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DIVERSIDADE MOLECULAR DOS SERES VIVOS

CARBOIDRATOS

Por que o pão fica duro depois de um ou dois dias?

Os organismos vivos adquirem substâncias chamadas nutrientes a partir do


ambiente. Os nutrientes suprem os organismos com energia e matéria-prima
para construir estruturas biológicas. As células obtêm moléculas de
nutrientes e as quebram em unidades químicas menores. Fazendo isso, elas
podem capturar a energia contida nas ligações químicas das moléculas de
nutrientes e usar essa energia para diferentes tipos de trabalho. Um tipo de
trabalho celular é a construção, ou síntese, de novas moléculas e estruturas
a partir de unidades químicas menores. Por exemplo, estamos todos
familiarizados com o fato de que os carboidratos ingeridos hoje podem ser
depositados no organismo como gordura amanhã. Outro tipo de trabalho que
as células fazem é o mecânico - por exemplo, moléculas se movimentando
de uma localização celular para outra, ou mesmo o movimento de células ou
tecidos completos, como no caso dos músculos.
O que são carboidratos?
Os carboidratos são moléculas com átomos de carbono ligados a átomos
de hidrogénios e grupos hidroxila (H—C—OH). Eles possuem dois principais
papéis bioquímicos:
• Carboidratos são uma fonte de energia que pode ser liberada de forma a
ser usada pelos tecidos corporais.
• Carboidratos servem como esqueletos de carbono que podem ser
rearranjados, a fim de formarem novas moléculas importantes para as
estruturas e para as funções biológicas.
Alguns carboidratos são relativamente pequenos, com pesos moleculares
menores do que 100. Outros são verdadeiras macromoléculas, com pesos
moleculares de centenas de milhares.
Existem quatro categorias de carboidratos biologicamente importantes:
• Monossacarídeos (mono-, "um"; sacarídeo, "açúcar"), tais como glicose,
ribose ou frutose, são açúcares simples. Eles são os monômeros a partir dos
quais os carboidratos maiores são construídos.
• Dissacarídeos (di-,"dois") consistem em dois monossacarídeos unidos por
ligações covalentes.
• Oligossacarídeos (oligo-,"diversos") constituídos de diversos
monossacarídeos (3 a 20).
• Polissacarídeos (poli-, "muitos"), tais como amido, glicogênio e celulose,
são polímeros grandes compostos de centenas ou milhares de unidades de
monossacarídeos.
A fórmula-geral dos carboidratos, CH2O, dá as relativas proporções de
carbono, hidrogênio e oxigênio em um monossacarídeo (ou seja, as
proporções desses átomos são 1:2:1). Em dissacarídeos, oligossacarídeos
e polissacarídeos, essas concentrações diferem levemente da fórmula geral,
pois dois hidrogênios e um oxigênio perdem-se durante as reações de
condensação que os formam.
Os monossacarídeos são açúcares simples
As plantas verdes produzem monossacarídeos por meio da fotossíntese, e
os animais os adquirem direta ou indiretamente a partir das plantas. Todas
as células vivas contêm o monossacarídeo glicose. Elas usam glicose como
fonte de energia, quebrando-a em uma série de reações que liberam a
energia armazenada e produzem água e dióxido de carbono. A glicose existe
em duas formas, a cadeia linear e o anel.
A estrutura em anel predomina em mais de 99% das circunstâncias
biológicas, pois é mais estável sob condições fisiológicas.

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Existem também duas formas da estrutura em anel chamada de α-glicose e β-glicose, que diferem somente
na posição do -H e -OH ligados ao carbono 1. As formas α e β se interconvertem e existem em equilíbrio
quando dissolvidas em água.
Diferentes monossacarídeos contêm números variados de carbonos. A maioria dos monossacarídeos
encontrados nos sistemas vivos pertence à série D dos isômeros ópticos (lembre também que só os L-
aminoácidos ocorrem nas proteínas - existe uma incrível especificidade na biologia!). Alguns
monossacarídeos são isômeros estruturais, com os mesmos tipos e números de carbonos, mas arranjados
diferentemente pela ligação. Por exemplo, as hexoses (hex-,“seis"), um grupo de isômeros estruturais,
possuem a fórmula C6H12O6.

Incluídas entre as hexoses encontram-se a glicose, a frutose (assim chamada porque foi a primeira
encontrada nas frutas), a manose e a galactose.
As pentoses (penta-,"cinco") são açúcares de cinco carbonos. Duas pentoses são de particular importância
biológica: a ribose e desoxirribose, que formam parte dos esqueletos dos ácidos nucleicos RNA e DNA.
Essas duas pentoses não são isômeros, pois falta um átomo de oxigênio no carbono 2 da desoxirribose
(de-,"ausente"). A ausência desse átomo de oxigênio é uma importante distinção entre RNA e DNA.
Outra pentose de importância biológica é a ribulose, que participa diretamente da fotossíntese como
substrato do Ciclo de Calvin-Benson.

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Os monossacarídeos são açúcares simples
Os monossacarídeos são constituídos por um número variável de carbonos. Algumas hexoses são isômeros
estruturais, com o mesmo número e tipo de carbonos, mas arranjados diferentemente. A frutose, por exemplo,
é uma hexose, mas forma um anel de cinco lados como as pentoses.

