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1.

Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, 1966;


2. Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais,
1966;
3. Convenção sobre Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Racial, 1966;
4. Convenção sobre Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra a Mulher, 1979;
5. Convenção contra a Tortura, 1984;
6. Convenção sobre os Direitos da Criança, 1989;
7. Convenção sobre Proteção dos Direitos de Todos os
Trabalhadores Migrantes e suas Famílias, 1990;
8. Convenção sobre os Direitos de Pessoas com Deficiência, 2007;
9. Convenção para a Proteção de Todas as Pessoas contra os
Desaparecimentos Forçados, 2007.

Hoje, crianças e adolescentes são reconhecidas como sujeitos de


direito, ou seja, assim como os adultos, têm direitos e garantias fundamentais
que devem ser asseguradas e exercidas em nome próprio. Porém, nem
sempre foi assim e esse reconhecimento é fruto de um longo percurso histórico
impulsionado por movimentos e marcos legais nacionais e internacionais, como
a Convenção Sobre os Direitos da Criança, que completa 32 anos em 2021.

Adotada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas


(ONU), em 20 de novembro de 1989, a Convenção reconhece como criança
todo indivíduo com menos de 18 anos de idade. E confere a esta população,
em todo o mundo, pela primeira vez, todos os direitos até então reservados aos
adultos, inclusive os inscritos na Declaração Universal dos Direitos Humanos,
de 1948.
O documento também determina que estes direitos devem ser exercidos
sem nenhum tipo de discriminação, de raça, cor, sexo, origem, religião, posição
econômica ou deficiência física; e que todas as ações relativas à criança
devem considerar primordialmente seu melhor interesse.
 
1. É o instrumento de direitos humanos mais aceito na história universal
Quase todos os países do mundo assinaram o compromisso de fazer
valer os direitos inscritos na Convenção Sobre os Direitos da Criança. O
tratado foi ratificado por 196 países e é o instrumento de direitos humanos mais
aceito na história, apenas os Estados Unidos não se comprometeram a segui-
lo. Os países signatários têm de apresentar, periodicamente, relatórios sobre
as medidas adotadas para tornar efetivos os direitos reconhecidos na
Convenção e sobre os progressos alcançados.
 
2. O Brasil foi um dos primeiros países a ratificar a Convenção Sobre os
Direitos da Criança em 1990
No final da década de 1980, com a redemocratização pós-ditadura
militar, foi estabelecido  no Brasil um novo olhar sobre os direitos de crianças e
adolescentes. A nova Constituição Federal de 1988 estabeleceu, no artigo 227,
a doutrina da proteção integral; a responsabilidade compartilhada entre família,
Estado e sociedade de garantir os direitos dessa população; e o
reconhecimento de crianças e adolescentes como sujeitos de direito. A partir
de então, diversas leis que instituem políticas direcionadas à infância e
adolescência foram criadas no país, como o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), em julho de 1990, uma das primeiras legislações do
mundo completamente sintonizadas com a Convenção. Impulsionado por
esses avanços legais e pelo debate internacional a respeito dos direitos de
crianças e adolescentes, o país ratificou, em 24 de setembro de 1990, a
Convenção Sobre os Direitos da Criança, reafirmando o compromisso brasileiro
com os direitos desta população.
 
3. O Brasil participou da construção da Convenção
Em 1978, o primeiro projeto da Convenção Sobre os Direitos da Criança
foi formalmente apresentado à Comissão de Direitos Humanos da ONU pelo
governo polonês, porém, a proposta inicial recebeu muitas críticas por não
tratar, dentre outras coisas, de uma série de direitos. Assim, para a construção
do segundo projeto do tratado, a Comissão decidiu criar um Grupo de Trabalho
(GT), que se reuniu uma vez por ano entre 1980 e 1987 e em duas ocasiões
em 1988.
Nos encontros, houve uma participação constante de representantes
brasileiros em todas as sessões a partir de 1981. Segundo a diplomata Marília
Sardenberg, que participou das discussões do GT representando o Brasil, em
entrevista sobre os 30 anos do marco, a principal contribuição do Brasil foi
“buscar evitar que concepções e padrões de países ricos e desenvolvidos
viessem impor políticas, valores e programas incompatíveis com nossas
capacidades e recursos, na área dos direitos das crianças”.
 
