Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DE MOÇAMBIQUE
CONTABILIDADE DE GESTÃO II
CAPÍTULO I
SISTEMAS DE CUSTEIO
TEXTO DE APOIO
MAPUTO, 2021
CAP.II - SISTEMAS DE CUSTEIO
2.1. INTRODUÇÃO
Para determinar o custo industrial dos produtos, temos que considerar os custos de produção
que a empresa suporta em cada mês.
Mas, uma parte dos custos de produção é fixa e outra parte é variável.
Exemplo:
Admita-se o caso de uma empresa produtora de pavimentos que tem uma capacidade de
produção de 100 000 m ²/ mês, custos industriais fixos mensais de 15 000 contos e variáveis
(proporcionais) de 200$ por m ². Se num dado mês a empresa produzir 50 000 m ² e vender 40
000 m ², verifica-se o seguinte:
25 000
Por este sistema, os custos fixos industriais, como também os custos variáveis, são custos dos
produtos, só se tornando custos dos períodos a medida que a produção é vendida.
Referimo-nos apenas aos custos de produção, pois, como sabemos, os custos não industriais
são sempre considerados custos dos períodos.
-1-
Imputação Racional dos Custos Fixos
O sistema de custeio racional caracteriza-se por considerarmos como custos dos produtos, os
custos variáveis industriais e um valor de custos fixos industriais que resulta da multiplicação
dos custos fixos industriais do mês pelo quociente do volume real pelo volume normal de
produção.
Representando os custos fixos industriais do mês por Cf, a produção real por Qr e a produção
normal por Qn, considerar-se-ão como custos fixos da produção do mês (custos dos produtos),
os que resultam do produto dos mesmos pelo quociente entre a produção real e a normal.
Cf = Qr/Qn
E, por conseguinte, como custos fixos industriais não incorporados, ou seja, como custos do
período, o seguinte valor:
As entradas de produtos acabados em armazém durante o mês são pois avaliadas a 387$50/m².
Fabricação Exist. Prot. Acabs. Custo Indust. Prod. Vends.
Cº Var
Indust 10 000 Cº industriais Cº das Vendas Cº
19 375 Pe
Cº Fixos fixos 9 375 prodt. Acabs. 15 500
(15 500)
(15000)
19 375 3 875
5.625
-2-
2.3. SISTEMA DE CUSTEIO VARIÁVEL
O sistema de custeio variável caracteriza-se por considerarmos como custo dos produtos
apenas os custos variáveis industriais.
Desta forma:
- Apenas os custos variáveis industriais constituem custos dos produtos, pelo que
somente os custos de produção variáveis são considerados na avaliação das existências
de produtos acabados;
- Os custos fixos de produção são, na sua totalidade, custos do período em que ocorrem:
10.000
Cº V. 10 000
Indt.
Custos indust. (8.000) Custo das Custos
10000 vendas 8 000 Período
Dos P.Acab.
10 000 2.000
15 000
O que referimos implica que também a nível do apuramento do custo das matérias (matérias
primas, subsidiárias e de consumo), se considerem apenas os custos variáveis.
As existências de matérias são avaliadas apenas pelos custos variáveis. Os custos fixos com
elas relacionadas, nomeadamente os custos de armazenagem, constituem custos do período em
que ocorrem e não custos dos produtos.
Tal facto deve-se aos custos fixos industriais cuja consideração como custos de produtos varia
com os sistemas de custeio.
Na análise desta problemática devem distinguir-se, por outro lado, as seguintes situações de
produção e vendas:
-3-
- A produção é inferior as vendas (P < V) (neste caso venderam-se também as
existências iniciais)
Por outro lado, devido ao custeio racional, devem ter-se em conta as situações que derivam da
relação entre a produção real e a produção normal, que podem ser as seguintes:
(em contos)
Fixos Variáveis Total
Custos industriais(MD + MOD + GGF) 9 000 18 000 27 000
Custos de distribuição 4 200 4 800 9 000
Custos administrativos e financeiros 5 700 300 6 000
A empresa fabricou no mês em questão 100 000 unidades do produto A, enquanto que a
produção normal é de 120 000 unidades, não havendo produtos em vias de fabrico, nem no
inicio nem no fim do mês. O preço de venda unitário do produto A foi de 500$00.
No que respeita a relação entre o nível de produção normal e o nível de produção real,
verifica-se que se está perante a terceira hipótese mencionada, isto é Pr < Pn e quanto aos
níveis de produção e de vendas vamos admitir, sucessivamente, as três hipóteses consideradas,
ficando ao cuidado do leitor a resolução das outras alternativas referentes a primeira relação.
