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TATIANE MILITÃO
SAULO CABRAL BOURGUIGNON
Organizadores
Rio de Janeiro
2021
DOI 10.29327/152522
MILITÃO, Tatiane
1a Edição
Dezembro de 2021
ISBN: 978.65.00.36122.3
UFF
CEP 24.020-141
https://doity.com.br/ii-encontro-de-libras-em-saude
GILDETE DA SILVA AMORIM MENDES FRANCISCO
TATIANE MILITÃO
SAULO CABRAL BOURGUIGNON
Organizadores
Autores
Aaron Rudner
Cristiane Pereira
Gabriel Gollyjewski
Igor Jambeiro
Jorlúiza Alves
Rebeca Jordão
Rogério Timóteo
Comissão de Eventos
Caroline Pacheco Kifer
Nicole Martins Santos Mannarino
Victor Hugo Gomes Ferraz
Dayana Cardoso Costa
Bruna Guedes Brasil de Azevedo
Julya Vittória de Azevedo dos Santos
Comissão de Marketing
Nicole Martins Santos Mannarino
Amanda Marques Silva
Beatriz Barroso Milão
Bianca de Oliveira da Silva
Matheus Santiago Correa
Luísa da Costa Siqueira
Comissão de Secretária
Luana Batista Nunes
Dayana Cardoso Costa
Victor hugo gomes Ferraz
Caroline Pacheco Kifer
Thainá Rodrigues da Silva Serafim
Giovanna Soares Vasconcellos
Comissão Científica
Beatriz Barroso Milão
Amanda Marques Silva
Bianca de Oliveira da Silva
Luana Batista Nunes
Carolina Zappone Viríssimo
Carlos Thommen Corrêa Jankovitz
Agradecimentos
Valdir Balbueno
Comissão organizadora
Sumário
PARTE I - PRODUÇÃO ACADÊMICA: PALESTRAS………………………………...09
Slides das palestras. Rebeca Jordão, Emanoela Bezerra Araújo, Rogério Timóteo, Igor
Jambeiro, Cristiane Pereira, Jorlúiza Alves, Gabriel Gollyjewski, Sylvia Lia Grespan ……..59
PARTE I
Produção Acadêmica
Palestras 1
1
Transcrição das palestras por Tatiane Militão Docente de Libras (UFF)
“A atuação do intérprete da Língua de Sinais Americana no
contexto da saúde com pacientes surdos''
Aaron Rudner2
[...] É realmente uma grande honra estar aqui presente. Iniciei minha fala em
Libras porque eu acredito que é importante que palestras sobre a comunidade surda
e sobre Libras sejam apresentadas na língua de sinais sempre que for possível. No
meu caso, possuo como: L1, o inglês; L2, português; L3, Libras. Assim, para mim
fica um pouco difícil falar fluentemente para um grupo tão misturado e utilizando a
língua brasileira de sinais. Portanto, peço desculpas aos surdos em presença aqui
hoje. Pois, creio que a maneira mais acessível de me comunicar com vocês hoje é
através da língua portuguesa com a competente interpretação dos nossos parceiros.
Obrigado Gustavo e Tiago por seus esforços. Obrigado a professora Gildete que é
uma grande amiga de muitos anos e eu fico extremamente lisonjeado em estar
presente na abertura deste evento sobre Libras em saúde.
2
intérprete internacional de língua de sinais na área médica.
Observo que no Brasil, foi costume durante muitos anos pedir ao paciente
surdo que viesse a consulta médica com parente ou um amigo que soubesse a
língua de sinais. Assim, por vezes, essa pessoa seria parente e/ou um voluntário,
alguém da igreja que o fosse acompanhar.
Nos EUA em 1972, houve uma Lei do governo federal que dispõe que
qualquer instituição pública ou privada que recebe dinheiro do governo federal
precisa ser acessível para pessoas com deficiência. Esta Lei ainda ainda está em
vigor. Mas em 1992, publicou-se outra lei voltada para os americanos com
deficiência. É um tipo de Estatuto da pessoa com deficiência e a estrutura dessa lei
é diferente da Lei nº 13.146/2015 no Brasil.
