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A SEXUALIDADE NORMAL E TRANSTORNOS SEXUAIS

O comportamento sexual humano é diversificado e determinado por uma


combinação de vários fatores tais como os relacionamentos do indivíduo com
os outros, pelas próprias circunstâncias de vida e pela cultura na qual ele vive.
Por isso é muito difícil conceituar o que é "normal" em termos da sexualidade.

O que se pode afirmar em relação a isso é que a normalidade sexual está


relacionada ao fato da sexualidade ser compartilhada de forma que o casal
esteja de acordo com o que é feito, sem caráter destrutivo para o indivíduo ou
para o parceiro e não afronta regras comuns da sociedade em que se vive.

A anormalidade pode ser definida quando há uma fixação em determinada


forma de sexualidade ou em determinada pessoa, ou ainda quando a pessoa
não consegue desfrutar de outras formas de prazer.

A anormalidade pode ser definida quando:


 

há uma fixação em determinada forma de sexualidade;


a pessoa não consegue desfrutar de outras formas de prazer, como, por
exemplo, no voyeurismo em que só consegue obter prazer ao masturbar-se,
observando pessoas sem o consentimento delas;
a pessoa não consegue ter relacionamento sexual com outras pessoas.

O que deve ser lembrado é que a sexualidade humana envolve, além do ato
sexual em si, outras atividades, como fantasias, pensamentos eróticos, carícias
e masturbação.

As fantasias sexuais são pensamentos representativos dos desejos sexuais


mais ardentes de uma pessoa e tem a função de complementar e estimular a
sexualidade, tanto da realização do ato sexual com um parceiro quanto da
estimulação auto-erótica (masturbação).

A masturbação também é componente normal da sexualidade, e consiste no


toque de si mesmo, em áreas que dão prazer ao indivíduo (áreas erógenas),
que incluem os genitais e/ou outras partes do corpo, com a finalidade de obter
prazer.

No ser humano, as sensações sexuais despertadas, seja por fantasias, por


masturbação ou pelo ato sexual em si, ocorrem numa sucessão de fases que
estão interligadas entre si, que são chamadas de as Fases da resposta sexual
humana. São elas:
 

Desejo: Consiste numa fase em que fantasias, pensamentos eróticos, ou


visualização da pessoa desejada despertam vontade de ter
atividade sexual.
Excitação: Fase de preparação para o ato sexual, desencadeada pelo
desejo. Junto com sensações de prazer, surgem alterações
corporais que são representadas basicamente no homem pela
ereção (endurecimento do pênis) e na mulher pela lubrificação
vaginal (sensação de estar intimamente molhada).
Orgasmo: É o clímax de prazer sexual, sensação de prazer máximo, que
ocorre após uma fase de crescente excitação. No homem, junto
com o prazer, ocorre a sensação de não conseguir mais segurar
a ejaculação, e então ela ocorre; e na mulher, ocorrem
contrações da musculatura genital.
Resolução: Consiste na sensação de relaxamento muscular e bem-estar
geral que ocorre após o orgasmo que, para os homens em geral,
associa-se ao seu período refratário (intervalo mínimo entre a
obtenção de ereções). Na mulher, este período refratário não
existe: ela pode, logo após o ato sexual ter novamente desejo,
excitação e novo orgasmo, não necessitando esperar um tempo
para que isso ocorra novamente.

DISFUNÇÕES OU TRANSTORNOS SEXUAIS

Disfunções ou transtornos sexuais são problemas que ocorrem em alguma das


fases da resposta sexual humana.

Disfunções Sexuais Femininas

Na mulher, as disfunções sexuais mais comuns são: as inibições do desejo


sexual, a anorgasmia, o vaginismo e a dispareunia.

As inibições do desejo sexual ou transtorno do desejo sexual hipoativo,


constituem a falta ou diminuição da motivação para a busca de sexo, ou seja, a
pessoa não tem vontade de manter relações sexuais.

Isso ocorre mais comumente devido a:


 

problemas no casamento (brigas, desentendimentos quanto ao que cada um


espera do relacionamento)
falta de intimidade
dificuldades de comunicação entre o casal, ou ainda, devido a tabus sobre a
própria sexualidade, como, por exemplo, associações de sexo com pecado,
com desobediência ou com punições
Inibições decorrentes de traumas sexuais (abuso sexual, estupro)
doenças, a problemas hormonais e ao uso de certas drogas e remédios.

