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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

SERVIÇO SOCIAL

MARCIA HELENA ALVES FREITAS

FAMÍLIA MONOPARENTAL FEMININA E A


VULNERABILIDADE SOCIAL

Uruguaiana
2013
MARCIA HELENA ALVES FREITAS

FAMÍLIA MONOPARENTAL FEMININA E A


VULNERABILIDADE SOCIAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como
requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel
Assistente Social em Serviço Social.

Tutor Orientador: Silvia Riella


Professor Supervisor: Clarice da Luz Kernkamp

Uruguaiana
2013
Dedico este trabalho a todas as pessoas que
lutam pelas causas societárias mais justas no
dia-a-dia em prol da cidadania.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente meu agradecimento é para Deus, por ter me dado


força de vontade e persistência ao longo do curso de graduação, o gesto de gratidão
indescritível, pois é a nossa fonte divina de inspirações e conquistas. A meus pais,
por terem transformado o sonho do nível superior em realidade, mesmo que em
alguns momentos tenham sido difíceis. Mãe gostaria de te agradecer por estar
sempre ao meu lado em todos os momentos, por ser meu porto seguro quando tudo
parecia estar dando errado, o amor que eu tenho por ti é verdadeiro. Pai, obrigada
por me mostrar que toda situação tem seu lado positivo, por fazer de um momento
tenso o mais divertido, tua paciência e compreensão fizeram toda a diferença. Ao
meu filho Benjamin, que iluminou minha trajetória, dando sentido a todo esforço que
estava sendo feito. Ao meu marido Marcell, por cuidar do nosso filho para que eu
então pudesse concluir uma das etapas da graduação, por ter sido meu amigo e
conselheiro quando precisei. Ao meu irmão por ser uma pessoa incrível, de imensa
inteligência.

A Assistente Social Judiciário Luciana Steimetz da Luz, agradeço a


experiência obtida no estágio curricular, onde tive oportunidade de aprender a fazer
uma leitura melhor de cada situação, por ter tido paciência ao ensinar. Agradeço a
tutora e Assistente Social Priscila Kleinubing Solis pela amizade e ajuda, por
compartilhar seu conhecimento e experiência.

Por fim agradeço aos demais familiares e amigos que fazem parte
da minha vida e que estão sempre aqui, Obrigada!
Epígrafe...
“Dizemos não ao elogio do dinheiro e da morte
(...) a um sistema que põe preço nas coisas e
nas pessoas, onde quem mais tem é quem
mais vale; (...) nós dizemos não a um sistema
que nega comida e nega amor, que condena
muitos a fome de comida e muitos a fome de
abraços. (...) Dizendo não a paz sem
dignidade, nós estamos dizendo sim ao
sagrado direito de rebelião contra a injustiça e
contra sua longa história. (...) Dizendo não a
liberdade do dinheiro, nós estamos sim à
liberdade das pessoas.”

Eduardo Galeano
Alves, Marcia Helena Freitas. FAMÍLIA MONOPARENTAL FEMININA EM
VULNERABILIDADE SOCIAL. 2013. 43 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso
Serviço Social – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade
Norte do Paraná, Uruguaiana - RS, 2013.

RESUMO

O foco deste trabalho de conclusão de curso é analisar e compreender o contexto da


família monoparental feminina que vive em situação de vulnerabilidade social. Esta é
a realidade de muitas famílias brasileiras que vivem em situação e vulnerabilidade
ou que optam por tornarem-se monoparentais. Em incentivo e defesa a
transformação da realidade econômica em que vive o público alvo, o acesso ao
mercado de trabalho surge como estratégia de enfrentamento a realidade. Em
decorrência das transformações que hoje ocorrem no contexto familiar, romperam-
se os moldes tradicionais de famílias consideradas somente após o matrimonio, os
arranjos familiares surgiram por diversos fatores a partir do reconhecimento das
famílias monoparentais com grupo familiar por parte das Legislações do Código Civil
e a Constituição Federal de 1988 – CF/88, a emancipação dos direitos da mulher e a
libertação do divórcio, foram os fatores que deram inicio ao surgimento e
crescimento e um novo arranjo familiar. Verifica-se a importância de políticas
públicas, como uma ferramenta de atuação o Assistente Social. A implantação de
políticas públicas específicas que busquem o incentivo a qualificação profissional
para a autonomia social, sendo o incentivo enfatizado aqui o acesso ao trabalho,
estudando meios para ofertar e habilitar as mães chefes de lar para realizar alguma
atividade produtiva. O objetivo de estudo deste trabalho são as famílias
monoparentais femininas em vulnerabilidade, enfatizando o acesso ao mercado e
trabalho para a autonomia econômica.

Palavras-chave: Monoparentalidade Feminia. Vulnerabilidade Social. Políticas


Públicas. Mercado de trabalho. Autonomia econômica.
Alves, Marcia Helena Freitas ONE-PARENT FAMILY WOMEN IN POVERTY AND
SOCIAL VULNERABILITY. 2013. 43 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso de
Serviço Social – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade
Norte do Paraná, Uruguaiana – RS, 2013.

ABSTRACT

The focus of this conclusion work is to analyze and understand the context of single
parents’ female living in socially vulnerable. This is the reality of many Brazilian
families live in socially vulnerable or that choose to become single parents
families. In encouraging and defense the transformation of economic reality in which
lives the target, the access to the labor market emerges as strategy to confrontation
reality. Due to nowadays changes in the family context, broke up the traditional ways
of families considered only after the marriage, the family arrangements by several
factors emerged from the recognition of single parents with family group by the
Legislation of the Civil Code andConstitution of 1988 - CF/88, the emancipation of
women's rights and freedom of divorce, were the factors that start the advent e
growth of the new family arrangement. Realize the importance of public policy as a
tool of action the Social Worker. The implementation of public policies that search to
encourage the professional qualification for social autonomy, with the
encouragement emphasized here access to work, studying ways to offer and
habilitate mothers home chiefs to do some productive activity. The main of this study
are single parents families working in female vulnerability, emphasizing access to the
labor market and for economic autonomy.

Key-words: Female lone parenthood – Social Vulnerability – Public Policy – Job


Market – Economic autonomy.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

UNOPAR Universidade Norte do Paraná

CRAS Centro de Referência de Assistência Social

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

CF Constituição Federal

ECA Estatuto da Criança e Adolescente

CNDM Conselho Nacional dos Direitos da Mulher

LOAS Lei Orgânica de Assistência Social

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

SEADE Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados Estatísticos

PNAS Politica Nacional de Assistência Social


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................09

2 Conceitos da Família Monoparental....................................................................12


2.1.1 Transformação da família durante a evolução do mundo.................................13
2.1.2 Família Brasileira................................................................................................16
2.1.3 A família na contemporaneidade no Brasil........................................................16

2.2 Família monoparental Feminina........................................................................18

2.3 Políticas Públicas................................................................................................24


2.3.1 Direito das mulheres..........................................................................................24
2.3.2 Família e Estado................................................................................................27
2.3.3 Políticas Sociais que asseguram a pluralidade dos arranjos familiares............31
2.3.4 Monoparentalidade: Questão da feminização pobre.........................................32

2.4 Monoparentalidade feminina e mercado de trabalho: estratégia de


enfrentamento da realidade.....................................................................................33
2.4.1 Diagnóstico.........................................................................................................37
2.4.2 Sensibilização....................................................................................................37
2.4.3 Capacitação e Qualificaçãoade dos arranjos familiares....................................38
2.4.4 Aperfeiçoamento e Gestão................................................................................38
2.4.5 Produção e Comercialização.............................................................................38
2.4.6 Características do trabalho feminino no Brasil..................................................40
2.4.7 Conciliação entre trabalho e lar.........................................................................41

2.5 Realidade sobre monoparentalidadefeminina em Uruguaiana......................42

3 CONCLUSÃO..........................................................................................................48

REFERÊNCIAS...........................................................................................................50
9

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho de Conclusão de Curso é resultado de uma reflexão a


respeito das dificuldades que as mulheres chefes de família enfrentam na atualidade
e o trabalho que o profissional de serviço social faz frente a vulnerabilidade em que
essas famílias se encontram.
Ao analisarmos a realidade social atual do público alvo pesquisado,
percebe-se o número expressivo de mulheres de baixa renda, ou sem renda alguma,
que vive em situação de vulnerabilidade. As famílias monoparentais femininas,
comumente possuem dependentes menores de idade, e na maioria das vezes
encontra-se em vulnerabilidade, por ser a única responsável pelo sustento e cuidado
do grupo familiar. Ficando clara a carência de políticas sociais que atendam estas
demandas, políticas setoriais que desenvolvam estratégias para o incentivo ao
enfrentamento da realidade que vive para busca de mudanças e desenvolvimento
social.
A partir disto, definiu-se como tema do trabalho de conclusão de
curso: Famílias monoparentais femininas em situação de vulnerabilidade Social. E,
como estratégia de avanço das condições econômicas sugeriu-se a defesa e o
incentivo para mudança da realidade social em que vivem essas pessoas, o acesso
ao mercado de trabalho como enfrentamento da realidade.
Ao pesquisar as transformações sociais decorrentes das ações
comportamentais humanas, foi constatado que muitas mudanças ocorreram nos
últimos tempos. No que fere o contexto familiar, principalmente, foi onde ocorreram
essas alterações. O tema abordado no trabalho trata da questão a Família
Monoparental Feminina em situação de vulnerabilidade social, o desenvolvimento o
trabalho aborda o surgimento deste arranjo familiar até a realidade dos dias atuais.
Nosso texto faz uma análise resumida dos históricos familiares ao longo dos anos,
identificando as causas, comportamentos, costumes das famílias na história.
O convívio das mulheres no interior do seio familiar, e as
consequências da opressão a qual eram submetidas, vetavam a elas a liberdade de
atuação. Devido ao crescente aumento das chefias de lares por mulheres, viu-se a
precisão de realizar o estudo bibliográfico deste assunto que envolve a realidade de
diversas famílias hoje. As características foram expandindo-se por toda a sociedade,
devido a inúmeras causas explicitas no decorrer do trabalho, no qual, contribuíram
10

para a compreensão dos fatores que resultam no surgimento deste novo arranjo
familiar.
Cabe assinalar que o foco deste estudo foi à reflexão de que meios
seria necessário intervir para o enfrentamento desta realidade, pois, estes atores
sociais são considerados mais vulneráveis, devido as responsabilidades familiares
serem administradas somente por um dos provedores, ficando condicionado a
coordenar a dupla jornada, com os afazeres do domicilio e cuidados com as
atividades financeiras da casa. Vislumbra-se que para enfrentamento esta realidade,
a busca de meios que ofereçam as condições de autonomia para esses indivíduos
torna-se indispensável.
Ressaltamos que o acesso ao mercado de trabalho é um meio
indispensável de estratégia ao enfrentamento da realidade social, segundo Butto
(1998, p. 82) “domicílios chefiados por mulheres têm, em média, uma renda menos
não porque têm mais crianças ou menos adultos, mas porque a chefe do domicilio,
sendo uma mulher, ganha menos”. Essa particularidade dá ao contexto feminino um
perfil particular que deverá ter um olhar deferente como estratégia para o acesso ao
mercado de trabalho, como uma espécie de incentivo para a autonomia social.
Nesse sentido a partir o conhecimento sobre Família monoparental
feminina que vive em situação de vulnerabilidade social, suas características e
causas, o trabalho tem como problema teórico a ser compreendido: Qual a
estratégia de enfrentamento para a mudança a realidade econômica?
A compreensão estes fatores e a resposta a esse questionamento
recorrerão a um breve histórico da família e as transformações ocorridas.
O trabalho tratará o estudo sobre a família monoparental feminina,
as características o seu surgimento, o conceito para a compreensão a mesma, sua
aceitação como núcleo a família perante a lei e a Constituição Federal de 88 que
garante seus direitos e a ampara em casos de discriminação. No levantamento de
dados do IBGE, podem-se constatar em dados quantitativos as famílias
monoparentais existentes no contexto sócio cultural do Brasil.
No decorrer dos demais capítulos é acentuada a importância das
políticas públicas atuantes nesta realidade, no qual devem funcionar assegurando os
direitos sociais. Os conceitos dos autores utilizados fundamentam a bibliografia do
trabalho, no qual propiciam a retórica do tema.
Nesta perspectiva, recorreu-se a legislação que deve atuar por meio
11

o Estado, nas necessidades do público alvo, atendendo as questões sociais e


criando meios de enfrentamento da realidade. O tratado as políticas sociais que
assegurem o direito da pluralidade das famílias também é um objetivo a ser
percorrida durante o trabalho.
Contudo, o trabalho a partir da compreensão real do problema
também irá expor um pouco sobre a realidade vivida pelas famílias monoparentais
femininas. A análise da realidade nos levará a compreender as necessidades vividas
e as estratégias utilizadas pelo profissional Assistente Social no atendimento das
demandas existentes. Através de projetos de inclusão, buscam uma alternativa para
o incentivo a transformação e a realidade social, serão apontadas cinco etapas que
possibilitam o acesso ao mercado de trabalho a essas chefas de lar.
12

