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Propriedades ópticas de sistemas coloidais

Quando nos referimos a propriedades ópticas, entende-se que se trata da resposta de um


material à exposição a radiação electromagnética e, em especial, à luz visível, e isso, por sua
vez, irá depender da forma com que o material interage com a luz.

ESPALHAMENTO DA LUZ

Quando um feixe de luz atinge uma solução coloidal ou uma dispersão coloidal, parte da luz
poderá ser absorvida (há desenvolvimento dc uma cor quando luz de certos comprimentos de
onda é absorvida selectivamente), parte sofre espalhamento, e o restante é transmitido através
da solução sem outras perturbações.

Dispersão da Luz

Espectroscopia

Microscopia

As partículas coloidais são geralmente pequenas demais para permitirem uma observação
microscópica directa. O poder de resolução de um microscópio óptico (isto é, a menor
distância de separação entre dois objectos ainda distinguíveis um do outro) é limitado
principalmente pelo comprimento de onda A da luz utilizada para a iluminação. O limite de
resolução é dado pela expressão.

λ
δ= sen
2n

Onde a é a abertura angular (metade do ângulo segundo o qual a lente objectiva focaliza o
objecto), n é o índice de refracção do meio situado entre o objecto e a lente objectiva, e n sen
a. a abertura numérica da lente objectiva, para um dado meio de imersão. A abertura numérica
de um microscópio óptico é usualmente menor do que a unidade. Com objectivas de imersão
em óleo é possível atingir aberturas numéricas de até 1,6; para luz de comprimento de onda de
600 nm, isso permitiria um limite de resolução de cerca de 200 nm (0,2 fim). Como a vista
humana pode distinguir objectos afastados 0,2 mm (200 /im) um do outro, há pouca vantagem
no uso de um microscópio óptico, ainda que bem construído, que amplifique mais do que
cerca de 1 000 vezes. Ampliação maior aumenta o tamanho, mas não a nitidez da imagem.

Além do problema do poder de resolução, a visibilidade de um objecto pode ser limitada por
causa da falta de contraste óptico entre o objecto e o meio que o cerca. Duas técnicas para
superar essas dificuldades são particularmente valiosas no estudo de sistemas coloidais. São
elas a microscopia electrónica, em que o limite de resolução é grandemente ampliado e a
microscopia em campo escuro (ultramicroscopia), na qual o contraste mínimo observável se
reduz acentuadamente.

O microscópio Electrónico

Para aumentar o poder de resolução de um microscópio e permitir a observação direta de


materiais de dimensões coloidais (e menores), o comprimento de onda da radiação utilizada
deve ser reduzida até valores situados consideravelmente abaixo do da luz visível. Pode-se
produzir feixes de electrões com comprimentos de onda da ordem de 0,01 nm; esses feixes
podem ser focalizados por campos eléctricos ou magnéticos, que atuam como os equivalentes
de lentes. A resolução do microscópio electrónico não é limitada tão acentuadamente pelo
comprimento de onda, é limitada em escala bem maior pelas dificuldades de ordem técnica,
no que se refere ao estabelecimento de uma fonte de alta tensão e na correcção da aberração
da lente. Somente lentes com uma abertura numérica de menos de 0,01 podem ser usadas
presentemente. A melhor resolução conseguida até agora é de cerca de 0,5 nm, um pouco
mais do que as dimensões atómicas. O uso do microscópio electrónico no estudo de sistemas
coloidais é limitado pela necessidade de alto vácuo para permitir um movimento desimpedido
dos electrões; qualquer sistema que apresenta uma pressão de vapor apreciável deve ser
secado cuidadosamente antes de poder ser observado. Esse tratamento prévio pode levar a
uma representação alterada da amostra em observação.

Microscopia de campo escuro — o ultramicroscópio

A iluminação em campo escuro é uma técnica muito útil para detectar a presença de partículas
coloidais em suspensão, determinar o seu número e investigar o seu movimento. Ela pode ser
conseguida dispondo o sistema de iluminação de um microscópio comum, de modo que a luz
só penetre pela objectiva depois de espalhada pela amostra em estudo. Se as partículas de
dispersão coloidal tiverem índice de refracção bastante diferente do índice de refracção do
meio que as circunda, e se utilizarmos um feixe de luz bastante intenso, ocorre deflexão
suficiente de luz para a objectiva, permitindo assim observar as partículas como manchas
largas sobre um fundo escuro. Dessa maneira podemos visualizar indirectamente partículas
Jiófobas pequenas, de 5 nm a 10 nm. Por causa da solvatação o índice de refracção de
partículas liofilicas tais como macromoléculas dissolvidas, é apenas ligeiramente diferente do
índice de refracção do meio circundante, e não haverá espalhamento suficiente de luz para
permitir uma detecção por essa técnica de campo escuro.

As duas técnicas principais de iluminação de càmpo escuro são os métodos de fenda e o do


cardióide. No ultramicroscópio de fenda de Siedentopf e Zsigmondy (1903) a amostra é
iluminada lateralmente por um feixe estreito e intenso de luz proveniente de um arco voltaico.
O condensador cardióide (um acessório comum dos microscópios) é um dispositivo óptico
capaz de produzir um cone oco de luz; a amostra é colocada no vértice do cone, onde a
intensidade da luz. é elevada

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