O diagnóstico pode ser feito por médico clínico, ginecologista, psiquiatra ou


psicólogo, através das queixas apresentadas pela paciente; dependendo das
queixas, pode ser necessária a realização de exames, para se descobrir a
origem da falta de desejo.
O tratamento se faz de acordo com a causa. Quando houver problemas
clínicos (doenças), a paciente deve ser encaminhada para um especialista,
quando necessário (por exemplo, um endocrinologista quando houver
problemas hormonais), sendo que cada tipo de diagnóstico vai requerer um tipo
específico de tratamento. Entretanto, a maioria dos casos deve-se a problemas
psicológicos ou problemas no relacionamento do casal, e esses deverão ser
tratados por psicólogo ou psiquiatra, tentando descobrir as causas,
compreendê-las e resolvê-las.

A anorgasmia ou disfunção orgásmica é a falta de sensação de orgasmo na


relação sexual. Pode ser primária, quando a mulher nunca teve orgasmo na
vida, ou secundária, quando tinha orgasmos e passou a não tê-los mais. Ainda
pode ser classificada em absoluta, quando a anorgasmia ocorre sempre, e
situacional quando ocorre só em certas situações (por exemplo, em certos
locais em que a pessoa não se sente confortável, ou com parceiro com o qual
tenha algum tipo de conflito). A mulher com anorgasmia pode aproveitar
plenamente das outras fases do ato sexual, isto é, tem desejo, aproveita as
carícias e se excita, porém algo a bloqueia no momento do orgasmo.

As causas da anorgasmia são principalmente psicológicas, envolvendo


problemas nos relacionamentos interpessoais, conflitos a respeito da
sexualidade, falta de conhecimento do próprio corpo e sensações, dificuldade
na intimidade e comunicação do casal em assuntos sobre sexo. Problemas
clínicos também podem causar anorgasmia, por exemplo, acidentes que
atingem a medula espinhal, alterações hormonais, corrimentos vaginais
freqüentes ou ainda anormalidades na forma da vagina, do útero ou dos
músculos que formam a região pélvica (região onde se situam os órgãos
genitais).

O vaginismo é uma contração inconsciente, não desejada, da musculatura da


vagina, que ocorre quando a pessoa imagina que possa vir a ter um ato sexual.
Essa contração atrapalha ou impede a introdução do pênis, a qual, se for
tentada causará muita dor, sendo que na maioria das vezes o casal não
consegue ter ato sexual com penetração.

Pode ser conseqüência de uma educação rígida que provocou muitos tabus
sexuais gerando conflitos psicológicos, conseqüência de traumas sexuais
(estupro ou abuso sexual) ou de experiências sexuais anteriores que tenham
causado sofrimento físico.

O diagnóstico é feito em geral pelo ginecologista, através do relato da paciente


e também pelo exame ginecológico. O tratamento consiste em identificar e
tentar modificar a causa do vaginismo.

Esse tipo de tratamento é feito por ginecologistas ou terapeutas sexuais, e


consiste na realização de exercícios genitais com a intenção de conseguir o
relaxamento da pessoa, tentando evitar que ocorra a contração no momento do
ato sexual e no entendimento das causas psicológicas associadas.
Esse tipo de tratamento é feito por ginecologistas ou terapeutas sexuais, e
consiste:
 

no entendimento das causas psicológicas


na realização de exercícios genitais com a intenção de conseguir o
relaxamento da pessoa, tentando evitar que ocorra a contração no momento
do ato sexual.

A dispareunia é a dor genital que ocorre repetidamente antes, durante ou após


o ato sexual.

As causas mais comuns são doenças ginecológicas (tipo corrimento vaginal ou


alterações no formato da vagina) ou contração da musculatura vaginal durante
o ato sexual, devido a conflitos psicológicos relativos à sexualidade.

O diagnóstico em geral é feito pelo ginecologista, também se faz pela análise


das queixas da paciente e do exame ginecológico e o tratamento será de
acordo com a causa, isto é, tratamento para a doença diagnosticada, feito em
geral pelo próprio ginecologista ou tratamento com psicólogos ou psiquiatras,
quando o problema for decorrente de conflitos psicológicos.

Disfunções Sexuais Masculinas

As disfunções sexuais masculinas mais comuns são: a disfunção erétil


(impotência) e a ejaculação precoce.

A disfunção erétil conhecida como impotência, consiste na incapacidade em


obter ou manter uma ereção que permita manter uma relação sexual, ou seja, o
homem não consegue que seu pênis fique e permaneça duro e assim consiga
ter relação sexual com penetração.