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 HISTÓRIA DA FAMÍLIA

Desde o século X a família como um núcleo se alterna diante uma


época de variações do Estado que propõe aos indivíduos a divisão dos patrimônios.
A descendência e concepção e família se manifestam diante a situação e expressam
inquietações em não dividir seus patrimônios adquiridos no seu contexto.
No Século XV, a prioridade no tratamento era dada somente ao sexo
masculino, a educação escolar, por exemplo, era prioridade dos homens, sendo
reservada a família dos outros ensinamentos e a cultura a época, tendo somente o
homem direito a participação na vida familiar. Já meados do século XIV, época da
família medieval, as principais características da família sofrem mudanças, essas
mudanças ocorrem pela perda do poder da mulher. A mulher casada torna-se um
sujeito considerado incapaz juridicamente, sendo o marido o núcleo central da
família. Inicia-se então o processo de desigualdade entre gêneros.
Diante o contexto discriminações por gêneros presentes na época,
contexturas da Idade Média são notáveis as prioridades do homem como único ser
capaz de receber instruções como ser social. Apenas no final do século XVIII e início
do século XIX é que a mulher é inserida neste contexto de formação. Segundo o
autor Ariès (1981), estes são os fatos que marcam o aparecimento característica
moderna da família. A partir disto, outras mudanças comportamentais ocorrem no
seio familiar. A privacidade e intimidade são prioridades dentro da casa entre os
membros da família, a separação entre família e sociedade, público e privado marca
a principal mudança da época.
A partir de novas legislações neste mesmo século, a família
medieval começa a sofrer mudanças, o poder jurídico também é dado a mulher,
sendo uma característica saliente primeiramente as classes dominantes, porém no
mesmo século XVIII ocorrem também nas demais classes sociais.
Então, a partir desse contexto de mudanças marcadas por
características históricas da formação da família, sua estrutura, relação e seu real
papel explicitam a evolução dos diversos arranjos familiares. FERREIRA (1986)
revela o conceito da família;
13

“Pessoas aparentadas, que vivem em geral, na mesma casa


particularmente o pai, a mãe e os filhos, ou ainda, pessoas do mesmo
sangue e grupo formado por indivíduos que são ou se consideram
consanguíneos uns dos outro, ou por descendentes um outro tronco
ancestral comum (filiação natural) e estranhos admitidos por adoção
(FERREIRA, 1986, p.609)”.

Vale salientar sobre o histórico da família, as diferentes


características familiares ao longo dos anos.

2.1.1 A transformação da família durante a evolução do mundo

A história da família na era primitiva eram civilizações baseadas em


agrupamentos, na qual, não havia divisão de famílias, e sim mantinham relações
sociais e sexuais entre si, inevitavelmente possuindo características de poligamia e
monogamia. De acordo, com Cario Mario (1996, p.17), “essa posição antropológica
que sustenta a promiscuidade não é isenta de dúvidas, entendendo ser pouco
provável que essa estrutura fosse homogênea em todos os povos”. A combinação
entre os indivíduos do grupo gerava confusão para ser compreendida como família.
Todavia, essa situação tendia mudar, pios os homens começaram a passar pelo
processo de relação com o sexo feminino e outras tribos, gerando assim, a
prevalência da monogamia1 na relação. Isso tudo, foi desenvolvendo a
individualidade das relações entre os seres.
Arnaldo Rizzardo (2004) diz que era o instinto que comandava os
relacionamentos, aproximando o homem e a mulher para o acasalamento, a
semelhança das espécies irracionais. A união iniciava com a pressão da mulher pelo
homem, que efetivava através da força, ficando submetida ao seu domínio.
Avaliando por esse ângulo, a família é um fenômeno fundado na
própria natureza do homem, sendo fundamental a um homem a fim de sua
sobrevivência.
Sobretudo, falar sobre arranjos familiares é imprescindível, iniciar
relatando sobre As Famílias Aristocráticas, que é assinalada como seio da estrutura
familiar por ser estimado o primeiro grupo familiar tradicional. Sua distinção está na
forma de preservar o patrimônio herdado ao longo da família tem relação com o
poder através de acordos patrimoniais para dar continuidade no patrimônio herdado.
1
- acontece quando um indivíduo tem um único parceiro.
14

A família Camponesa também é avaliada um arranjo familiar, suas


características são a partir do trabalho que exercem, a família busca viver no mesmo
lugar onde produzem seus bens de consumo e ainda, a aversão a aceitação de
membros que não sejam da mesma camada social, havendo cuidados com
influências fora do contexto de costume.
A família Burguesa, arranjo familiar que faz parte da camada das
classes dominantes da sociedade do século XVIII e XIX possui características de
valorização da privacidade da casa, sendo considerado o lar como local íntimo
somente a família. O casamento era puro interesse econômico. Tendo como o
principal papel de controlador o homem, e a mulher como responsável por todos os
cuidados com os filhos.
As famílias operárias caracterizaram-se pela igualdade de gêneros,
os homens e mulheres são responsáveis por prover as necessidades do lar. As
escolhas dos casamentos são marcadas pela livre escolha do par em unir-se. A
união ocorre por espontânea vontade, onde os membros familiares lutam e
trabalham para satisfação dos seus desejos próprios.
Nessas formas, insere-se também A Família Moderna, que possui
como sua principal característica a união para convivência e fins de reprodução.
Possuem liberdade de escolha dos parceiros e a união dar-se-ia por meio do
casamento cível e religioso, e como membro responsável seja homem ou mulher, a
responsabilidade moral, física e social dos indivíduos que fazem parte da família.
Essa percepção familiar enfrentou o processo de industrialização, no qual,
deliberava a produção de renda a todos os indivíduos pertencentes da família, foi
também a época de onde a mulher passou a ser inserida no mercado de trabalho,
tendo autonomia para sustento próprio da igualdade de gênero. Neste sentido, a
mulher passa a adquirir os mesmos direitos do homem, exercendo seu papel como
também capaz de sustentar-se. O outro ponto da família moderna e a característica
nuclear, baseada em pai, mãe e filhos.
No aspecto de transformações sociais, o casamento ditado como um
ato importante na união de um casal acaba perdendo seu valor. As pessoas acabam
se relacionando de forma mais informal, os conflitos familiares também são
consequência dessas transformações.
Diante esses diversos arranjos familiares, as suas transformações
foram ocorrendo diante a necessidade do homem de viver e relacionar-se em
15

melhores condições de vida familiar e social. É então a partir da Constituição


Federal de 1988 que os casais assumem papel igualitário sob direitos e deveres.
Partindo do pressuposto de conceito de Família, duais ou mais pessoas com laços
sanguíneos, afetivos ou solidários, vivendo nas mesmas casas ou compostos por
pai, mãe, filhos e outros membros, possuem a definição de família. Salientamos que
a definição de família também pode ser considerada pela união de homens vivendo
juntos, ou mulheres e demais agregados descendentes são assim chamado de
família. A primeira referência de um indivíduo é a família, e a partir daí que se
identifica a sua relação com o resto da sociedade.
A histórica social da família expõe diversas formas dependendo da
época, possuindo características próprias de momento histórico. As decorrentes
transformações ocasionam em fatores que geram conflitos na família, sendo
diversas vezes os fatores causadores dessas questões sociais, culturais, religiosos,
filosóficos, econômicos e políticos.
Analisando os arranjos familiares, e a origem tradicional da família,
ocorre o “olhar diferente” para aquele modelo familiar fora do considerado comum e
normal, a família suposta família tradicional (família nuclear), composta por pai, mãe
e filhos. Pontua-se que, a família não pode ser classificada com um só conceito, a
proporção de modificações e evoluções é vulnerável a mais crescimento do que o
contrário. Entende-se que as relações sociais implicam em ações que geram
modificações no decorrer da história.
Lidar com famílias a maioria das vezes, não é uma ação fácil,
olhamos com olhares diferentes para cada situação, tais diferenças essas que
podem gerar o ato de descriminação de certas famílias. Como relata VITALE (p.46)
“trabalhar com famílias, tendemos a desconhecer as diferenças, ou, pior, em muitas
situações transformamos essas diferenças em desigualdade ou incompletude”.

“Quando se lida com famílias, portanto, depara-se com uma primeira


dificuldade, a de estranhar-se em relação a si mesmo. Como reação
defensiva, há uma tendência a projetar a família com a qual nos
identificamos – como ou como realidade vivida – no que é ou deve ser
família, o que impede de olhar e ver o que se passar a partir de outros
pontos de vista”. (SARTI, 99).

2.1.1 A Família Brasileira


16

O nascimento de aspectos familiares no Brasil se configura a partir


da história da colonização2, como define o autor Bueno “Ato, ou efeito de colonizar,
povoação” (2000, p. 177). A família brasileira surge pela mistura de etnias, como a
colonização portuguesa, o estilo familiar enfrenta mudanças e perde a tradição, as
suas origens acabam sendo relacionadas aos indígenas e aos escravos da África e
demais imigrantes italianos, japoneses, alemães e outrem. Na família moderna
brasileira, a autonomia e a principal característica, suas regras são postas com
respeito e garantia dos direitos a igualdade. Com forte direção da Igreja Católica no
casamento brasileiro, a união era aceita somente com a confirmação dos votos
diante o padre para a certificação de legitimação de indivíduos em grupo como
família. Mais tarde, munido de legislação que garantiam direitos, foi aceito outros
tipos de uniões. A família brasileira possui basicamente as características do modelo
de família contemporânea, no qual adere às transformações do século XIX.

