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SERVIÇO SOCIAL
Uruguaiana
2013
MARCIA HELENA ALVES FREITAS
Uruguaiana
2013
Dedico este trabalho a todas as pessoas que
lutam pelas causas societárias mais justas no
dia-a-dia em prol da cidadania.
AGRADECIMENTOS
Por fim agradeço aos demais familiares e amigos que fazem parte
da minha vida e que estão sempre aqui, Obrigada!
Epígrafe...
“Dizemos não ao elogio do dinheiro e da morte
(...) a um sistema que põe preço nas coisas e
nas pessoas, onde quem mais tem é quem
mais vale; (...) nós dizemos não a um sistema
que nega comida e nega amor, que condena
muitos a fome de comida e muitos a fome de
abraços. (...) Dizendo não a paz sem
dignidade, nós estamos dizendo sim ao
sagrado direito de rebelião contra a injustiça e
contra sua longa história. (...) Dizendo não a
liberdade do dinheiro, nós estamos sim à
liberdade das pessoas.”
Eduardo Galeano
Alves, Marcia Helena Freitas. FAMÍLIA MONOPARENTAL FEMININA EM
VULNERABILIDADE SOCIAL. 2013. 43 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso
Serviço Social – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade
Norte do Paraná, Uruguaiana - RS, 2013.
RESUMO
ABSTRACT
The focus of this conclusion work is to analyze and understand the context of single
parents’ female living in socially vulnerable. This is the reality of many Brazilian
families live in socially vulnerable or that choose to become single parents
families. In encouraging and defense the transformation of economic reality in which
lives the target, the access to the labor market emerges as strategy to confrontation
reality. Due to nowadays changes in the family context, broke up the traditional ways
of families considered only after the marriage, the family arrangements by several
factors emerged from the recognition of single parents with family group by the
Legislation of the Civil Code andConstitution of 1988 - CF/88, the emancipation of
women's rights and freedom of divorce, were the factors that start the advent e
growth of the new family arrangement. Realize the importance of public policy as a
tool of action the Social Worker. The implementation of public policies that search to
encourage the professional qualification for social autonomy, with the
encouragement emphasized here access to work, studying ways to offer and
habilitate mothers home chiefs to do some productive activity. The main of this study
are single parents families working in female vulnerability, emphasizing access to the
labor market and for economic autonomy.
CF Constituição Federal
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................09
3 CONCLUSÃO..........................................................................................................48
REFERÊNCIAS...........................................................................................................50
9
1 INTRODUÇÃO
para a compreensão dos fatores que resultam no surgimento deste novo arranjo
familiar.
Cabe assinalar que o foco deste estudo foi à reflexão de que meios
seria necessário intervir para o enfrentamento desta realidade, pois, estes atores
sociais são considerados mais vulneráveis, devido as responsabilidades familiares
serem administradas somente por um dos provedores, ficando condicionado a
coordenar a dupla jornada, com os afazeres do domicilio e cuidados com as
atividades financeiras da casa. Vislumbra-se que para enfrentamento esta realidade,
a busca de meios que ofereçam as condições de autonomia para esses indivíduos
torna-se indispensável.
Ressaltamos que o acesso ao mercado de trabalho é um meio
indispensável de estratégia ao enfrentamento da realidade social, segundo Butto
(1998, p. 82) “domicílios chefiados por mulheres têm, em média, uma renda menos
não porque têm mais crianças ou menos adultos, mas porque a chefe do domicilio,
sendo uma mulher, ganha menos”. Essa particularidade dá ao contexto feminino um
perfil particular que deverá ter um olhar deferente como estratégia para o acesso ao
mercado de trabalho, como uma espécie de incentivo para a autonomia social.
Nesse sentido a partir o conhecimento sobre Família monoparental
feminina que vive em situação de vulnerabilidade social, suas características e
causas, o trabalho tem como problema teórico a ser compreendido: Qual a
estratégia de enfrentamento para a mudança a realidade econômica?
A compreensão estes fatores e a resposta a esse questionamento
recorrerão a um breve histórico da família e as transformações ocorridas.
O trabalho tratará o estudo sobre a família monoparental feminina,
as características o seu surgimento, o conceito para a compreensão a mesma, sua
aceitação como núcleo a família perante a lei e a Constituição Federal de 88 que
garante seus direitos e a ampara em casos de discriminação. No levantamento de
dados do IBGE, podem-se constatar em dados quantitativos as famílias
monoparentais existentes no contexto sócio cultural do Brasil.
No decorrer dos demais capítulos é acentuada a importância das
políticas públicas atuantes nesta realidade, no qual devem funcionar assegurando os
direitos sociais. Os conceitos dos autores utilizados fundamentam a bibliografia do
trabalho, no qual propiciam a retórica do tema.