4. Principais conquistas do tratado
Em 54 artigos, a Convenção traz diversas conquistas para os direitos de
crianças e adolescentes e apresenta avanços fundamentados nos princípios da
não discriminação, do melhor interesse das crianças, do direito à vida, à
sobrevivência e ao desenvolvimento, e do respeito às opiniões das
crianças. Complementarmente, o tratado também dispõe de protocolos
facultativos – ou seja, que os países signatários da Convenção decidem se
querem adotar ou não – que são usados para aprofundar questões
apresentadas no documento original ou para abordar novas preocupações. São
três protocolos, dois foram adotados em 2000: um aumenta a proteção das
crianças contra o envolvimento em conflitos armados e outro recomenda
a criminalização da venda de crianças, da exploração sexual e da
pornografia infantil; o terceiro foi adotado pela Convenção em 2014, e
permite que  crianças apresentem reclamações de violações dos seus
direitos diretamente ao Comitê dos Direitos da Criança, que é responsável
por monitorar a aplicação das disposições do tratado. O Brasil é signatário
deste terceiro. Em 2019,  adolescentes de doze países apresentaram ao
Comitê uma denúncia contra cinco países que estão se omitindo ou agindo
deliberadamente de modo contrário ao que se comprometeram a fazer para
frear as mudanças climáticas no Acordo de Paris. Na ocasião, o Brasil foi
representado por Catarina Lorenzo, de 12 anos.
 
5. Principais avanços brasileiros desde a ratificação da Convenção Sobre
os Direitos da Criança
No Brasil, os principais avanços dos direitos de crianças e adolescentes
foram frutos da soma do novo olhar estabelecido desde o final da década de
1980, com a promulgação da nova Constituição, a instituição de políticas
públicas para a infância e a adolescência e a assinatura de tratados
internacionais como a Convenção. Os indicadores mostram que esses
impactos puderam ser sentidos nas áreas de educação, saúde, proteção social
e várias outras: a taxa média de analfabetismo entre crianças e
adolescentes de 10 a 18 anos caiu 88,8%; a evasão escolar, de adolescentes
de 15 a 17 anos, caiu quase 50%; entre 1990 e 2012, a taxa de mortalidade
infantil, de crianças de até 1 ano de idade, caiu 75% no Brasil; de 1992 a 2013,
o número de crianças de 5 a 15 anos em situação de trabalho infantil caiu 76%;
e, de 1994 a 2014, número total de pessoas subalimentadas sofreu redução de
84,7%.
 
6. Principais desafios brasileiros para a efetiva implementação da
Convenção Sobre os Direitos da Criança
As desigualdades sociais persistem apesar dos avanços e dos direitos
assegurados. Milhões de crianças e adolescentes continuam privados de
direitos fundamentais e expostos a diferentes formas de violência e exploração.
Ainda, novos desafios se apresentam, como a crise climática e a
poluição do ar – responsável pela morte de pelo menos 633 crianças menores
de cinco anos a cada ano no Brasil.
Os dados mostram, também, que ainda temos um longo caminho a
trilhar até a efetiva implementação de todos os direitos assegurados às
crianças pela Convenção. Em 2016, a mortalidade infantil no país, depois de 26
anos em queda, voltou a subir; em média, duas crianças de até 5 anos ainda
morrem por dia no Brasil em razão de diarreia, que poderia ser  evitada com
acesso à água potável, medidas de higiene e saneamento básico; crianças e
adolescentes são a maioria das vítimas de estupro no país; e, entre 1980 e
2014, mais de 200 mil crianças e adolescentes brasileiras foram assassinados
no país, a violência é maior contra pessoas negras – em 2014 morreram
195,3% a mais em comparação a pessoas brancas.
Em 2015, o Comitê dos Direitos da Criança apresentou ao Brasil uma
série de recomendações para efetiva implementação da Convenção,
relembrando que a criança não é apenas o futuro, mas também o presente.
Dentre as recomendações, indica: garantir a alocação de recursos para
crianças de grupos vulneráveis, como indígenas, afrodescendentes e crianças
com deficiência, e proteger esses recursos de cortes em situações de crise
econômica; melhorar o sistema de coleta de dados, especialmente sobre a
questão da violência contra crianças e adolescentes; e o estabelecimento de
um mecanismo independente específico para monitorar os direitos das crianças
e realizar atividades de acompanhamento e verificação para vítimas.

