minha

atuação?

Considero que minha atuação foi importante para o desenvolvimento do

trabalho. Fui bastante participativa nas visitas, decisões e principalmente na elaboração

do trabalho escrito.

Ainda percebo alguns desafios que devem ser trabalhados, a principal

dificuldade que tenho é de expressar minhas ideias. Percebi que algumas vezes, no

decorrer do trabalho, não consegui passar claramente para as colegas as minhas idéias.

47
c) Que aprendizagens obtive com esse trabalho?

Achei o trabalho enriquecedor em relação a minha formação acadêmica. Por ser

uma creche particular para a classe média/alta eu tinha formado uma idéia de que o

lugar era perfeito e completo para todos que estavam envolvidos com aquele lugar e que

não acharíamos um fenômeno nessa instituição.

Esse trabalho ajudou-me a perceber que o mais importante que ter recursos

materiais em uma instituição é ter uma boa gestão e que nenhum lugar será

completamente satisfatório para todos. Dessa forma, o trabalho possibilitou que eu

quebrasse paradigmas em relação a creches particulares, pois eu achava que por ser uma

creche de alto custo conseqüentemente não retira problemas grandes como o

absenteísmo.

d) Como avalio minha relação no grupo que trabalhei?

Foi uma relação boa, pois eu já havia trabalhado com esse grupo em outras

ocasiões, então já tínhamos um certo grau de intimidade para tomarmos decisões juntas.

Estávamos sempre buscando entrar em um consenso, sempre respeitando a opinião de

cada integrante.

e) Que reflexões éticas e profissionais esta experiência me proporcionou?

Pude experimentar a atuação do psicólogo na instituição e perceber que ele não

vai realizar intervenções apenas com os pais ou as crianças da creche, mas seu trabalho

envolve toda a equipe profissional. Ao mesmo tempo, ficou claro por meio do trabalho

48
interdisciplinar que o trabalho do psicólogo não deve prezar, no caso, pela ordem da

escola. Mas sua atuação deve valorizar as particularidades e influencias de cada sujeito,

tanto da equipe profissional, quanto das crianças e de seus pais. Também ficou claro que

a o psicólogo escolar tem um trabalho totalmente diferente da psicologia clínica, pois

ainda percebo na visão de alguns profissionais e estudantes dessa área muita confusão

sobre a diferença desses papeis.

NOME: Letícia Medeiros de Souza RA: 2082092 / 8

(a) Sentimentos e emoções suscitados (como eu me senti participando desse

trabalho?)

No começo me senti totalmente perdida com relação ao trabalho já que cada

professora falava de um jeito o que deveria ser feito ao longo do processo e por não

conseguirmos ver uma demanda para analisar e trabalhar. Depois que conseguimos essa

demanda as coisas ficaram mais fáceis e podemos trabalhar melhor com o que tínhamos

em mente, mesmo assim o trabalho foi difícil de fazer.

Em alguns momentos era difícil trabalhar dentro da instituição escolhida, pois

não podemos ter acesso a alguns dados. Outra dificuldade foi porque achei que houve

uma falta de comunicação entre as professoras das disciplinas, cada uma passava uma

informação sobre o trabalho e levava tempo até conversarmos com todas e chegar a uma

conclusão do que fazer.

De minha parte gostei muito do que fiz, da forma que o trabalho foi feito, acho

que dei o melhor de mim para a elaboração e contribui muito para o cumprimento da

tarefa proposta. Foi ótimo ver que conseguimos escolher uma demanda que realmente

afeta a instituição e considero que a devolutiva feita foi satisfatória.

49
(b) Como avalio a minha atuação? Que desafios ainda percebo para minha

atuação?

Considero minha participação muito boa. Estive presente em quase todas as

visitas, só não compareci nas que dividimos as participações e não havia necessidade da

minha presença. Na elaboração do trabalho escrito também participei bastante e acho

que colaborei para um bom resultado.

O desafio que percebo muito em mim é deixar algumas coisas passarem, como

algumas perguntas, e só pensar a respeito um tempo depois. Isso atrasa um pouco o

processo, pois é preciso retomar algo passado e atrasa algo que já deveria estar um

pouco adiantado.

(c) Que aprendizagens obtive com esse trabalho?

Aprendi com esse trabalho que nem tudo que reluz é ouro. Quando chegamos lá

pareceu um local sem muitos problemas, a gestão nos mostrou um lugar onde se tinha

tudo muito bem controlado, mas ao conversarmos e observarmos os funcionários fomos

percebendo que havia problemas que estavam deixando de lado. Aprendi também a

fazer observações e conversar percebendo as situações envolvidas até chegar ao ponto

certo da questão.

