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Resenha de livro

Por Laísa Dummer

Opinião pessoal sobre a


leitura
Eu achei um livro extremamente

interessante e rico em conhecimento, uma

leitura tranquila que não acaba ficando

entediante, tenho bastante interesse em

história então gostei muito da proposta do

livro e sua organização, nos faz refletir

sobre muitos preconceitos que temos em

relação à humanidade e sua construção.

A incrível adaptação humana


“Em outra ilha indonésia – a pequena ilha de Flores –, humanos arcaicos passaram por um
processo que levou ao nanismo. Os humanos chegaram pela primeira vez à ilha de Flores quando o
nível do mar estava excepcionalmente baixo, facilitando o acesso à ilha a partir do continente.
Quando o nível do mar voltou a subir, algumas pessoas ficaram presas na ilha, que era pobre em
recursos. As pessoas grandes, que necessitavam muita comida, morriam primeiro. Os indivíduos
menores tinham muito mais chances de sobrevivência. Com o passar das gerações, as pessoas de
Flores se tornaram anãs.”
Esse trecho me chamou muita atenção, até achei um pouco engraçado e curioso que para
conseguirem sobreviver, os humanos tiveram que se tornar anões, mais uma prova incrível de nossa
capacidade de adaptação.
Fatos científicos
“As mulheres pagaram ainda mais. Um andar ereto exigia quadris mais estreitos, constringindo o
canal do parto – e isso justamente quando a cabeça dos bebês se tornava cada vez maior. A morte
durante o parto se tornou uma grande preocupação para as fêmeas humanas. As mulheres que
davam à luz mais cedo, quando o cérebro e a cabeça do bebê ainda eram relativamente pequenos e
maleáveis, se saíam melhor e sobreviviam para ter mais filhos. Em consequência, a seleção natural
favoreceu nascimentos precoces. E, de fato, em comparação com outros animais, os humanos
nascem prematuramente, quando muitos de seus sistemas vitais ainda estão subdesenvolvidos.”

Neste trecho não pude deixar de pensar na mitologia cristã, que diz que as mulheres foram
castigadas por seu deus com as dores de parto, sendo que isso é apenas uma consequência evolutiva
do ser humano andar ereto.

“Os humanos saem do útero como vidro derretido saindo de uma fornalha. Podem ser retorcidos,
esticados e moldados com surpreendente liberdade. É por isso que hoje podemos educar nossos
filhos para serem cristãos ou budistas, capitalistas ou socialistas, belicosos ou pacifistas.”

Este trecho me chamou atenção também sobre religião e suas influências sobre as pessoas.
A miscigenação homo
“...a África Oriental estava povoada por sapiens que se pareciam exatamente como nós. Se
um deles aparecesse em um necrotério moderno, o patologista local não notaria nada peculiar.”

“São uma mistura de sapiens e neandertais. De forma semelhante, quando chegaram à Ásia
Oriental, os sapiens se misturaram com os locais Homo erectus, de forma que os chineses e
coreanos são uma mistura de sapiens e Homo erectus.”

Achei muito interessante essa teoria de que os humanos de diferentes locais, são Sapiens
miscigenados com neandertais e erectus.
A teoria da fofoca
“Nossa linguagem evoluiu como uma forma de fofoca. De acordo com essa teoria, o Homo sapiens
é antes de mais nada um animal social. A cooperação social é essencial para a sobrevivência e a
reprodução. Não é suficiente que homens e mulheres conheçam o paradeiro de leões e bisões. É
muito mais importante para eles saber quem em seu bando odeia quem, quem está dormindo
com quem, quem é honesto e quem é trapaceiro.”
Essa foi sem dúvida uma das teorias mais interessantes do livro e muito realista também, os seres
humanos se interessam muito mais em fofocas do que assuntos mais "importantes" um grande
exemplo disso é o famoso programa brasileiro BBB, onde as pessoas acabam votando melhor no
programa do que nas eleições.
A importância da ficção
"Como o Homo sapiens conseguiu ultrapassar esse limite crítico, fundando cidades com dezenas de
milhares de habitantes e impérios que governam centenas de milhões? O segredo foi provavelmente
o surgimento da ficção. Um grande número de estranhos pode cooperar de maneira eficaz se
acreditar nos mesmos mitos."

"Mas nenhuma dessas coisas existe fora das histórias que as pessoas inventam e contam umas às
outras. Não há deuses no universo, nem nações, nem dinheiro, nem direitos humanos, nem leis, nem
justiça fora da imaginação coletiva dos seres humanos."