Saliento que os Estados Unidos é um país com sistema de saúde que não é
público. A saúde nos EUA é particular. Porém, há uma carteirinha de plano de
saúde que é do governo na qual este paga aos hospitais para prestar serviços às
pessoas necessitadas. Assim, geralmente todo mundo tem acesso à saúde. Mas é
uma saúde da rede particular porque não existe uma rede pública.
Sabemos que os Estados Unidos é um país que tem uma população muito
diversa, pessoas do mundo todo emigram para este país. Todavia, já ocorreu nos
hospitais as práticas do uso de intérpretes de línguas orais, como: árabe, espanhol,
e outras. Por isso, entendo que atos de interpretações e traduções neste país nunca
foram estranhos em ambientes de saúde.
Neste contexto, há línguas que não são tão comuns, como: húngaro ou
dialetos africanos, haitiano etc., nestas situações são realizadas chamadas para
interpretação de telefonia. No entanto, às vezes, são utilizadas interpretações por
vídeo. Ocorre que para os surdos a interpretação por vídeo tem sérias limitações e
em geral aqui nos Estados Unidos muitos se recusam a este tipo de comunicação
para atendimento.
Pois é uma tela plana na qual não há interação e o paciente pode sim
deslocar-se de lugar para outro como: se locomover dentro da unidade, no posto de
saúde, no hospital, e logo depois sair para radiologia ou ir para farmácia com seu
tablet ou dispositivo de vídeo.
Porém, não são todos os lugares que o dispositivo pode acompanhá-lo como
um tradutor intérprete presencial faria na intermediar a comunicação com todos ao
seu redor. Tal circunstância deixaria o paciente surdo com uma sensação de calma,
de melhor preocupação.
Estes atendimentos podem ser realizados com intérpretes que não são
funcionários do hospital. Pois, existem empresas de interpretação que tem contrato
com as instituições. A unidade de saúde entra em contato para agendar com
intérprete quando há presença de surdos no local.
Assim, quando escutamos uma frase, significa que cada palavra corresponde
a uma sílaba. Esta não deve conter sílabas concomitantes de 4 (quatro) ou 5 (cinco)
sons ao mesmo tempo. Dessa maneira, observamos linearidade como um
cronograma ou uma linha do tempo; sendo: 01 (um) décimo de um segundo, 2
(dois) décimos de um segundo, 3 (três) décimos de segundo… assim a frase é
distribuída foneticamente ao longo do tempo.
Podemos afirmar que dentro dos sinais em Libras existem vários elementos
que seriam palavras ou terminações ou preposições. Assim, apresento outro
exemplo de frase em língua portuguesa: “Eu dou a flor para você”. Em Libras
[1sFLOR2s] esta expressão se refere às pessoas do discurso, sendo o verbo [DAR]
direcionado a primeira pessoa singular (1s) e a segunda pessoa singular (2s). O ato
de fala em Libras se liga à direção de quem pronuncia e entrega a “flor”, um objeto
comprido e redondo como é o formato de uma flor atrelado ao movimento que se
inicia em 1s para 2s, dependendo do ângulo muda-se para plural ou terceira pessoa
(3s) do discurso. Portanto, em uma esfera de 360° pontos e 360 possíveis sinais.
3
CODA é a sigla para “Children of Deaf Adults”, ou seja, criança ouvinte com pais surdos
(Sousa, 2012; Streiechen; Krause-Lemke, 2013; Melo, 2015; Vargas et al., 2016)
que ela entendeu?! Que ela comeu muito sal, portanto eles iriam retirar o fígado e
que a criança morreria no parto.
[...] se a pessoa não sabe nada sobre saúde, se não tem uma noção de todos
os atendimentos médicos que o paciente tem na vida toda até agora. É a primeira
vez que este tem atendimento com intérprete, provavelmente o surdo nem sabe o
que aconteceu com ele mesmo durante esse tempo todo. Esse é o desafio da
interpretação médica: ser uma pessoa com conhecimentos de anatomia e saúde em
Libras e interpretação com a diferença da linguagem linear para a linguagem
multidimensional.