2.1.2 A Família na Contemporaneidade no Brasil

A Constituição Federal de 88 foi um fato marcante na concepção de


famílias, como supracitado anteriormente, foi repercutida a dilatação da
compreensão sobre família. A família nuclear considerada “tradicional” passa a ter
companhia como conceito de família. O grupo familiar constituído por um dos
membros genitores e seus dependentes passam a ser reconhecida como família.
Com pontua o Art. 226 na Constituição dispondo que “entende-se, também, como
entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus
descendentes”.
Compreende-se assim, a aceitação da família monoparental como
modelo de família, a dispor na CF 88 §7º - Fundado nos princípios da dignidade de
pessoa humana e paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão
do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais científicos para o
exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições
oficiais ou privadas.
Essas famílias historicamente dividem-se em classes sociais a partir
2
É o processo de povoamento, exploração e denominações realizadas pelos portugueses no século
XVI, nas atuais terras brasileiras. Tem inicio nas terras povoadas por habitantes indígenas.
17

de razões sociais, políticas e econômicas, onde define e diferencia suas conjunturas


sociais. Devido essas divisões, surgem contextos de desigualdades, consequência
da concentração de renda. Sobretudo, depreende-se que o Estado tem o dever de
garantir os mínimos sociais ao individuo e sua família, a fim de sua emancipação
humana. Porém, acaba-se tendo fatores advindos de fenômenos sociais que geram
problemáticas no cotidiano, causando problemas socioeconêmicos gerando
descontrole no âmbito familiar. Outro fator advindo de fenômenos sociais são
indivíduos que se recusam a seguir o padrão de família “tradicional” e decidem criar
outros arranjos familiares. Então acaba surgindo novos conceitos familiares que se
diferenciam de família nuclear. Com o decorrer dos anos e as transformações
sociais os novos arranjos familiares foram sendo reconhecidos pelas legislações
vigentes. Falemos então do Pluralismo das relações familiares 3, que ocasionou
transformações na sociedade, outra característica do pluralismo familiar é o
rompimento do molde familiar restritos somente ao casamento, mudando assim, o
conceito de família. O Código Civil de 2002 dispõe de alguns modelos de família, é o
Estatuto das Famílias, sendo classificadas da seguinte forma:

(I) Família Matrimonial – casamento


( II ) Concubinato
( III ) União Estável
( IV ) Concubinato
(V) Família Monoparental
( VI ) Família Anaparental
(V) Família Pluriparental
( XI ) Eudemonista
(VII) Família ou União Homoafetiva
(VIII) Família Paralela
( IX ) Família Unipessoal

Neste sentido MIOTO (1997) questiona que:

“Falar sobre família extrapola apenas um conceito, utilizados no passado


nos diz que família contemporânea abrange uma heterogeneidade de

3
O princípio de pluralidade familiar abrange a famílias matrimoniais e outros arranjos familiares (união
estável e monoparental)
18

arranjos familiares da atual conjuntura da sociedade, não podendo ter


apenas um conceito sobre família, e sim sobre ‘famílias’, a família pode
defini-la como um núcleo de pessoas que convivem em determinado lugar,
durante de pessoas, durante um lapso de tempo mais ou menos longo e
que se acham unidas (ou não) por laços consanguíneos. Ela tem como
tarefa primordial o cuidado e a proteção de seus membros e se encontra
dialeticamente articulada com a estrutura na qual esta inserida (MIOTO,
1997 p. 120)”.

A família tem dever da responsabilidade perante seus dependentes,


cabendo ao Estado o dever de amparo através da proteção social da família,
excluindo a discriminação perante os diversos arranjos familiares.
Com o surgimento da família contemporânea a sociedade torna-se
diferenciada a peculiar, e a familiar tradicional ganha companhia de diversos outros
tipos de arranjos familiares que pressupõe a união das trajetórias sociais vividas
pelos povos. Assim, torna-se amplo o conceito de família, não há como basear-se
em um só significado ou modelo na contemporaneidade, isto é, ela também nasce,
cresce, amadurece habitualmente se produz em novas famílias, encerrando seu
ciclo vital com a morte dos membros que a originaram e a dispersão de seus
descendentes para construir novos núcleos familiares (OSÓRIO, 1996, p. 22).

2.2 FAMÍLIA MONOPARENTAL FEMININA

O surgimento deste arranjo familiar pode estar vinculado às guerras


mundiais que ocorreram ao longo dos tempos, causando a viuvez dos homens que
iam para a luta, vendo-se obrigadas assim, a criação de seus dependentes. Outro
fator pode estar relacionado ao comportamento sexual (Martins, 2007), as
revoluções que deram mais autonomia feminina, devido à repressão no passado.
Fatores estes que influenciaram as características culturais dos anos 60 nos
Estados Unidos.
Na década de 70 inicia-se a intensificação das características do
arranjo monoparental, mas inicialmente a Inglaterra faz o tratamento deste assunto
nos anos 60. Na França no mesmo ano, é realizado um estudo através de pesquisa
buscando as causas da monoparentalidade. As estatísticas afirmam que a causa da
situação monoparental é devido o divorcio, separação e viuvez dos indivíduos
chefes de lar e seus dependentes. Na França segundo a autora Nadine Lefaucher:
19

“Foram as sociólogas feministas que importaram dos países anglo-saxões –


na metade dos anos sessenta, a noção de ‘famílias monoparentais’. Essas
de opunham as abordagens dominantes na França, desde várias décadas,
da maternidade fora do casamento e da dissociação familiar em termos de
problemas ‘psicossociais’ e de famílias de ‘risco’. Elas viam a utilização
desta noção um meio de elevar os lares, nos quais o chefe de família era a
mulher, a condição de ‘verdadeiras famílias’, um tipo sociológico por certo
particular, as também nobre, uma vez que mais ‘moderno’ que a ‘família
conjugal tradicional’”.(LEFAUCHEUR, 97).

A Constituição Federal de 1988 a família com um dos genitores


responsáveis pelos seus dependentes, torna-se reconhecida oficialmente como
familiar tendo total direito e proteção do Estado. Na disposição da Lei nº 8.069 de
1990 a família formada com um dos pais e seus dependentes devem ser
considerados como família, tendo como Direito Constitucional. Porém ainda não é
reconhecida no âmbito civil.
O conceito de família monoparental segundo a CF/88 define como
um grupo familiar formado por um dos pais e seus descendentes, é a titulação de
um dos genitores como responsável pela família. Este fato ocorre devido
circunstancia das relações humanas, geralmente causadas por divórcio, falecimento
ou abandono do lar. VITALE (2002; p.47) define que, famílias monoparentais são
identificadas como seres que vivem sem cônjuge e possuem dependentes menores
de 25 anos e com estado civil solteiro.
Parafraseando Lefaycheur (1997), a família monoparental não pode
ser confundida como mulher chefe de lar, pois, nem sempre a mulher que administra
as questões do lar é considerada uma família monoparental.
De acordo com o Censo demográfico de 2000 as famílias
monoparentais têm crescido e, correspondem a 11,1 milhões no Brasil.
Basicamente, uma em cada quatro mulheres vive em situação monoparental.
Dados segundo IBGE ressaltam que a família monoparental
feminina em todas as classes sociais tem sofrido elevado crescimento. E, também é
uma realidade das famílias de baixa renda que por vez, encontra-se em maior
vulnerabilidade devido o enfrentamento da realidade ser tratado somente por um dos
genitores. Em 1970, as famílias monoparentais femininas estavam em 82,3% e
17,7% por homens, já em 2003 teve crescimento para 95,2% e 4,6% famílias
monoparentais por homens. Lobo (2008) aponta que esta realidade está relacionada
a maior dificuldade para os homens do que para mulheres em reconstituírem novas
20

uniões estáveis, consequentemente acabam tendo novas relações e gerando novas


famílias segundo o modelo tradicional (pai, mãe e filho). O IBGE em 2008 identificou
que outro fator causador desta realidade é a maior mortalidade dos homens,
consequentemente disto, causando a viuvez, onde as mulheres acabam se tornando
famílias monoparentais.
Conforme os autores Lopes e Gottschalk (1990) ressaltam que,
famílias monoparentais femininas estão em situação realmente mais pobres e
dependendo mais de conjuntura sociais, quando analisadas com a família que tem
homem como papel masculino chefe de lar, consideravelmente há também
diferenças na inserção da mulher no mercado de trabalho (SARTI 1996, p.45 –
VITALE 2002, p.51).
Salientam-se as causas e razões da formação deste contexto
familiar, os principais motivos que causam a monoparentalidade feminina, são o
divórcio, viuvez, separação, e adoção. Existem casos também de mulheres que
desejam uma vida independente, tendo assim, uma produção independente de
filhos, ou seja, a ausência do papel masculino. Esta situação de produção
independente é uma visão contemporânea no qual o arranjo familiar insere-se na
família unilateral.
Com o reconhecimento por parte da Constituição Federal de 1988,
integrando as diversas famílias a adoção, independentemente do estado civil,
desligando a necessidade do casamento como critério de adoção – homem e
mulher- a possibilidade adoção é uma realidade para a construção de uma família.
Cria-se outro contexto onde a família monoparental acaba se desenvolvendo, a
adoção é um ato liberado a pessoas que desejam ter uma produção independente.
Partindo desse pressuposto, estudos empíricos confirmam que na
maior parte dos casos, as sequelas desta realidade acabam resultando na criança.
De certa forma, a estrutura monoparental se torna algo “pela metade”. A criança
desenvolve-se vendo a realidade de outras famílias constituídas tradicionalmente,
acabam se complexando com a diferença, ficando suscetíveis a alterações na
personalidade e consequentemente reações psicológicas afetadas.
Porém, como qualquer criança de outra realidade, a relação com a
criança deve ser baseada em convivência harmoniosa, sendo educada conforme s
preceitos da legislação, a sua formação moral e familiar é dada a partir da família,
independente de suas características, pois o individuo é fruto de onde ele nasce
21

cresce e convivem, as primeiras influencias partem do seu meio de convívio. Isso


tudo contribui para a formação de seu caráter.
Corroborando com esses fatores, os alunos da Psicanálise da
USP44, afirmam pontos positivos e negativos a essa questão da realidade da vida
das crianças. Os pontos positivos são de que na situação de monoparentalidade as
famílias podem seguir suas vidas adaptadas. Os pontos negativos são que as
crianças podem apresentar dificuldades de se aproximar do convívio social e de ter
um desenvolvimento saudável. A discriminação da realidade das famílias
monoparentais reflete com um determinante das relações sociais dessas famílias é
significativo a crianças de famílias monoparentais estarem vulneráveis a problemas,
apresentando dificuldade complexas relacionado ao futuro e sua estabilidade.
Em consequência disto, surgem estados emocionais como: tristeza
carência afetiva, frustração, revolta, medo devido à necessidade de atenção por
terem perdido ou não possuírem o papel do pai dentro de casa. Essa situação gera
dificuldade de relação familiar.
Partindo deste ponto, as transformações ocorridas devido às
relações sociais, a família monoparental foi uma das características fruto desse
contexto. Contudo, essa realidade e, assim como os diversos arranjos familiares tem
o dever de prestar proteção aos seus dependentes. Como prevê o Estatuto da
Criança e do Adolescente – ECA, Lei nº 8.069 de 1990.
Art. 1º A proteção integral a criança e ao adolescente.
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes a pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que
trata esta lei, assegurando-lhes por lei ou por outros meios, todas as oportunidades
e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, espiritual e
social em condições de liberdade e de dignidade.
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e
do poder publico assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
referentes a vida, a saúde, a alimentação, a educação, ao esporte, ao lazer, a
profissionalização, a cultura, a dignidade, ao respeito, a liberdade e a convivência
familiar e comunitária.
E, cabendo ao Estado e suas instituições e fiscalização dessas

