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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
PROJETOS DE SISTEMAS MECÂNICOS

ANA BEATRIZ ARAUJO DE CARVALHO


DIEGO GONÇALVES DE MEDEIROS
JOSÉ COELHO DE LEMOS JÚNIOR
PRISCILA FARIAS NILO

PROJETO MECÂNICO DE UM TRANSPORTADOR

João Pessoa
2021
Ana Beatriz Araújo de Carvalho – 20170025814
Diego Gonçalves de Medeiros – 20180160311
José Coelho de Lemos Júnior – 2016014584
Priscila Farias Nilo – 11324428

PROJETO MECÂNICO DE UM TRANSPORTADOR

Trabalho apresentado ao docente


Dr. José Gonçalves de Almeida,
disciplina de Projetos de Sistemas
Mecânicos, como requisito à
obtenção da nota da avaliação.

João Pessoa
2021
SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 5
II. OBJETIVO ............................................................................................................................... 5
III. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................... 5
IV. DESENVOLVIMENTO (PROJETO) .................................................................................... 6
1. Seleção da Corrente.................................................................................................................. 7
d) Potência Efetiva da Corrente ............................................................................................. 10
a) Cálculo das reações ................................................................................................................ 13
b) Cálculo do momento fletor..................................................................................................... 14
c) Cálculo do torque no eixo .................................................................................................. 14
d) Seleção do limite de Escoamento ....................................................................................... 15
e) Cálculo do limite de Fadiga ............................................................................................... 15
f) Cálculo do Diâmetro ............................................................................................................... 18
V. CONCLUSÃO ............................................................................................................................ 23
VI. REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 23
RESUMO

Este trabalho demonstra a elaboração do projeto mecânico de um transportador para


deficientes, através de um relatório técnico de todo o projeto, como forma de aplicar os
conhecimentos adquiridos na disciplina em prática. O transportador projetado é uma plataforma
de elevação vertical com acionamento elétrico e transmissão de correntes, que permitem às
pessoas com problemas de mobilidade transportar-se de um andar para outro em uma biblioteca,
com segurança segundo normas vigentes.
I. INTRODUÇÃO

Um projeto mecânico busca realizar a concepção de um novo mecanismo ou produto


em um equipamento final funcional, confiável e seguro para o dia a dia. Os engenheiros tendem
a desenvolver um projeto exclusivo para cada cliente, de acordo com sua finalidade, parâmetros
e requisitos ou limitações (de custo, espaço, etc), buscando uma solução mais adequada para o
pretendido.
Neste trabalho, o projeto mecânico a ser realizado é um transportador (elevador) para
pessoas deficientes em diferentes níveis de andar. A acessibilidade pelo elevador para
deficiente é um direito de todos e proporciona condições de mobilidade e segurança nos
ambientes. Locais públicos devem ser obrigatoriamente adaptados aos portadores de alguma
deficiência.
Um elevador para deficientes é um equipamento destinado a locomoção vertical de
pessoas com problemas de mobilidade onde o desnível de escadas torna-se inviável para o seu
deslocamento. O elevador a ser projetado é uma máquina com um baixo impacto na construção,
cujas características permitem que funcione com segurança e eficiência para atender às pessoas
com alguma deficiência transportar-se de um andar para outro em uma biblioteca.
O elevador a ser construído é pequeno e com dimensões restritas, de acordo com o
espaço disponível no local, com duas paradas (térreo e 1° andar) e atende a todas as normas de
segurança de funcionamento vigentes pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

II. OBJETIVO

Este relatório tem como objetivo a elaboração e o desenvolvimento de um transportador


para pessoas deficientes, contendo o projeto da estrutura (dimensionamento, análise mecânica
e modelamento tridimensional), bem como a seleção dos principais componentes mecânicos,
que melhor atenda aos requisitos especificados pelo cliente.

III. REFERENCIAL TEÓRICO

A necessidade de transportar cargas e pessoas tornou os transportadores um item


indispensável pela maior facilidade e rapidez. Estes equipamentos, são comumente utilizados
no nosso cotidiano, desde o transporte de pessoas em prédios residenciais e comerciais, como
para transporte de cargas, no âmbito industrial.
Os elevadores, por sua vez, são transportadores que se movem em um meio vertical.
O primeiro “elevador” construído foi criado por um engenheiro chamado Vitrúbia, em Roma,
no século I a.C. Estes elevadores eram equipamentos que subiam e desciam a partir de um
conjunto de roldanas, movidos também por força humana e animal.

Hoje, com o avanço da engenharia civil, a maioria dos prédios requerem elevadores
devido a sua grande quantidade de andares. Por outro lado, os elevadores também são de grande
importância mesmo que em pequenos andares, como por exemplo, para cadeirantes que não
podem se locomover.