Rebeca Jordão4
4
Intérprete de LIBRAS da Câmara Municipal de Fortaleza, docente e enfermeira.
Fonte: Libras em saúde (2021)
5
Enfermeira do trabalho, bilíngue Portugues - Libras
Fonte: Libras em saúde (2021)
Rogério Timóteo6
6
Tradutor e intérprete de Libras na Universidade Federal do ABC, Especialista em
Fisioterapia em Clínica Médica pela UNIFESP/EPM.
[..] No Encontro de Libras em saúde de duas grandes áreas, não há como
não pensar nos mais de 565 mil mortos pela COVID-19. Assim, como em tantas
pessoas próximas, nossos entes queridos: a nossa solidariedade, o nosso abraço e
que Deus os conforte neste momento.
Dessa forma, nós estamos avançando no sentido de trazer áreas, que por
vezes, não se comunicavam. Atualmente, inclusive com esta fala, entendemos que
é possível. Abordaremos então, sobre os desafios comunicacionais do fisioterapeuta
frente ao paciente surdo.
[...] Nestas duas grandes áreas: fisioterapia e surdez. [...] É interessante que
nas duas imagens da figura 5: a primeira há um raio e na segunda há um corte.
Estes dois traços representam a questão da construção imagética. Pois, tanto a
logo em fisioterapia com a ideia da velocidade do raio, quanto o traço no meio da
logo da surdez focam em um ponto. Assim, quando estes pontos podem se
convergir em um “encontro” conseguimos iniciar a nossa fala. A fisioterapia, sendo
uma ciência de promoção em saúde do bem-estar e qualidade de vida e a surdez,
que chega ao fisioterapeuta para que tenha uma simbiose no tratamento. Como isso
se estabelece? [...]
Igor Jambeiro7
[...] o surdo é paciente em todos os lugares, não apenas nos hospitais. Pois,
o surdo é rotulado, ou seja, este é diagnosticado como surdo por médicos,
enfermeiros, advogados, professores e sociedade em geral. A sociedade olha para
o indivíduo com perda auditiva e já apetece o diagnóstico: surdo. Assim,
transformamos o surdo em uma pessoa doente porque queremos curar a surdez
deste.
Dessa forma, naturalizamos esta atitude, precisamos mudar isso! [...] dentro
do contexto de saúde e no atendimento a pessoa surdo acreditamos que inserir o
intérprete neste ambiente é o suficiente para um atendimento qualificado, por vezes,
terceirizamos a nossa responsabilidade de inclusão do paciente como se esta fosse
exclusiva do governo [...]
7
Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Vale do São Francisco- UNIVASF/
Intérprete de LIBRAS.
“Acessibilidade em Libras/Direito Linguístico: um olhar para a
inclusão social do surdo”
[...] Por que é importante aprender Libras? As pessoas relatam ; “eu nunca
vejo surdos”. Mas o último censo em 2010 revela que há 9,7 milhões de pessoas
com deficiência auditiva no Brasil. Esta é uma quantidade considerável de pessoas,
sim. Por este motivo, é importante aprender Libras, é Lei e os surdos têm direito.
8
Pedagoga, doutoranda em Linguística na USP
Pois, está mais que provado e estabelecida a importância das línguas de
sinais. Eu acredito que está na hora de todos aceitarem e continuarem essa
discussão [...]
Cristiane Pereira9
9
Cirurgiã Dentista
Mas se o profissional não consegue se comunicar com a pessoa surda, se
falta conhecimento de Libras é muito difícil conseguir fazê-lo. Assim, a primeira
coisa que um profissional deve fazer quando recebe essa pessoa surda é identificar
se essa pessoa consegue escrever ou o tipo de perfil dela.