4
Pesquisa realizada por alunos no ano de 2001 sobre as ações comportamentais das crianças
perante a realidade das famílias sem a presença do pai.
22

ações. Como previsto ainda no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, no


capitulo II dos Direitos Fundamentais:
Art. 7º A criança e o adolescente tem direito a proteção, a vida e a
saúde, mediante a efetivação das políticas sociais públicas que permitam o
nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de
existência.
A situação monoparental, de certo modo acaba estando ligada a
questão da co-dependência de outros familiares ou conhecidos. Com a
responsabilidade geral de manter a família tanto na manutenção do lar como no
sustento econômico, a mulher chefe de família acaba tendo que depender de outras
pessoas o cuidado de sua prole. Por vez, isso gera problema, pois em alguns casos
a família não pode atender e acaba causando dificuldade de outros afazeres
próprios e divisão do trabalho com o cuidado da casa. Há casos de mulheres que
tem como desculpa, a questão da co-dependência como o problema na inserção ao
mercado de trabalho, estudo e capacitação técnica. Esse contexto acaba-se sendo
uma das expressões sociais da questão do desemprego dos indivíduos.
A co-dependência está relacionada a dependência por vez,
econômica, social e/ou residencial de familiares mais próximos para o cuidado de
seus dependentes.
Esse cenário de chefia familiar por parte da mulher, de certa forma,
causa uma “autonomia relativa” a genitora, pois, a necessidade de outras pessoas
por perto é imprescindível para o cuidado das crianças enquanto se tem outros
afazeres a cumprir.
O contexto sócio cultural do Brasil é um processo que caracteriza a
complexidade da realidade das famílias monoparentais femininas. A situação de

Chefe de lar torna a hipótese de maior grau de vulnerabilidade destes atores sociais
que necessitam de políticas públicas especificas para atenção as suas questões.
O governo realiza suas ações através de benefícios sociais, mas,
para os autores Lavinas e Nicoll (cit. 22), as políticas públicas tem que agir no
incentivo de realce da capacidade produtiva destas mulheres, ampliando a sua
autonomia. A preocupação que se deve ter é a de dar acesso ao mercado de
trabalho, procurando facilitar as situações para que as mesmas sintam-se motivadas
a busca pelo mercado de trabalho. Porém uma das preocupações da maioria das
23

mulheres chefes de família está em deixar seus filhos enquanto esta no mercado de
trabalho. A ação de políticas públicas deve focalizar no sentido de contribuir para o
acesso da população aos bens e serviços. O investimento na educação das crianças
é um importante passo para esse objetivo, essa realidade trás mediação na questão
da conciliação da mulher entre o trabalho e casa, o investimento nas escolas infantis
e demais atividades educacionais em tempo integral, são ações que dão mais
autonomia a mulher que necessita buscar recursos financeiros para seu sustento,
consequentemente a autonomia.
O Plano Nacional de Políticas para Mulheres em 2007 promove a
“Oferta de equipamentos sociais que contribuam para ampliar o tempo disponível
par as mulheres”. A contribuição das políticas públicas é significativa, pois,
oportuniza a mãe chefe de lar em ter uma atividade com tempo integral, tornando
acessível a conciliação da dupla jornada, entre emprego e casa.
A questão da mulher chefe de família, por vez, pode ser visualizada
como uma expressão social causadora das vulnerabilidades e pauperização no país,
essa situação que elas se encontram, afeta o desenvolvimento das condições de
oportunidade de seus filhos, ou seja, são vistas como culpadas da pobreza que se
vive. As autoras Sorj e Fontes (2008) mostram que no Brasil as famílias chefiadas
por mulheres representam 55,7% de todas as mulheres solteiras que estão em
situação de pobreza e com dependentes menores de idade e 33,5% na linha da
indigência em situação monoparental feminina, nas condições de família nuclear
33,8% em estado de pobreza e 13,9% na linha da indigência. Mas para as autoras, a
situação não é realidade para que a situação de família nuclear das crianças,
considerando que a renda não é o único dado de bem-estar social. Para a coleta
destes dados as autoras basearam-se na escolaridade dos filhos e a presença do
trabalho infantil para indicar o nível de pobreza, a conclusão dos dados é que
realmente a renda das famílias sem cônjuges são inferiores as famílias bilaterais,
porem, a situação do trabalho infantil é menos presente e as condições de moradias
são melhores, faz-se então a reflexão sobre as diferenças das famílias para o
arranjo familiar monoparental, apesar da renda menos, outros aspectos positivos no
cuidado com os filhos, por exemplo, são ações que legitimam a capacidade da
mulher chefe de família.
Nesse contexto, as divergências estão na questão de compreensão
por parte da sociedade em aceitar a mulher como chefe de lar e atuante positiva em
24

suas tarefas, é claro que o papel do pai é imprescindível dentro de um lar, mas não
quer dizer que na sua ausência o restante da família não irá se desenvolver.
Falemos então a questão do gênero. A mulher com seu atenuante passado têm seu
papel identificado como dona de casa, tendo a submissão ao homem e as
necessidades dos filhos acabam vetando a sua privacidade e suas vontades,
perdendo seu direito a autonomia. Mas, a mulher chefes tem em sua realidade o
contexto, como afirma SEM (1998), a liberdade é fundamental para desenvolver as
potencialidades, assim, certo número de mulheres passa a obter autonomia,
gerando um melhor controle sobre suas vidas e de seus filhos, quando tomam a
rédea da família. Então devem ser expostas as mulheres desta realidade que o
acesso a geração de trabalho e renda é um importante meio do individuo
desenvolver-se, promovendo a autonomia.

2.3 POLITICAS PÚBLICAS

2.3.1 Direito das mulheres

Dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em


2005 através de pesquisa constataram que modificações que aconteceram nos lares
familiares contemporâneos. Essas características estão relacionadas diminuição dos
membros familiares, crescimento no número de famílias monoparentais femininas, e
família unipessoal. Com esses dados, análise que a sociedade está mais igual, esta
apreciando e aceitando novas culturas e respeitando os valores de cada um. Porém,
ainda existe na sociedade grupos sociais que valorizam o molde tradicional de
família, seguindo o idealizado modelo da família nuclear tradicional que ainda
perpetua no imaginário do individuo – coletivo (ABREU, 1999, p.9).
Ao longo dos tempos, foram notórias as transformações familiares,
de um modo geral, a as mudanças ocorreram pela necessidade do homem em
satisfazer seus reais desejos. Uma das principais transformações que ocorrem
nesse contexto, e que resultou em várias outras mudanças relações sociais, foi o
papel da mulher na família e sociedade. Dentro da família, o papel feminino sempre
foi relacionado com submissão e inferior em relação ao homem, porém, atualmente
a mulher exerce com autonomia suas atividades. Conforme a Lei nº 11.340 de 2006,
25

Lei Maria da Penha que regulamenta no Art. 3


º.

“Serão asseguradas as mulheres as condições para exercício efetivo dos


direitos a vida, a segurança, a saúde, a alimentação, a educação, a cultura,
a moradia, ao acesso, a justiça, ao esperte, ao lazer, ao trabalho, a
cidadania, a liberdade, a dignidade, ao respeito e a convivência familiar e
comunitária.”

Então, é assegurada a mulher seu direito no interior da família a


autonomia. Deve-se considerar a importância do papel enquanto mãe que a mulher
possui no interior de uma família, mas ela não pode ser presa a este exercício e
negada sua cidadania. Segundo a Organização das Nações Unidade – ONU estão
citados 12 direitos da mulher:

 O direito a vida;
 O direito a liberdade e a segurança pessoal;
 Direito a igualdade e a estar livre de todas as formas de discriminação;
 Direito a liberdade de pensamento;
 Direito a informação e a educação;
 Direito a privacidade;
 Direito a saúde e proteção;
 Direito a construir relacionamento conjugal e planejamento familiar;
 Direito a decidir quando for ter ou não seus filhos;
 Direito a benefícios do pregresso cientifico;
 Direito a liberdade de reunião e participação política;
 Direito a não submissão a torturas e maus tratos.

Perante esses direitos, como instituição atuante a mulher possui


fiscalização aos seus direitos, atribuído ao Conselho Nacional dos Direitos da Mulher
– CNDM que visa autuação a quaisquer discriminações conta a mulher e assegura
sua participação social, politica e econômica. O CNDM criado em 1985 integra
funções o processo de controle social para políticas públicas a mulheres.
Amparadas pela Le nº 11.340 Maria da Penha de 07 de agosto de
2006 coibiram a qualquer violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos
e artigos da lei elimina todas as formas de discriminação contra a mulher,
26

prevenindo, punindo e erradicando a violência contra a mulher. A disposição


preliminar a seguir expõe:

Art. 1 – Esta Lei cria mecanismo para coibir e prevenir a violência doméstica
e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do Art. 226 da Constituição
Federal, da Convenção sobre Eliminação de Todas as Formas de Violência
contra a Mulher da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e
Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados Internacionais
ratificados pela Republica Federativa do Brasil, dispõe sobre a criação dos
Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a mulher e estabelece
medidas de assistência e proteção as mulheres em situação de violência
doméstica e familiar.

Assim, as diversas transformações ocorridas nas últimas décadas,


desencadearam mudanças no papel da mulher na sociedade contemporânea. A
mulher esta ocupando mais espaço nos diversos ambientes sociais, suas
habilidades são valorizadas pela sociedade, tirando a mulher paradigma do
coadjuvante da vida, tendo mais acesso, por exemplo, na vida profissional. Sua
relação com o acesso ao trabalho está cada vez mais visível, a mão-de-obra
feminina é utilizada em diversos locais de trabalho. Porém, a mulher ainda sofre
algumas limitações de conciliação das demandas domiciliares e profissionais. Mas
as conquistas são diversas, a mulher hoje ocupa bom espaço de participação no
mercado de trabalho, esferas econômicas políticas e sociais, sendo livres as suas
escolhas.
A Política Nacional das Mulheres (2005) através da Secretaria
Especial de Políticas para as Mulheres, criada pelo Governo Lula, afirma as
diferenças para promover a igualdade. A Política das Mulheres orienta os pontos
fundamentais aos direitos das Mulheres:

 Igualdade e respeito à diversidade – Mulheres e homem são iguais em seus


direitos. A promoção da igualdade implica do respeito a diversidade cultural,
étnica, racial, inserção social, situação econômica e regional, assim como os
diferentes movimentos da vida das mulheres;
 Equidade – a todas as pessoas deve ser garantida a igualdade de
oportunidades, observando-se os direitos universais e as questões
especificas das mulheres;
 Autonomia das mulheres – o poder de decisão sobre suas vidas e corpos
deve ser assegurado, assim como as condições de influenciar os
27

acontecimentos em seu país;


 Laicidade do Estado – as políticas públicas voltadas para as mulheres devem
ser formuladas e implementadas independentemente de princípios religiosos,
de forma a assegurar os direitos consagrados na Constituição Federal e nos
instrumentos e acordos Internacionais assinados no Brasil;
 Universalidade das Políticas – as políticas públicas devem garantir, em sua
implementação o acesso aos direitos sociais, políticos, econômicos, culturais
e ambientais para todas as mulheres;
 Participação e Controle Social – o debate e a participação das mulheres na
formulação, implementação, avaliação e controle social das políticas públicas
devem ser garantidos e ratifica pelo Estado brasileiro, como medida de
proteção aos direitos humanos das mulheres e meninas.

