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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA

CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE CAXIAS – CESC


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E FILOSOFIA
DISCIPLINA: TEORIA SOCIOLÓGICA EM MARX
DOCENTE: IURE TONELO
DISCENTE: GEDERLAN DE ALMEIDA E RAYFRAN PEREIRA

SÍNTESE: Crítica do Estado (Política, classes e dominação).

CAXIAS – 2021
CRITICA AO ESTADO (POLITICA, CLASSES E DOMINAÇÃO),

Marx faz uma crítica contundente ao sistema capitalista que, na verdade,


revela a dominação através do processo alienante da sociedade civil condicionado
pelo trabalho estranhado, ou seja, um trabalho que retira do homem as suas
“qualidades genéricas”. Marx revelara que a essência e a existência da sociedade
capitalista repousavam sob o trabalho estranhado que expropria a essência humana
(mais ainda desconhecia a mais-valia e também o conceito modo de produção).
Enquanto Hegel pensou o trabalho como uma categoria objetiva, ou seja, a
“materialização da vontade”, Marx, de outro modo, percebe-a como um aparelho,
que cria, produz e reproduz o homem ao mesmo tempo em que retira sua essência
subjetiva. Transformando em um produto de sua própria criação, o homem
(trabalhador) não percebe que o objeto criado por ele se representa como um
complexo alienante. Nessa perspectiva, Marx percebeu que a alienação é um
construto “societal” que se interconecta com a economia política. Esta gera, por sua
vez, um estranhamento do homem em relação ao seu próprio trabalho, e a si
mesmo, tornando-se então, uma ‘coisificação’ em relação à propriedade privada.
Para uma correta compreensão do Estado é necessário o entendimento de
que o mesmo é histórico e tem seu papel demarcado de garantir as condições para
o processo de reprodução social. Por isso, a ideia de que o Estado está dissociado
do capital deve ser vista de modo problemático, pois significa que ele é um
complexo social indispensável para que a classe dominante explore os
trabalhadores.
A ideologia esconde a luta de classes quando representa a sociedade de
forma ilusoriamente harmônica. Não obstante, camufla que o Estado, distante de
representar o bem comum, é a expressão dos interesses da classe dominante. A
concepção negativa que Marx atribui ao Estado se opõe certamente a doutrina
jusnaturalista e a Hegel. Para Marx, o Estado não supera as contradições da
sociedade civil, mas é o próprio reflexo dela, e se mantém para perpetuá-la.
A dominação de classe, situada no modo de produção capitalista, se dá pelos
poucos que são proprietários dos meios de produção sob os muitos que somente
dispõem da própria força de trabalho para reproduzir sua existência e de sua prole.
Nesse sentido, o Estado cumpre a função de regulamentar a vida social baseada na
dominação de classe, instituída, por sua vez, na propriedade privada e por isso
marcada pela desigualdade. Contraditoriamente, a mesma sociedade que produz
em abundância, também produz a miséria; a riqueza para uma minoria e a
pauperização para a maioria. Assim, por intermédio do Estado enquanto parte vital
para funcionamento do capitalismo é preservada a estrutura desigual entre as
classes.
Mesmo o Estado assumindo o controle sobre todas as esferas da vida e se
apresentando como necessário à organização de qualquer sociedade que seja,
parecendo ser insuperável, sua extinção não deve ser perdida de vista. Somando à
fundamental crítica ao Estado, cabe visualizar seu processo de abolição ainda que
em um horizonte futuro, sendo, inclusive, condição para a sobrevivência da
humanidade dado que a perigosa forma de ser do capital causa alto nível de
destruição da natureza. Em suma, se a classe explorada ficar na espera para que o
Estado forneça por si só, é possível que ele destrua as condições materiais para a
preservação e reprodução da vida no planeta. Por isso, é preciso que a classe
trabalhadora se organize e se ponha em movimento enquanto classe revolucionária
para forçar o fim do Estado.
Ao lutar contra o poder da burguesia, o proletariado precisa destruir o
aparelho estatal, o que ocorre pela revolução. Entretanto, após a revolução, ainda
seria necessário manter um Estado provisório para suprimir a propriedade privada
dos meios de produção. A esse novo Estado deu-se o nome de ditadura do
proletariado, necessário para fortalecer o contínuo da classe operária e
indispensável enquanto a burguesia não fosse destruída. Subdivide-se em duas
etapas: a primeira corresponde ao socialismo, onde o Estado ainda é presente e a
segunda corresponde ao comunismo, e conceitua-se pela supressão da luta de
classes, e finalmente, pela extinção do poder Estatal.
Antes da abolição do Estado, no período de transição, as possibilidades de
tomada do Estado se encontram nas condições objetivas da própria realidade sócio
histórica que revela a incontrolabilidade do capital, assim como as consequências
para a classe trabalhadora de suas crises cada vez mais agudas. Ademais, para dar
fim ao modo de produção capitalista é preciso considerar a superação de mais dois
elementos fundamentais além do Estado: o capital privado e o trabalho assalariado.
À classe trabalhadora pertence o título de sujeito da emancipação, tendo em
vista que está imersa às contradições antagônicas e imanentes do modo capitalista
de produção, é essa classe que vivencia na própria pele a sofrida experiência de
estar sob domínio do Estado burguês opressor. Compete a ela subverter a ordem
social da classe dominante que se mantém às custas da exploração de seu trabalho
e, após o período de transição, extinguir o Estado. Obviamente que não há qualquer
espécie de receituário para tal tarefa que se inscreve na realidade com caráter de
urgência, mas há pistas valiosas deixadas por Marx e Engels.
Ao analisarmos a crítica de Marx e a realidade política atual podemos
observar que o capitalismo continua a encher os olhos da burguesia e fantasiando
ser a escolha certa para as diversas sociedades existentes. A desigualdade social
proveniente do capitalismo mostra a cada dia o quanto Marx estava certo em sua
análise, pois a burguesia se sente poderosa com o capitalismo e assim quando
acumulam o mínimo de capital humilham e pisam em cidadãos mais pobres e
humildes.
O trabalho continua manipulando os humanos, com salários baixos e cargas
horárias absurdas as pessoas são obrigadas a trabalhar para conseguir suprir as
necessidades existentes e a inflação faz com que os trabalhadores mais humildes
não se sintam recompensados o suficiente para sustentar uma família inteira.

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