As ligações glicosídicas unem monossacarídeos


Os dissacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos constroem-se a partir de monossacarídeos
covalentemente ligados por reações de condensação, formando as ligações glicosídicas. Uma única ligação
glicosídica entre dois monossacarídeos forma um dissacarídeo. Por exemplo, uma molécula de sacarose
representa um dissacarídeo formado por uma molécula de glicose e uma de frutose, enquanto a lactose
(açúcar do leite) contém glicose e galactose. A sacarose, o açúcar de mesa comum na dieta humana,
constitui o principal dissacarídeo nas plantas.
O dissacarídeo maltose apresenta duas moléculas de glicose, mas não é o único que pode ser formado por
duas glicoses. Quando as moléculas de glicose formam uma ligação glicosídica, a ligação será de um dos
dois tipos, α ou β, dependendo se a molécula que ligou seu carbono 1 é α-D-glicose ou β-D-glicose. Uma
ligação α com o carbono 4 de uma segunda molécula de glicose origina a maltose, enquanto uma ligação
β produz a celobiose. A maltose e a celobiose são isômeros estruturais, ambas com a fórmula C 12H22O11.
Entretanto, são compostos diferentes com propriedades diferentes. Sofrem reações químicas distintas e
são reconhecidos por enzimas diferentes. Por exemplo, a maltose pode ser hidrolisada em seus
monossacarídeos no corpo humano, enquanto a celobiose não pode. Certos microrganismos têm a química
necessária para degradar a celobiose.
Os dissacarídeos são formados por ligações glicosídicas
As ligações glicosídicas entre dois monossacarídeos criam dissacarídeos
muito diferentes. O tipo de dissacarídeo formado depende de quais
monossacarídeos estão ligados, do local (qual átomo de carbono está ligado)
e da forma α ou β da ligação.

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Os oligossacarídeos contêm vários monossacarídeos conectados por
ligações glicosídicas em diversos pontos. Muitos oligossacarídeos têm
grupos funcionais adicionais, que lhes conferem propriedades especiais.
Estão frequentemente ligados de forma covalente a proteínas e lipídeos na
superfície celular externa, onde servem como sinais de reconhecimento
celular. Os grupos sanguíneos humanos (como os tipos sanguíneos ABO)
obtêm sua especificidade pelas cadeias de oligossacarídeos.

Os polissacarídeos armazenam energia ou fornecem materiais estruturais


Os polissacarídeos são cadeias gigantes de monossacarídeos conectados
por ligações glicosídicas.
• O amido é um polissacarídeo de glicose com ligações glicosídicas na
orientação α.
• O glicogênio é um polissacarídeo de glicose altamente ramificado.
• A celulose é também um polissacarídeo de glicose, mas seus
monossacarídeos individuais estão conectados por ligações glicosídicas
na orientação β.

O amido compreende uma família de moléculas gigantes de estrutura


amplamente similar. Enquanto todos os amidos são grandes polímeros de
glicose com ligações α, os amidos diferentes podem ser distinguidos pela
quantidade de ramificações nos carbonos 1 e 6. Alguns amidos de plantas
não se ramificam, como a amilose das plantas; outros são moderadamente
ramificados, como a amilopectina. O amido se liga prontamente à água e,
quando ela é removida, o amido não ramificado tende a formar pontes de
hidrogênio entre as cadeias de polissacarídeos, que então se agregam.
O pão se torna
duro pois quando
ele seca as
cadeias de
polissacarídeos
no amido se
agregam.
Adicionando água
e aquecendo
levemente, as
cadeias se
separam e o pão
se torna mais
macio.

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O glicogênio armazena glicose no fígado e nos músculos de animais. O amido e o
glicogênio servem como compostos armazenadores de energia para plantas e animais,
respectivamente. Esses polissacarídeos são prontamente hidrolisados a monômeros de
glicose, os quais, por sua vez, podem ser posteriormente degradados para liberar sua
energia. Se a glicose é realmente necessária como combustível, por que deve ser
armazenada em forma de polímero? A razão é que mil moléculas de glicose exerceriam mil
vezes a pressão osmótica, causando a entrada de água nas células. Se não fosse pelos
polissacarídeos, vários organismos gastariam muito tempo e energia eliminando o excesso
de água de suas células.
A celulose é o componente predominante das paredes celulares vegetais e o composto
orgânico mais abundante da Terra. O amido pode ser degradado mais ou menos facilmente
pelas ações de compostos químicos ou de enzimas. A celulose, entretanto, é quimicamente
mais estável devido a suas ligações glicosídicas β. Assim, o amido é um bom meio de
armazenamento, podendo ser facilmente degradado, a fim de fornecer glicose para as
reações produtoras de energia, enquanto a celulose constitui um excelente material
estrutural que pode resistir a condições ambientais severas sem alterações.