Nesta perspectiva, recorreu-se a legislação que deve atuar por meio
11
2 DESENVOLVIMENTO
3
O princípio de pluralidade familiar abrange a famílias matrimoniais e outros arranjos familiares (união
estável e monoparental)
18
4
Pesquisa realizada por alunos no ano de 2001 sobre as ações comportamentais das crianças
perante a realidade das famílias sem a presença do pai.
22
Chefe de lar torna a hipótese de maior grau de vulnerabilidade destes atores sociais
que necessitam de políticas públicas especificas para atenção as suas questões.
O governo realiza suas ações através de benefícios sociais, mas,
para os autores Lavinas e Nicoll (cit. 22), as políticas públicas tem que agir no
incentivo de realce da capacidade produtiva destas mulheres, ampliando a sua
autonomia. A preocupação que se deve ter é a de dar acesso ao mercado de
trabalho, procurando facilitar as situações para que as mesmas sintam-se motivadas
a busca pelo mercado de trabalho. Porém uma das preocupações da maioria das
23
mulheres chefes de família está em deixar seus filhos enquanto esta no mercado de
trabalho. A ação de políticas públicas deve focalizar no sentido de contribuir para o
acesso da população aos bens e serviços. O investimento na educação das crianças
é um importante passo para esse objetivo, essa realidade trás mediação na questão
da conciliação da mulher entre o trabalho e casa, o investimento nas escolas infantis
e demais atividades educacionais em tempo integral, são ações que dão mais
autonomia a mulher que necessita buscar recursos financeiros para seu sustento,
consequentemente a autonomia.
O Plano Nacional de Políticas para Mulheres em 2007 promove a
“Oferta de equipamentos sociais que contribuam para ampliar o tempo disponível
par as mulheres”. A contribuição das políticas públicas é significativa, pois,
oportuniza a mãe chefe de lar em ter uma atividade com tempo integral, tornando
acessível a conciliação da dupla jornada, entre emprego e casa.
A questão da mulher chefe de família, por vez, pode ser visualizada
como uma expressão social causadora das vulnerabilidades e pauperização no país,
essa situação que elas se encontram, afeta o desenvolvimento das condições de
oportunidade de seus filhos, ou seja, são vistas como culpadas da pobreza que se
vive. As autoras Sorj e Fontes (2008) mostram que no Brasil as famílias chefiadas
por mulheres representam 55,7% de todas as mulheres solteiras que estão em
situação de pobreza e com dependentes menores de idade e 33,5% na linha da
indigência em situação monoparental feminina, nas condições de família nuclear
33,8% em estado de pobreza e 13,9% na linha da indigência. Mas para as autoras, a
situação não é realidade para que a situação de família nuclear das crianças,
considerando que a renda não é o único dado de bem-estar social. Para a coleta
destes dados as autoras basearam-se na escolaridade dos filhos e a presença do
trabalho infantil para indicar o nível de pobreza, a conclusão dos dados é que
realmente a renda das famílias sem cônjuges são inferiores as famílias bilaterais,
porem, a situação do trabalho infantil é menos presente e as condições de moradias
são melhores, faz-se então a reflexão sobre as diferenças das famílias para o
arranjo familiar monoparental, apesar da renda menos, outros aspectos positivos no
cuidado com os filhos, por exemplo, são ações que legitimam a capacidade da
mulher chefe de família.
Nesse contexto, as divergências estão na questão de compreensão
por parte da sociedade em aceitar a mulher como chefe de lar e atuante positiva em
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suas tarefas, é claro que o papel do pai é imprescindível dentro de um lar, mas não
quer dizer que na sua ausência o restante da família não irá se desenvolver.
Falemos então a questão do gênero. A mulher com seu atenuante passado têm seu
papel identificado como dona de casa, tendo a submissão ao homem e as
necessidades dos filhos acabam vetando a sua privacidade e suas vontades,
perdendo seu direito a autonomia. Mas, a mulher chefes tem em sua realidade o
contexto, como afirma SEM (1998), a liberdade é fundamental para desenvolver as
potencialidades, assim, certo número de mulheres passa a obter autonomia,
gerando um melhor controle sobre suas vidas e de seus filhos, quando tomam a
rédea da família. Então devem ser expostas as mulheres desta realidade que o
acesso a geração de trabalho e renda é um importante meio do individuo
desenvolver-se, promovendo a autonomia.
O direito a vida;
O direito a liberdade e a segurança pessoal;
Direito a igualdade e a estar livre de todas as formas de discriminação;
Direito a liberdade de pensamento;
Direito a informação e a educação;
Direito a privacidade;
Direito a saúde e proteção;
Direito a construir relacionamento conjugal e planejamento familiar;
Direito a decidir quando for ter ou não seus filhos;
Direito a benefícios do pregresso cientifico;
Direito a liberdade de reunião e participação política;
Direito a não submissão a torturas e maus tratos.
Art. 1 – Esta Lei cria mecanismo para coibir e prevenir a violência doméstica
e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do Art. 226 da Constituição
Federal, da Convenção sobre Eliminação de Todas as Formas de Violência
contra a Mulher da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e
Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados Internacionais
ratificados pela Republica Federativa do Brasil, dispõe sobre a criação dos
Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a mulher e estabelece
medidas de assistência e proteção as mulheres em situação de violência
doméstica e familiar.