Convenção internacional sobre os direitos da criança é um tratado que


visa à proteção de crianças e adolescentes de todo o mundo, aprovada na
Resolução 44/25 da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 20 de
novembro de 1989.

Além de relatar a respeito da própria convenção, o Brasil assinou dois


Protocolos Opcionais à Convenção sobre os Direitos da Criança: um relativo ao
envolvimento de crianças em conflito armado; e outro que diz respeito à venda
e prostituição de crianças aos quais o Estado também relata.

Aspecto GERAL
INTRODUÇÃO
É de suma importância, lembrar que a criança é uma pessoa humana,
sendo assim, também goza dos direitos enunciados em todos os Pactos,
Tratados e Convenções que tratem dos direitos humanos.

A criança se mostra em uma condição especial, quando comparada aos


adultos, necessitando de cuidados e assistência especiais, principalmente em
seu ambiente familiar, onde sua educação deve seguir os ideais proclamados
na Carta das Nações Unidas, juntamente com um clima de paz, tolerância,
liberdade, tendo como finalidade o desenvolvimento pleno e harmônico de sua
personalidade, por isso, fez-se necessário o reconhecimento de direitos
próprios da criança. e do adolescente.
Os direitos enunciados na Convenção sobre os Direitos da Criança
abrangem, sem discriminação de cor, raça, língua e ideologia, todas as
pessoas que estejam entre 0 e 18 anos de idade.

Analisaremos através desse estudo, a evolução adquirida no decorrer do


século que diz respeito ao tratamento oferecido às crianças em todo mundo,
mostrando quais são os direitos que garantem seu total desenvolvimento, se
esses direitos são assegurados pelos demais países do mundo. Mostraremos
também a importância da Convenção sobre os Direitos da Criança na
conscientização da sociedade a respeito das dificuldades sofridas por elas.

DESENVOLVIMENTO

Foram necessários aproximadamente 40 anos de pesquisas e análises


para que se conseguissem a elaboração e a aceitação de uma Convenção
sobre os Direitos da Criança.

Foi em meio às tensões Leste - Oeste que os Estados começaram a


reconhecer a importância da Convenção dos Direitos da Criança, chegando até
a existir razões que justificassem uma mudança internacional de idéia que
levaria à aceitação da Convenção sobre os Direitos da Criança, em 1989.

Primeiramente, houve uma mudança fundamental do status da criança


na lei internacional, seguido por um reconhecimento, no que diz respeito à
prevenção da criança contra a discriminação.

Dentre as outras razões, estava o reconhecimento da necessidade de


elevados padrões de proteção em algumas áreas da vida da criança; os dois
princípios fundamentais para aplicação desses direitos, eram o envolvimento
capacitativo da criança e o seu melhor interesse; e a necessidade de
uniformização do padrão internacional.

Os Estados também foram preparados para reconsiderar a necessidade


da Convenção, sendo uma das principais metas a formulação de um
documento compreensivo dos Direitos da Criança, que seria acessível às
crianças e às pessoas que trabalhassem com elas.

Desde 1979, foram formados grupos de trabalhos que examinariam os


direitos previstos nas duas outras Declarações (1959;1979) para só em
novembro de 1989 haver a adoção da Convenção pela Assembléia Geral.

A Convenção sobre os Direitos da Criança possui extrema importância


na melhoria do nível de vida desses indivíduos integrantes da parcela
populacional que mais desperta sentimentos de simpatia no ser humano. Ela
reconhece, pela primeira vez, a criança como sujeito de direitos, cujas opiniões
devem ser ouvidas e respeitadas. Apresentando-se, assim, como instrumento
orientador à atuação dos Estados na órbita doméstica.

Essa Convenção tem sido o documento normativo com maior


capacidade mobilizadora desde a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Isso mostra que o primeiro objetivo, o de conscientizar sobre a necessidade de
medidas concretas, a fim de que os direitos por ela consagrados possam ser
consubstanciados, começa a ser alcançado.

Em 1924, a Liga das Nações adotou a Declaração sobre os Direitos da


Criança que possuía abordagem limitada e linguagem mais assistencialista do
que de direitos - "a criança faminta deve ser alimentada; a enferma deve ser
atendida; a deficiente deve ser ajudada (...)". Em 1946, foi criada a Unicef, com
o objetivo de socorrer as crianças e os adolescentes dos países vítimas da 2ª
Guerra Mundial, tendo sido, depois, transformado em Agência Especializadora
do sistema da ONU e mantida com suas atividades reorientadas para auxiliar a
infância carente do Terceiro Mundo.