(d) Como avalio minha relação no grupo que trabalhei?

Minha relação com o grupo avalio como ótima, senti que pude ajudar quem

precisasse dando conselhos e opiniões sobre todos os aspectos que envolve um grupo. Já

nos conhecemos a um bom tempo e já tivemos a oportunidade de trabalhar outras vezes

juntas. Temos algumas características iguais, mas acho que as diferentes que nos fazem

50
melhores. Algumas são mais apressadas com algumas coisas enquanto outras são mais

tranqüilas e isso trouxe um equilíbrio para a equipe.

(e) Que reflexões éticas e profissionais esta experiência me proporcionou?

Pude notar dentro da instituição o trabalho realizado pelas psicólogas de lá, que

tem de desdobrar para dar conta de todos os aspectos envolvidos no local, pude notar

isso principalmente na entrevista de devolutiva. As psicólogas que trabalham na

instituição estão fazendo e tudo para achar uma solução para o problema do

absenteísmo que está cada vez maior e, além disso, se preocupam com a supervisão que

deve ser feita com os funcionários, com o bem estar das crianças que ficam lá, com os

pais e responsáveis dessas crianças, enfim com todos os aspectos que estão relacionados

com o ambiente de trabalho.

Aluna: Anne Elise Fortes da Silva RA: 20902221

a) Sentimentos e emoções suscitados (como eu me senti participando desse

trabalho?

Durante a explicação do trabalho tive uma expectativa muito grande e achei a

idéia de realiza-lo muito importante para a minha formação. Com a procura da

instituição fui ficando ansiosa e com receio de não encontra uma instituição que desse

uma oportunidade para o grupo. Ao conseguir a autorização da instituição fiquei mais

aliviada, mas ansiosa para começar o trabalho, pois a instituição me encantou no

primeiro contato e me pareceu perfeita. Com isso fiquei receosa de não achar um

fenômeno na Instituição, pois ela tinha tudo. Mas com o decorrer das visitas vi que o

trabalho iria render muito mais do que imaginava e criou uma exaustão pelo acumulo de

procedimentos que decorreu o trabalho tanto na parte prática como na teórica.

51
b) Como avalio a minha atuação? Que desafios ainda percebo para minha

atuação?

Nas visitas realizadas me surpreendi com minha atuação, pois pude perceber que

a experiência profissional que venho obtendo me ajudou a realizar as atividades do

trabalho, como realizar entrevistas. E percebi que tive uma boa sintonia com as

participantes do grupo, porque sempre estávamos em harmonia, uma complementando a

outra, e realizávamos as entrevistas de forma natural que deu a sensação de que já

éramos profissionais. E notei que tenho dificuldade em tomar decisões, mas meu grupo

me ajudou a aperfeiçoar essa característica porque algumas atividades que tive que

realizar me exigia isso.

c) Que aprendizagens obtive com esse trabalho?

Além de lidar com a dificuldade citada acima, o trabalho me ajudou as organizar

e expor minhas ideias junto com o grupo. E pude vivenciar o funcionamento da

instituição desde a estrutura até o seu funcionamento podendo entender a

interdisciplinaridade em sua composição.

d) Como avalio minha relação no grupo que trabalhei?

Muito bom participar desse grupo me senti bem a vontade em trabalhar com ele,

pois a aprendizagem está refletida no objetivo do grupo e todas participantes ajudaram e

contribuíram para realização desse trabalho deixando cada uma muito a vontade para

expor ideias. A partir dessa boa relação me senti mais preparada e disposta a realizar o

trabalho, pois posso dizer que o grupo no decorrer virou uma equipe pelo fato de terem

o mesmo objetivo e sempre dispostas a ajudar. Com isso tentei intervir ao máximo sem

prejudicar a individualidade de ninguém respeitando a opinião alheia e intervindo

quando possível na execução do trabalho.

52
e) Que reflexões éticas e profissionais esta experiência me proporcionou ?

Com este trabalho pude perceber que psicologia pode ser vista em várias áreas e

contextos e que aos poucos a psicologia vem se valorizando no mercado apesar de ainda

não ser reconhecida da forma que deve ser. Essa conquista esta vindo aos poucos e na

instituição deu para perceber exatamente isso, pois vi através do trabalho que as

psicólogas realizam e pela importância que tem na instituição. O trabalho tem sido feito

respeitando a individualidade, o espaço, o sigilo e a instituição que é predominante a

qualidade de vida no trabalho.