Custeio Total
-4-
(em contos)
Vendas (100 000 unid. x 500$) 50 000
Custo das vendas (100 000 unid. X 270$) 27 000
Resultado bruto 23 000
Como a produção é igual as vendas, admitindo-se não haver existências iniciais, todos os
custos fixos de produção são custos do período considerado, pelo que no mês de Maio, os
custos fixos industriais incluídos no custo das vendas são de:
Custeio Variável
(em contos)
Vendas (100 000 unid. X 500$) 50 000
Custo das vendas (100 000 unid. X 180$) 18 000
Margem bruta industrial 32 000
Custos de distribuição variáveis 4 800
Custos administrativos e financeiros variáveis 300 5 100
Margem de contribuição 26 900
Custos fixos
Indústrias não incorporados 9 000
Distribuição 4 200
Administrativos e financeiros 5 700 18 900
Lucro líquido antes de impostos 8 000
-5-
Custeio Racional
Como o volume de produção é igual ao das vendas, os custos fixos incorporados no custo da
produção acabada, que são custos dos produtos, acabam por ser custos do período, o mesmo
sucedendo com os custos fixos não incorporados, mas estes independentemente do facto de o
nível ser igual ao das vendas:
Nesta hipótese admitiremos que as vendas foram apenas de 90 000 unidades, sendo a
produção de 100 000 de unidades.
Como nem o custo de produção nem o seu volume se alteraram, os custos unitários
industriais são os que se calcularam anteriormente.
Custeio Total
(em contos)
Vendas (90 000 unid. X 500$) 45 000
Custos de vendas (90 000 unid. X 270$) 24 300
Como a produção é superior as vendas, os custos fixos industriais serão repartidos entre o
custo de vendas e as existências finais, como segue:
-6-
- custos fixos industriais incluídos no custo das vendas
(demonstração dos resultados)
9 000 000$ x 90 000unid. =8 100 000$
100 000 unid.
Custeio Variável
(em contos)
Vendas (90 000unid. X 500$) 45 000
Custos das vendas ( 90 000unid. X 180$) 16 200
Pelo custeio variável, os custos fixos industriais são sempre custos do período, pelo que os
custos fixos industriais incluídos nem custos industriais não incorporados (custos do
período) são de 9000 000$.
Custeio Racional
(em contos)
Vendas (90 000unid. X 500$) 45 000
Custo das vendas (90 000unid. X 255$) 22 950
-7-
Neste caso os custos fixos incorporados são repartidos entre o custo das vendas e o custo
das existências e, como se sabe, os não incorporados são sempre custos dos períodos:
Nesta situação admitiremos que a produção foi apenas de 90 000 e que as vendas foram de
100 000 unidades.
Admite-se, também para este efeito que as existências iniciais eram de 10 000 unidades e que
estavam valorizadas ao mesmo custo unitário do mês de Maio, mantendo-se os custos globais
apresentados no início do exemplo.
Custeio Total
(em contos)
Não obstante a produção ter baixado de 100 000 para 90 000 unidades, os custos fixos
industriais mantiveram-se. Admitindo que se adopta o critério LIFO, o custo das vendas
considera primeiramente a produção do mês, pelo que temos:
- custos fixos industriais incluídos no custo das vendas referentes a produção do mês:
10 000 000$
-8-
Custeio Variável
(em contos)
Vendas (100 000 unid. x 500$) 50 000
Custo de vendas ( 90 000 unid. X 200$)
( 10 000 unid. X 200$) 20 000
Como se sabe, os custos fixos industriais incluídos em custos industriais não incorporados são
de 9 000 000$.
Custeio Racional
(em contos)
Vendas (100 000 unid. X 500$) 50 000
Custo das vendas ( 90 000 unid. X 275$)
( 10 000 unid. X 275$) 27 500
- custos fixos industriais incluídos em custos industriais não incorp. 2 250 000$
9 750 000$
-9-
D. Síntese dos Resultados e Conclusões
Tenha-se presente que os custos fixos industriais foram de 9 000 contos e os variáveis de
18 000 contos.
Os resultados de certo período podem deferir como vimos com os sistemas de custeio
devido ao facto de ser diferente o montante de custos fixos industriais que constituem
custos desse período, isto é, que chegam a conta de resultados.
