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Nome: Jéssica Cristina Félix Fernandes RA: 2017002458

RESUMO SOBRE A PEÇA IV

Trata-se de ação de indenização em que a empresa foi condenada a pagar danos materiais e
morais ao agravante e o juiz, na fase de cumprimento da sentença, autorizou a liberação
parcial do pagamento efetuado pelo agravado e determinou a dedução do percentual de
27,5% a título de imposto de renda sobre os valores depositados. Determinou ainda a
expedição de mandado de pagamento relativo ao depósito da condenação e a baixa e
arquivamento dos autos.

Ocorre que não se trata de incidência de imposto de renda, pois o mesmo incide sobre
rendimentos e indenização não é rendimento. Sobre este assunto a Súmula 498 do STJ é clara
quando diz que não incide imposto de renda sobre indenização por danos morais.

Acerca deste tema diz a jurisprudência: “TRIBUTÁRIO - IMPOSTO DE RENDA - INDENIZAÇÃO


POR DANOS MORAIS E MATERIAIS - NÃO INCIDÊNCIA - SÚMULA 498, DO STJ. 1. O Superior
Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de não incidir imposto de renda sobre
valores recebidos a título de indenização por danos morais e materiais. 2. Sentença mantida.”
(TRF-3 - AMS: 7948 SP 0007948-76.2011.4.03.6114, Relator: JUIZ CONVOCADO HERBERT DE
BRUYN, Data de Julgamento: 21/03/2013, SEXTA TURMA).

Ainda, o entendimento pacificado sobre o assunto é que verba percebida a título de dano
moral tem a natureza jurídica de indenização, cujo objetivo precípuo é a reparação do
sofrimento e da dor da vítima ou de seus parentes, causados pela lesão de direito, é infensa à
incidência do imposto de renda, porquanto inexistente qualquer acréscimo patrimonial. Logo
assim como a reposição patrimonial (por não representar uma riqueza nova tributável, mas
mera recomposição de um patrimônio pré-existente) não é tributada, a compensação
financeira por danos imateriais também não deve ser tributada.

Dito isso, podemos perceber que a Sentença não está em conformidade com a melhor
jurisprudência e neste caso, conforme orientado pelo Professor Eduardo Grecco cabe a
propositura da Ação de Repetição de Indébito, conforme será demonstrado.

A ação de repetição de indébito tributário tem como base o princípio geral de direito que veda
o enriquecimento sem causa, encontra-se prevista expressamente no Código Tributário
Nacional, sendo que sua composição estrutural encontra amplo respaldo no Código de
Processo Civil.

Outrossim, a restituição total ou parcial dos valores pagos a maior a título de tributos encontra
sua fundamentação legal no art. 165 do Código Tributário Nacional, in verbis:
Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto,
à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu
pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos:
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o
devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou
circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;
II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável,
no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer
documento relativo ao pagamento;
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.

De acordo com o artigo 167 do CTN, os juros na ação de repetição de indébito apenas incidem
a partir do trânsito em julgado da sentença que condenar a Fazenda Pública.

Essa é a regra considerada legítima pela jurisprudência, Súmula 188/STJ:

“Os juros moratórios, na repetição do indébito tributário, são devidos a partir do trânsito em
julgado da sentença.”

Formas de recebimento da repetição

Condenada a Fazenda Pública a restituir o indébito tributário, a devolução poderá ocorrer


mediante a expedição de requisição de pagamento (precatório ou RPV), ou por meio de
compensação a ser procedida pelo contribuinte.

Súmula 461/STJ:

“O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou por compensação, o
indébito tributário certificado por sentença declaratória transitada em julgado.”

Na seara do direito civil, a repetição do indébito deve ser, necessariamente, fundamentada na


existência de erro no pagamento. Todavia, no direito tributário a comprovação da inexistência
de obrigação tributária é o suficiente para que ocorra a restituição do valor pago a maior,
independentemente de prévio protesto do sujeito passivo (art. 165, CTN).

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