As causas mais comuns são:


 

doenças como diabetes, pressão alta, colesterol alto


traumas ou acidentes envolvendo a medula espinhal ou o próprio pênis
o fumo, uso de drogas e alguns medicamentos (principalmente aqueles
usados para tratamento de problemas do coração)
abuso de álcool
causas psicológicas (medos ou tabus em relação à sexualidade)

O paciente poderá ser encaminhado ao urologista (especialista que trata esses


casos), onde certos exames podem ser feitos para descobrir a causa da
impotência.

O tratamento dependerá da causa. Para alguns casos de impotência existem


medicamentos ou injeções intrapenianas, que deverão ser usados apenas com
prescrição médica, pois são indicados para casos específicos. Próteses
penianas ficariam como última opção, pois uma vez colocadas não há como
retirá-las, e são indicadas apenas quando nenhuma outra opção funcionou.

É importante lembrar que muitas vezes fatores psicológicos podem causar


disfunção erétil. Conversar sobre esses conflitos internos com psicólogo ou
psiquiatra podem resolver o problema sem ser necessário outros tipos de
tratamento.

A ejaculação precoce acontece quando o homem não tem controle sobre sua
ejaculação, não conseguindo segurá-la até o final do ato sexual, o que leva a
uma redução na sensação de prazer. Assim, a ejaculação pode ocorrer logo
que o homem tem pensamentos eróticos e ereção, sem nem ocorrer a
penetração, ou ainda logo após haver a penetração. A ejaculação precoce
pode ser decorrente de causas físicas (doenças, traumatismos) ou mais
comumente de problemas psicológicos. Quando o homem nunca teve controle
ejaculatório, o mais comum é que seja por causas psicológicas (como
ansiedade, primeiras experiências sexuais tensas ou ainda dificuldades no
relacionamento do casal). Mas quando o homem tinha controle ejaculatório e
passou a não ter mais, é necessário fazer exames com um urologista e
neurologista, pois mais provavelmente a causa do problema é física. O
tratamento depende da causa: tratamentos específicos para as doenças
encontradas ou lesões diagnosticadas, feitos pelo urologista ou neurologista;
ou psicoterapia (tratamento psicológico) para os problemas psicológicos, com
psicólogo ou psiquiatra.

Colaboradoras
Dra. Alice Sibile Koch
Dra. Dayane Diomário da Rosa

MITOS E TABUS SEXUAIS

MASTURBAÇÃO É DOENÇA E UM PECADO?

A masturbação é um comportamento absolutamente normal e pode estar


presente em qualquer idade. As fantasias vinculadas a ela e o ato em si são
fontes de culpa universais. É muito importante que os pais possam permitir
esse comportamento em seus filhos, oferecendo a privacidade necessária a
eles, evitando que suas próprias vergonhas e repressões afetem o início da
vida sexual de suas crianças.

Evite propagação de mitos como os que dizem que quem se masturba fica
louco, epiléptico, esquizofrênico e com um anormal crescimento de pêlos nas
mãos.

É necessário enfatizar que a masturbação é um ensaio essencial para a


realização sexual de um adulto.

Deve-se sempre respeitar a crença religiosa das pessoas, mas também saber
que a masturbação já foi considerada pecado religioso no que tange ao
desperdício de sêmen (esperma). Na religião, o ato sexual deveria sempre
visar a reprodução, a geração de mais filhos.

O SEXO É SUJO?

Não há sujeira alguma nas secreções vaginais. Normalmente, o muco presente


na vagina é responsável pela lubrificação para a atividade sexual não ser
dolorosa (devido ao atrito do pênis) e pela manutenção da flora vaginal
saudável. Ele é produzido de forma similar à saliva da boca. Somente em
condições de infecções (vulvovaginites) podemos observar mal cheiro,
sintomas de ardência e coceira na região. Para o sêmen a situação é a mesma.
Este é composto por secreções que ajudam a lubrificação e o deslocamento
dos espermatozóides. Em condições normais, não há infecções (germens).

Pelo fato de o sistema urológico (sistema para eliminar a urina) estar próximo
anatomicamente ao sistema genital, há uma certa confusão. Na mulher, existe
um orifício por onde sai a urina que se chama orifício uretral. A urina não sai
pela vagina. São dois orifícios diferentes. No homem, tanto a urina quanto o
esperma saem pelo mesmo orifício uretral localizado na cabeça do pênis. A
urina, em boas condições de saúde, não apresenta infecções e mau cheiro.