Estrutura molecular

Estrutura macromolecular

Polissacarídeos nas células

Os carboidratos modificados quimicamente contêm grupos funcionais adicionais


Alguns carboidratos são modificados quimicamente por adição de grupos funcionais, tais
como fosfato e grupos amino. Por exemplo, o carbono 6 na glicose pode ser oxidado a partir
de -CH2OH para um grupo carboxila (-COOH), produzindo ácido glicurônico. Ou um grupo
fosfato pode ser adicionado a um ou mais grupos -OH. Alguns desses açúcares-fosfatos,
tais como frutose 1,6-bifosfato, são importantes intermediários nas reações de energia
celulares. Quando um grupo amino é substituído por um grupo -OH, amino-açúcares como
a glicosamina e a galactosamina são produzidos. Esses compostos são importantes na

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matriz extracelular, onde formam partes de glicoproteínas envolvidas na manutenção da
união dos tecidos. A galactosamina é o principal componente da cartilagem, material que
forma capas nas terminações de ossos e enrijece as orelhas e o nariz. Um derivado da
glicosamina produz o polímero quitina, que é o principal polissacarídeo estrutural nos
esqueletos de insetos e muitos crustáceos (tais como caranguejos e lagostas), bem como
na parede celular dos fungos.
Açúcar Fosfato

Amino-Açúcares

Quitina

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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

➢ GLICOGÊNIO HEPÁTICO X GLICOGÊNIO MUSCULAR


Sabendo que o glicogênio é produzido e armazenado no fígado e nos
músculos, explique porque o glicogênio hepático é utilizado pelo
fígado e pelos demais tecidos do corpo (a quebra do glicogênio
disponibiliza glicose para o sangue e dele para as células de diferentes
tecidos), enquanto o glicogênio muscular é utilizado somente pelo
músculo.

➢ Um polissacarídeo sulfatado com importante função biológica é a heparina


(do grego hepar, “fígado”) é um anticoagulante natural, sintetizado nos
mastócitos e liberado no sangue, no qual inibe a coagulação pela ligação
e estimulação simultânea da proteína anticoagulante, antitrombina III. A
interação entre a heparina e a antitrombina III é fortemente eletrostática; a
heparina é a macromolécula biológica mais bem conhecida, que contém a
mais alta densidade de carga negativa. A heparina purificada é
rotineiramente adicionada a amostras de sangue colhidas para análises
clínicas e sangue doado para transfusão, a fim de evitar a coagulação.

➢ A intolerância à lactose, comum entre adultos na maior parte das


populações humanas, exceto aquelas originárias do norte da Europa e
alguns países da África, e devida ao desaparecimento, após a infância, da
maior parte ou de toda atividade lactásica das células epiteliais intestinais.
Na ausência de lactase intestinal, a lactose não pode ser completamente
digerida e absorvida no intestino delgado, passando para o intestino
grosso, onde bactérias a convertem em produtos tóxicos que causam
cãibras abdominais e diarréia. O problema é ainda mais complicado
porque a lactose não digerida e seus metabólitos aumentam a
osmolaridade do conteúdo intestinal, favorecendo a retenção de água no
intestino. Na maioria dos lugares do mundo onde a intolerância à lactose
é prevalente, o leite não é usado como alimento para adultos, embora os
produtos do leite pré-digeridos com lactase estejam comercialmente
disponíveis em alguns países. Em certas patologias humanas, estão
ausentes algumas ou todas as dissacaridases intestinais. Nesses casos,
o distúrbio digestivo ocasionado pelos dissacarídeos da dieta pode ser
minimizado por uma dieta controlada.

➢ Apesar de o leite ser o alimento universal dos mamíferos recém-


nascidos e um dos alimentos mais completos do ser humano, muitas
pessoas adultas não conseguem digerí-lo porque são deficientes em
lactase, a enzima que hidrolisa a lactose (açúcar do leite). Este
problema ocorre em cerca de 25% dos brasileiros.
➢ Há três tipos de intolerância à lactose, que são decorrentes de diferentes
processos. São eles:
1. Deficiência congênita/hereditária da produção da enzima;
2. Diminuição da produção e atividade enzimática secundária a doenças
intestinais;
3. Deficiência ontogenética.

1. Deficiência congênita/hereditária da produção da enzima


Defeito genético muito raro, no qual a criança nasce sem a capacidade de
produzir lactase. Como o leite materno possui lactose, a criança é acometida
logo após o nascimento.

2. Diminuição enzimática secundária a doenças intestinais


Bastante comum em crianças no primeiro ano de vida e ocorre devido à
infecções intestinais persistentes, pois há morte das células da mucosa
intestinal (produtoras de lactase). Assim, o indivíduo fica com deficiência
temporária de lactase até que estas células sejam repostas.