53
11. Referências

Aguiar, G. A. S. e Oliveira, J. R. (2010) Absenteísmo: Suas principais causas e


conseqüências em uma empresa do ramo de saúde. Revista de Ciências Gerenciais. vol,
XIII, n. 18, ano 2009, p. 95-113. Retirado no dia 13 de Junho de 2012.

Aguiar, G. de A. S. & de Oliveira, J. R. (2009) Absenteísmo: Suas Principais Causas e

Consequências em Uma Empresa do Ramo de Saúde. Retirado no dia 08 de Junho de

2012, do site

http://sare.unianhanguera.edu.br/index.php/rcger/article/viewFile/1314/869

Alves, L. F. & Osaki, Y. (2009) Revista de ciências gerenciais Vol.XIII, N° 18, Ano

2009. Em busca da gestão estratégica da rotatividade de pessoal. Retirado no dia 12 de

junho de 2012: do site

http://sare.unianhanguera.edu.br/index.php/rcger/article/viewFile/1172/864

Alves, R. F., Brasileiro, M. do C. E. & Brito, S. M. de O. (2004) Interdisciplinaridade:

Um Conceito Em Construção. Episteme, 19, pp. 139-148. Retirado no dia 28 de Abril

de 2012, do site:

http://www.ilea.ufrgs.br/episteme/portal/pdf/numero19/episteme19_artigo_alves_brasile

iro_brito.pdf

Andaló, C. S. A. (1993) O psicólogo escolar na busca de uma identidade. Jornal do

Conselho Federal de Psicologia. Ano VIII (34), 5.

Arantes, V. A. (Org.) Educação formal e não-formal. São Paulo: Summers

editorial, 2008, p. 15-89.

54
Aronson, W. Akert. Processos de Grupo: A Influência nos Grupos Sociais. pp.

195- 218

Barros, A. J., Halpern, R. & Menegon, O. E. (1998) Creches públicas e privadas

de Pelotas, RS: aderência à norma técnica. Jornal de Pediatria.

Becker, L. A. (2011). Psicologia para Concursos e Graduação: Teoria e Questões. Rio

de Janeiro. Elsevier p.368-378.

Contini, M. L. J. (2000) Discutindo o Conceito de Promoção de Saúde no Trabalho do

Psicólogo que Atua na Educação. Psicologia, Ciência e Profissão, 20, n.2, pp. 46-59.

Reirado no dia 11 de Junho de 2012, do site http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?

pid=S141498932000000200008&script=sci_arttext&tlng=en

Contribuição do Conselho Federal de Psicologia ao Ministério do Trabalho (1992)

Atribuições Profissionais do Psicólogo no Brasil. P. 1-3. Retirado no dia 30 de Abril de

2012, do site: http://pol.org.br/legislacao/pdf/atr_prof_psicologo.pdf

Dacome, O. A.,(2000). Resistência ao trabalho Interdisciplinar: Uma Possível

Interpretação,Psicologia em Estudo,5(1). p. 87-103. Retirado no dia 28 de Abril de

2012, do site: http://www.scielo.br/pdf/pe/v5n1/v5n1a06.pdf

Davis, M.; Eshelman, E. R. e McKay, M. Manual de Relaxamento e Redução do Stress.

Ilustrações de Valerie Winemiller; Tradução de Denise Maria Bolanho. São Paulo:

Summus, 1996.

Gonzaga,G. (2006) Rotatividade e qualidade do emprego no Brasil. Retirado no dia 09

de junho de 2012: do site http://www.rep.org.br/pdf/69-8.pdf

55
Heloani, J. R. & Capitão, C. G. (2003) Saúde Mental e Psicologia do Trabalho. São

Paulo Em Perspectiva, 17(2), p. 102-108. Retirado no dia 13 de Junho de 2012, do site

http://www.scielo.br/pdf/spp/v17n2/a11v17n2.pdf

Lautern, L. (1999) A Sobrecarga de Trabalho na Percepção de Enfermeiras que

Trabalham em Hospital. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v. 20, n 2, p.

50-64. Retirado no dia 14 de Junho de 2012, do site:

http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/23479/000290068.pdf?sequence=1

Mariano, M. S. S. & Muniz, H. P. (2006) Trabalho Docente e Saúde: O Caso dos

Professores Da Segunda Fase do Ensino Fundamental. Estudos e Pesquisa em

Psicologia, UERJ, ano 6. Retirado no dia 14 de Junho de 2012.

