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Trata-se de ação de indenização em que a empresa foi condenada a pagar danos materiais e
morais ao agravante e o juiz, na fase de cumprimento da sentença, autorizou a liberação
parcial do pagamento efetuado pelo agravado e determinou a dedução do percentual de
27,5% a título de imposto de renda sobre os valores depositados. Determinou ainda a
expedição de mandado de pagamento relativo ao depósito da condenação e a baixa e
arquivamento dos autos.
Ocorre que não se trata de incidência de imposto de renda, pois o mesmo incide sobre
rendimentos e indenização não é rendimento. Sobre este assunto a Súmula 498 do STJ é clara
quando diz que não incide imposto de renda sobre indenização por danos morais.
Ainda, o entendimento pacificado sobre o assunto é que verba percebida a título de dano
moral tem a natureza jurídica de indenização, cujo objetivo precípuo é a reparação do
sofrimento e da dor da vítima ou de seus parentes, causados pela lesão de direito, é infensa à
incidência do imposto de renda, porquanto inexistente qualquer acréscimo patrimonial. Logo
assim como a reposição patrimonial (por não representar uma riqueza nova tributável, mas
mera recomposição de um patrimônio pré-existente) não é tributada, a compensação
financeira por danos imateriais também não deve ser tributada.
Dito isso, podemos perceber que a Sentença não está em conformidade com a melhor
jurisprudência e neste caso, conforme orientado pelo Professor Eduardo Grecco cabe a
propositura da Ação de Repetição de Indébito, conforme será demonstrado.
A ação de repetição de indébito tributário tem como base o princípio geral de direito que veda
o enriquecimento sem causa, encontra-se prevista expressamente no Código Tributário
Nacional, sendo que sua composição estrutural encontra amplo respaldo no Código de
Processo Civil.
Outrossim, a restituição total ou parcial dos valores pagos a maior a título de tributos encontra
sua fundamentação legal no art. 165 do Código Tributário Nacional, in verbis:
Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto,
à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu
pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos:
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o
devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou
circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;
II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável,
no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer
documento relativo ao pagamento;
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.
De acordo com o artigo 167 do CTN, os juros na ação de repetição de indébito apenas incidem
a partir do trânsito em julgado da sentença que condenar a Fazenda Pública.
“Os juros moratórios, na repetição do indébito tributário, são devidos a partir do trânsito em
julgado da sentença.”
Súmula 461/STJ:
“O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou por compensação, o
indébito tributário certificado por sentença declaratória transitada em julgado.”