- Pelo custeio total, os custos fixos industriais são custos dos produtos mas como
toda a produção do mês é vendido (1) o momento total de custos fixos industriais
(9 000 contos ) do período chega á conta de resultados através do custo das vendas;
- No custeio variável, os custos fixos industriais são custos do período, não são
inventariáveis, pelo que temos na conta de resultados os custos fixos ocorridos (9
000 contos);
- Pelo custeio racional, os custos fixos industriais ocorridos podem não ser na
totalidade custos dos produtos, dependendo, como vimos, da relação entre a
produção real e a produção normal. Neste exemplo foram considerados custos dos
produtos 7 500 contos e do período 1 500 contos, mas como toda a produção foi
vendida também os primeiros foram custos do mês através do custo das vendas,
pelo que todos eles (9 000 contos) foram debitados na conta de resultados.
Em conclusão, nesta situação de produção igual às vendas, quando se adopta o LIFO como
critério de custeio das saídas, os resultados são iguais pelos diversos sistemas de custeio
dado que é debitado na conta de resultados o mesmo montante de custos fixos industriais.
-10-
Produção superior às Vendas
(em contos)
Custeio Custeio Custeio
Total Variável Racional
Vendas 45 000 45 000 45 000
Custo das vendas 24 300 16 200 22 950
Margem industrial 20 700 28 800 22 050
Custos industriais n/ incorporados - 9 000 1 500
Resultado bruto 20 700 19 800 20 550
Custos não industriais 15 000 15 000 15 000
Lucro líquido antes de impostos 5 700 4 800 5 550
Temos nesta situação em que a produção foi de 100 000 unidades e as vendas de 90 000
unidades.
- Pelo custeio total, os custos fixos industriais ocorridos no período (9 000 contos)
são repartidos, dado que se adopta o LIFO, pela produção vendida (8 100 contos
incluídos no custo das vendas) e pelas existências finais (900 contos), pelo que
apenas os primeiros são debitados na conta de resultados do período;
- Pelo custeio racional, os custos fixos industriais que são custos dos produtos (7
500 contos) são repartidos, dado que se adopta o LIFO, pela produção vendida (6
750 contos incluídos no custo das vendas) e pelas existências finais (750 contos);
acresce que é custo do período a parte dos custos fixos industriais ocorridos que
não são custos dos produtos (1 500 contos), parte esta que acrescida à que vai a
custo de vendas (6 750 contos), dá um total de custos fixos industriais debitados na
conta de resultados (8 250 contos) que difere dos encontrados nos outros sistemas
de custeio. Neste exemplo, a diferença é de 150 contos relativamente ao custeio
total e de 750 contos em relação ao custeio variável, valores que são, como se vê,
iguais às diferenças de resultados.
-11-
Produção inferior às Vendas
(em contos)
No nosso exemplo admitimos que a produção foi de 90 000 unidades, pelo que se
venderam 10 000 unidades das existências iniciais.
- Pelo custeio total, a conta de resultados é debitada por todos os custos fixos
ocorridos no período (9 000 contos)- adopta-se o LIFO e toda a produção foi
vendida - e anda pelos que se encontravam incorporados nas existências que foram
vendidas (1 000 contos), pelo que somam 10 000 contos;
- Pelo custeio variável, a conta de resultados é debitada apenas pelos custos fixos
ocorridos no mês (9 000 contos), pelo que diferem dos debitados pelo custeio total,
explicando a diferença entre eles (1 000 contos) a diferença de resultados;
- Pelo custeio racional, a conta de custo das vendas é debitada, pelas razoes
referidas atrás para o custeio total, pelos custos fixos ocorridos que são custos dos
produtos (6 750 contos) e pelos que se encontravam incorporados nas existências
iniciais que foram vendidas (750 contos); a conta de resultados é ainda debitada
pela parte dos custos fixos industriais ocorridos que é o custo (2 250 contos), pelo
que a soma das 3 parcelas (9 750 contos) difere do valor encontrado pelos outros
custeios (diferença de 250 contos relativamente ao custeio total e de 750 contos
quanto ao custeio variável), o que explica as diferenças de resultados.
-12-
Custos fixos incorporados nas existências finais e diferenças de resultados
Na primeira situação os resultados são iguais, pois, como toda a produção é vendida, não há
em qualquer custeio custos fixos do período incorporados em existências finais.
Na segunda, pelo custeio total incorpora-se na produção não vendida um valor de custos fixos
superior ao do custeio racional e ao do custo variável, é sempre nulo.
Finalmente, se a produção for inferior às vendas é porque se vendem existências iniciais, pelo
que, nos casos dos custeios total e racional, baixa o valor dos custos fixos incorporados nas
existências.
Daquele quadro podem retirar-se as diferenças de valor das existências entre os diversos
custeios, que hão-de ser iguais à diferenças de resultados encontrados nas demonstrações atrás
representada, como segue:
Convirá ter presente que as conclusões atrás encontradas foram retiradas no pressuposto de
que se adoptava o critério LIFO no custeio das saídas de produtos de armazém.