"A rede de comércio global de nossos dias se baseia em nossa confiança em entidades fictícias tais
como o dólar"

Como atéia, sempre acabei enxergando a religião como algo ruim a sociedade, de uma forma bem
generalizada, esse livro me fez mudar um pouco de opinião, embora não compartilhe das mesmas
crenças, nunca tinha notado como a religião pôde também unir grupos de pessoas e em como eu
também acredito em coisas que não existem, como empresas, dinheiro, justiça e nações.
O livro se refere a advogados e jurídicos como "atos sagrados de justiça", nunca tinha pensado que
essas coisas podem ser uma forma de manipulação em massa tanto quanto algumas igrejas.

Hábitos alimentares
"Nossos hábitos alimentares, nossos conflitos e nossa sexualidade são todos consequência do modo
como nossa mente de caçadores-coletores interagem com o ambiente pós- industrial de nossos dias,
com megacidades, aviões, telefones e computadores."

A teoria do gene guloso de acharmos que ainda estamos em savanas é uma forma incrível de
explicar o instinto humano de sempre querer comer mais coisas gordurosas do que coisas saudáveis,
causando obesidade que é um dos males do nosso século.

Casais monogâmicos
"Por exemplo, alguns psicólogos evolutivos afirmam que bandos antigos de caçadores-coletores
não eram compostos de famílias nucleares centradas em casais monogâmicos."

A monogamia é uma construção social que muitas vezes leva os humanos a sofrerem por seus
parceiros sendo que é muito comum, os seres humanos terem mais de um parceiro durante a vida,
inúmeras religiões tratam isso como um pecado terrível, principalmente por mulheres. Como por
exemplo na série "Vikings" onde cortaram a orelha de uma princesa em público por ela ter dormido
com outro homem.
Preconceito com os primeiros humanos
"Os primeiros talvez acreditassem na reencarnação,enquanto os últimos consideravam isso
absurdo. Em uma sociedade, relações homossexuais podem ter sido aceitas, ao passo que na outra
eram um tabu."

"A coletividade humana conhece, hoje, muito mais do que os bandos antigos. Mas, no nível
individual, os antigos caçadores-coletores foram o povo mais conhecedor e habilidoso da história."

Muitas pessoas, inclusive eu, tem um certo preconceito antes de estudar esse tema em história
vendo os primeiros humanos como "homens das cavernas", sendo que eles eram seres muito
inteligentes e habilidosos que não se importavam com coisas tão triviais quanto os humanos de
hoje, talvez nós tenhamos muito a aprender com eles.

Uma futura prevenção de epidemias


"Os antigos caçadores-coletores também eram menos afetados por doenças infecciosas. A maioria
das doenças infecciosas que acometeram as sociedades agrícolas e industriais (como varíola,
sarampo e tuberculose) se originou em animais domésticos e passou para os humanos somente
após a Revolução Industrial. Os antigos caçadores-coletores, que domesticaram apenas cachorros,
estavam livres desses males."

Não é de hoje que muitas doenças e epidemias são causadas por coisas como falta de saneamento
básico, higiene, desinformação e consumo de carnes. Já foi comprovado que grande parte das
pandemias surgiram pelo consumo indevido da carne, fora outros problemas que a indústria da
carne traz para o planeta e para os animais como, aquecimento global, desmatamento, gasto
excessivo de água e fome. Agora não somos mais caçadores, não temos mais essa necessidade, e se
fôssemos somente coletores? Transformando nossos pratos em jardins e não em cemitérios. Isso
contribuiria muito tanto para o planeta quanto para a saúde humana.

Aborto e eutanásia
"Os caçadores-coletores modernos ocasionalmente abandonam e até matam pessoas idosas ou
deficientes que não conseguem acompanhar o bando. Bebês e crianças indesejados podem ser
assassinados, e há inclusive casos de religiosidade inspirados no sacrifício humano. As coisas que
mais valorizavam na vida eram boas interações sociais e boas amizades. Eles viam a morte de
crianças, pessoas doentes e idosos como muitas pessoas hoje veem o aborto e a eutanásia."
Assim como citei antes sobre as sociedades antigas não se importarem com coisas que nos
importam tanto hoje, o aborto é um tema delicado, no nosso país por exemplo é um local de muito
julgamento principalmente pelo governo e religiosos, sendo que o aborto era pra ser algo comum,
como já é em muitos países, nenhuma pessoa deveria ser obrigada a ter um filho que não quer ou
não pode cuidar independente de circunstância. Sobre eutanásia eu não sei muito, mas no Brasil
seria perigoso pelo fato de usarem a eutanásia como desculpa para cometer homicídios e os
encobrir.

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