Martins, J. B. (2000) Abordagem multirreferencial: contribuições epistemológicas e

metodológicas para o estudo dos fenômenos educativos. Tese de Doutorado,

Universidade Federal de São Carlos, São Carlos.

Martins, J. B. (2003) A atuação do psicólogo escolar: multirreferencialidade, implicação

e escuta clinica. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 8, n. 2, p. 39-45.

Martins,S.T,F. (2007). Psicologia social e processo grupal: a coerência entre fazer,

pensar e sentir, em Sílvia Lane . Psicologia & Sociedade; 19 . Edição especial 2: 76-80.

Universidade Estadual Paulista. Retirado no dia 17 de Junho de 2012, do

site: http://www.scielo.br/pdf/psoc/v19nspe2/a2219ns2.pdf  

Miranda, B. (2008). Método quantitativo versus método qualitativo. Retirado no dia 14

de maio de 2012, do site http://adrodomus.blogspot.com/2008/06/mtodo-quantitativo-

versus-mtodo.html

56
Nascimento, G. M. Estudo do absenteísmo dos trabalhadores de enfermagem em uma

unidade básica e distrital de saúde do município de Ribeirão Preto. 2003. Dissertação

(Mestrado Profissionalizante em Enfermagem Fundamental) – pós-graduação em

Enfermagem Fundamental, USP, Ribeirão Preto. Retirado no dia 13 de Junho de 2012.

Pallejá, E. N.. Psicología Social Aplicada. Pp. 763-785.

Penatti, I., Zago, J. S. & Quelhas, O. Absenteísmo: As Consequências Na Gestão de

Pessoas. Retirado no dia 08 de junho de 2012, do site

http://ww.w.aedb.br/seget/artigos06/898_Seget_Izidro%20Penatti.pdf

Prestes, Z.; Tunes, E. (Org.). Sem escola, sem documento. Rio de Janeiro: E-papers,

2011, p. 85-95.

Prette, Z. A. P. D.; Guzzo, R. S. L. (Org.). Psicologia escolar: LDB e educação hoje.

Campinas: Alinea, 3° ed., 2007, p. 9-26.

Reger, R. (1989) Psicólogo escolar: educador ou clínico? Em: M. H. Souza Patto

(Org.). Introdução à psicologia escolar (PP. 9-16). São Paulo: T. A. Queiroz.

Ribeiro, A. R. B.; Silva, D. E. P. e Medeiros, D. D. A influência da ergonomia

organizacional na motivação dos funcionários da área de saúde. XXV Encontro Nac. de

Eng. de Produção – Porto Alegre, RS, Brasil, 29 out a 01 de nov de 2005. Retirado no

dia 13 de Junho de 2012.

Rizzo, G. (2002) Alfabetização Natural. DFL: Rio de Janeiro. 2ª edição.

57
Saupe, R. & Budo M. L. D. (2006) Pedagogia Interdisciplinar: “Educare” (Educação E

Cuidado) Como Objeto Fronteiriço Em Saúde, 15, p. 326- 333. Retirado no dia 28 de

Abril de 2012, do site: http://www.scielosp.org/pdf/tce/v15n2/a17v15n2.pdf

Silva, D. M. P. P & Marziale, M. H. P. (2000) Absenteísmo de Trabalhadores De

Enfermagem Em Um Hospital Universitário. Revista Latino Americano de

Enfermagem. Ribeirão Preto, V. 8, n. 5, p. 44-51. Retirado no dia 09 de Maio de 2012,

do site http://www.scielo.br/pdf/rlae/v8n5/12366.pdf

Siqueira, M. M. M. (2008) Medidas de Comportamento Organizacional. Porto Alegre,

Artmed Editora.

Siqueira, M. M. M.; Padovam, V. A. R. (2008). Bases Teóricas de Bem-Estar Subjetivo,

Bem-Estar Psicológico e Bem-Estar no Trabalho. Psicolofia: Teoria e Pesquisa. Vol.24,

n.2, p.p 201-209. Retirado no dia 18 de junho de 2012.