Nesse cenário, o governo Lula atualmente desenvolve ações que


trazem benefícios a vida de milhares de brasileiras, a Política para as Mulheres vem
dando um importante sentido de estimulo as áreas do governo, pesando de forma
como as políticas utilizadas, tem contextos diferentes na vida das mulheres e
homens. Através do aumento de possibilidades que as políticas do Governo Federal
atuem em todas as áreas, faça seu serviço atendendo diretamente as necessidades
das mulheres e toda a sua diversidade e cotidiano.

2.3.2 Família e Estado

A família como exclusivo meio de identificação da sociedade, esta


relativamente atrelada às questões econômicas e politicas do país,
consequentemente, vulnerável as ações governamentais que realizam o
funcionamento econômico. Com o modelo econômico atual capitalista, a família
acaba se tornando alvo de total “abandono” e ao mesmo tempo foco de injustiça por
arte do Estado. Se tornando assim, vulnerável aos princípios governamentais que
concentram renda e consequentemente impactos nas questões sociais.
Neste pressuposto, o governo para “esconder” as sequelas das
expressões sociais geradas pelas questões sociais, como a diminuição a garantia de
28

políticas de seguridade social e criminalização da pobreza 5, formula a caridade.


Através da filantropia e serviços de solidariedade maquia suas deficiências de
governo.
Conforme prevê a Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS, nº
8.742 as seguintes definições e objetivos;
Art. 1º A Assistência Social, direito do cidadão e dever do Estado, é
Política de Seguridade Social não contributiva, que prevê os mínimos sociais,
realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da
sociedade, para garantir o atendimento as necessidades básicas.
Art. 2º A Assistência Social tem por objetivos:
I – A proteção à família, a maternidade, a infância, a adolescência e a velhice;
II – O amparo as crianças e adolescentes carentes;
III – A promoção integral ao mercado de trabalho.

A sociedade em meio a globalização atualmente gera ao


desfavorecimento dos desassistidos, causando a falta de capacitação de trabalho,
salários baixos, desmotivação, e consequentemente o desemprego. Enfatizando a
exclusão social que possui caráter econômico da pobreza, a discriminação e o
preconceito (SPOSATI, 1999, p.67).

“A exclusão não é mais como um fenômeno de ordem individual, mas,


social, cuja a origem deveria ser buscada nos princípios mesmo do
funcionamento das sociedades modernas”. (WANDERLEY, 1997, p.77).

Assim, a utilização de políticas sociais é o melhor meio de


enfrentamento das questões sociais. E como políticas pública a ação do Estado tem
como dever instrumentalizar em especial, mulheres que vivem sem cônjuge,
incentivando a liberdade, tendo como princípios de automatização da mulher. A
capacitação de técnicas profissionais deve ser a base para fortalecimento de
estabilidade econômica, as políticas públicas devem conciliar entre trabalho, saúde e
educação a mulher.
O Estado como responsável pelo bem estar social, deve vetar a

5
- Consiste no olhar a pessoas pobres, generalizando todos os indivíduos que ameaçam os moldes.
29

condicionalidade de “dependência” dos indivíduos, a condição de assistido leva a


situação de “ajuda” a quem na verdade deve proporcionar meios de autonomia
social.
A análise sobre família é imprescindível para o planejamento e
implementação de políticas públicas para o reconhecimento de seus valores sociais
e assim atribuir do Estado. De acordo com o autor Gilberto Freyre (1994), considera
que a família representa uma força social que se desdobra em política, todavia, suas
atividades devem ser proporcionadas por ações estatais que devem atuar como
coordenadores de políticas públicas que geram bem estar social em todos os
sentidos.
O foco de políticas públicas atuais tem, vislumbrado primeiramente
questões relacionadas ao amparo de proteção social. A proteção basicamente
garante os direitos a dimensões materiais de complementação de renda e outros
bens e serviços básicos de sobrevivência, a educação, habitação e saúde. Sobre o
resgate da identidade, a preocupação é com o desenvolvimento de programas e
projetos de valorização familiar e fortalecimento de vínculos sociais. Para Singly
(2002), a família e o laço central de referência ao individuo, e cabe ao Estado, a
regulação desses vínculos compartilhando as responsabilidades e atuando através
de políticas públicas e legislação.
Fonseca (2001) analisa que as propostas políticas sobre a garantia
de renda mínima, a autora trás um processo discussão sobre a associação ao
combate a pobreza de famílias paupérrimas que são beneficiarias de políticas de
transferência de renda, sendo essas amenizadas a sua precariedade mediante a
essa contribuição estatal. A sequencia do discurso é dado com um projeto do
senador Suplicy que propõe que a renda mínima para indivíduos com pessoas de
direito independente do contexto familiar, argumentando ainda que, a questão da
pobreza cria consequências como a falta de políticas públicas, gerando a entrada
precoce de indivíduos menores no mercado informal, criando abandono escolar,
consequentemente a baixa escolaridade, desenvolvendo ainda mais a pobreza no
país. Assim, Fonseca defende que a focalização de programas sociais para famílias
em situação de pobreza e vulnerabilidade deve ser prioritária a dependentes
menores e em idade escolar.
Em relação a políticas de transferência de renda, não se pode deixar
de mencionar o programa bolsa família – que presta serviços sociais a famílias de
30

baixa renda, mas, atende especificamente um modelo familiar, aquelas crianças


menores de 15 anos. Isso causa certa discussão, pois, não presta serviço a outros
arranjos familiares. Contudo, a políticas de serviço de Programa Bolsa Família foca
a questão tratada por Fonseca sobre a prioridade a famílias com dependentes em
idade escolar, isso contribui para a diminuição de pobreza no Brasil. As
condicionalidades do programa são: presença de crianças das escolas, frequências
de crianças de 0 a 6 anos nos postos de saúde, mantendo seu cartão de vacina
atualizado, retorno de analfabetismo a vida escolar, participação e atualização de
gestantes aos exames rotineiros e por fim, o incentivo a participação de serviços de
alimentação ofertados pelo governo. (YASBECK e GIOVANNI, p.138).
Essas condicionalidades do programa Bolsa Família acabam
deixando a dúvida de que, seria interessante a transferência dessa renda mínima
ser usada livremente, mesmo que usada para o bem estar social? As condições que
o Estado exige para a distribuição da renda, serve para a organização e
planejamento dos indivíduos que se beneficiam, sendo esses os critérios
auxiliadores do bem estar social de quem são assistidas, pois, o não pedido destes
critérios sujeito seus usuários ao desvio de renda ao foco do programa,
basicamente, o bem estar familiar de um modo geral.
Contudo, Castel (2004) tem a preocupação de que na medida e que
esses serviços assegurem a renda mínima aos indivíduos assistidos, ao mesmo
tempo pode vincular o beneficio a situação de dependência. O certo é utilizar desse
serviço de renda como contribuição a dar início a recuperação social, construindo a
autonomia social. No Serviço Social, por exemplo, Sposati (2003) essa dependência
beneficiaria causa dependência ao invés de desenvolver a cidadania, eleva o grau
de carência, pois ingressa para a assistência. Ao contrário, Sposati revela que a
assistência social pública deve ser em prol dos direitos sociais e programação da
cidadania. Tão somente, é imprescindível a utilização de políticas que fortalecem
laços familiares e comunitários, sempre a fim do bem-estar social.

2.3.3 Políticas Sociais que asseguram a pluralidade dos arranjos familiares.

É fato que as Políticas Públicas estão em prol dos direitos sociais de


todos os cidadãos, mas fica a necessidade de quem luta para efetivá-las em
31

salientar as mudanças nos direitos referentes às questões que envolvam a família.


Por isso, a definição das políticas públicas que consideram deve reconhecer e
compreender os diversos arranjos familiares existentes na sociedade, e,
compreender suas necessidades distintas. Como principais ações, a política pública
tem o foco na socialização dos direitos. Daí, falemos sobre os diversos arranjos
familiares que fazem a diversidades e necessitam de variações de ações por parte
do governo. Arranjos familiares esses, que são reconhecidos juridicamente e fazem
parte do contexto sobre família.
A legislação atual já reconhece como família os diversos arranjos
familiares existentes, aquelas condicionalidades tradicionais de famílias estão sendo
esquecidas. A Constituição Federal de 1988 – CF/88 torna dispensável o exercício
do casamento para a composição de uma família, então torna a união estável de um
casal rara até os tempos atuais. Então se observa a crescente diversidade de
arranjos familiares, “o sexo, o casamento e a reprodução deixaram de serem os
sustentáculos da família.” (Zambrano, 2006). Entretanto, vislumbram-se ao aumento
das diversidades familiares, principalmente as monoparentais femininas,
homoparentais e etc. Principalmente, na realidade brasileira há um expressivo
número de mulheres que se tornaram chefes de família.
E, é nessa direção que falemos sobre a importância das políticas
sociais setoriais as essas mulheres que fazem parte dos novos arranjos familiares
da contemporaneidade. O trabalho focalizado na sociabilidade deve exigir mudanças
de perspectivas em que vivem no que tange a dinâmica de todos os arranjos
familiares.

2.3.4 Monoparentalidade: Questão da feminização pobre.

É compreensível nesta perspectiva a ciência de que na grande parte


as mulheres são consideradas mais pobres ou de que seu poder aquisitivo é sempre
menor que os homens. A feminização da pobreza da ênfase a duas demandas
complexas: a desigualdade e pobreza de gênero. Essa realidade deve ter
intervenção por parte do Estado em políticas públicas setoriais.
32

O termo “feminização” segundo ao PNUD 6, sucinta que está


relacionado a uma espécie de processo que torna as carências do conceito de
pobreza comuns entre as mulheres e aos lares que são chefiados pelas mesmas, e
o termo “pobreza” está direcionado a falta especifica de recursos econômicos, e falta
de habilidade e condições de promover os mínimos sociais.
As transferências sociais decorrentes da vida contemporânea dos
seres têm repercutido também nos lares familiares. Principalmente na situação
monoparental feminina, os desafios são inúmeros. A dupla carga de exercício
profissional que a mulher chefe de família monoparental enfrenta é árdua, a questão
de controle dos recursos materiais e cuidados com a sua prole são atividades que
exigem a dupla jornada de trabalho, vitimando-as a exclusiva responsabilidade nos
afazeres. Barro e Bruschini acreditam que:

“É preciso não esquecer que as mulheres ‘chefes de família’ costuma ser


também ‘mães de família’: acumulam uma dupla responsabilidade, ao
assumir o cuidado da casa e das crianças juntamente com o sustento
material de seus dependentes. Essa dupla jornada de trabalho geralmente
vem acompanhada de uma dupla carga de culpa por suas insuficiências
tanto no cuidado das crianças quanto na sua manutenção econômica. É
verdade que essas insuficiências existem também em outras famílias,
igualmente é verdade que ambas tem suas raízes nas condições geradas
pela sociedade. Porém, esses fatores sociais são ocultados pela ideologia
que coloca a culpa na vitima e o problema se torna mais agudo quando as
duas vítimas são encarnadas por uma só pessoa.” (BARROS e
BRUSCHINI, 1981, p.40).

A monoparentalidade feminina é corriqueira, taxada como menos


favorecida me relação ao sustento próprio, devido a chefe do lar ser administrada
por somente uma pessoa e ainda do sexo feminino. Dados numéricos, por vez,
confirmam essa tese, pois, o censo de 2000 reforça que a renda das famílias
chefiadas por homens é mais significativa que a família chefiada por mulheres, a
diferença fica em torno de meio salário entre ambos, sendo esses entrevistados
ganhando menos que R$1.000,00 reais.
Vale salientar que os dados relacionados às mulheres são baseados
na situação dos lares de famílias monoparentais.