Essa Convenção foi concebida com quatro observações :

1. A participação da criança em suas próprias e destinadas decisões


afetivas;

2. A proteção da criança contra a discriminação e todas as formas de


desprezo e exploração;

3. A prevenção de ofensa à criança ;

4. A provisão de assistência para suas necessidades básicas.

Para finalizar e passar a enumerar alguns dos direitos da criança, é bom


lembrar que os direitos das crianças não são apenas uma questão de
prevenção, participação, salvação ou libertação aplicados separadamente:
todos esses requisitos são igualmente necessários, quando aplicados
apropriadamente.

A Convenção é composta de um Preâmbulo e cinqüenta e quatro artigos


dispositivos divididos em três partes: a Parte I, definidora e regulamentadora,
dispõe em substância sobre os direitos da criança; a Parte II estabelece o
órgão e a forma de monitoramento de sua implementação; a Parte III traz as
posições regulamentares do próprio instrumento.
O Preâmbulo explicita a base jurídica da Convenção, definindo também
sua filosofia, ao afirmar que a criança deve, por um lado, "crescer no seio da
família, em um ambiente de felicidade, amor e compreensão" e, por outro,
"Estar plenamente preparada para uma vida independente na sociedade".

O artigo 1º define juridicamente a criança como "todo ser humano como


menos de dezoito anos de idade".

Foram garantidos a elas direitos como: liberdade de expressão, de


pensamento, de consciência e de crença, de modo que sejam levadas em
conta a evolução de sua capacidade mental; direito à proteção e assistência
especiais do Estado; direito de gozar do melhor padrão de visa possível; direito
à pensão alimentícia; direito à educação, direito de serem protegidas contra o
uso ilícito de drogas; direito à proteção contra a tolerância econômica e contra
o desempenho de qualquer trabalho que possa interferir no seu
desenvolvimento físico e mental.

Segue a enumeração de alguns direitos :

Todo ser humano, ao nascer, tem direito a um registro, contendo seu


nome e nacionalidade e caso seja privado de um de todos os elementos
constitutivos de sua identidade, os Estados-partes tomarão medidas, para que
sua identidade seja restabelecida.

A criança não poderá ser separada, retirada de seu ambiente familiar


contra a vontade de seus pais, exceto quando a criança estiver sofrendo maus
tratos, ou quando a família não zele pelo seu bem-estar. Acontecendo isso,
verificar- se-á se a separação é do interesse superior da criança. Se houver
separação, a criança tem o direito de optar se quer ter ou não contato com
ambos os pais.

As crianças que estejam fora de seu ambiente familiar, refugiadas ou


consideradas como tal, para que possam usufruir de seus direitos, receberão
dos Estados-partes proteção e assistência humanitária.

Serão considerados rápidos, positivos e humanitários todos os pedidos


da criança ou de seus pais com o propósito de reunificação familiar.

Como toda pessoa humana, a criança também tem o direito de liberdade


de pensamento, consciência e crença, independentemente da forma como o
faça, desde que não desrespeite o direito de outrem.

Toda criança tem direito à educação, pelo menos na fase elementar que
deve ser obrigatória e gratuita, cabendo aos pais a responsabilidade na sua
educação e desenvolvimento e, caso os pais trabalhem, a criança tem direito a
serviços de assistência social e creches.

Toda criança tem direito à saúde, serviços destinados ao tratamento das


doenças e à recuperação da saúde, como também, de usufruir da previdência
social.

Fazendo parte de minorias étnicas, lingüísticas ou de origem indígena,


não lhes será negado o direito de professar suas crenças e costumes.

A criança será protegida contra qualquer trabalho que seja nocivo a sua
saúde física, mental e moral. Para isto, foram estabelecidas idades mínimas
para a admissão de empregos, como também horários e condições de
trabalho.

Os Estados-partes protegerão as crianças contra o uso ilícito de drogas


e substâncias psicotrópicas, contra a participação na produção e no tráfico
dessas substâncias, como também protegerão as crianças contra qualquer tipo
de discriminação, violência física ou mental, abuso ou tratamento negligente,
maus tratos, exploração, inclusive toda forma de abuso sexual e contra o tráfico
e a retenção ilícita das mesmas no exterior.