Sorj, B.; Fontes, A. e Machado, D. C. Políticas e práticas de conciliação entre família e

trabalho no Brasil. São Paulo: Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 37, n. 132, p. 573-

594, 2007. Retirado no dia 8 de Junho de 2012

Teixeira, J. A. C. & Leal I. (1990) Psicologia da Saúde: Contexto e intervenção. 4,

p.453-458. Retirado no dia 30 de Abril de 2012, do site:

http://www.google.com.br/url?

sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&ved=0CC0QFjAB&url=http%3A%2F

%2Fbaes.ua.pt%2Fbitstream%2F10849%2F114%2F2%2FPsicologia%2520da

%2520sa%25C3%25BAde%2520-%2520contexto%2520e%2520interven

%25C3%25A7%25C3%25A3o.rtf&ei=Tr2eT4COF4fgtgeegZGnBA&usg=AFQjCNF

Fc2z9jjqcKw0b-jYijbN689XTIA&sig2=GZhJeEYnRZfPaRx4FMJa4g

58
Wetzel, U. (2001) Transformação do Contrato Psicológico no Contexto da Privatização:

Estudos de Caso. p. 217-235. Retirado no dia 13 de Junho de 2012, do site:

http://www.scielo.br/pdf/rac/v5nspe/v5nspea12.pdf

59
ANEXOS

60
RELATÓRIOS DE VISITAS

PRIMEIRO RELATÓRIO

Alunas: Anne Elise Fortes, Julia Castro, Letícia Medeiros e Rafaela Felix.

No dia 07 de Março de 2012, tivemos uma conversa informal com a psicóloga

da instituição para obtermos autorização em relação às visitas na creche. Explicamos o

objetivo do nosso trabalho, e fomos esclarecidos sobre algumas regras da instituição.

No dia 21 de março de 2012 retornamos a instituição para entregar a carta de

apresentação feita pelo Uniceub e esclarecemos o objetivo do trabalho para as duas

psicólogas da creche.

Uma das psicólogas da instituição nos apresentou o local e nos explicou a forma

de ensino das crianças. Ao andar pelo local percebemos que a creche oferece cuidados

básicos de segurança para as crianças, além de manter a limpeza e a organização. O

funcionamento é coordenado por uma equipe multidisciplinar composta por pedagogos,

psicólogos, pediatra, nutricionista, auxiliar de enfermagem, recreadores, educadores e

equipe de apoio. A organização do espaço é constituída por sala da direção, secretaria,

sala de reunião, sala da equipe pedagógica, sala da documentação escolar, 10 salas de

creche com banheiros, 04 salas pré-escola com banheiros, sala de recursos e apoio,

banheiros na recepção, banheiros para professores, cozinha e lactário, dispensa de

alimentos, lavanderia, pátio aberto, refeitório, biblioteca, laboratório de informática,

salão de multi-uso (desenhos, pinturas, etc.), sala de artes, dispensas de materiais gerais,

mini campo de futebol, piscina aquecida e estacionamento. Atualmente a Sede, Creche e

61
Pré-escola situa-se na Quadra 608 do SGAN, Conjunto A, Asa Norte, Brasília – DF,

com uma área de terreno de 10.000m² e área construída de 3.164m².

O ensino das crianças é baseado no método da pedagoga Gilda Rizzo. As

crianças são divididas em 4 etapas chamadas de Agrupamento Vertical (AV), sendo a

primeira para crianças de 4 meses a 2 anos (AV1), a segunda para crianças de 2 a 3 anos

(AV2), a terceira etapa para crianças de 3 a 4 anos (AV3), e a quarta etapa para crianças

de 5 a 6 anos (Pré-escola). A educação não está voltada para regras ou normas, pois

acreditam que cada criança tem uma forma individual de aprendizagem. Então, durante

o ano, o ensino da pré-escola é dividido em escola e oficinas que estimulam a

aprendizagem pelo lúdico. A psicóloga nos apresentou para alguns funcionários da

instituição, além de contar um pouco da história da creche.

As crianças possuem um cardápio saudável que fica exposto no mural da escola

montado pela nutricionista, ele é composto principalmente por frutas e vegetais, pois

tem como objetivo proporcionar uma alimentação balanceada além de suprir as

necessidades de cada criança, alguns alimentos são plantados na horta da escola pelas

crianças maiores para serem aproveitados na produção de comidinhas feitas por elas no

laboratório de cozinha infantil. Na creche há uma piscina onde as crianças

acompanhadas pelos pais fazem natação, também há aula de balé, capoeira e judô. As

salas são equipadas de acordo com a faixa etária das crianças, sendo que cada uma das

salas possuem duas pedagogas ou duas babás.

Para as próximas visitas, faz-se necessário uma aproximação maior com os

outros funcionários para que sejam observados diferentes parâmetros visando um

conhecimento mais aprofundado da Instituição.