Figura 1 – Primeiro “elevador” criado

Fonte: Blog Otis

IV. DESENVOLVIMENTO (PROJETO)

Para o projeto do elevador, foram considerados as seguintes especificações, delimitado


pela área destinada a instalação do elevador na biblioteca:

• Dimensões desejadas: 1,5m x 1,5m


• Capacidade máxima: 2 pessoas (cadeirante e acompanhante) ou 1500 N
• Distância a percorrer: 3m (do Térreo ao 1° andar)

Além disso, o investimento disponibilizado pelo cliente foi de R$ 25.000,00 e o prazo


para a elaboração e fabricação de todo o projeto foi de 60 dias úteis.
Tendo em vista a pequena capacidade de carga e o custo investido, selecionou-se o
sistema de transmissão de potência por correntes, por ser eficiente e econômico, dentre outras
vantagens como: não escorrega, absorve os choques e tem maior durabilidade.

1. Seleção da Corrente

Para dar início ao projeto, selecionaremos, portanto, qual corrente será utilizada no
projeto do transportador. Para isso, determinaremos a o número da corrente, seu comprimento
mínimo e o número de correntes necessárias

a) Número da Corrente

Para a seleção do número da corrente calcularemos a carga transmitida à corrente, por:

𝐹𝐶 = 𝑃 + 𝐹𝐼 + 𝐹𝐴 (Equação 1)

Onde: P é a carga transportada; FI é a força de inércia; e FA é a força de atrito.

A carga transportada é determinada por:

𝑃 = 𝑚. 𝑔 (Equação 2)

Sabemos que m = 500 kg e g = 10 m/s, assim temos:

𝑃 = 500 ∗ 10

𝑃 = 5 000 𝑁

A Força Inercial é calculada por:

𝐹𝐼 = 𝑚 ∗ 𝑎 (Equação 3)

Onde m é a massa e a é a aceleração.

Sabemos que m = 500 kg e a = 0,10 m/s², assim temos:

𝐹𝐼 = 500 ∗ 0,10

𝐹𝐼 = 50 𝑁
A Força de atrito foi considerada como 30% da força inercial, então:

𝐹𝐴 = 0,3 ∗ 𝐹𝐼

𝐹𝐴 = 15𝑁

Assim, da Equação 1, temos que:

𝐹𝐶 = 5000 + 50 + 15

𝐹𝐶 = 5065 𝑁

Conhecida a carga transmitida à corrente, calcularemos a carga total estimada por:

𝐹𝑆 = 𝐹𝐶 ∗ 𝑛

Onde: n é o fator de segurança do projeto.

O fator de segurança do projeto para cada aplicação é dado pela Tabela 1. Para o projeto,
um elevador de baixa velocidade, utilizaremos n = 10. Assim, obtemos:

𝐹𝑆 = 5065 ∗ 10

𝐹𝑆 = 50650 𝑁

Tabela 1 – Fatores de Segurança para diferentes aplicações

Fonte: Consultoria & Engenharia

Através da Tabela 2, podemos observar que somente a partir da corrente de número 80


que a resistência mínima a tração supera a carga total estimada da corrente. Portanto, escolheu-
se a correia de número 80 para ser utilizada ao transportador.
Tabela 2 - Dimensões das correntes em função do número da corrente (AISI)

Fonte: Apostila de Transmissão por Correntes

b) Número de dentes

Com o auxílio da Tabela 3, selecionamos o número de dentes das polias. Definimos a


coroa de 30 dentes.

Tabela 3 – Número de dentes de roda dentada de fileira única comerciais

Fonte: Elementos de Máquinas de Shigley


c) Potência da Trabalho da Corrente

Para determinarmos a potência de trabalho da corrente, calculemos:

𝑃𝑜𝑡 = 𝐹𝐶 ∗ 𝑉 (Equação 4)

Onde: Fc é a carga transmitida a corrente e V é a velocidade de subida da corrente.

Considerando-se que a velocidade de subida é V = 0,10 m/s, então concluímos que:

𝑃𝑜𝑡 = 5065 ∗ 0,10

𝑃𝑜𝑡 = 506,5 𝑊

d) Potência Efetiva da Corrente

A potência efetiva é dada por:

𝐾𝑠∗𝑃𝑜𝑡
𝑃𝑒𝑓 = (Equação 5)
𝐾𝑇

Onde Ks é o fator de serviço para corrente; e KT é o fator de coração do número de


dentes do pinhão.

Pela Tabela 4, apontamos KS = 1,3, fator de correção para casos de choque moderado
de motor elétrico. Quanto ao número de dentes, definiu-se para a coroa de 30 dentes. Então,
pela Tabela 5, verificamos que KT = 1,73.

