Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
HISTÓRIA LICENCIATURA
SALVADOR
2021
VITOR SANTOS DE JESUS
SALVADOR
2021
O Sentido da Colonização em Caio da Silva Prado Júnior
O autor fundamenta sua análise na seguinte premissa: “Todo povo tem na sua
evolução, vista à distância, um certo ‘sentido’’’ (ibid., p.1130). O sentido de um
povo, a síntese da sua evolução, o que lhe confere uma unidade ou uma
personalidade histórica, só se pode vislumbrar pelo historiador, segundo Prado
Jr., se for analisado o conjunto de fatos essenciais desse país, por um longo
período de tempo e em articulação com o contexto mundial.
Sendo assim, Prado Jr. investiga o sentido da colonização nas Américas a partir
dos desenvolvimentos históricos dos países da Europa que lhes permitiram
realizar a expansão marítima e delinear a geografia moderna com a descoberta
do Novo Mundo.
Prado Jr. assinala que, em suma, todos os grandes acontecimentos da “era dos
descobrimentos” (a exploração da costa africana, o descobrimentos e
colonização das Ilhas pelos portugueses, o roteiro das Índias em busca das
especiarias, o descobrimento, exploração e ocupação da América) articulam-se,
no seu conjunto, à história do comércio europeu. Este é o sentido essencial da
colonização americana, ainda que por força das circunstâncias, tenha se imposto
a necessidade de povoamento de colônias na América.
O outro fator que colaborou para a emigração inglesa foi o deslocamento forçado
de grandes contingentes de produtores rurais dos campos para dar lugar às
pastagens para carneiros e aproveitamento da lã, matéria-prima que abastecia
a nascente indústria têxtil inglesa.
Conclui-se, afinal, que o sentido da evolução colonial brasileira foi orientado para
objetivos exteriores, voltados para a metrópole, de forma que a organização da
economia (monocultura de exportação) e da sociedade brasileiras (de caráter
escravista) foi feita para atender os interesses de fora do país, do branco
europeu, e não da maioria da população brasileira, formada por negros, mestiços
e indígenas.
Prado Jr. sustenta que essa estrutura colonial, que fundamentou três séculos e
meio da história brasileira, marcou profundamente o país até a
contemporaneidade. Haja vista a situação atual do Brasil, em pleno século 21,
liderado por governantes que operam uma internacionalização jamais vista na
história moderna do país, privatizando patrimônios naturais e empresas públicas
para multinacionais sediadas nos países centrais da Europa e nos EUA, a preços
muito inferiores ao valor de mercado dessas riquezas, enquanto a ampla maioria
da população sofre privação de direitos básicos, com o alastramento da fome e
da miséria, bem como com um impiedoso recorde de mortes pela pandemia de
coronavírus.
Referência Bibliográfica