Discussão do grupo sobre fatos que precisariam ser melhorados:

62
A sala onde as crianças ficam é a mesma para todas as atividades: para brincar,

se alimentar e dormir (apenas no primeiro agrupamento a sala para dormir fica separada

da sala de convivência). Os brinquedos ficam em um canto da sala e o parquinho onde

elas passam algum momento fica atrás das salas, as crianças saem por uma porta que dá

acesso ao local. Nesse parque há areia. No momento em que passávamos para conhecer

o local a psicóloga que nos apresentava pegou um brinquedo jogado na areia e colocou

de volta na sala, sem limpa-lo adequadamente. As crianças são pequenas e podem

colocar o objeto na boca. Quando chegamos à primeira sala havia comida esparramada

por todo o chão enquanto as crianças estavam num canto da sala aguardando a limpeza

do local, o que também estava acontecendo em outra sala mais na frente. Os colchões

para as crianças dormirem ficam amontoados em um canto da sala, pode-se observar

que elas ficam muito próximas umas das outras podendo assim atrapalhar o sono em

algum momento. Nessas salas são feitos os trabalhos de artes usando papel, tinta,

caneta, sucata e tantos outros materiais usados nessas atividades.

O nosso pensamento inicial foi o de separar essas áreas. Onde elas convivem ter

seus brinquedos e poder fazer suas atividades, mas separar o local de dormir dando mais

espaço e tranqüilidade para elas e principalmente um refeitório onde elas possam comer

com um pouco mais de higiene.

SEGUNDO RELATÓRIO

Alunas: Anne Elise Fortes, Letícia Medeiros de Souza e Rafaela Felix de Sousa

63
No dia 04/04/2012 fomos a creche no período matutino para observarmos o

recreio das crianças, infelizmente não deu certo porque a psicóloga demorou para nos

atender. Mais tarde fomos fazer observações no agrupamento vertical 1, cada uma de

nós ficamos separadas (uma em cada sala) para que não chamássemos a atenção das

crianças.

Observação em sala de aula:

Sala de crianças de 4 meses a 2 anos. As crianças ficam bem à vontade na sala,

mas não fizeram uma atividade diretiva.

Quando estava na sala era hora de darem banho nas crianças, as mulheres que

dão o banho pegam uma criança de cada vez. Vão buscá-las na sala e quando terminam

o banho as deixam na porta para que elas mesmas voltem para perto da professora.

A professora fica perto das crianças olhando e estimulando as brincadeiras,

sempre que uma criança se afasta um pouco das demais, ela chama de volta. Uma

menina estava sentada na mesa sem brincar e ela a tirou de lá e a colocou perto das

outras crianças dizendo que não era hora de se sentar e esperar na mesa.

O método que eles utilizam na escola de agrupamento é para que crianças mais

novas e mais velhas se interajam mais, no momento que estava nessa sala não percebi

tanta interação entre elas. As crianças estavam brincando com as que pareciam de idade

semelhante.

As crianças brincavam aleatoriamente, cada uma com seu brinquedo, mas

estavam todas juntas numa parte da sala. Algum tempo depois uma das crianças

começou a levar brinquedos para mim e em seguida mais duas começaram a fazer a

64
mesma coisa. Nesse momento me retirei da sala, pois já estava chamando atenção delas

e também das demais.

Quando estava do lado de fora da sala vi quando uma professora de uma outra

sala, onde as crianças já são bem maiores, levava duas crianças para a sala, pois elas

tinham saído de sala “fugidas” e foram brincar no parque. Na mesma hora outra menina

da mesma sala também saiu correndo e caiu no parque, a professora foi buscá-la para

voltar as atividades.

Observamos as crianças brincarem, ouvir histórias, tomarem banho e

posteriormente observamos elas almoçarem. As crianças colocam outra blusa maior por

cima da blusa que já estavam vestida na hora do almoço. A comida de todas as crianças

são preparadas na cozinha da creche já que os pais não podem trazer comida de casa,

pois às vezes a comida que eles trazem as outras crianças podem querer mas não podem

comer. Em cada uma das salas havia 3 pedagogas.

TERCEIRO RELATÓRIO

Alunas: Letícia Medeiros e Rafaela Felix

Entrevistas.

Fizemos entrevistas com três profissionais que trabalham na creche no dia

10/04/2012. Uma pedagoga, a coordenadora das pedagogas e a diretora da creche. As

entrevistas ocorreram na própria creche com duração de 30 a 40 minutos.

A entrevista com a professora foi muito boa e produtiva, apesar de a maioria das

coisas serem só elogios ela expôs dois fatores que ela considera não muito favoráveis. O

65
primeiro ponto foi quando perguntado sobre o salário, ela considera baixo pelo trabalho

que ela exerce e pela formação que tem, mas acha vantajoso o filho dela estudar lá, pois

assim não precisa pagar uma escola, ele tem bolsa integral. E outro ponto é de não ter

uma sala para professores, ela acha que seria muito bom ter um espaço para elas.