Tabela 4 - Fator de serviço em transmissão por correntes

Fonte: Apostila de Transmissão por Correntes


Tabela 5 -Fator de correção do número de dentes do pinhão

Fonte: Apostila de Transmissão por Correntes

Assim, da Equação 5, obtivemos que:

1,3 ∗ 506,5
𝑃𝑒𝑓 =
1,73

𝑃𝑒𝑓 = 380,61 𝑊

e) Diâmetro das Rodas Dentadas

O diâmetro da roda dentada menor (motora), d, é calculado por:

𝑃
𝑑= (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 6)
180°
𝑠𝑖𝑛 ( 𝑁 )
1

Onde P é o passo da corrente e N1 é o número de dentes da polia motora.

O passo da corrente n°80 é de 25,4 mm como vista na Tabela 2. Assim, temos:

25,4
𝐷=
180°
𝑠𝑖𝑛 ( 30 )

𝐷 = 243 𝑚𝑚
f) Comprimento da corrente

O comprimento da corrente vai ser determinada pelo projeto gráfico do elevador,


considerando as distâncias reais de cada elemento. O desenho do esquema do sistema de
transmissão transportador está ilustrado na Figura 2 a seguir.

Figura 2 – Distâncias para o projeto do Transportador

A distância C pode ser calculada pelo cálculo:

𝐶 + 100 + 750 + 27000 + 300 = 5700


𝐶 = 1850 𝑚𝑚

O comprimento da Corrente é calculado como:

243. 𝜋
𝐿 = 1850 + 100 + 200 + 200 + (5700 − 300) + 2700 + 2
2

𝐿 = 11213,4 𝑚𝑚

Arredondando para um valor comercial:

𝐿 = 11215,0 𝑚𝑚 = 11,215 𝑚

2. Dimensionamento do Eixo

Com base nos dados obtidos na seleção do sistema de transmissão, determinaremos o


diâmetro do eixo principal (do motor), que suporte as cargas dispostas ao longo do eixo.

Dimensionaremos o eixo principal, pelo qual acionará o sistema de transmissão,


utilizando-se o Critério de Soderberg, determinada pela seguinte expressão:

1
1 3
2 2
32𝑛 𝑀𝑎 2 𝑇𝑚
𝑑𝑒𝑖𝑥𝑜 = { [( ) + ( ) ] } (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 9)
𝜋 𝑆𝑛 𝑆𝑦

a) Cálculo das reações


Para a determinação das reações e do momento há necessidade de conhecermos as
reações nos mancais C e D. Pelo Diagrama de Corpo Livre, temos:

Figura 2 – Diagrama de Corpo Livre do eixo do tambor


A partir do DCL, podemos calcular as reações e momento resultantes, através do
somatório de forças e momentos.

∑𝐹𝑦 = 0
𝑅𝐷𝑦 + 𝑅𝐶𝑦 = 𝐹𝐶

A força da corrente foi calculada anteriormente, e seu resultado foi de Fc = 5,065 kN.
Assim, podemos calcular:
𝛴𝑀𝐶, 𝐷 = 0
0,12 𝑅𝐶𝑦 = 0,06𝐹𝐶
𝑅𝐶𝑦 = 2,53 𝑘𝑁

De maneira análoga, definimos:

0,12 𝑅𝐷𝑦 = 0,06𝐹𝐶


𝑅𝐶𝑦 = 2,53 𝑘𝑁

b) Cálculo do momento fletor


O momento fletor pode ser calculado a partir da seguinte expressão:
Ma = Reação x distância
𝑀𝑎 = 2,53 ∗ 0,06
𝑀𝑎 = 0,152 𝑘𝑁

c) Cálculo do torque no eixo


O torque do eixo deve ser calculado pela seguinte equação:

𝐹𝐶 ⋅ 𝐷𝑇
𝑇=
2

Onde DT é o diâmetro do tambor já conhecido.

5,065 ⋅ 0,219
𝑇=
2

𝑇 = 0,554 𝑘𝑁
d) Seleção do limite de Escoamento

Tabela 6 – Propriedades dos materiais usados na fabricação de eixos

Fonte: Apostila de Transmissão por Correntes

Para encontrar o limite de escoamento, é necessário determinar o material a ser utilizado


no eixo. Pela Tabela 6, foi escolhido para o eixo, o Aço 1030, para uma temperatura de 540°C.
Assim, obtemos que:
𝑆𝑦 = 517 𝑀𝑃𝑎
𝑆𝑟𝑡 = 669 𝑀𝑃𝑎

e) Cálculo do limite de Fadiga


Para o calcula do limite da fadiga (Sn), utilizamos a seguinte equação:

𝑆𝑛 = 𝑘𝑎 . 𝑘𝑏 . 𝑘𝑐 . 𝑘𝑑 . 𝑘𝑒 . 𝑘𝑓 . 𝑆𝑛′

Onde: ka é o fator de modificação de condição de superfície, kb é o fator de modificação


de tamanho, kc é o fator de modificação de carregamento, kd é o fator de modificação de
temperatura, ke é o fator de confiabilidade, kf é o fator de modificação de diversos efeitos. S’n é
o limite de fadiga de teste.
Considerando o acabamento superficial usinado, com concentração de tensão por fadiga
igual a 1,25, confiabilidade de 99,9%, temperatura ambiente e efeitos diversos (revestimento)
iguais a 1,0. Tem-se:

Fator de condição de superfície kb


𝐾𝑎 = 𝑎 ∗ (𝑆𝑟𝑡 )𝑏
Pela Tabela 7:
𝑎 = 4,51 𝑒 𝑏 = −0,265

𝑘𝑎 = 4,51 ∗ (669)−0,265

𝑘𝑎 = 0,80

Tabela 7 – Fatores a e b em relação ao acabamento superficial

Fonte: Elementos de Máquinas de Shigley

Fator de tamanho kb
Para carregamento axial não há efeito de tamanho, assim:

𝑘𝑏 = 1

Fator de carregamento kc
Seja o fator de carregamento dado por:

𝑘𝑐 = 0,89

Fator de temperatura kd
Para uma operação em temperatura ambiente (25°C), temos pela Tabela 8:

𝑆𝑇
𝑘𝑑 =
𝑆𝑅𝑇

𝑘𝑑 = 1,00
Tabela 8 - Efeito da temperatura de operação na resistência à tração do aço

Fonte: Elementos de Máquinas de Shigley

Fator de confiabilidade ke
Para uma confiabilidade de 99,9%, temos pela Tabela 9:

𝑘𝑒 = 0,753

Tabela 9 – Fatores de confiabilidade e variante de transformação

Fonte: Elementos de Máquinas de Shigley

Fator de efeitos diversos kf


Se o fator de concentração de tensão de fadiga é:
𝑘𝑡 = 1,25

Considerando o caso mais conservador e seguro, então:


𝑘𝑓 = 𝑘𝑡
𝑘𝑓 = 1,25
Limite de fadiga de teste S’f
𝑆𝑛′ = 𝑇 ∗ 𝑆𝑟𝑡
𝑆𝑛′ = 0,554 ∗ 669
𝑆𝑛′ = 370,63 𝑀𝑃𝑎

Resultamos em:

𝑆𝑛 = 0,80 . 1,0 . 0,89 . 1 . 0,753 . 1,25 . 370,63

𝑆𝑛 = 248,385 𝑀𝑃𝑎
f) Cálculo do Diâmetro
Considerando o coeficiente de segurança n = 1,5, obtemos, pela Equação 9:
1
1 3
2 2 2
32 . 1,5 152 554
𝑑𝑒𝑖𝑥𝑜 = { [( 6
) +( ) ] }
𝜋 248,39 . 10 517 . 106

𝑑𝑒𝑖𝑥𝑜 = 0,02662 𝑚 = 26,62 𝑚𝑚

Arredondando para um valor comercial, usaremos:

𝑑𝑒𝑖𝑥𝑜 = 30 𝑚𝑚
3. Projeto tridimensional
V. CONCLUSÃO

O transportador para deficientes projetado apresenta um sistema de transmissão


realizado por correntes. A seleção da corrente foi feita através de equacionamentos que
determinaram o número da corrente. Seu comprimento foi determinado pelas medidas
apresentadas no projeto. O eixo principal (do tambor) foi dimensionado através das forças
atuantes da corrente, de modo a determinar o diâmetro mínimo que suporte as cargas existentes.

Com o auxílio do software SolidWorks, foi projetado o transportador para deficientes,


com todos os elementos necessários (polias, motor, corrente, plataforma, eixo, etc) e com as
dimensões vistas e calculas presente neste trabalho.

VI. REFERÊNCIAS

Budynas, Richard, e J. Keith Nisbett. Elementos de Máquinas de Shigley . Disponível


em: Minha Biblioteca, (10ª edição). Grupo A, 2016. Acesso em 19 de novembro de 2021.

A., COLLINS ,, J. et al. Projeto Mecânico de Elementos de Máquinas . Disponível em:


Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2006. Acesso em 19 de novembro de 2021.

GONÇALVES, J Apostilha de Elementos de Máquinas 2021. Disponível em: Sigaa.


Acesso em 19 de novembro de 2021

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