Dessa forma, este tipo de procedimento é importante. Pois, pelo menos uma
das pessoas deve estar com a máscara, cobrindo o nariz e boca. Esta é a parte a
primeira parte do atendimento para seguir um protocolo nas rotinas de segurança
[...]
Gabriel Gollyjewski10
[...] O direito por Lei garante o atendimento público pelo Sistema Único de
Saúde (SUS). Este, emana da Constituição de 1988. Ainda neste sentido existe a
Lei 10.436 que reconhece a Língua Brasileira de Sinais em 2002 e possibilita o
direito linguístico do surdo [...]
10
Téc. e Acadêmico de Enfermagem
Fonte: Libras em saúde (2021)
Jorllúzia Alves 11
Assim, por conta desta situação fiquei imaginando sobre várias empresas do
país que, possivelmente, faltam informações sobre a comunidade. [...] durante muito
tempo enviei meu currículo para diversas instituições, e fiquei esperando a resposta.
11
Fisioterapeuta e Instrutora de Pilates
Esta resposta geralmente era: “Gostei do seu currículo!” em seguida a
pergunta: “Qual o nível da sua perda auditiva”? “Você é oralizada”? “Você consegue
se comunicar com idoso”? Eu respondia: “Eu sou surda profunda, não sou oralizada
e eu tenho sim capacidade de comunicar com os idosos”. Dos e-mails enviados e
não recebi resposta até hoje. Pois, as pessoas não têm informação, não têm o
conhecimento que é necessário [...]
Continua em…
https://www.youtube.com/watch?v=PeUJfjmfTfs&list=PLc-GP65s0jGbBBEw1g9HDQ
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PARTE II
Produção Científica
Artigos
LIBRAS NA ASSISTENCIA AO CLIENTE SURDO E SURDOCEGO, DURANTE A
PANDEMIA DA COVID-19 RELATO DO CAOS COMUNICACIONAL NA SAUDE.
Libras in assistance to deaf and deaf-bind customers during the covid-19 pandemic report of
communicational chaos in health.
Resumo: Esse artigo buscou nortear profissionais da Enfermagem acerca de uma revisão da
normatização de assistência necessária para atender usuários surdos e surdocegos, evidenciando o
caos comunicacional vivenciado durante a pandemia de Covid-19. Metodologia: Relato de
experiência de natureza exploratório-descritivo, visão crítica construída após 400 atendimentos na
modalidade remota virtual através de vídeo chamada durante o período pandêmico. Os dados foram
coletados por meio de grupo focal e apreciados mediante a análise temática de Minayo (2014).
Resultado: Os principais achados são evidências do quanto a impraticabilidade comunicacional é
imperceptível por parte dos profissionais da enfermagem, o que, consequentemente, causa uma
experiência problemática, frustrante e traumática para os usuários surdos e surdocegos, que possuem
inúmeras garantias legais que assegurariam assistência adequada através de profissionais da saúde
qualificados e habilitados para atendê-los. Garantia esta constituída por Lei. Conclusões: A
enfermagem exerce um papel crucial no atendimento, na triagem e na coleta de informações
essenciais para a conclusão do diagnóstico e administração de fármacos. Neste contexto, a
comunicação deve ser irrevogável e eticamente responsável, para obtenção da assistência de
qualidade e digna. Para tanto, é imprescindível que os profissionais de enfermagem possam ser
capacitados para assistir às comunidades surdas e surdocegas, o que reflete a vulnerabilidade da
população aqui mencionada, durante pandemias e desastres naturais.
Palavras-chave: Assistência de Enfermagem, Pandemia,Comunicação, Lei Brasileira de Inclusão.