A entrevista com a coordenadora das professoras não foi tão produtivo, ela está a

pouco tempo trabalhando na creche, pouco mais de um ano, e não pode responder a

maioria das perguntas com clareza.

Com a diretora ficamos sabendo mais da fundação e de acontecimentos

passados, ela está presente desde que a creche abriu suas portas. O que ela relatou de

pontos fracos foi a rotatividade de pedagogas, mas afirmou que percebeu que esse fato

ocorre em vários lugares onde se trabalha com educação infantil. E de pais que

reclamam pela creche tirar férias no fim do ano e em um período do meio do ano, disse

que estão pensando em como resolver essa observação dos pais, talvez com uma colônia

de férias, mas que é difícil, pois precisam de mais profissionais para atender as crianças.

QUARTO RELATÓRIO

Alunas: Anne Elise Fortes e Júlia Lopes de Castro

No dia 11 de abril de 2012 foram marcadas entrevistas com uma pedagoga e

com uma secretária que trabalham na creche.

Neste dia chegamos na creche por volta de 10 horas e começamos a entrevistar a

secretária da recepção. Na entrevista utilizamos um gravador com a autorização da

entrevistada para gravar a entrevista com o objetivo de não perdermos nenhuma

informação dita neste momento. As entrevistas continham perguntas sobre sua carreira

66
profissional na instituição, como o seu ponto de vista a respeito do local de trabalho e

sobre o método utilizado e a interação dos profissionais nesta creche.

A secretária mostra-se muito satisfeita com a instituição, gosta de seu trabalho

acha que desenvolve bem seu trabalho e relata que os funcionários tem um bom

relacionamento. Apesar que esta diz que algumas coisas podem ser melhoradas na

instituição, como por exemplo o estacionamento que são reclamações constantes por

parte dos pais, pois ao deixarem seus filhos na creche encontram o local muito cheio de

carros e sem vagas o suficiente para todos os pais. Com isso forma-se uma fila fora da

escola de carros querendo entrar. Já em relação na estrutura da escola a secretaria

relatou que deveria ter mais privacidade com a parte financeira da instituição uma vez

que lidam com dinheiro e acham que estão muito expostas no local que atuam

atualmente que fica na entrada da instituição

Esta funcionária relata que a escola é muito boa, tem um diferencial no método,

é uma escola que tem o privilégio de ter os profissionais que atendem as crianças lá

mesmo e também aos pais que tem muita liberdade de falar com eles.

Após terminar a entrevista com a secretaria, fomos entrevistar a pedagoga. Ela já

havia trabalhado na instituição durante 6 anos, mas teve que sair por motivos pessoais.

Depois de um tempo voltou para Brasília e começou a trabalhar em outra escola em que

ganhava mais, mas não estava satisfeita com o método desta. Com isso voltou a

Fundação por considerar que a presente instituição é muito mais maleável com as

funcionarias, por exemplo no caso de você precisar se ausentar da instituição por

motivos de saúde a coordenadora é mais maleável que na outra onde trabalhava.

A instituição tenta incentivar os funcionários, para isso faz uso e premiações

como, por exemplo, por assiduidade no trabalho. Relatou que antes havia muita

rotatividade na escola muito atestado também, mas agora isso parece ter diminuído.

67
Relatou também que algumas novas professoras sentem alguma dificuldade com o

método adotado na escola, mas que a escola dá toda a assistência e o tempo pra que a

professora se adapte.

A escola também oferece cursos para os profissionais para que se aprimorem. Na

realidade as duas entrevistadas mostraram-se muito satisfeitas com o trabalho que fazem

na creche, mas reclamaram do salário que a instituição paga aos funcionários.

QUINTO RELATÓRIO

Alunas: Anne Elise Fortes, Julia Lopes de Castro, Letícia Medeiros e Rafaela Felix de

Sousa

No dia 18 de abril de 2012 visitamos a instituição para conversarmos com mais

pedagogas sobre os atestados médicos que, segundo a diretora pedagógica, há um

número alto de atestados das pedagogas.