3. Deficiência ontogenética
É o tipo mais comum na população. Com o avançar da idade, existe a
tendência natural à diminuição da produção da lactase. Esse fato é mais
evidente em algumas etnias como a negra (até 80% dos adultos têm
deficiência) e menos comum em outras, como a branca (20% dos adultos).
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QUESTÃO 01 bactéria sintética e estas serem usadas na
indústria.
O nitrogênio é essencial para a vida e o maior
reservatório global desse elemento, na forma de
N2 , é a atmosfera. Os principais responsáveis QUESTÃO 04
A cárie dental resulta da atividade de bactérias
por sua incorporação na matéria orgânica são
que degradam os açúcares e os transformam em
microrganismos fixadores de N2 , que ocorrem ácidos que corroem a porção mineralizada dos
de forma livre ou simbiontes com plantas. dentes. O flúor, juntamente com o cálcio e um
ADUAN, R. E. et aI. Os grandes ciclos biogeoquímicos açúcar chamado xilitol, age inibindo esse
do planeta. Planaltina: Embrapa, 2004 (adaptado). processo. Quando não se escovam os dentes
Animais garantem suas necessidades corretamente e neles acumulam-se restos de
metabólicas desse elemento pela alimentos, as bactérias que vivem na boca
absorção do gás nitrogênio pela respiração. aderem aos dentes, formando a placa bacteriana
ingestão de moléculas de carboidratos ou biofilme. Na placa, elas transformam o açúcar
vegetais. dos restos de alimentos em ácidos, que corroem
incorporação de nitritos dissolvidos na água o esmalte do dente formando uma cavidade, que
consumida. é a cárie. Vale lembrar que a placa bacteriana se
transferência da matéria orgânica pelas forma mesmo na ausência de ingestão de
cadeias tróficas. carboidratos fermentáveis, pois as bactérias
protocooperação com microrganismos possuem polissacarídeos intracelulares de
fixadores de nitrogênio. reserva.
Disponível em: http://www.diariodasaude.com.br.
QUESTÃO 02 Acesso em: 11 ago. 2010 (adaptado).
O milho transgênico é produzido a partir da cárie 1. destruição de um osso por corrosão
manipulação do milho original, com a progressiva.
transferência, para este, de um gene de interesse * cárie dentária: efeito da destruição da estrutura
retirado de outro organismo de espécie diferente. dentária por bactérias.
HOUAISS, Antônio. Dicionário eletrônico. Versão 1.0.
A característica de interesse será manifestada
Editora Objetiva, 2001 (adaptado).
em decorrência A partir da leitura do texto, que discute as causas
do incremento do DNA a partir da duplicação do aparecimento de cáries, e da sua relação com
do gene transferido. as informações do dicionário, conclui-se que a
da transcrição do RNA transportador a partir cárie dental resulta, principalmente, de
do gene transferido. falta de flúor e de cálcio na alimentação diária
da expressão de proteínas sintetizadas a partir da população brasileira.
do DNA não hibridizado. consumo exagerado do xilitol, um açúcar, na
da síntese de carboidratos a partir da ativação dieta alimentar diária do indivíduo.
do DNA do milho original. redução na proliferação bacteriana quando a
da tradução do RNA mensageiro sintetizado a saliva é desbalanceada pela má alimentação.
partir do DNA recombinante. uso exagerado do flúor, um agente que em
alta quantidade torna-se tóxico à formação dos
QUESTÃO 03 dentes.
Um instituto de pesquisa norte-americano consumo excessivo de açúcares na
divulgou recentemente ter criado uma “célula alimentação e má higienização bucal, que
sintética”, uma bactéria chamada de contribuem para a proliferação de bactérias.
Mycoplasma mycoides. Os pesquisadores
montaram uma sequência de nucleotídeos, que
formam o único cromossomo dessa bactéria, o QUESTÃO 05
qual foi introduzido em outra espécie de bactéria, A fotossíntese é importante para a vida na Terra.
a Mycoplasma capricolum. Após a introdução, o Nos cloroplastos dos organismos
cromossomo da M. capricolum foi neutralizado e fotossintetizantes, a energia solar é convertida
o cromossomo artificial da M. mycoides começou em energia química que, juntamente com água e
a gerenciar a célula, produzindo suas proteínas. gás carbônico (CO2), é utilizada para a síntese de
GILBSON et al. Creation of a Bacterial Cell Controlled compostos orgânicos (carboidratos). A
by a Chemically synthesized Genome. fotossíntese é o único processo de importância
Science v. 329, 2010 (adaptado).
biológica capaz de realizar essa conversão.
A importância dessa inovação tecnológica para a
comunidade científica se deve à Todos os organismos, incluindo os produtores,
possibilidade de sequenciar os genomas de aproveitam a energia armazenada nos
bactérias para serem usados como receptoras de carboidratos para impulsionar os processos
cromossomos artificiais. celulares, liberando CO2 para a atmosfera e água
capacidade de criação, pela ciência, de novas para a célula por meio da respiração celular.
formas de vida, utilizando substâncias como Além disso, grande fração dos recursos
carboidratos e lipídios. energéticos do planeta, produzidos tanto no
possibilidade de produção em massa da presente (biomassa) como em tempos remotos
bactéria Mycoplasma capricolum para sua (combustível fóssil), é resultante da atividade
distribuição em ambientes naturais. fotossintética.
possibilidade de programar geneticamente As informações sobre obtenção e transformação
microrganismos ou seres mais complexos para dos recursos naturais por meio dos processos
produzir medicamentos, vacinas e vitais de fotossíntese e respiração, descritas no
biocombustíveis. texto, permitem concluir que
capacidade da bactéria Mycoplasma
capricolum de expressar suas proteínas na
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o CO2 e a água são moléculas de alto teor arroz feijão
energético.
os carboidratos convertem energia solar em (1 colher de (1 colher de
energia química. sopa) sopa)
a vida na Terra depende, em última análise,
da energia proveniente do Sol.
calorias 41 kcal 58 kcal
o processo respiratório é responsável pela
retirada de carbono da atmosfera.
a produção de biomassa e de combustível carboidratos 8,07 g 10,6 g
fóssil, por si, é responsável pelo aumento de CO2
atmosférico. proteínas 0,58 g 3,53 g