Abstract: This article aims to guide Nursing professionals to a review of the standards required to
assist deaf and deafblind users, exposing the communicational chaos experienced during Covid-19
pandemic. Methodology: Report of exploratory-descriptive experience. A critical view based on 400
medical services provided through video calls. Data were collected from a focus group and analyzed
using Minayo's thematic analysis. Result: The main findings are evidence of how imperceptible is the
communicational impracticality on the part of nursing professionals, what, consequently, causes
problematic, frustrating and traumatic experience for deaf and deafblind health care users, who, by
the way, have legal guarantees that would supposedly ensure adequate assistance through qualified
health professionals to assist them. Conclusion: Nursing plays a crucial role in care, in screening and
in collection of essential information for the diagnosis and administration of drugs. In this context,
Resumen: Este artículo buscó orientar a los profesionales de Enfermería en una revisión de la
estandarización de la asistencia necesaria a los usuarios sordos y sordociegos, mostrando el caos
comunicacional vivido durante la Covid Pandemia 19. Metodología: Informe de una experiencia
exploratoria-descriptiva, una mirada crítica construida después de 400 videollamadas. Los datos se
recopilaron a través de un grupo de enfoque y se evaluaron mediante el análisis temático de Minayo.
Resultado: Los principales hallazgos que muestran hasta qué punto la impracticabilidad
comunicacional es imperceptible por parte de los profesionales de enfermería y provoca una
experiencia problemática, frustrante y traumática para los usuarios sordos y sordociegos, quienes
cuentan con numerosas garantías legales que aseguran una adecuada asistencia a través de
profesionales de la salud calificados para atenderlos. Conclusiones: La enfermería juega un papel
crucial en el cuidado, en el cribado, en la recolección de información esencial para la conclusión del
diagnóstico y administración de medicamentos. En este contexto la comunicación debe ser
irrevocable y de responsabilidad ética, para que se pueda obtener una asistencia de calidad y digna.
Para eso es fundamental que los profesionales de enfermería puedan capacitarse para asistir a las
comunidades sordas y sordociegas, reflejando la vulnerabilidad de la población aquí mencionada,
durante pandemias y desastres naturales.
Palabras clave: Asistencia de Enfermería, Pandemias, Ley de Inclusión Brasileña
INTRODUÇÃO
Ser Enfermeira, sem sombra de dúvida, nunca foi um trabalho leve ou mesmo um trabalho
valorizado. No entanto, em tempos difíceis é a enfermagem que enfrenta de frente a morte, de forma
destemida. Dentre tantas habilidades que esse ofício possui, destaca-se a comunicação, ferramenta
invisível e indispensável no acolhimento, identificação, coleta de informação, procedimentos,
consentimentos, tomadas de decisão, participação e humanização. Impossível imaginar todos esses
quesitos sem adequação comunicacional. Mas será que durante sua formação o profissional de
enfermagem é preparado para atender a todos realmente?
A Constituição Federal de 1988 afirma em seu art. 196 que “Saúde é um Direito de Todos e
um dever do Estado” (BRASIL, 1988). Outra base fundamental que fomenta e fortalece o quesito
comunicação em saúde, a Lei nº 8.080/90 que institui o Sistema Único de Saúde, enaltece a
comunicação e a destaca como princípio ético no exercício da enfermagem (BRASIL, 1990).
O Brasil vive tempos obscuros com a chegada do novo Coronavírus (SARS-CoV-2),
causador da Coronavirus Disease 2019 (COVID-19). Para muitos, o carnaval ainda era vivido quando
o primeiro caso foi notificado, trazendo mudanças catastróficas. Com orientações de isolamento
social radical, a enfermagem se vestia com uma “armadura” impermeável (máscaras, luvas, protetores
faciais), recebendo cada vez mais novos casos. Nos plantões perdia-se mais e mais pacientes isolados
de seus familiares.
Em 2002 foi publicada a Lei 10.436/02 que proclamava a Libras como segunda língua
Brasileira. Era então chegada a hora dos surdos e surdocegos se tornarem visíveis socialmente e
compreendidos como parte da população que também seriam utentes do Sistema Único de Saúde e
usuários diretos da prestação de serviço de enfermagem.
Por um lado, é compreensível a exaustão laboral vivida pela enfermagem, por outro lado a
exclusão comunicacional assusta e sufoca silenciosamente uma parte da população, que parece viver
de direitos invisíveis por parte do governo e, consequentemente, da sociedade e da saúde.