SEXO É DESGASTANTE?

Algumas pessoas acreditam que quanto mais se faz sexo, menos sexo vai
sobrar para as relações futuras. Mas o sexo não gasta não! O que ocorre é que
há uma variação na freqüência sexual de acordo com a idade da pessoa. O
hormônio responsável pelo desejo sexual é a testosterona. Essa substância
diminui um pouco em sua produção com o passar dos anos, além de o próprio
corpo ficar mais fatigado com a idade. Então não deve existir preocupação com
o numero de ejaculações ou orgasmos na juventude. Isso não vai privá-lo de
sexo após os 40, com certeza.

O HOMEM SEMPRE DEVE ESTAR APTO E PRONTO PARA O SEXO?

Existe uma cobrança e uma exigência social que impõe ao homem uma
postura de urgência ao sexo. Ele sempre deve "estar a fim" (no sentido de
obrigação mesmo). Não será uma carga muito grande sobre os ombros dele? A
verdade é que isso também é um mito. O homem nem sempre está disponível
para o sexo. Existe uma tendência conforme a idade e as características
individuais de cada um. Normalmente o jovem tem maior disposição ao sexo.
Tem mais apoio social para procurar alívio sexual que a jovem mulher. Na
puberdade, apresenta maior freqüência de atividade sexual e de masturbação
quando comparado á mulher de mesma idade. Tem o período refratário curto
(vide Ciclo da Resposta Sexual Humana) e ansiedade constante em ejacular.
No homem mais velho, o período refratário aumenta, tal como a saciedade
(satisfação sexual plena após atividade sexual). Cedo pela manhã, devido a um
específico estágio do sono, há maior tendência de se ter ereções (as
chamadas "ereções do mijo"). Mas ao longo do dia, a vontade sexo pode variar
e até pode ser absolutamente normal um homem não apresentar desejo sexual
algum. Só surge problema quando ele encuca.
TIPOS DE PROBLEMA SEXUAL

Sofrimento sexual: onde eu me encaixo?

Que problema Aline tem?

Aline tem 19 anos e recentemente arranjou um novo namorado, com o qual


teve sua primeira relação sexual. Ficou bastante frustrada, pois não viu
"estrelinhas coloridas" no final de sua transa, tampouco nos encontros
seguintes. Aline fica molhada durante o início do jogo sexual, mas se preocupa
constantemente em ter que chegar ao fim, em ter sua satisfação sexual plena.
E não é falta de estímulo, pois seu parceiro é experiente e muito atencioso com
ela.

Onde Paulo se encaixa?

Paulo sente-se envergonhado, mas não consegue controlar a tentação.


Quando se percebe, já está a caminho da praça pública de uma cidade vizinha.
Toma duas a três conduções, caminha por meia a uma hora e chega ao local
próximo da noitinha. A praça foi escolhida já há semanas, é de movimento
pequeno, jovens estudantes transitando após mais um dia de aula. Paulo
aguarda excitado atrás do tronco de uma árvore. Quando percebe garotas
vindo na sua direção, começa a se masturbar mais intensamente, expondo
seus genitais a elas. Tem seu orgasmo apenas se elas lançarem um olhar para
ele, dizerem algum desaforo ou, surpresas, baterem em retirada. Paulo ejacula
e imediatamente abandona o local. Uma sensação de deleite e profundo prazer
se acompanha de culpa e vergonha. Não retorna jamais ao mesmo lugar, com
uma eterna desconfiança que seja reconhecido mesmo na sua cidade de
moradia. Por isso Paulo não sai muito de casa, isola-se de amigos e fica
esperando, ansioso e amedrontado, que essa tenha sido a última vez. Pelo
menos, até o impulso voltar.

João sofre de quê?

João tem 28 anos e nunca se relacionou sexualmente com ninguém. Sempre


teve impressão de ter nascido diferente, como se o tivessem colocado numa
armadura , com vestimentas erradas e desejos contrários. João acredita ter
sido uma falha da natureza, uma vingança dela contra sua forma de pensar.
Entre amigos, prefere ser chamado pelo apelido de Jana e jamais se deixa
observar nu, tendo nojo de seus órgãos genitais. Desde cedo, seus pais
tentaram fazê-lo jogar bola, mas João preferia brincar de bonecas de papel
com as meninas da vizinhança. João sente-se só e infeliz, humilhado e pouco
compreendido por todos que o cercam. Tem uma vida falsa.

