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106649 NEUROTOXOPLASMOSE EM PACIENTE COM PRIMODIAGNÓSTICO DE HIV, CD4 MAIOR

QUE 200 CÉLULAS E AUSÊNCIA DE RESPOSTA CLÍNICO-RADIOLÓGICA À TERAPIA DE


PRIMEIRA LINHA APÓS 6 SEMANAS: RELATO DE CASO¹
TEMA: HIV/Aids
AUTORES: ABREU, Frederico P. (fredpradoab@gmail.com)²; ARAÚJO, Argus L. (argusla82@yahoo.com.br)²; ASPAHAN, Maíra C. (maiaspahan@gmail.com)²;
WOLKARTT, Cecília F. (ceciliawolkartt2@gmail.com)²; TEIXEIRA, Angélica F. (angelicafteixeira91@hotmail.com)²; CASTRO, Isabela R.
(isabelarcastro@hotmail.com)³; BAHIA, Marcia P. S. (mpaulliny@gmail.com)²; SOUZA, Ana Luiza B. (analuizabsouza@live.com)²; COELHO, Izabel A.
(belcoelho.91@hotmail.com)²; RABELO, Barbara L. (babilenoir@hotmail.com)²; MILAGRES, Ana Carolina de A. (carolll.almeida@gmail.com)²; OLIVEIRA,
Lívia P. (li.pamplona.oliveira@gmail.com)²; TAVARES, Paula P. (tavares.pp@hotmail.com)²; LEITE, Vinícius T. (viniciusleite.med@gmail.com)²

Introdução: A toxoplasmose é a infecção do sistema nervoso central mais comum em pacientes O paciente foi transferido para hospital de referência, na capital de MG, no mês de julho, onde foi
com a síndrome da imunodeficiência adquirida, sem profilaxia adequada, geralmente com CD4 realizada sorologia para toxoplasmose, cujo resultado foi IgG reagente e IgM não reagente.
menor que 100 células. Fundoscopia sem coriorretinite. Líquido cefalorraquidiano com discreta hiperproteinorraquia e
testes moleculares para tuberculose, Epstein-Barr e toxoplasmose não detectáveis.
Descrição do caso: Paciente de 47 anos, sexo masculino, natural e procedente de zona rural em
Minas Gerais (MG). Iniciou em maio de 2021, quadro de confusão mental, desorientação têmporo- Iniciado tratamento empírico para neurotoxoplasmose com Sulfadiazina, Pirimetamina e Ácido
espacial e queda da própria altura. Procurou atendimento médico na região de origem e foi Folínico
diagnosticado HIV, com carga viral de 30.833 cópias (log 4,489) e CD4 de 500 células (17,24%).
Após 20 dias de tratamento, foi realizada nova ressonância de encéfalo, que além de realce
No mês seguinte, foi hospitalizado devido à piora das manifestações neurológicas e realizada periférico das lesões, mostrou que não houve redução das dimensões inicialmente descritas.
ressonância nuclear magnética de encéfalo, a qual evidenciou lesões em tálamo direito e em
núcleos da base à esquerda. Completadas 6 semanas de tratamento, nova ressonância de encéfalo revelou os mesmos achados
do exame anterior.
A primeira lesão era heterogênea, com aspecto em alvo, extensão para a coroa radiada ipsilateral,
áreas e focos de hipersinal na sequência ponderada em T1 e T2, com dimensões de 35 x 25 x 30 Assim, foi realizada biópsia estereotáxica, cujo anatomopatológico revelou achados de tecido
mm. A segunda lesão possuía aspecto semelhante à primeira, mas associada a efeito de massa e cerebral com necrose e infiltrado inflamatório linfohistiocitário, sugerindo processo infeccioso. A
dimensões de 18 x 10 x 11 mm: imuno-histoquímica foi positiva para pesquisa de Toxoplasma em painel de anticorpos.

O paciente recebeu alta para domicílio no mês de setembro, com proposta de extensão do
tratamento diante da ausência de franca melhora e acompanhamento ambulatorial

Comentários: Neurotoxoplasmose é pouco provável em pacientes com lesão encefálica e CD4 > 200
células, mas essa hipótese não deve ser descartada, como exemplificado no caso descrito.

REFERÊNCIAS: 1 - GANDHI, Rajesh T. Toxoplasmosis in patients with HIV. UpToDate, 2021. Disponível em: <https://www.uptodate.com/contents/toxoplasmosis-in-patients-with-hiv#H1>. Acesso em 27 de nov. de 2021.
2 - Toxoplasmosis. BMJ Best Practice, 2021. Disponível em: <https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/557/investigations>. Acesso em 27 de nov. 2021

¹ Trabalho apresentado no XXII Congresso Brasileiro de Infectologia.


² Serviço de Infectologia do Hospital Eduardo de Menezes (HEM-FHEMIG), Belo Horizonte/ Minas Gerais.
³ Serviço de Infectologia do Hospital Felício Rocho (HFR), Belo Horizonte/ Minas Gerais.

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