Os Estados-partes adotarão leis, procedimentos, e instituições


específicas para crianças que infrinjam as leis penais, não podendo as mesmas
serem condenadas à prisão perpétua e à pena de morte.

Entretanto, a situação do Brasil, no tocante aos direitos das crianças e


adolescentes e sua realização, é bem diversa., o que verificamos pelas
palavras de Júlio Marinho de Carvalho, que resumem a realidade em que
vivemos: “No Brasil, é evidente que ainda está faltando a generalização de uma
ação mais objetiva na ressalva dos direitos fundamentais dos pequenos
patrícios que são excluídos por uma sociedade fria e distante. Por não terem
um lar, nem escola, ou ocupação profissional, os garotos não tomam
consciência dos seus direitos e deveres.”

Desde a mobilização da sociedade em torno da nova Constituição, o


Brasil mostra interesse na Convenção, sintonizado com os problemas das
crianças brasileiras. Os artigos 227 e 228 abrigam conquistas fundamentais
para o desenvolvimento infantil. A Convenção foi assinada pelo Brasil na data
em que foi aberta à assinatura dos Estados: 26 de janeiro de 1990.

Outro fator que dificultou uma maior atuação da Convenção foi o fim da
Guerra Fria. Esse término facilitou a maior mobilidade entre países e
continentes, favorecendo o desenvolvimento do tráfico de crianças em
programas pornográficos.

Por outro lado, não se pode negar que a década de 90 parece ter
"descoberto" os problemas da criança. Essa década tem testemunhado
iniciativas governamentais e não-governamentais, para apoiar os direitos da
criança e coibir seus abusos. Entre essas iniciativas, foi a realização do
Congresso de Estocolmo, em agosto de 1996, a respeito da questão da
exploração sexual de crianças.

CONCLUSÃO

A criança e o adolescente contam com leis internacionais e nacionais em


seu favor. São prioridade absoluta, no sentido de terem preferência na
formulação e na execução das políticas sociais públicas, no atendimento de
serviços públicos ou de relevância pública e terem primazia de receber
proteção e socorro em qualquer circunstância. Têm garantia da defesa, como
sendo dever da família, da sociedade e do Estado colocar as crianças e
adolescentes a salvo de toda forma de negligência, exploração, violência,
crueldade e opressão. Têm cidadania garantida, ou seja, têm o direito de ter
direitos. Exigem clareza e seriedade políticas de caráter social, assistencial, de
proteção integral e de garantias, como também em relação à participação
popular. Contam com conselhos de direitos e com conselho tutelar para fins de
intervir, controlar e fiscalizar, caso os direitos de alguma criança estejam sendo
violados, omitidos ou ameaçados§.

Em vista dos argumentos apresentados, é importante observar que a


Convenção sobre os Direitos da Criança não conseguiu assegurar, na prática,
todos os direitos por ela estabelecidos, ajudando na conscientização da
sociedade sobre os problemas infantis, pois "descobrir" e reconhecer a
existência dos problemas é pouco, mas constitui um grande passo para que se
possam buscar meios e modos para tentar sua superação. Nesse aspecto, pelo
menos, a Convenção se mostrou um instrumento de importante valor e
contribuiu para uma importante e significativa melhoria do padrão de vida
desses seres humanos, que merecem uma vida mais digna e saudável para,
no futuro, vencerem novos desafios impostos pela sociedade moderna.

PAÍSES QUE RATIFICARAM

Convenção sobre os Direitos da Criança foi adotada pela Assembleia


Geral da ONU em 20 de novembro de 1989. Entrou em vigor em 2 de setembro
de 1990.
É o instrumento de direitos humano mais aceito na história universal. Foi
ratificado por 196 países. Somente os Estados Unidos não ratificaram a
Convenção. O Brasil ratificou a Convenção sobre os Direitos da Criança em 24
de setembro de 1990.

Quais são os princípios orientadores da Convenção?

Os princípios orientadores da Convenção são: não discriminação; os


melhores interesses da criança, como uma consideração primária em todas as
ações relativas às crianças; o direito inerente da criança à vida, e a obrigação
dos Estados partes de garantir, ao máximo, a sobrevivência e o
desenvolvimento da criança; e o direito da criança de expressar seus pontos de
vista livremente em todos os assuntos que afetam sua vida, com essas visões
recebendo o devido peso.

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