Tipos de Transtornos Sexuais: três grandes categorias


Os problemas sexuais são conhecidos como Transtornos Sexuais na
linguagem médica. Dividem-se em três grandes grupos:
 

As Disfunções Sexuais
As Parafilias
Os Transtornos de Identidade de Gênero

Disfunção Sexual

A Disfunção Sexual é um problema que pode afetar o desejo sexual e/ou


alterar as respostas psicofisiológicas do corpo frente aos estímulos sexuais,
causando sofrimento e insatisfação não só na pessoa, como também no seu
par. Aline não consegue chegar ao orgasmo, frustrando-se constantemente.
Ela tem Anorgasmia.

Outras Disfunções Sexuais femininas são: Desejo Sexual Hipoativo, Aversão


Sexual, Transtorno de Excitação (Frigidez), Dispareunia (dor na relação sexual)
e Vaginismo (contração involuntária dos músculos perineais que impedem a
penetração).

Nos homens, encontramos o Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo, a


Aversão Sexual, a Disfunção Erétil (Impotência), a Ejaculação Precoce (ou
Prematura) e a Anorgasmia.

As disfunções sexuais são freqüentes e relativamente fáceis de se tratar com


ajuda especializada, principalmente as que acometem as fases de excitação ou
de orgasmo.

Parafilia

A parafilia antigamente era chamada de Desvio Sexual ou Perversão. É


caracterizada pela presença de fantasias ou vontades sexuais estimulantes e
persistentes relacionadas:
 

com objetos não humanos


com humilhação de si mesmo ou de parceiros
com crianças ou pessoas que não estão consentindo com o ato sexual

Paulo tem uma Parafilia chamada de Exibicionismo, onde há uma necessidade


repetida de se obter prazer expondo-se sexualmente a pessoas estranhas, sem
os seus consentimentos.

Outras formas de Parafilia são: o Sadomasoquismo (quando a satisfação


erótica advém da prática de maus tratos físicos e/ou morais infligidos ao
parceiro sexual e a si mesmo), a Pedofilia (sexo com crianças), o Voyeurismo
(espiar pessoas estranhas nuas ou tendo sexo sem estas perceberem), o
Fetichismo (quando o prazer consiste em amar não à pessoa, mas a uma parte
dela ou um objeto de seu uso), o Frotteurismo e o Fetichismo Transvéstico.

O tratamento básico para esses tipos de problema sexual é a psicoterapia.

Transtorno de identidade de gênero

O Transtorno de Identidade de Gênero caracteriza-se pela pessoa acreditar ou


querer ser do sexo oposto, tendo um sofrimento e uma estranheza muito
grande com seu próprio sexo e com o seu papel social. João tem esse tipo de
problema sexual. O tratamento desse transtorno é mais difícil de ser feito. Por
vezes, essas pessoas mudam de sexo através de uma série de cirurgias
plásticas reconstrutivas. É indispensável que a pessoa procure atendimento
psiquiátrico para, através de psicoterapia e apoio, poder enfrentar as
dificuldades para assumir nova identidade e lidar com possíveis frustrações.

PERVERSÕES SEXUAIS OU PARAFILIAS

As parafilias, antigamente chamadas de perversões sexuais, são atitudes


sexuais diferentes daquelas permitidas pela sociedade, sendo que as pessoas
que as praticam não têm atividade sexual normal, ou seja, a sua preferência
sexual "desviada" se torna exclusiva.

Tais atitudes (exceto a pedofilia) podem estar presentes em pessoas com vida
sexual normal, apenas sendo uma variação da maneira de se obter prazer,
sem que se caracterize um transtorno. Para se tornar patológica essa
preferência deve ser de grande intensidade e exclusiva, isto é, a pessoa não se
satisfaz ou não consegue obter prazer com outras maneiras de praticar a
atividade sexual.

É importante ressaltar que ela se torna exclusiva porque exclui o normal, mas
pessoas parafílicas podem ter dois ou mais tipos de parafilias ao mesmo
tempo.

As parafilias são praticadas por uma pequena porcentagem da população, mas


como essas pessoas cometem atitudes parafílicas com muita freqüência e
repetição, tem ocorrido um grande número de vítimas delas.

Em geral, as perversões sexuais são mais comumente vistas em homens, e o


tipo de parafilia mais comum é a pedofilia.