6
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento é a rede global de desenvolvimento da
Organização das Nações Unidas, presente em 166 países. Trabalha ao lado de governos, iniciativa
privada e sociedade civil, o PNUD conecta países, ajudando pessoas a construir uma vida digna e
busca fortalecer capacidades locais e proporcionar acesso a seus recursos humanos, técnicos e
financeiros, a cooperação externa e a sua ampla rede de parceiros.
33

Ainda sobre a questão de monoparentalidade feminina relacionada a


sustento do lar, um dado importante de se relatar é a questão da cor versus família
monoparental feminina. Pesquisas realizadas pelo SEADE em 1994, identificam que
mulheres chefes de famílias monoparentais que vivem em situação de pobreza e
são de cor negra, são fatores sociais que mais enfrentam situação de precariedade.
A ligação entre estes dois fatore necessita de um olhar critico do profissional que
atua na realidade das familiares, pois, esse assunto deve ser analisando de forma a
ser compreendido, o real motivo da conexão entre família monoparental feminina,
pobreza e cor.
Perante essa associação de família monoparental e pobreza, são
fatores de discussão sobre o assunto de que as mulheres são “menos favorecidas”
no trato da situação do dia-a-dia sem a presença do homem. Deve se fortalecer os
laços sobre a força do individuo independente do gênero, ser um individuo com
capacidade intelectual de autonomia de suas atividades e relações. Sobretudo, não
se pode deixar de mencionar a questão de que as famílias monoparentais chefiadas
por mulheres estão tendenciosas a encontrar-se em situação de vulnerabilidade e
risco social.

2.4 MONOPARENTALIDADE FEMININA E MERCADO DE TRABALHO:


ESTRATEGIA DE ENFRENTAMENTO DA REALIDADE

Com as crises ocorridas na história, na globalização atual e no


mundo do trabalho, as famílias são os segmentos que mais sofrem consequências
dessas problemáticas em suas estruturas. Principalmente, indivíduos que vivem em
situação de vulnerabilidade e sem acesso a oportunidades.
Sendo CASTEL, a precarização do trabalho 7 é o fator que causa o
desemprego gera cada vez mais expressões sociais de desigualdade e
informalidade profissional.
A ação de políticas sociais não deve agir somente no atendimento
de quem esta em situação crítica, as políticas setoriais atuais estão inaptas para
atender necessitados, a concentração de renda gerada pelo capitalismo, onde a
minoria de quem tem mais pega menos gera miserabilidade a grande parte da
7
Na percepção marxista, consiste na crescente informalidade da economia e nas condições do
trabalho, os trabalhos maus pagos reforçam o índice de precarização do trabalho no Brasil. É uma
retratação do processo do capitalismo e neoliberalismo.
34

sociedade que cada vez mais empobrece.


Esse processo econômico e social prejudica diretamente a família
realizar os mínimos sociais de todos os indivíduos para obterem a capacidade de
promover a autonomia e reconhecimento de seus direitos.

(...) Imprescindível compreender sua inserção social e o papel que a ela


esta sendo atualmente destinado e da mesma forma, é necessário a
mobilização de recursos da esfera pública, visando implementação de
políticas públicas de caráter universalista que assegurem proteção social,
entretanto, o mais fundamental é que o indivíduo e sua família tenham
efetivas condições para prover sua autonomia, sejam respeitados em seus
direitos civis e sociais (acesso a educação, a saúde, a justiça e trabalho) e
com a possibilidade de elevação do nível de qualidade de vida, aspectos
esses inerentes a construção da cidadania. (GUEIROS, 2002, p.119).

Nesse contexto de busca pela autonomia social em prol da


equidade, observa-se um meio criterioso que legitima a emancipação humana do
individuo, o trabalho. O trabalho vem oportunizar o acesso ao mercado com
estratégia de enfrentamento da realidade. Na concepção de Marx e Engel sobre o
trabalho, fala que é a essência do homem moderno, pois o trabalho está vinculado a
humanização, sobrevivência, bem estar, é uma utilidade social. É deve o Estado
garantir direito do acesso ao trabalho, sem discriminação do sexo, raça, etnia,
religião e situação socioeconômico.
E, como utilidade humana, o trabalho realiza grandes funções
também, na vida da mulher. Sua evolução no mundo do trabalho repercute em
mudanças significativas em sua vida, principalmente em sua família. Com a inserção
feminina no mercado de trabalho mantém-se acesa a equidade social. Porém, seu
ingresso ainda sofre discriminações na participação do mercado de trabalho.
O Plano Nacional de Políticas para as mulheres (2005) traça linhas
de atuação, no qual, considera mais importantes e urgentes para garantir o direito a
vida digna as mulheres, o plano explicita:
- Autonomia, Igualdade no mundo do trabalho e cidadania,
objetivando:
a) Promover a autonomia econômica e financeira das mulheres;
b) Promover a equidade de gênero raça e etnia nas relações de trabalho;
c) Promover políticas de ações afirmativas que reafirmem a condição das mulheres
como sujeitos sociais e políticos;
d) Ampliar a inclusão das mulheres na reforma agrária e na agricultura familiar;
35

e) Promover o direito a vida na cidade com a qualidade, acesso a bens e serviços.


E, como medida de resultados dessas condições de acesso a
cidadania, o plano objetiva as seguintes prioridade: ampliar o acesso das mulheres
no mercado de trabalho, promover a autonomia econômica e financeira das
mulheres por meio de apoio ao empreendedorismo, associativismo, cooperativismo
e comércio promover relações de trabalho não-discriminatórias, com equidade
salarial e de acesso a cargos de direção, garantir o cumprimento da legislação no
âmbito do trabalho doméstico e estimular a divisão das tarefas domésticas e ampliar
o exercício da cidadania das mulheres e do acesso a terra e a mordia.
Por isso, a inserção ao mercado de trabalho como estratégia de
enfrentamento da realidade é um importante processo de acesso a renda, no qual,
direciona a autonomização do individuo. Porém, uma dúvida que resiste e foi
interpretada por LAVINAS e NICOLL (op. Cit. 22) é: “Qual o fator que mais contribui
para uma família ser vulnerável, se ter crianças ou ser chefiada por mulheres
sozinhas que por sua inserção menos favorável no mercado de trabalho e
oportunidades de emprego mais restritas, acabariam limitadas no desenvolvimento
do seu potencial produtivo?”. Assim, o IBGE e dados da PNAD em 2003 buscaram
respostas para esses questionamentos:
 O sexo da pessoa de referência na família não é variável forte para
determinação da vulnerabilidade, ou seja, uma família chefiada por uma
mulher sozinha ou por um homem, com ou sem cônjuge, as mesmas
condições de não ter uma realidade vulnerável;
 A chance de uma família com crianças ser vulnerável é muito alta, sendo nas
mesmas condições, sem distinção de sexo da pessoa de referência;
 As chances de uma família bi parental com filhos estar em situação de
vulnerabilidade são mais altas que naquelas chefiadas por uma pessoa
sozinha (tratando-se não sobre da questão econômica).
Então, o olhar das políticas públicas deve ser voltado para o
incentivo da autonomia humana. Por meio de ações que desenvolvam a
capacidade da pessoa, ainda sim, devem impedir as questões sociais que
interrompem a perspectivas dos indivíduos. Neste contexto, a promoção do
acesso a renda é uma ferramenta que presta a ação desenvolvimentista para
o bem estar social. O Estado deve criar condições de estratégias para
formação técnica e profissional das mulheres que por sua vez, capacita-se ao
36

mercado de trabalho.
E como meios de estratégias para promoção social, os objetivos
primordiais para qualidade dos serviços ofertados a mulheres que necessitam
de meios para autonomia, está a implementação de ações que promovam a
auto-sustentabilidade8 do público em alvo,
A criação de alternativas de geração de trabalho e renda é um dos
mais importantes meios de proporcionar e indivíduos o bem-estar, pois,
capacitação profissional qualifica pessoas, dando-as condições de acesso ao
espaço que gera cidadania e conhecimentos dos direitos sociais, ou seja, o
acesso ao mercado de trabalho digno seja ele formal e informal.
E como processo de oferta de bens e serviços e oportunidades para
melhoria da qualidade de vida da sociedade, como dever do Estado, está o
projeto de Inclusão produtiva, que proporciona a quem dela necessitar a
oportunidade de qualificar-se através de uma atividade que visa fins lucrativos
de dimensões materiais e dimensões indenitárias. Este processo desenvolve-
se na área de ação Social do Estado, que possui centros e unidades
especificas para o trabalho. O centro de Referência de Assistência Social, por
exemplo, deve ofertar o processo de Inclusão produtivo a seus usuários,
tendo como objetivos o bem-estar social, então se faz necessários
ferramentas que proporcionem a autonomia humana.
Para um projeto de Inclusão produtiva eficaz destaca-se a ações de
caráter de proteção social básica e como pressuposto contribuir para o alcance do
desenvolvimento sustentável de famílias que estão em situação de Vulnerabilidade
social decorrentes da pobreza, dificuldade de acesso aos bens de serviços públicos
e ausência de renda. Tendo como propósito o acesso ao mercado de trabalho para
geração de trabalho e renda, os processos de ações sociais como medida de
método para alcançar os objetivos de inserção ao mercado de trabalho estão
indivíduos em 05 etapas: Diagnóstico, Sensibilização, Capacitação e Qualificação,
Aperfeiçoamento e Gestão, e finalizando o processo que sintetiza o objetivo de
autonomia ao indivíduo assistindo a produção e a comercialização dos produtos
feitos.
No entanto, um processo de Inclusão produtiva eficiente se faz
8
Habilidade em suportar uma ou mais condições, exercida por uma pessoa. O individuo que
consegue desenvolver suas necessidades através de afazeres, realizando através de suas próprias
forças.
37

assim, na medida em que suas características deem ações empreendedoras aos


usuários, proporcionando meios de produção de geração de trabalho e renda para a
autonomia das famílias assistidas. Para chegar ao objetivo determinado do acesso
ao mercado de trabalho, a exposição a seguir de 05 etapas que oportunizarão o
público-alvo a preparação e qualificação do desenvolvimento de auto-
sustentabilidade. Para atingir a finalidade desse processo é necessária também a
aproximação da parte técnica com a realidade do público-alvo. Destaca-se as etapas
de desenvolvimento das potencialidades a geração de trabalho e renda:

2.4.1 Diagnóstico

Funciona como um método de análise, o diagnóstico visualiza a


realidade das demandas existentes para a sequencia do trabalho, através de dados
estatísticos vislumbra das condições sociais de cada família, identificando o perfil de
quem vai participar do projeto. Esse processo deve ser feito por profissionais de
Ensino Superior e capacitados para essa atividade, tendo como metas primordiais
um número X de pessoas com vontade de qualificar-se.

2.4.2 Sensibilização

A partir da coleta de dados da realidade do público alvo, inicia-se a


sensibilização das famílias que desenvolvem ações por parte de profissionais
capacitados através de reuniões e argumentos com ferramentas fundamentais, tais
como o diálogo, motivação, o resgate da auto-estima, o resgate dos vínculos, a
compreensão da importância do trabalho com meio de autonomia social, buscando
as potencialidades dos indivíduos inseridos no contexto, suas características da
personalidade atitude e força de vontade. A elaboração desta parte das etapas para
a inclusão produtiva organiza-se com planejamento e dinâmicas visando o incentivo
a buscar alternativas de mudanças da realidade em que se vive.