Uma parte do grupo conversou com 3 pedagogas sobre tal assunto e elas não

souberam confirmar com certeza se havia um número alto de atestados, mas que são

concebidos, na maioria das vezes, por dores físicas ou doenças mais simples como febre

e gripe. Uma das pedagogas relatou que o estresse é comum devido a grande

responsabilidade na creche, ela afirma que são muitas crianças para poucas pedagogas e

que além de fazerem planejamentos precisam anotar tudo e como acontece com cada

criança em suas agendas. Então, ela acredita que os atestados na verdade são devido ao

estresse, mas que as pedagogas dizem ser outros fatores porque “fica ruim” para elas

dizer que estão estressadas por causa das crianças. As outras 2 pedagogas não tiveram

reclamações quanto à doenças, mas disseram que já tiraram atestados. Todas disseram

que a instituição as acolhe e dão apoio quando elas precisam tirar atestado médico.

68
Com a entrevista podemos confirmar que há um grande numero de

atestados por parte de profissionais da escola.

Pedimos para Meire se poderíamos ter acesso as informações dos números de

atestados que os funcionários entraram durante um período de pelo menos um ano atrás

até hoje. Com isso ela pediu para que nós aguardássemos o contato que ela faria com os

funcionários do departamento de pessoal que é responsável por esses dados. E em

seguida entraria em contato conosco para dá a resposta se era possível obter estes dados,

uma vez que a pessoa que cuida disto é muito atarefada.

SEXTO RELATÓRIO

Alunas: Anne Elise Fortes, Julia Lopes de Castro, Letícia Medeiros e Rafaela Felix de
Sousa

Nessa visita duas de nós entramos na creche para observações e conversas

informais com os funcionários. Outras ficaram do lado de fora fazendo abordagens com

pais e perguntando pontos positivos e negativos sobre a instituição, no ponto de vista

deles.

Fizemos abordagem com alguns pais e eles passaram alguns dados que foram

importantes para nosso trabalho e realçaram o que já tínhamos visto em relação à

instituição.

O que de mais positivo se destacou nas falas dos pais foi a parte nutricional da

creche, lá eles servem as refeições próprias, as crianças não precisam levar de casa, tudo

o que é consumido de todas as refeições quem fornece é a creche. Os pais acham bom

69
por não se preocuparem em arrumar lanches para as crianças todos os dias, por elas não

ficarem comendo produtos industrializados e por ter uma nutrição balanceada e

saudável.

Já os pontos negativos foram mais variados, mas o que mais chamou a atenção

foi que alguns pais falaram de pontos que já havíamos percebido como algo que causava

incômodo como o estacionamento que é pequeno, citaram que seria bom uma melhor

formação e salário para os professores e também que há rotatividade e muitas

pedagogas que tiram atestado e prejudica a criança no seu desenvolvimento e ensino.

A dupla Anne Elise e Júlia Castro foram em duas salas de aula para entrevistar

as pedagogas. A primeira pedagoga estava em horário de parque com as crianças e tem

4 meses que trabalha na creche e por enquanto não precisou de atestado. A segunda

pedagoga trabalha a 21 anos na instituição e já precisou tirar atestado quando ficou

grávida e há umas 2 semanas atrás por um problema de coluna que esta tem.

A terceira pedagoga está a 1 ano e não precisou de usar atestado. Já a quarta

pedagoga que tem o mesmo tempo de trabalho da terceira já fez uso do

acompanhamento em consulta, pois ela teve que levar a filha em um consulta. Como

pensou que o acompanhamento valesse pelo dia da consulta decidiu não voltar nesse dia

na creche, mas foi avisada no dia seguinte que o acompanhamento é valido somente no

horário da consulta e não pelo dia. Com isso foi abatido do salário as horas perdidas

desse dia. E a quinta e última pedagoga esta trabalhando a 6 meses e não precisou tirar

atestado.

SÉTIMO RELATÓRIO

Alunas: Anne Elise Fortes, Julia Lopes de Castro, Letícia Medeiros e Rafaela Felix de

Sousa

70
No dia 18 de Junho de 2012, voltamos à instituição para entregarmos o plano de

ação. Nesse dia tínhamos hora marcada às 10 horas com uma das psicólogas para

realizarmos a devolutiva. Nos reunimos na sala de reuniões, debatemos sobre as visitas

no geral e o que achamos da creche. Primeiramente, foram colocados os pontos

positivos da creche e que deveriam ser mantidos. Depois expomos as propostas que

fizemos de acordo com o plano de ação. A psicóloga ouviu atentamente e expos sua

opinião sobre o nosso trabalho, ela gostou das nossas propostas e disse que iria expor

para a equipe de trabalho, pois nossa visão também é importante para a instituição. Nos

despedimos agradecendo a atenção e a oportunidade dada na realização do trabalho.

71
72

Você também pode gostar