É necessário adoptar aquele critério para encontrar aquelas conclusões sempre que nas
diversas situações assinaladas haja existências iniciais.
Com efeito, repara-se que se fosse adoptado o FIFO, como se considerariam como vendidas
em primeiro lugar as existências iniciais, os custos fixos nelas incorporados poderiam diferir
dos ocorridos no mês e consequentemente alterar as conclusões.
-13-
Adoptando o critério LIFO, em qualquer das situações considerar-se-ão primeiramente como
vendidas as unidades produzidas no mês e, por conseguinte, podemos concluir:
Determinada empresa trabalha abaixo do seu nível normal de capacidade instalada, sendo a
estrutura dos seus custos de produção a seguinte:
(por unidade)
Admitindo-se que recebeu uma proposta de compra de 1 000$/unid., sem quaisquer encargos
adicionais, a empresa deverá aceitá-la?
-14-
A resposta será favorável se os custos variáveis industriais unitários forem inferiores ao preço
de venda, pois a diferença (margem de contribuição) cobrirá parte dos custos fixos,
melhorando os resultados.
Portanto é de aceitar a proposta, dado que por cada unidade vendida se cobrem 140$ de custos
fixos.
Também aqui se trata de uma decisão de curto prazo, isto é, a alternativa escolhida é válida
enquanto não for possível eliminar a situação de prejuízo – embora minimizado – a que
conduz, o que poderá ser seguido ou através de alternativas de utilização de capacidade
disponível ou pela sua redução com a consequente diminuição de custos fixos.
Os resultados (R) da empresa referidos a certo período são, como sabemos, a diferença entre
os proveitos (P) e os custos (C) imputáveis a esse período, ou seja:
R=P-C
Admitindo que a empresa não tem quaisquer outros proveitos além dos que resultam das suas
vendas (V), temos:
P=V=p x Q
Em que:
p= preço de venda
Q= quantidades vendidas
O que quer dizer que os proveitos são função das quantidades vendidas e dos preços
praticados.
Se se tratar de uma empresa produtora dos bens ou dos serviços que vende, podemos admitir,
como hipótese, que as quantidades vendidas em certo período são iguais às produzidas.
No que respeita aos custos podemos distinguir os custos fixos (Cf) dos custos variáveis (Cv),
ou seja, os custos totais (C), são:
C=Cf+Cv
Volume relevante
Por outro lado, quando nos aproximamos da utilização plena da capacidade existente, os
custos fixos aumentam e os custos variáveis passam a ser progressivos, isto é, variam mais do
que proporcionalmente com o volume de produção e de vendas.
Custos
Custos variáveis
Custos fixos
Volume
-16-
Pelo exposto, admitimos que é geralmente possível definir numa empresa, em concreto, um
intervalo de volume da sua produção e das suas vendas, que designamos por volume relevante
dentro do qual as suas operações não ocasionam alterações sensíveis nos seus custos fixos em
que os custos variáveis são proporcionais ao volume.
Custos
Custos Totais
Custos variáveis
Consideramos que aquela observação e o conceito de volume relevante são muito importantes
para se tornar acessível a utilização da informação sobre custos classificados segundo a sua
variabilidade, como veremos seguidamente:
As funções de custos definidas para o intervalo que acabamos por designar de volume
relevante terão como constantes o custo unitário variável (cv) e os custos fixos globais (Cf),
pelo que teríamos:
C = Cf + Cv . Q
Se se verificar também que os preços de venda se mantêm constantes naquele intervalo (pv) os
proveitos serão:
P = pv .Q
R = pv . Q -|Cf + cv . Q|
No quadro dos pressupostos acabados de referir em que, para diversos níveis de volume:
-17-
Os resultados de certo período podem ser determinados pela função:
R = pv . Q – Cf – cv . Q
O = pv . Q* – Cf – cv . Q*
Ou seja:
Q* = Cf
Pv –cv
Graficamente tem-se:
Vendas
Custos Totais
Ponto
Critico
(V”) Margem de
Segurança
Quantidades vendidas
Ponto Crítico Volume de vendas
(Q”) esperado
A margem de segurança deve utilizar-se nas empresas para medir o risco. Uma empresa com
uma margem de segurança elevada é menos vulnerável, isto porque o ponto crítico está longe
do volume de vendas esperado.
Pelo contrário, numa empresa com uma reduzida margem de segurança o risco é elevado, uma
vez que o seu ponto crítico pouco se distancia das vendas esperadas, por conseguinte, as
variações negativas na procura e nos preços de venda e bem assim os agravamentos não
previstos nos seus custos podem colocá-la em situação de prejuízo.