2.4.3 Capacitação e Qualificação

Essas ações direcionam as potencialidades da capacidade do


38

indivíduo, dependendo a sua área de atuação produzindo, seja ela, artesanal,


manual ou serviços que oportunizam as condições de trabalho e renda. Essa etapa
atiça as habilidades de empreendedorismo do indivíduo, para fins de capacitação
técnica. Recebem estímulos através de orientações sobre perspectivas de mercado,
praticando técnicas de capacidade de criação e produção de peças.
Basicamente, o plano de ação desta etapa é a qualificação através
de estímulo e criatividade.

2.4.4 Aperfeiçoamento e Gestão

Essa etapa visa o aperfeiçoamento dos ensinamentos anteriores. A


ação desse momento trabalho no acompanhamento das tendências do mercado,
através da participação dos aprendizes em eventos, palestras para conhecimento
das estratégias de gestão de um negócio.
A exposição de conceitos sobre qualidade do serviço, produtividade
e comercialização são as estratégias mostradas esta parte para os usuários terem
conhecimento da realidade do mercado. A priorização na sustentabilidade do grupo
propõe o estimulo na busca e local próprio para a produção e aquisição de bens e
materiais para o funcionamento do serviço. Porém, a etapa depende da
disponibilidade dos recursos existentes para desenvolvimento do projeto.

2.4.5 Produção e Comercialização

Com objetivo de conquista da autonomia, essa etapa se faz


necessário alguns cumprimentos. É voltado para a geração de produtos e serviços,
através de parcerias, investimentos, estratégias de divulgação e comercialização
dos produtos feitos, são analisados também quais são os clientes em potencial e os
principais pontos de venda dos produtos confeccionados. Após essa iniciativa de
confecção e comercialização, inicia-se o processo de emancipação do grupo através
de atividades. Então, com o fortalecimento das habilidades individuais e coletivas, as
pontas ao trabalho se dão de maneira autossustentável.
Nesta perspectiva, disponibiliza-se um importante meio de condições
de acesso a geração de trabalho e renda aos indivíduos carentes, ausentes de
39

condições econômicas e que enfrentam dificuldades de acesso aos serviços


públicos e/ou fragilizados afetivamente. De acordo com o Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate a fome – MDS, o guia de Orientação para o
CRAS diz que:

A implementação de serviços e o apoio a projetos dessa natureza


representam uma etapa do processo de inclusão produtiva. Seus
beneficiários são pessoas e grupos que se encontram em situação de
vulnerabilidade e risco social, com perda ou fragilidade de vínculos de
afetividade, pertencimento e sociabilidade, em decorrência da pobreza, tais
como: famílias, jovens, idosos, pessoas com deficiência, em situação de
rua, abandono e vitimizados pelas várias formas de violência e a margem do
mercado de trabalho, desempregados com ocupações precárias e
provenientes de área rural e urbana e de comunidades tradicionais. Tendo
objetivos de ações da promoção da inserção produtiva – possibilitar o
acesso a formação inicial e a meios de produção para pessoas em situação
de risco e vulnerabilidade econômica e social. (SUAS, p. 59 e 60).

O papel do Estado nessa questão está em conscientizar os usuários


do projeto de que o acesso ao mercado de trabalho é um importante meio de obter
uma vida digna, a qualificação técnica faz a oferta de meios a geração de renda, no
qual, leva ao caminho da autonomia social.
O Estado por meio de Política Nacional de Assistência Social –
PNAS realiza de forma integrada na promoção de condições ao atendimento das
famílias em vulnerabilidade e a universalização de direitos. Os objetivos serão
alcançados pelos grupos de inclusão produtiva quando for desenvolvida a
consciência empreendedora, reconhecendo a importância de estarem preparados e
independentes para gerar, principalmente após o término das etapas de
acompanhamento do programa.

2.4.6 Características do trabalho feminino no Brasil

Segundo dados do IBGE (2005) foi observado que o exercício do


trabalho feminino no Brasil era em média 52,9%, sendo ainda maior o número de
mulher no mercado de trabalho entre as idades de 20 e 24 anos, em torne de 68,8%,
entre as idades de 25 e 29 anos de 72,6% e entre 30 e 39 anos 73,7% (IBGE, apud
BRUSCHINI, 2007, p. 541). E, os dados de idades mais avançadas possuem
números inferiores aos apresentados acima, devido a idade. Nesse sentido conclui-
40

se que a questão da inserção ao mercado de trabalho não é relacionado a


maternidade.
Em relação a renda podemos analisar que o Censo de 2000,
verificou que a associação de monoparentalidade e pobreza pode estar em comum,
com a pesquisa a seguir fica visível esta observação sobre família monoparental
feminina e pobreza.

RENDA
Sem renda 38,14%
Até um salário mínimo 58,76%
01 a 02 salários mínimos 3,09%

Nota-se que no caso das famílias analisadas pelo Censo, 58,76%


possuem a renda de um salário mínimo, sendo estas beneficiadas ao bolsa família,
e 38,14% não possuem renda nenhuma e 3,09% recebem 01 a 02 salários mínimos.
Falemos sobre a questão do trabalho no Brasil, é notável que a
minoria dos trabalhadores brasileiros esteja inseridos no trabalho formal 9, cerca de
39,4%. A maioria dos trabalhadores hoje atuando no mercado está em situação
informal, cerca de 60% dos trabalhadores. Se tratando da divisão sexual do trabalho,
a diferença de gêneros masculinos e femininos é de pouca diferença, 39,6% e
39,1%.

2.4.7 Conciliação entre trabalho e lar

As mudanças globais que ocorreram ao longo dos tempos


favoreceram a entrada da mulher no mercado de trabalho, causando assim,
modificação da força de trabalho na sociedade. Porém essa realidade gerou
alterações sociais, pois, a mulher passou a exercer suas funções fora de casa, com
isso, tendo que conciliar o trabalho externo com os afazeres internos do lar,
consequentemente, realizando uma dupla jornada de trabalho. Vale ressaltar, a
consideração que se deve fazer sobre os motivos que as mesmas tem para realizar
as atividades remuneradas, submetendo-se a enfrentar a dupla jornada de trabalho.
Analise da realidade deve partir do caso da compree Consiste em

9
- Atividade remunerada e carteira assinada com todos os direitos da previdência social.
41

atividade remunerada e carteira assinada com todos os direitos da previdência social


– INSS assegurados. Ao contrario de Emprego informal que está relacionado a
empregos sem registros ou sem assinatura de carteira de trabalho pelo empregador,
o que exclui o trabalhador dos seus direitos legais e participação do sistema de
seguridade social.nsão da mulher inserida no mercado de trabalho, sua construção
da identidade a partir disto, como, mãe, mulher, trabalhadora e dona de casa.
D’Ávila (1999) diz que a inserção feminina no mercado de trabalho é uma condição
imprescindível para a sua emancipação econômica e, fundamental para a
sobrevivência do grupo familiar.
E, a conciliação entre trabalho e casa, ocasiona a dupla jornada da
mulher ao trabalho, ocasionando a ocupação do tempo integral com uma dupla
preocupação, assumindo assim a complexa conciliação de afazeres e problemas.
Muitas mulheres que vivem em situação monoparental feminina vivem a
problemática de conciliar entre o trabalho e afazeres do lar. As novas legislações
hoje fomentam o ingresso feminino ao mercado de trabalho, acredita ser, um
importante canal de acesso a autonomia desses atores sociais, não deixando de
mencionar o apoio a família em si.
Essas perspectivas nos fazem refletir que a participação das
mulheres no mercado de trabalho, tendo seus principais objetivos a busca por
melhores condições de vida a família e independência. Concomitantemente é visível
que o trabalho, socializa os indivíduos, é uma importante ação para a emancipação
econômica feminina. Porém, essas atribuições das as mulheres chefes de lar que
realizam a dupla jornada de trabalho, acabam ficando sobrecarregadas. Contudo, as
mulheres precisam articular formas para conciliar o trabalho e o lar.
Uma forma importante de auxilio a essa conciliação, é uma criação
de políticas sociais pelo Estado, na contribuição de alternativas para ocupação de
seus dependentes, como centro de convivência a crianças e adolescentes,
atividades socioeducativas em conjunto com o Ministério do Desenvolvimento
Social.

2.5 REALIDADE SOBRE MONOPARENTALIDADE FEMININA EM URUGUAIANA

A partir de alguns dados oferecidos pelo Centro de Referência de


Assistência Social – CRAS Cabo Luiz Quevedo do Município de Uruguaiana/RS
42

buscou-se identificar a família monoparental feminina neste município.


O processo seletivo das mulheres chefes de famílias foi através do
cadastro que contem os dados sociais e econômicos dos usuários, este público alvo
faz parte do Serviço de Atenção a Família – PAIF 10 no qual presta atendimento
através dos seus programas e projetos socioassistenciais.
A partir da análise dos dados cadastrais, a realidade social das
famílias e a situação econômica das mesmas. De acordo com a pesquisa realizada
no CRAS pelo corpo técnico no mês de agosto, constatou-se que os usuários do
serviço do PAIF que tem com atendimento de famílias em situação de
vulnerabilidade social, observou que a partir dos dados gráficos, traçou-se o perfil
dos arranjos familiares atendidos, as características mostram a diversidade das
famílias contemporâneas.
Todos os usuários do referido Serviço são de baixa renda, inclusive
assistidos pelo Programa Bolsa Família, encontram-se em situação de
vulnerabilidade social, baixa escolaridade e possuem dependentes menores de 18
anos.
O total de usuários atendidos no programa PAIF, assiste famílias em
vulnerabilidade social, atendendo hoje 144 famílias que participam dos serviços
socioassistencias e são beneficiadas com a complementação alimentar mensal. A
análise mostra que dados numéricos dos arranjos familiares atendidos pelo
programa que correspondem 03 famílias unipessoais, 12 famílias anaparentai, 18
famílias pluriparentais, 28 famílias nucleares e 61 famílias monoparentais femininas.
Assim, verifica-se que o número de mulheres em situação
monoparental encontra-se em maior número estatístico. As causas decorrentes
dessa situação, na maior parte dos casos são relacionadas ao divórcio, viuvez,
conflitos com o cônjuge e liberdade de escolha em vivem monoparentalmente.
Outra estatística coletada foi relacionada a renda familiar e ao
trabalho. A partir dos cadastros pessoais, foram analisadas as seguintes questões, o
recebimento das transferências de rendas através do Bolsa Família, a forma de
obtenção de renda por meio de trabalho formal ou informal, o recebimento de
pensões ou outros benefícios sociais.
Verifica-se que os usuários tem em média renda familiar distribuída
10
- Serviço de Proteção e Atendimento Integral a Família visa fortalecer a função de
proteção das famílias, prevenindo a ruptura de lações, promovendo o acesso e usufruto de
direitos e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.
43

da seguinte forma:
 44 usuários são beneficiários do Programa Bolsa Família;
 26 atuam no trabalho informal;
 19 possuem renda por meio de benefícios sociais da Previdência Social
(pensões, auxílio doença);
 01 está no mercado de trabalho formal
 O restante de 14 que possuem Bolsa Família e ao mesmo tempo tem a renda
através de outros meios citados acima.