5
- Consiste no olhar a pessoas pobres, generalizando todos os indivíduos que ameaçam os moldes.
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Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento é a rede global de desenvolvimento da
Organização das Nações Unidas, presente em 166 países. Trabalha ao lado de governos, iniciativa
privada e sociedade civil, o PNUD conecta países, ajudando pessoas a construir uma vida digna e
busca fortalecer capacidades locais e proporcionar acesso a seus recursos humanos, técnicos e
financeiros, a cooperação externa e a sua ampla rede de parceiros.
33
mercado de trabalho.
E como meios de estratégias para promoção social, os objetivos
primordiais para qualidade dos serviços ofertados a mulheres que necessitam
de meios para autonomia, está a implementação de ações que promovam a
auto-sustentabilidade8 do público em alvo,
A criação de alternativas de geração de trabalho e renda é um dos
mais importantes meios de proporcionar e indivíduos o bem-estar, pois,
capacitação profissional qualifica pessoas, dando-as condições de acesso ao
espaço que gera cidadania e conhecimentos dos direitos sociais, ou seja, o
acesso ao mercado de trabalho digno seja ele formal e informal.
E como processo de oferta de bens e serviços e oportunidades para
melhoria da qualidade de vida da sociedade, como dever do Estado, está o
projeto de Inclusão produtiva, que proporciona a quem dela necessitar a
oportunidade de qualificar-se através de uma atividade que visa fins lucrativos
de dimensões materiais e dimensões indenitárias. Este processo desenvolve-
se na área de ação Social do Estado, que possui centros e unidades
especificas para o trabalho. O centro de Referência de Assistência Social, por
exemplo, deve ofertar o processo de Inclusão produtivo a seus usuários,
tendo como objetivos o bem-estar social, então se faz necessários
ferramentas que proporcionem a autonomia humana.
Para um projeto de Inclusão produtiva eficaz destaca-se a ações de
caráter de proteção social básica e como pressuposto contribuir para o alcance do
desenvolvimento sustentável de famílias que estão em situação de Vulnerabilidade
social decorrentes da pobreza, dificuldade de acesso aos bens de serviços públicos
e ausência de renda. Tendo como propósito o acesso ao mercado de trabalho para
geração de trabalho e renda, os processos de ações sociais como medida de
método para alcançar os objetivos de inserção ao mercado de trabalho estão
indivíduos em 05 etapas: Diagnóstico, Sensibilização, Capacitação e Qualificação,
Aperfeiçoamento e Gestão, e finalizando o processo que sintetiza o objetivo de
autonomia ao indivíduo assistindo a produção e a comercialização dos produtos
feitos.
No entanto, um processo de Inclusão produtiva eficiente se faz
8
Habilidade em suportar uma ou mais condições, exercida por uma pessoa. O individuo que
consegue desenvolver suas necessidades através de afazeres, realizando através de suas próprias
forças.
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2.4.1 Diagnóstico
2.4.2 Sensibilização
RENDA
Sem renda 38,14%
Até um salário mínimo 58,76%
01 a 02 salários mínimos 3,09%
9
- Atividade remunerada e carteira assinada com todos os direitos da previdência social.
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da seguinte forma:
44 usuários são beneficiários do Programa Bolsa Família;
26 atuam no trabalho informal;
19 possuem renda por meio de benefícios sociais da Previdência Social
(pensões, auxílio doença);
01 está no mercado de trabalho formal
O restante de 14 que possuem Bolsa Família e ao mesmo tempo tem a renda
através de outros meios citados acima.
11
Conhecido como arte de modelar utilizando um tipo de massa a partir da mistura de amido
de milho, cola branca, limão e vaselina Este tipo de massa também é reconhecida como
porcelana fria, pois não precisa ser cozida em forno e seca em contato com o ar.
44
sem acesso aos direitos, bens e serviços. Nesse contexto, visualiza-se a crescente
demanda que gera a problematização desse arranjo familiar.
3 CONCLUSÃO
do Assistente Social, deve ser criadas propostas de políticas públicas de luta contra
a pobreza e a pauperização.
Finalizando, compreendemos a partir desse trabalho que o incentivo
do acesso ao mercado de trabalho é um pequeno passo para a vitória. Assim, a
ação através de projetos e programas que potencializem a qualificação profissional é
uma estratégia de enfrentamento da realidade, as cinco etapas explicadas no
desenvolver do trabalho, são a porta de entrada para a oferta de estímulos a
persistência, a qualificação profissional, gerando renda, contribuindo para o
desenvolvimento da família e atribuindo autonomia e cidadania a essas famílias.
50
REFERÊNCIAS
BRUSCHINI, Maria Cristina Aranha. Mulher, casa e família. 2ed. SP: Revista dos
Tribunais. 1990. 222p.