QUESTÃO 06 lipídios 0,73 g 0,18 g


O metabolismo dos carboidratos é fundamental
para o ser humano, pois a partir desses colesterol 0g 0g
compostos orgânicos obtém-se grande parte da
energia para as funções vitais. Por outro lado, Silva, R. S. Arroz e feijão, um par perfeito.Disponível
desequilíbrios nesse processo podem provocar em: http://www.correpar.com.br.
hiperglicemia ou diabetes. Acesso em: 01 fev. 2009.
O caminho do açúcar no organismo inicia-se com A partir das informações contidas no texto e na
a ingestão de carboidratos que, chegando ao tabela, conclui-se que
intestino, sofrem a ação de enzimas, "quebrando- os carboidratos contidos no arroz são mais
se" em moléculas menores (glicose, por nutritivos que os do feijão.
exemplo) que serão absorvidas. o arroz é mais calórico que o feijão por conter
A insulina, hormônio produzido no pâncreas, é maior quantidade de lipídios.
responsável por facilitar a entrada da glicose nas as proteínas do arroz têm a mesma
células. Se uma pessoa produz pouca insulina, composição de aminoácidos que as do feijão.
ou se sua ação está diminuída, dificilmente a a combinação de arroz com feijão contém
glicose pode entrar na célula e ser consumida. energia e nutrientes e é pobre em colesterol.
Com base nessas informações, pode-se concluir duas colheres de arroz e três de feijão são
que: menos calóricas que três colheres de arroz e
o papel realizado pelas enzimas pode ser duas de feijão.
diretamente substituído pelo hormônio insulina.
a insulina produzida pelo pâncreas tem um QUESTÃO 09
papel enzimático sobre as moléculas de açúcar. A ricina, substância tóxica extraída da mamona,
o acúmulo de glicose no sangue é provocado liga-se ao açúcar galactose presente na
pelo aumento da ação da insulina, levando o membrana plasmática de muitas células do
indivíduo a um quadro clínico de hiperglicemia. nosso corpo. Após serem endocitadas, penetram
a diminuição da insulina circulante provoca um no citoplasma da célula, onde destroem os
acúmulo de glicose no sangue. ribossomos, matando a célula em poucos
o principal papel da insulina é manter o nível minutos.
de glicose suficientemente alto, evitando, assim, SADAVA, D. et al. Vida: a ciência da biologia. Porto
um quadro clínico de diabetes. Alegre: Artmed, 2009 (adaptado).
O uso dessa substância pode ocasionar a morte
QUESTÃO 07 de uma pessoa ao inibir, diretamente, a síntese
Em razão da grande quantidade de carboidratos, de
a mandioca tem surgido, juntamente com a cana- RNA DNA lipídios
de-açúcar, como alternativa para produção de proteínas carboidratos
bioetanol. A produção de álcool combustível
utilizando a mandioca está diretamente QUESTÃO 10
relacionada com a atividade metabólica de O fitato, presente em diversos cereais, apresenta
microrganismos. a propriedade de associar-se a alguns minerais,
Disponível em: www.agencia.cnptia.embrapa.br. proteínas e carboidratos, formando complexos
Acesso em: 28 out. 2015 (adaptado).
insolúveis e incapazes de serem digeridos por
O processo metabólico envolvido na produção
animais monogástricos. Por esse motivo, muitas
desse combustível é a
rações ricas em cereais contêm, na sua
respiração.
formulação final, a enzima fitase como aditivo. O
degradação.
esquema de ação dessa enzima sobre o fitato
fotossíntese.
está representado na figura.
fermentação.
quimiossíntese.

QUESTÃO 08
Arroz e feijão formam um “par perfeito”, pois
fornecem energia, aminoácidos e diversos
nutrientes. O que falta em um deles pode ser
encontrado no outro. Por exemplo, o arroz pobre
no aminoácido lisina, que é encontrado em
abundância no feijão, e o aminoácido metionina
é abundante no arroz e pouco encontrado no
feijão. A tabela seguinte apresenta informações
nutricionais desses dois alimentos.

