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Prática de Ensino de Biologia no Ensino Médio

Aluno: ANTONIO EUSTÁQUIO MOREIRA FERNANDES


RGM: 24357791
Polo: Monte Carmelo
Tutora: Andrea Charquesi

Como deve ser a prática docente frente aos novos desafios da educação?

Aquele que escolhe a docência como projeto de vida, está condenado e


agraciado a ser um semeador de sonhos, transformador de realidades e anunciador
da verdadeira esperança, aquela que, transmuta a realidade social de uma criança
pobre, transformando-a em solo fértil, para construção de uma sociedade humana,
fraterna e justa.
Paulo Freire, patrono da educação brasileira, foi a primeira voz dissonante, no
Brasil e, posteriormente, em diversos países, a indagar o real papel do professor na
construção do aprendizado e, também, a função da escola, tanto na vida do aluno,
quanto na formação da sociedade (FREIRE, 1987).
Por bastante tempo, até mesmo antes da Revolução Industrial (1760– 1840), o
modelo pedagógico de ensino global, de forma geral, era baseado na centralidade do
ensino na figura do professor e na tecnicidade do ensino, voltado parar a prática de
decorar e repetir. (ALPARONE; MORALES, 2017)
A esse respeito, conforme pede à atividade, em observância ao material de
apoio e o vídeo sugerido: (Pink Floyd -The Wall), nota-se, perfeitamente, a estrutura
de opressão, que é o foco basilar da obra de Paulo Freire, em A Pedagogia do
Oprimido.
Sucintamente, é possível analisar às nuances entre o antigo modelo
pedagógico, a música The Wall e, conforme pede a atividade, a forma que docentes
deverão se portarem, tanto no cenário de pandemia, quanto da implantação do Novo
Ensino Médio, com a proposta da interdisciplinaridade e aplicação da transversalidade
do ensino, que traz como foco, o aluno. (BRASIL, 2017)

Na música The Wall, o muro significa o sistema que, padroniza e transforma


em produto vendável, tanto aluno como professor. Nota-se, pela observância da
música que, tanto professor, quanto aluno, vivem em uma sociedade oprimida.
Percebe-se, claramente, mesmo que de forma lúdica, o que Freire trabalha em sua
obra: o professor sofre opressão e, também, oprime seu aluno. E no final, tem-se a
crítica que, mesmo sem perceber, o professor também é tijolo, que compõem o muro,
ou seja, o sistema. (FREIRE, 1987)
Feita à analise sugerida pela atividade, parte-se agora, para a definição de
como deve ser a prática do docente frente aos novos desafios da educação?
Pessoalmente, na figura de aluno e futuro professor de Ciências Biológicas,
responder de forma honesta e sincera é um exercício doloroso, em especial, de
consciência. Pois, em meu íntimo, comungo a quase certeza que, o mesmo sistema
de opressão descrito por Freire e bem retratado pela Banda Pink Floyd, é mais
presente hoje, do que na época que tais obras foram escritas.
No entanto, afastada a convicção pessoal, carregada de valores e vivências
próprias. Buscando um olhar com maior rigor científico e porquê não, esperançoso,
como deve ser o olhar de um professor. Em outro cenário, a prática do docente, em
especial, nos tempos de pandemia e de implantação do Novo Ensino Médio, deverá
ser como a descrita por Medeiros et al. (2015) e Perrenoud(1999): proativa,
onipresente, multitarefas, comunicativa, administrativa, trabalho em equipe, domínio
das tecnologias.
Todavia, se não conseguirmos a participação de toda coletividade social e, em
especial, ressignificar o papel do ser humano na sociedade, que hoje, não é mais a
sociedade industrial, e sim, a informacional (informação/dados), seremos replicadores
“polidos” do mesmo modelo opressor de ensino, descrito na música.
Portanto, o problema da educação, não é exclusivamente formal, ou seja, o
modo que o professor transmite o conhecimento ao aluno. O problema maior é:
sistêmico, tanto nos moldes pedagógicos, quanto aos fins que a formação educacional
é perpetuada. Assim, como futuro professor, tenho como compromisso pessoal, ser
como Freire, quando for necessário, ser uma voz dissonante para quebra do círculo
de opressão. E para isso, aplicar às melhores práticas para humanizar o processo
pedagógico e formar alunos cidadãos, por meio da utilização das interações sociais e
também, das boas experiências da tecnologia, meio que se mostrou tão eficaz em
tempos de distanciamento.
.
REFERÊNCIAS

ALPARONE, Rafaella Barbosa; MORALES, Livia Fernanda. DA REFORMA DO


ENSINO MÉDIO ÀS POSSIBILIDADES DA EDUCAÇÃO POPULAR. (UNILA)-
Universidade Federal da Integração Latino-Americana. Paraná, p. 25. 2017.

BRASIL. LEI Nº 13.415, DE 16 DE FEVEREIRO DE 2017. Planalto, 2017.


Disponivel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2017/lei/l13415.htm. Acesso em: 1 out. 2021.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

MEDEIROS, Jeanne Barros Leal de Pontes ; PONTE, Edson Lopes da ; CRAVEIRO,


Alexandre Cabral. Vida de Aprendiz 2 – Estágio Supervisionado no Ensino
Médio. 2. ed. Fortaleza: SEAD/UECE, 2015. 113 p. Disponivel em:
https://www.educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/176784/2/Livro_Ciencias
Biologicas_Estagio Supervisionado no Ensino Medio I_Vida de Aprendiz II.PDF.
Acesso em: 01 dez. 2021.

PERRENOUD, Phillip. Avaliação da excelência à regulação das aprendizagens:


entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999.

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