Você está na página 1de 2

Profa. Dra.

Iara Rosa Farias


EFLCH/UNIFESP
Departamento de Letras

BAGNO, M. A inevitável travessia: da prescrição gramatical à educação linguística.


In: BAGNO, M; GAGNÉ, G. ; STUBBS, M. Língua Materna: letramento, variação e
ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2002. p. 13-84.

Leitura e Produção de Textos 1. 2016, Profa. Iara R. Farias.

Resumo: No artigo, o autor apresenta algumas teses desenvolvidas pela Linguística


no século XX, suas possíveis aplicações no âmbito do ensino da língua, no ensino
fundamental e médio. Além de apresentar algumas deficiências da gramática
normativa, naquilo que se refere ao ensino da língua materna, comenta sobre o
caráter social ideológico e exclusivo das suas regras.

Palavras-chave: Gramática. Letramento. Ensino. Variação Linguística

p. 15 - Diante das novas propostas de investigação – teorização lançadas pelas


diferentes correntes da linguística contemporânea (e pelas instâncias oficiais de
ensino), a reação de muitos desses profissionais é, no melhor dos casos, de espanto
e perplexidade e, no pior, de rejeição total.

[comentário]

p. 17 - Pretendo demonstrar que o ensino de língua na escola deveria propiciar


condições para o desenvolvimento pleno de uma educação linguística – conceito
que difere em muito da prática tradicional de inculcação de uma suposta “norma
padrão” e de uma metalinguagem tradicional de análise da gramática. (grifos do
autor)

p. 18 - Evidentemente, é possível dizer que a educação linguística de cada indivíduo


começa logo no início de sua vida, quando, em suas interações com a família,
adquire sua língua materna.

[ o autor se refere aqui à gramática internalizada, interessante que isso não é levado
em conta no ensino de língua materna e também na observação das variantes que
não à Norma Padrão]

p. 24 - (...) a língua em grande medida é opaca, não é transparente. Isso faz da


prática da interpretação uma atividade fundamental da vida humana, da interação
social.
Profa. Dra. Iara Rosa Farias
EFLCH/UNIFESP
Departamento de Letras

p. 29 - Mas quem é que escolhe esses “melhores” que vão servir de modelo? E se é
possível falar em “melhores” é porque certamente, nessa visão, existem aqueles que
falam “pior” e, por conseguinte, são os “piores” (...). (grifos do autor)

p. 29 -(...) o esforço dos detentores do poder de mostrar que tudo o que surge no
seu meio social é intrinsecamente bom e válido e, por conseguinte, deve ser
adotado como modelo ideal por todos os demais membros da sociedade (...).

p. 39 - Quando os falantes cultos de uma sociedade param de reagir


desfavoravelmente a determinados usos linguísticos, quando param de considerá-
los como “erros”, é porque o ideal de língua “certa” já mudou, num processo de auto
- regulação natural e inerente aos grupos sociais, que independe da ação
prescritivista das instancias oficiais e oficiosas que pretendem controlar os destinos
do idioma. (grifos do autor)

Você também pode gostar