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A adição de fitase nessas rações acarretará um A condição física apresentada pelo personagem
aumento da da tirinha é um fator de risco que pode
eliminação de produtos nitrogenados. desencadear doenças como
disponibilidade de nutrientes. anemia beribéri diabetes
desnaturação de proteínas. escorbuto fenilcetonúria
assimilação de fitato.
absorção de amido. QUESTÃO 14
Durante a aula, um professor apresentou uma
QUESTÃO 11 pesquisa nacional que mostrava que o consumo
A produção de biocombustíveis é resultado de sódio pelos adolescentes brasileiros é
direto do fomento a pesquisas científicas em superior ao determinado pela Organização
biotecnologia que ocorreu no Brasil nas últimas Mundial da Saúde. O professor, então, destacou
décadas. A escolha do vegetal a ser usado que esse hábito deve ser evitado.
considera, entre outros aspectos, a produtividade A doença associada a esse hábito é a
da matéria-prima em termos de rendimento e obesidade.
custos associados. O etanol é produzido a partir osteoporose.
da fermentação de carboidratos e quanto mais diabetes tipo II.
simples a molécula de glicídio, mais eficiente é o hipertensão arterial.
processo. hipercolesterolemia.
“Etanol de quê?”. Revista Pesquisa Fapesp, 28 de
nov. 2007 (adaptado) QUESTÃO 15
O vegetal que apresenta maior eficiência no
Anabolismo e catabolismo são processos
processo da produção do etanol é
celulares antagônicos, que são controlados
o milho, pois apresenta sementes com alto
principalmente pela ação hormonal. Por
teor de amido.
exemplo, no fígado a insulina atua como um
a mandioca, pois apresenta raízes com alto
hormônio com ação anabólica, enquanto o
teor de celulose.
glucagon tem ação catabólica e ambos são
a soja, pois apresenta sementes com alto teor
secretados em resposta ao nível de glicose
de glicogênio.
sanguínea.
o feijão, pois apresenta sementes com alto
Em caso de um indivíduo com hipoglicemia, o
teor de quitina.
hormônio citado que atua no catabolismo
a cana-de-açúcar, pois apresenta colmos com
induzirá o organismo a
alto teor de sacarose.
realizar a fermentação lática.
metabolizar aerobicamente a glicose.
QUESTÃO 12 produzir aminoácidos a partir de ácidos
Portadores de diabetes insipidus reclamam da graxos.
confusão feita pelos profissionais da saúde transformar ácidos graxos em glicogênio.
quanto aos dois tipos de diabetes: mellitus e estimular a utilização do glicogênio.
insipidus. Enquanto o primeiro tipo está
associado aos níveis ou à ação da insulina, o QUESTÃO 16
segundo não está ligado à deficiência desse
A vesícula biliar é um órgão muscular onde a bile
hormônio. O diabetes insipidus é caracterizado
é armazenada. Os cálculos biliares que algumas
por um distúrbio na produção ou no
vezes se formam neste órgão devem ser
funcionamento do hormônio antidiurético (na
removidos cirurgicamente, dependendo da
sigla em inglês, ADH), secretado pela neuro-
avaliação da gravidade das complicações
hipófise para controlar a reabsorção de água
decorrentes da presença desses cálculos no
pelos túbulos renais.
indivíduo. Entretanto, apesar de algum prejuízo
Tendo em vista o papel funcional do ADH, qual é
causado pela remoção da vesícula biliar, o
um sintoma clássico de um paciente acometido
indivíduo pode ter uma vida relativamente
por diabetes insipidus?
normal.
Alta taxa de glicose no sangue.
A remoção cirúrgica desse órgão retardará a
Aumento da pressão arterial.
síntese de glicogênio.
Ganho de massa corporal.
produção de bile.
Anemia crônica.
secreção de suco gástrico.
Desidratação.
produção de enzimas digestivas.
digestão das gorduras.
QUESTÃO 13
QUESTÃO 17
Recentemente um estudo feito em campos de
trigo mostrou que níveis elevados de dióxido de
carbono na atmosfera prejudicam a absorção de
nitrato pelas plantas. Consequentemente, a
qualidade nutricional desses alimentos pode
diminuir à medida que os níveis de dióxido de
carbono na atmosfera atingirem as estimativas
para as próximas décadas.
BLOOM, A.J. et al. Nitrate assimilation is inhibited by
elevated CO 2 in field-grown wheat. Nature Climate
Change, n. 4, abr. 2014 (adaptado).
Nesse contexto, a qualidade nutricional do grão
de trigo será modificada primariamente pela
redução de

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amido frutose lipídeos Celênia P. Santos et al. Papel: como se fabrica? In:
celulose proteínas Química nova na escola. n0. 14, nov./2001, p. 3-7
(com adaptações).
Para se diminuírem os problemas ambientais
QUESTÃO 18 decorrentes da fabricação do papel, é
Os biocombustíveis de primeira geração são recomendável
derivados da soja, milho e cana-de-açúcar e sua a criação de legislação mais branda, a fim de
produção ocorre através da fermentação. favorecer a fabricação de papel biodegradável.
Biocombustíveis derivados de material celulósico a diminuição das áreas de reflorestamento,
ou biocombustíveis de segunda geração — com o intuito de reduzir o volume de madeira
coloquialmente chamados de “gasolina de utilizado na obtenção de fibras celulósicas.
capim” — são aqueles produzidos a partir de a distribuição de equipamentos de
resíduos de madeira (serragem, por exemplo), desodorização à população que vive nas
talos de milho, palha de trigo ou capim de adjacências de indústrias de produção de papel.
crescimento rápido e se apresentam como uma o tratamento da água industrial, antes de
alternativa para os problemas enfrentados pelos retorná-la aos cursos d'água, com o objetivo de
de primeira geração, já que as matérias-primas promover a degradação dos compostos
são baratas e abundantes. orgânicos solúveis.
DALE, B. E.; HUBER, G. W. Gasolina de capim e o recolhimento, por parte das famílias que
outros vegetais. Scientific American Brasil. Ago. 2009,
habitam as regiões circunvizinhas, dos resíduos
nº 87 (adaptado).
sólidos gerados pela indústria de papel, em um
O texto mostra um dos pontos de vista a respeito
processo de coleta seletiva de lixo.
do uso dos biocombustíveis na atualidade, os
quais
são matrizes energéticas com menor carga de QUESTÃO 20
poluição para o ambiente e podem propiciar a A fabricação de cerveja envolve a atuação de
geração de novos empregos, entretanto, para enzimas amilases sobre as moléculas de amido
serem oferecidos com baixo custo, a tecnologia da cevada. Sob temperatura de cerca de 65 °C,
da degradação da celulose nos biocombustíveis ocorre a conversão do amido em maltose e
de segunda geração deve ser extremamente glicose. O caldo obtido (mosto) é fervido para a
eficiente. inativação das enzimas. Após o resfriamento e a
oferecem múltiplas dificuldades, pois a filtração, são adicionados o lúpulo e a levedura
produção é de alto custo, sua implantação não para que ocorra a fermentação. A cerveja sofre
gera empregos, e deve-se ter cuidado com o maturação de 4 a 40 dias, para ser engarrafada
risco ambiental, pois eles oferecerem os mesmos e pasteurizada.
riscos que o uso de combustíveis fósseis. PANEK, A. D. Ciência Hoje, São Paulo, v. 47, n. 279,
sendo de segunda geração, são produzidos mar. 2011 (adaptado).
por uma tecnologia que acarreta problemas Dentre as etapas descritas, a atividade biológica
sociais, sobretudo decorrente do fato de a no processo ocorre durante o(a)
matéria-prima ser abundante e facilmente filtração do mosto.
encontrada, o que impede a geração de novos resfriamento do mosto.
empregos. pasteurização da bebida.
sendo de primeira e segunda geração, são fermentação da maltose e da glicose.
produzidos por tecnologias que devem passar inativação enzimática no aquecimento.
por uma avaliação criteriosa quanto ao uso, pois
uma enfrenta o problema da falta de espaço para QUESTÃO 21
plantio da matéria-prima e a outra impede a Para preparar uma massa básica de pão, deve-
geração de novas fontes de emprego. se misturar apenas farinha, água, sal e fermento.
podem acarretar sérios problemas Parte do trabalho deixa-se para o fungo presente
econômicos e sociais, pois a substituição do uso no fermento: ele utiliza amido e açúcares da
de petróleo afeta negativamente toda uma cadeia farinha em reações químicas que resultam na
produtiva na medida em que exclui diversas produção de alguns outros compostos
fontes de emprego nas refinarias, postos de importantes no processo de crescimento da
gasolina e no transporte petróleo e gasolina. massa. Antes de assar, é importante que a
massa seja deixada num recipiente por algumas
QUESTÃO 19 horas para que o processo de fermentação
À produção industrial de celulose e de papel ocorra.
estão associados alguns problemas ambientais. Esse período de espera é importante para que a
Um exemplo são os odores característicos dos massa cresça, pois é quando ocorre a
compostos voláteis de enxofre (mercaptanas) reprodução do fungo na massa.
que se formam durante a remoção da lignina da formação de dióxido de carbono.
principal matéria-prima para a obtenção industrial liberação de energia pelos fungos.
das fibras celulósicas que formam o papel: a transformação da água líquida em vapor
madeira. É nos estágios de branqueamento que d’água.
se encontra um dos principais problemas evaporação do álcool formado na
ambientais causados pelas indústrias de decomposição dos açúcares.
celulose. Reagentes como cloro e hipoclorito de
sódio reagem com a lignina residual, levando à QUESTÃO 22
formação de compostos organoclorados. Esses Normalmente, as células do organismo humano
compostos, presentes na água industrial, realizam a respiração aeróbica, na qual o
despejada em grande quantidade nos rios pelas consumo de uma molécula de glicose gera 38
indústrias de papel, não são biodegradáveis e
moléculas de ATP. Contudo em condições
acumulam-se nos tecidos vegetais e animais,
anaeróbicas, o consumo de uma molécula de
podendo levar a alterações genéticas.