Relato de Experiência
Com o Brasil em meio a uma pandemia, a todo tempo surgem informações, novas notícias em
plantões jornalístico, internet, todas as atenções voltadas ao combate de um inimigo biológico
invisível e silencioso que em pouco tempo ceifou a vida de milhares de inocentes.
Nesse mesmo cenário, uma parte da população composta por pessoas surdas e surdocegas,
destacadas e negligenciadas em todos os aspectos comunicacionais, ficam impedidas de terem acesso
à informações concernentes à prevenção, cuidados e sinais sintomatológicos. Com perguntas sem
reposta, indagações, carregadas de medo e insegurança. Nesse sentido, evidencia-se as principais,
como: Qual nome correto, Coronavirus, Covid-19 ou SarCOV? O que tudo isso significa? O que é
pandemia? Por que quarentena? Quanto tempo corresponde a uma quarentena? Isolamento social?
Qual importância de tanta higienização das mãos? O que eu sinto é gripe ou Covid-19? Quais
hospitais posso procurar? As enfermeiras podem retirar as máscaras para eu fazer leitura labial? Como
vou conseguir entender sem ver as expressões faciais? Se for necessário eu ficar internado, como se
comunicarão comigo?
O Governo Federal anunciou que seria implantada uma central de atendimento em Libras para
pessoas surdas:
(...) oferta de chat online e atendimento em Língua Brasileira de Sinais (Libras) pela
Central Única de Atendimento da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, que
reúne os serviços oferecidos pelo Disque 100, ligue 180, site e aplicativo Direitos
Humanos Brasil (...)
"A Ouvidoria apresenta dados e diz que as pessoas com deficiência estão em quarto
lugar em relação a registro de violação de seus direitos. Hoje, as pessoas podem ser
atendidas no chat ou por videochamadas. O atendimento não é feito por robô, é feito
por humanos que darão atendimento adequado, de acordo com a emergência das
pessoas com deficiência naquele momento, seja um tipo de violência, uma violação,
um sofrimento ou uma agressão", explicou Priscilla Gaspar secretária nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiência do Governo Federal.
Nesse contexto, viu-se o quão pertinente seria procurar o Conselho Regional de Enfermagem
e, mesmo vivendo uma pandemia, sensibilizar a todos de que comunicação é muita mais que
humanização, trata-se de uma questão de habilidade e responsabilidade ética diretamente ligada e
dialogada com parâmetros legais, que são eles;
A assistência através de uma profissional bilingue e ou fluente em libras, viabiliza todas etapas
necessárias no atendimento e assistência do paciente surdo e surdocego humanizando de forma
adequada, cliente, seus familiares e amigos surdos e surdocegos, através de comunicação efetiva
garantindo praticidade no atendimento, otimização do tempo na assistência, bem como triagem e em
espaços restritos como unidade de terapia intensiva – UTI, centro cirúrgico, hemodiálise setores como
isolamento, cumprindo assim de forma ética, moral e legal seus deveres enquanto protagonista do
conhecimento e das práticas. Assegurando de forma legitima a autonomia, equidade, liberdade e
participação dos clientes surdos e surdocegos, respeitando critérios como direito e segurança do
paciente, contudo para que isso seja visto e normalizado deve ser iniciado nos espaços de formação,
conhecendo a cultura, variações linguísticas relacionadas ao regionalismo, deve ser compreendido as
diversidades incorporadas a essas comunidades, levando em conta faixa etária, gírias, diversidade
socioeconômica, desmistificando e desconstruindo a ideia, que todo surdo é oralizado ou que todo
surdo seja fluente na leitura e escrita em português, sabe-se que a disciplina de libras oferecida na
modalidade optativa com baixa carga horaria é inadequada, basicamente uma apresentação do que
viria a ser de fato as praticas ligadas a assistência em libras.