Os tipos de parafilia são abaixo descritos:


 

Exibicionismo

É quando a pessoa mostra seus genitais a uma pessoa estranha, em geral


em local público, e a reação desta pessoa a quem pegou de surpresa lhe
desperta excitação e prazer sexual, mas geralmente não existe qualquer
tentativa de uma atividade sexual com o estranho. As pessoas que abaixam
as calças em sinal de protesto ou ataque a preceitos morais não são
exibicionistas, pois não fazem isso com finalidade sexual.
Fetichismo

É quando a preferência sexual da pessoa está voltada para objetos, tais


como calcinhas, sutiãs, luvas ou sapatos, sendo que a pessoa utiliza tais
objetos para se masturbar ou exige que a parceira sempre use o objeto em
questão durante o ato sexual, caso contrário não conseguirá se excitar e
realizar o ato sexual.
Fetichismo transvéstico

É caracterizado pela utilização de roupas femininas por homens


heterossexuais para se excitarem, se masturbarem ou realizarem o ato
sexual, sendo que em situações não sexuais se vestem de forma normal.
Quando passam a se vestir como mulheres a maior parte do tempo, pode
haver um transtorno de gênero, tipo transexualismo por baixo dessa atitude.
É importante ressaltar que o fetichismo transvéstico também só é
diagnosticado como uma parafilia quando é feito de forma repetitiva e
exclusiva para obter prazer sexual.
Frotteurismo

É a atitude de um homem que para obter prazer sexual, necessita tocar e


esfregar seu pênis em outra pessoa, completamente vestida, sem o
consentimento dela, excitando-se e masturbando-se nessa ocasião. Isso
ocorre mais comumente em locais onde há grande concentração de pessoas,
como metrôs, ônibus e outros meios de locomoção públicos.
Pedofilia

Envolve pensamentos e fantasias eróticas repetitivas ou atividade sexual


com crianças menores de 13 anos de idade. Está muito comumente
associado a casos de incesto, ou seja, a maioria dos casos de pedofilia
envolve pessoas da mesma família (pais/padrastos com os filhos e filhas).
Em geral o ato pedofílico consiste em toques, carícias genitais e sexo oral,
sendo a penetração menos comum. Hoje em dia, com a expansão da
internet, fotos de crianças têm sido divulgadas na rede, sendo que olhar
essas fotos, de forma freqüente e repetida, com finalidade de se excitar e
masturbar-se consiste em pedofilia.
Masoquismo e Sadismo Sexual

Existe masoquismo quando a pessoa tem necessidade de ser submetida a


sofrimento, físico ou emocional, para obter prazer sexual, e o sadismo é
quando a pessoa tem necessidade em infligir sofrimento (físico ou
emocional) a um outro, e disso decorre excitação e prazer sexual. O mais
comum ao se pensar em sadomasoquismo é associar o sofrimento a
agressões físicas e torturas, mas o sofrimento psicológico também pode ser
considerado forma de sadomasoquismo, e consiste na humilhação que se
pode sentir ou impor. Atos sadomasoquistas só serão considerados parafilias
quando forem repetitivos e exclusivos, sendo que quando eles ocorrem
ocasionalmente, dentro de um relacionamento sexual normal, são apenas
formas alternativas de prazer, e não uma perversão.
Voyeurismo

É quando alguém precisa observar pessoas que não suspeitam estarem


sendo observadas, quando elas estão se despindo, nuas ou no ato sexual,
para obter excitação e prazer sexual.

É importante ressaltar que essas condições só serão consideradas doenças


quando elas forem a única forma de sexualidade do indivíduo, e que a tentativa
dele em recorrer a outras formas de sexualidade para obter prazer sexual
geralmente serão fracassadas, o que levará a pessoa a continuar insistindo na
mesma atitude.

As parafilias decorrem de alterações psicológicas durante as fases iniciais do


crescimento e desenvolvimento da pessoa. Em geral pessoas que apresentam
tais problemas não buscam tratamento espontaneamente, o que só acontecerá
quando seu comportamento gerar conflitos com o parceiro sexual ou com a
sociedade. Sendo assim, tais pessoas aparecem em consultórios psiquiátricos
trazidas contra sua vontade ou são presas por serem flagradas ou
denunciadas.

O tratamento se constitui em tratamentos psicológicos (psicanálise,


psicoterapias) e, ou uso de algumas medicações.

O tratamento dependerá da avaliação do caso específico de cada paciente e


em geral não se consegue uma boa resposta, ou seja, é muito difícil ter
melhoras nesses casos.

Colaboradoras
Dra. Alice Sibile Koch
Dra. Dayane Diomário da Rosa

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