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glicose pelas células é capaz de gerar apenas No experimento B foi fornecida às células 1 e 2 a
duas moléculas de ATP. mesma solução, porém com alta concentração
de oxigênio, semelhante à atmosférica. Ao final
do experimento, mediu-se a concentração de
glicose na solução extracelular em cada uma das
quatro situações. Este experimento está
representado no quadro abaixo.
Foi observado no experimento A que a
concentração de glicose na solução que banhava
as células 1 era maior que a da solução contendo
as células 2 e esta era menor que a concentração
inicial. No experimento B, foi observado que a
concentração de glicose na solução das células
1 era igual à das células 2 e esta era idêntica à
observada no experimento A, para as células 2,
Qual curva representa o perfil de consumo de ao final do experimento.
glicose, para manutenção da homeostase de Experimento A Experimento B
uma célula que inicialmente está em uma
condição anaeróbica e é submetida a um Células Células Células Células 2
aumento gradual de concentração de oxigênio? 1 2 1
1 2 3 4 5
NaC e glicose NaC e glicose
QUESTÃO 23
Um molusco, que vive no litoral oeste dos EUA, baixa concentração alta concentração de
pode redefinir tudo o que se sabe sobre a divisão de oxigênio oxigênio
entre animais e vegetais. Isso porque o molusco
(Elysia chlorotica) é um híbrido de bicho com
Pela interpretação do experimento descrito,
planta. Cientistas americanos descobriram que o
pode-se observar que o metabolismo das células
molusco conseguiu incorporar um gene das
estudadas está relacionado às condições
algas e, por isso, desenvolveu a capacidade de
empregadas no experimento, visto que as
fazer fotossíntese. É o primeiro animal a se
células 1 realizam metabolismo aeróbio.
“alimentar” apenas de luz e CO2, como as
células 1 são incapazes de consumir glicose.
plantas.
GARATONI, B. Superinteressante. Edição 276, mar.
células 2 consomem mais oxigênio que as
2010 (adaptado). células 1.
A capacidade de o molusco fazer fotossíntese células 2 têm maior demanda de energia que
deve estar associada ao fato de o gene as células 1.
incorporado permitir que ele passe a sintetizar células 1 e 2 obtiveram energia a partir de
clorofila, que utiliza a energia do carbono para substratos diferentes.
produzir glicose.
citocromo, que utiliza a energia da água para QUESTÃO 26
formar oxigênio. Um grupo de substâncias conhecidas como
clorofila, que doa elétrons para converter gás polissacarídeos sulfatados estão envolvidos em
carbônico em oxigênio. diversos processos como adesão, proliferação e
citocromo, que doa elétrons da energia diferenciação celular. Além disso, apresentam
luminosa para produzir glicose. propriedades farmacológicas, podendo agir
clorofila, que transfere a energia da luz para como anticoagulantes, anti-inflamatórios e
compostos orgânicos. antitumorais. Essas substâncias vêm sendo
pesquisadas em animais, como ouriços-do-mar,
QUESTÃO 24 pepinos-do-mar e ascídias.
A fotossíntese é um processo físico-químico Um dos mecanismos pesquisados está
realizado por organismos clorofilados. Nos relacionado com o fato de que um
vegetais, é dividido em duas fases espermatozoide de ouriço só fecunda um óvulo
complementares: uma responsável pela síntese da mesma espécie. Em outro estudo, foi
de ATP e pela redução do NADP+ e a outra pela descoberto em ascídias, uma substância
fixação de carbono. semelhante à heparina, utilizada no tratamento
Para que a etapa produtora de ATP e NADPH de trombose.
Agência FAPESP, 10/09/2010
ocorra, são essenciais
Assinale a alternativa correta.
água e oxigênio.
Ouriços apresentam fecundação interna,
glicose e oxigênio.
exigindo um mecanismo de identificação dos
radiação luminosa e água.
gametas.
glicose e radiação luminosa.
Mecanismos de identificação dos gametas tem
oxigênio e dióxido de carbono.
como objetivo garantir a variabilidade genética.
A utilização de heparina no tratamento da
QUESTÃO 25 trombose se deve ao fato de que essa substância
Considere a situação em que foram realizados impede a formação de fibrina.
dois experimentos, designados de experimentos Ouriços-do-mar, pepinos-do-mar e ascídias
A e B, com dois tipos celulares, denominados pertencem ao mesmo filo.
células 1 e 2. No experimento A, as células 1 e 2 Os animais citados no texto são celomados e
foram colocadas em uma solução aquosa protostômios, como os demais invertebrados.
contendo cloreto de sódio (NaC ) e glicose
(C6H12O6), com baixa concentração de oxigênio.