Poder atender seu utente garantindo-lhe segurança comunicacional representa, assim, colocar
a enfermagem como protagonista da comunicação efetiva, com humanização e equidade na recepção
e tratamento. Faz-se necessário registrar as diversidades existentes nessas comunidades, pois existem
surdos oralizados que necessitam da visualidade dos movimentos faciais e labiais, impedidos, nesse
cenário pandêmico, por razões da obrigatoriedade do uso de máscaras em todo ambiente hospitalar,
inviabilizando a compreensão. Contudo, há surdos utentes exclusivamente da Libras, para os quais a
leitura labial é inócua e sem efeito compreensivo.
Ainda existem surdos em condições de analfabetismo, surdos com baixa visão e surdocegos
compondo uma modalidade linguística diferenciada onde se faz necessária a comunicação através do
contato físico: como a técnica da Libras Tátil, um sistema não alfabético que corresponde à língua de
sinais utilizadas tradicionalmente pelas pessoas surdas mas adaptadas ao tato, através do contato das
mãos da pessoa surdocega com as mão do interlocutor; outra modalidade é o Tadoma, que consiste
na percepção da língua oral emitida, mediante uso de uma ou das duas mãos do surdocego utilizando
geralmente o dedo polegar, indicador e o dedo médio, colocando-os suavemente sustentando a
mandíbula do locutor para compreender o que é falado (SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ,
2020).
Durante o atendimento médico hospitalar, os surdos e surdocegos enfrentam a pior barreira
linguística: a necessidade e exigência do uso da máscara. Este é um fator que gerou enorme
insegurança e medo a esses utentes, a internação em área de isolamento além de UTI sem que seja
possível compreender nada que se passa a sua volta, impossibilitado de ter autonomia sobre sua saúde,
sem compreender os fármacos administrados, se sua evolução tem sido positiva ou negativa, sem ser
comunicado ou ser solicitada sua permissão para tocar seu corpo, indagações comuns aos pacientes
ouvintes e silenciada aos pacientes surdos.
Um estudo feito por Gandra (2019) em conjunto com o Instituto Locomotiva e a Semana da
Acessibilidade Surda revela a existência no Brasil de 10,7 milhões de pessoas com deficiência
auditiva. Desse total, 2,3 milhões têm deficiência severa. A surdez atinge 54% de homens e 46% de
mulheres. A predominância é na faixa de 60 anos de idade ou mais (57%). Nove porcento das pessoas
com deficiência auditiva nasceram com essa condição e 91% adquiriram ao longo da vida, sendo que
metade destes, antes dos 50 anos. Entre os que apresentam surdez severa 15% já nasceram surdos.
Do total pesquisado, 87% não usam aparelhos auditivos.
Nos hospitais, os surdos ficavam sem direito a visita ou acompanhantes e sem acesso à única
ferramenta que lhes possibilitaria informação: o celular. Tomando como partida as reflexões
necessárias, para que haja a prática de humanização no cuidado é necessária a comunicação e
informação. Mas de que forma essa comunicação tem sido realizada? É necessário rever os conceitos
assistenciais e humanísticos prestados à população surda e surdocega.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem é um instrumento normativo que direciona sua
prática para as diversas áreas de atuação, seja na assistência, seja no ensino ou na pesquisa, de modo que se
possa desempenhar uma atividade laboral saudável encontrando em suas entrelinhas direcionamentos para um
agir ético, livre de imperícia, imprudência e negligência. Nesse sentido, é possível concluir que diante do
relato de experiencia, há fundamentos legais e ético que possibilita celeridade para restruturação
curricular, visto que, tais mudanças implicam diretamente na assistência, promoção e educação no
contexto da saúde. O período de formação profissional seja ele técnico ou do ensino superior, deve
garantir a seus alunos educação baseada em normativas em consonância a legislação, ressaltando que,
após a validação de leis e decretos que visem acessibilidade, as pessoas surdas e surdocegas
transpassam a assistência e ingressar em cursos da área da saúde, bem como Medicina e Enfermagem,
ampliando as possibilidade assistenciais na atenção integral a saúde para com suas respectivas
comunidades identitárias, protagonizando a cultura linguística reconhecida nacionalmente . Contudo
evidenciou-se, que durante a pandemia a vulnerabilidade comunicacional alcançou a todas
sociolinguística relacionada a complexidade que envolve o cenário pandêmico, tornando obrigatório
o uso de máscara e inviabilizando um dos parâmetros necessários para comunicação visual-espacial.