Convirá ter sempre presente nas aplicações dos conceitos relacionados com o ponto crítico os
pressupostos simplificadores atrás admitidos que raramente se verificam para grandes
variações nos volumes de produção e de vendas. No entanto, saliente-se que, como atrás
dissemos, com frequência pode ser definido um intervalo de variação do volume - que
designamos por volume relevante – dentro do qual aqueles pressupostos se verificam.
-18-
C. Análise dos Resultados dos Diferentes Produtos
a maior parte das empresas fabrica e vende mais do que um produto. Veremos seguidamente o
impacto das alterações do “product mix” nos resultados dos diferentes produtos e da empresa
no seu conjunto.
Exemplo:
De uma empresa que fabrica três produtos, designados por A, B e C, dispõe-se dos seguintes
elementos em relação ao mês de Maio de 19x1:
O peso do valor das vendas de cada produto no valor de vendas total é o seguinte:
Como os custos fixos são de 8 000, o ponto crítico em valor do “product mix” é o seguinte:
V* = 8 000 = 24 151 contos
0,331
-19-
A contribuição de cada produto do “product mix” para o ponto crítico, tendo em conta que
cada um deles contribui de acordo com a sua percentagem no “mix”, é a seguinte:
(em contos)
Produto vendas % V* contribuição cada produto
A 25 000 62,5 24 151 15 094
B 10 000 25,0 6 038
C 5 000 12,5 3 019
40 000 100,0 24 151
Suponha-se agora que se alterou o “product mix” de forma a que o peso percentual de cada um
passe para (30-35-30) sem que o valor das vendas totais e dos custos fixos se alterem. O
impacto nos resultados dos produtos será o seguinte:
Como os custos são de 8 000 contos, o ponto crítico, o ponto crítico em valor do “product
mix” seria o seguinte:
V* = 8 000 = 19 608 contos
0,408
Aquela quantidade (Q*) que é necessário produzir e vender para que os proveitos igualem os
custos, ou seja, para que não haja lucro nem prejuízo, é designado por ponto crítico das
vendas, também chamado de umbral do lucro ou ponto morto das vendas.
O ponto crítico pode também ser apresentado em valor, para o que basta multiplicar Q* pelo
preço de venda, como segue:
V* = pv. Q*
-em quantidade:
Q* = Cf ou Q* = Cf
pv-cv m
-20-
-em valor:
V* = Cf ou V* = Cf ou V* = Q* . pv
1-cv m’
pv
Graficamente tem-se:
Zona de Lucro
Custos Vendas
Custos Fixos
Volume
Note-se que para simplificar, considerámos, incorrectamente, que os custos e proveitos variam
linearmente com o volume de produção e de vendas para qualquer intervalo deste, o que é
apenas válido, como referimos, para o volume relevante.
Dever-se-á também ter presente esta incorrecção propositada nos gráficos que se seguem.
Conhecido o ponto crítico pode rapidamente estimar-se o resultado antes de impostos, pois
ficando os custos fixos cobertos pela margem de contribuição proporcionada pelo ponto
crítico (também se define ponto crítico o volume de actividade em que a margem de
contribuição é igual aos custos fixos), o resultado estimado será igual à margem de
contribuição proporcionada pelas quantidades vendidas para além desse ponto:
Em que:
Q= quantidades vendidas
Q*= ponto crítico em quantidades
pv= preço de venda
cv= custo variável unitário industrial e não industrial
Graficamente tem-se:
-21-
Zona de Lucro
Custos Vendas
Custos Fixos
Volume
Este gráfico salienta que, até se atingir o ponto crítico das vendas, a empresa tem prejuízo, que
é dado pela diferença entre qualquer ponto de recta de proveitos e igual ponto de recta de
custos, dado que a primeira assume valores inferiores à segunda (zona de prejuízo). Para
quantidades superiores ao ponto crítico a situação inverte-se (zona de lucro).
Salienta também, o que pode ser visto pela área correspondente à zona de lucro, que
ultrapassado o tempo crítico, o lucro aumenta mais do que proporcionalmente com o
crescimento do volume de vendas, sendo igual à margem de contribuição proporcionada pelas
quantidades vendidas para além do ponto crítico.
Margem de segurança
MS = Q-Q* ou MS = Q -1
Q* Q*
-22-
Os resultados da empresa para os dois “mix” são:
1º mix 2º mix
Vendas 40 000 40 000
Custos
Fixos 8 000 8 000
Variáveis 26 750 23 700
Lucro 5 250 8 300
Graficamente tem-se:
Lucro
Custos Vendas
Quantidades
Vendidas
-23-