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QUESTÃO 27 É conhecido que a insulina e o glucagon atuam
regulando a glicemia (taxa de glicose no sangue).
Observe este esquema, em que está
Os hormônios agem através de receptores
representado um procedimento clínico:
específicos de alta afinidade. Um dos distúrbios
típicos de glicemia é a diabetes mellitus, tipo I
(diabetes mellitus insulinodependente) e tipo II
(as células são resistentes à ação da insulina). O
controle da glicemia ocorre da seguinte maneira:
Suponha que uma pessoa seja diabética tipo I e
não esteja fazendo o controle da doença. Ela
ingeriu carboidratos como amido, sacarose e
lactose. Após a digestão e absorção dos
carboidratos, espera-se que:
ocorra o bloqueio das células alfa e a
É INCORRETO afirmar que esse procedimento estimulação das células beta, provocando a
possibilita a glicogenólise e a hipoglicemia.
redução de ureia presente no sangue seja liberado glucagon na corrente sanguínea,
periférico. ocorrendo a glicogenólise e a hipoglicemia.
remoção de água do plasma sanguíneo. aconteça a ligação entre insulina e os
retirada de proteínas do sangue periférico. receptores específicos de membrana que
simulação de funcionamento do néfron. facilitam a entrada de glicogênio nos hepatócitos
do fígado.
QUESTÃO 28 não ocorra a liberação de insulina (pelas
células beta do pâncreas), promovendo
As células de nosso organismo estão banhadas
hiperglicemia e gliconeogênese.
em uma solução rica em glicose. Todavia, a
aconteça uma redução da sensibilidade dos
glicose não pode atravessar a membrana celular tecidos à insulina, promovendo a hipoglicemia.
por difusão simples. A glicose só pode entrar na
célula através de proteínas transportadoras de
QUESTÃO 30
glicose presentes na membrana celular. Algumas
células possuem essas moléculas Risco de diabetes tipo 2 associado a gene
transportadoras todo o tempo em suas dos Neandertais
membranas. Outras, porém, como as do tecido Uma variante do gene SLC16A11 aumenta o
risco de diabetes entre os latino-americanos. As
muscular e tecido adiposo, só colocam a
análises indicaram que a versão de maior risco
molécula transportadora de glicose na
dessa variante foi herdada dos Neandertais. As
membrana celular na presença de:
pessoas que apresentam a variação SLC16A11
insulina heparina em um dos alelos, são 25% mais propensas a
acetilcolina glicosidase desenvolver o diabetes, já aquelas que herdaram
de ambos os pais, essa probabilidade sobe para
QUESTÃO 29 50%.
Disponível em:
<www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/12/131225_
neandertal_ lk.shtml>. Acesso em: 26 mar. 2014.
(Adaptado).

Em humanos, a doença que pode se desenvolver


pela presença da variante do gene SLC16A11
tem como um dos sinais clínicos a produção de
corpos cetônicos. Isso ocorre porque a glicose,
mesmo presente no sangue, não é plenamente
utilizada pelo organismo que interpreta essa
situação metabólica como um estado de jejum.
Assim, é ativada uma via metabólica capaz de
ofertar mais açúcar no sangue por meio da
O pâncreas é uma glândula mista que apresenta gliconeogênese.
regiões de função endócrina denominadas de lipogênese.
ilhotas de Langerhans; nessas ilhotas existem glicogênese.
células alfa produtoras de glucagon, células beta desnaturação proteica.
produtoras de insulina, células delta que fosforilação oxidativa.
produzem somatostatina e células PP, que
produzem um polipeptídeo pancreático.

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