E, como desenvolvimento d ações que busca a autonomia da mulher


atendida pelos serviços socioassistecias de inserção, as mulheres que vivem em
situação monoparental foram inseridas no projeto de inclusão produtiva que
incentiva o trabalho e a geração de renda em prol da autonomia através de recursos
econômicos.
Neste contexto analisado, constataram-se dados da realidade
baseados em mulheres que possuíam mais de uma dependente, trabalhavam na
informalidade e não possuíam renda fixa. A expectativa de participação no projeto
de inclusão produtiva se baseia para aquisição de habilidades de atividades que
proporcionam oportunidade de geração e renda.

VITALE apura que, “Os possíveis programas dirigidos para as famílias


pobres monoparentais femininas deverá contribuir para sua maior
autonomia e não para estigmatizá-la como sem condições de oferecer
cuidados proteção aos seus membros.” (VITALE, 2000, p.33).

Um dos cursos que são realizados no CRAS proporciona ao público


alvo mulheres chefes de família monoparental, qualificação técnica com a produção
de biscuit11. O projeto do curso foi planejado especificamente para esse público, a
fim de identificar suas habilidades e resultados diante o processo de incentivo a
autonomia.
Assim, este curso proporciona a expectativa na chefe de família em
querer lutar para mudar a situação em que vive, buscando o bem-estar da família,:
Esse tipo resultado é algo gratificante para quem proporciona e

11
Conhecido como arte de modelar utilizando um tipo de massa a partir da mistura de amido
de milho, cola branca, limão e vaselina Este tipo de massa também é reconhecida como
porcelana fria, pois não precisa ser cozida em forno e seca em contato com o ar.
44

busca oportunizar a autonomia de quem precisa, de fato é motivador e torna o


trabalho mais fácil de ser executado. Assim, entendemos a Inclusão Social e
participativa da família monoparental feminina em vulnerabilidade e risco social
devem ser preenchidos com a lacuna de projetos, programas que atendam as
demandas desse arranjo familiar. Lopes e Gottshalk defendem que:

“As família chefiadas por mulheres estão em situação estruturalmente mais


precárias, dependentes de variações conjunturais, quando comparadas com
situações das famílias pobres, equivalentes ao ciclo da vida familiar que tem
chefia masculina dadas as diferenças nas formas de inserção da mulher no
mercado de trabalho.” (SARTI, 1996 apud VITALE, 2002).

Em agosto de 2010, a Senadora Marina Silva inicia apresentações


de propostas voltadas a políticas públicas as mulheres mais pobres, especialmente
as mães chefes de família. Ela relata que essa população foi a que obteve menos
índice nas condições de redução de pobreza, “Se eram 5,5 milhões e fomos para 5,2
milhões, significa que a maioria das mulheres pobres chefes de família continuam
em situação precária de pobreza”.
“Uma das coisas que leva essas mulheres a não terem uma chance
de saírem também da linha da pobreza é a falta de oportunidade, portanto, essas
mulheres precisam de oportunidades”, disse Marina. Ela dá muita importância a
essa questão de oferta de oportunidade ao acesso aos direitos a esse público alvo,
para que possam qualificar-se profissionalmente.
Analisando a feminização da pobreza, a política da Assistência
Social tem por dever assegurar os direitos desse público alvo, a questão vem tratar
essa forma explicitando que “... este fenômeno demográfico coloca novas exigências
a serem enfrentadas pelos programas de proteção social” (Política Nacional de
Assistência Social, 1999, p.17) A LOAS salienta que as famílias que se encontram a
baixo das condições mínimas sociais e em situação de vulnerabilidade e exclusão
estão no foco da Política de Assistência Social que por meio de um conjunto de
ações que presta serviços aos mínimos sociais de sobrevivência. Nesse sentido,
“famílias monoparentais femininas e pobreza acabam, por um lado, construir outro
estigma, o de que as mulheres são menos “capazes” para cuidar de suas famílias ou
para administrá-las sem um homem”. (VITALE, 2002, p.51).
De acordo com a PNAS – Política Nacional de Assistência Social de
99, seus preceitos são indivíduos que vivem na linha da miséria, laços violados e
45

sem acesso aos direitos, bens e serviços. Nesse contexto, visualiza-se a crescente
demanda que gera a problematização desse arranjo familiar.

“O crescimento das famílias com chefia feminina deve-se a uma série de


fatores, tais como a crescente participação da mulher no mercado de
trabalho, o próprio aprofundamento da pobreza e o aumento nas taxas de
separação e divórcio. Este fenômeno sócio-demográfico coloca novas
exigências a serem enfrentadas pelos programas de proteção social”.
(Política Nacional de Assistência Social – 1999, p.17).

Situação de mulheres que vivem em situação de monoparentalidade


deve ser respaldada pelas Políticas de Assistência Social integrando-as a
oportunidades de proteção e inserção a políticas públicas, mercado de trabalho,
dando possibilidade ao acesso as políticas públicas básicas.
De acordo com o SINE – Sistema Nacional de Empregos aporta que
as mulheres buscam mais que os homens qualificarem-se em diversas
especializações em busca de campo de trabalho, mas mesmo assim, encontram
dificuldades. O SINE analisa que em 2010, 56 mil mulheres e 75 mil homens
procuram a empresa em busca de trabalho, porém, apenas 9 mil das mulheres
obtém sucesso na contratação. A justificativa para esse número é de que os
trabalhos ofertados são muitos pesados para mulheres. Devido a falta de
oportunidade, a mulher acaba aceitando remuneração baixas com extensa jornada
de trabalho para ao menos ter renda, a maioria das atividades femininas está
voltada ao trabalho doméstico. Em entrevista com uma das usuárias entrevistadas
no projeto, ela diz que “O negócio é não ficar parada, devemos buscar
aperfeiçoamento de vários meios para ter mais oportunidades e meios de trabalhar
mais”.
Realmente, a qualificação profissional é uma alternativa de abrir
mais portas, o mercado cada vez mais esta a procura de indivíduos que tem mais
especializações, então é interessante, buscar uma área de interesse e qualificar-se
para mais experiência e conhecimento da área. Assim, é imprescindível que a
pessoa além de qualificar-se deve valorizar-se, ter postura, assiduidade, persistência
e ética na execução das tarefas profissionais.
Então, corroborando com esses fatores, o público alvo pode ter
ciência da importância do interesse em capacitar-se e buscar novas oportunidades
para a autonomia que através da busca pelo trabalho é um dos principais meios de
46

se obter a autonomia e desenvolvimento social, objetivando a geração de trabalho e


renda. Apesar das dificuldades como a distância da casa ao local do curso, são
apenas caminhos que tornam a luta pela superação dos problemas uma forma de
mostram que vemos ter determinação, persistência e força de vontade para ter bons
resultados. Pode-se notar que as mulheres mães chefe de família, compreenderam
que a busca por caminhos de auto-superação que contribuem para seu bem-estar e
de toda a família.
Assim a inserção da mulher no mercado de trabalho, gera
contribuição na luta pelo enfrentamento as condições de acesso ao direito e
cidadania, pois, as iniciativas a serem tomadas devem tomar como medida a oferta
de condições básicas para o desenvolvimento dos recursos mínimos sociais. Por
consequência, deve haver associação a lutas contra desigualdades, para uma
infraestrutura que garanta boas perspectivas de trabalho para as mulheres, até
mesmo na questão de estruturas governamentais que deliberem atendimentos como
creches, associações comunitárias para busca de compartilhamento das atividades
do lar e trabalho, possibilitando assim, a direção para uma vida mais digna. Nesse
sentido inserem-se as atribuições do profissional de Serviço Social atuando
diretamente no campo de trabalho, fundamentado através da Política Nacional de
Assistência Social – PNAS, é que serão assegurados os direitos sociais destes
cidadãos.
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome – MDS
prevê que o principal serviço ofertado é o Serviço de Proteção e Atendimento
Integral a Família, devendo executar o fortalecimento dos laços e vínculos familiares,
promovendo o usufruto dos direitos e contribuindo para a qualidade de vida. O
assistente social que atua na área da Assistência Social, deve primeiramente ter
uma compreensão critica da realidade que esta inserido, a dinâmica de atuação
deve proporcionar ao usuário o atendimento de que para transformar a situação em
que vive, deve-se buscar formas que impulsionam a autonomia social e, para isso, o
primeiro passo a ser dado é a busca pela aquisição de conhecimento e qualificação
aos moldes do trabalho.
No trabalho profissional seja formal ou informal, o importante é
buscar que ofertem condições que os tirem do nível de assistidos e sim, de atores
sociais atuantes de sua própria história de vida. Então, a partir disto, a atuação do
Assistente Social está em desenvolver estratégias que incentivem a emancipação
47

social e proporcione caminhos para a qualificação pessoal, contribuindo nas


dimensões materiais dimensões indenitárias ao público atendido.
48

3 CONCLUSÃO

A partir da análise sobre a Família monoparental feminina que vive


em situação de pobreza, no qual, por intercessão de ações estatais e atuação do
profissional Assistente Social busca tática de enfrentamento da realidade através do
acesso ao mercado de trabalho. A abrangência das diversas esferas familiares no
decorrer dos tempos, as passagens sobre os moldes familiares que já existiram, foi
mostrada para que se compreendam os arranjos familiares contemporâneas.
O atendimento das causas, e ações que contribuíram para o
rompimento dos moldes tradicional de família é imprescindível para que se
entendam as características da família monoparental feminina. Então, este trabalho
centrou-se na busca de refletir a questão das famílias monoparentais femininas,
enfocando os ângulos nos cinco capítulos. O foco do tema escolhido foi
fundamentado através dos capítulos que falaram sobre a importância das políticas
públicas e o dever do Estado no amparo as famílias, seja qual a sua realidade, o
contrates sobre as questões do direito da mulher permite que seja vislumbrado a luta
em fazer valer suas vontades e necessidades em direitos sociais. E, através de
ações que trazem benefícios as mulheres, como o estímulo a autonomia,
respeitando a diversidade e o cotidiano de cada um, já é um ponto positivo em prol
do desenvolvimento social a cidadania.
Contudo, observamos que as mulheres chefes de família
monoparental, passam por agravantes dificuldades, essencialmente atreladas a
sobrevivência. E essa dificuldade, por vez, leva a mulher a uma sensação de
importância perante as dificuldade, ocasionando assim a falta de interesse em lutar
por melhores condições de vida. Portanto, essa situação não dá a crescente
situação da expressão “feminização da pobreza”, no qual, aponta o crescimento da
pobreza entre as mulheres. Neste cenário, a falta de incentivo e a desmotivação,
sem acesso a condições de proteção social, sema cesso ao trabalho, acarretam a
condição de vulnerabilidade a estes indivíduos, ficando assim, dependente de
benefícios sociais, que contribui apenas para dependência que “ajudas” que não
contribuem para o desenvolvimento social.
Em contrapartida, as ações de políticas públicas devem se atuantes
contra estas questões, sendo desenvolvida através de ações profissionais como a
49

do Assistente Social, deve ser criadas propostas de políticas públicas de luta contra
a pobreza e a pauperização.
Finalizando, compreendemos a partir desse trabalho que o incentivo
do acesso ao mercado de trabalho é um pequeno passo para a vitória. Assim, a
ação através de projetos e programas que potencializem a qualificação profissional é
uma estratégia de enfrentamento da realidade, as cinco etapas explicadas no
desenvolver do trabalho, são a porta de entrada para a oferta de estímulos a
persistência, a qualificação profissional, gerando renda, contribuindo para o
desenvolvimento da família e atribuindo autonomia e cidadania a essas famílias.
50

REFERÊNCIAS

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