Nesse período em que todos cumpriam criteriosamente as normativas de isolamento social, com
restrição de informações. Vale ressaltar a complexidade dos termos utilizados no contexto médico e
a dificuldade para torná-lo mais claro, por falta de conhecimento especifico por parte dos interpretes
de libras, tornava acessível a informações, contudo os conceitos e sentidos continuava
incompreensível.
Fundamentando e fortalecendo assim, a necessidade dos cumprimentos legais em consonância
com a formação, de novos profissionais, não podemos deixar de evidenciar, hoje a pessoa surda pode
ser cliente, paciente, aluno e profissional da enfermagem como temos visto esse número crescer em
todo território Brasileiro, a necessidade de adequação e reformulação deve ser em sala de aula, nos
estágios, hospitais, concursos, admissões e nos respectivos conselhos de classe, que até o momento
não entendeu que a pessoa surda é somente aquela a ser atendida, mas aquele que está sendo formado
para atender e que também deverá cumprir seus deveres éticos como qualquer outro profissional da
enfermagem, mas que continuará com seus direitos garantidos também.
O uso obrigatório da máscara, como fator de proteção durante a pandemia, sem dúvida
evidenciou as problemáticas, que sempre estiveram presentes na assistência a pessoa surda e
surdocega, contudo, os fatores legítimos e legais sustentam esse estudo, a fim de garantir assistência
adequada, respeitosa e digna baseada nas diretrizes de leis nacionais e normativas profissionais.
REFERÊNCIAS
AGÊNCIABRASIL. Governo apresenta plano para pessoas com deficiência durante pandemia.
Artigo publicado em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2020-07/governo-apresenta-
plano-para-pessoas-com-deficiencia-durante-pandemia. Disponível em:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2020-07/governo-apresenta-plano-para-pessoas-
com-deficiencia-durante-pandemia. Brasil, 2020
ARAÚJO, Emanoela Bezerra. Libras na Enfermagem Oficial. Brasil. Mar 2020 [cited 2020 jul 05]
Available from: https://www.instagram.com/libras_na_enfermagemoficial/?hl=pt-br
BRASIL, Casa Civil. Lei nº 8.080 de 20 de Setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências. Brasília, 1990. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm
BRASIL, Casa Civil. Lei Federal nº 8.213 de 8 de dezembro de 1991. Dispõe sobre os planos de
benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Brasília, 1991. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213compilado.htm
BRASIL, Ministério da Justiça. Lei nº 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000. Estabelece
normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Brasília, 2000. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm
BRASIL, Ministério do Desenvolvimento. Lei nº 10.048/00. Dispõe sobre a prioridade de
atendimento às pessoas que especifica, e dá outras providências. Brasília, 2000. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10048.htm
BRASIL, Ministério da Educação – MEC. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, dispõe sobre a
Língua Brasileira de Sinais. Brasília, DF, 2002. [Acesso em: 24 jun. 2020] Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm
BRASIL, Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº510 de 07 de abril de 2016. Dispõe sobre
as normas aplicáveis à pesquisas em Ciências Humanas e Sociais cujos procedimentos
metodológicos envolvam a utilização de dados diretamente obtidos com os participantes ou de
informações identificáveis ou que possam acarretar riscos maiores do que os existentes na vida
cotidiana. Brasília: 2016. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/reso510.pdf
BRASIL, Ministério dos Direitos Humanos. Decreto nº 9.451, de 26 de julho de 2018. Institui a Lei
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência - Estatuto da Pessoa com Deficiência. Brasília,
2018. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2018/decreto/D9451.htm
BRASIL, Ministério dos Direitos Humanos. Decreto nº 9.656, de 27 de dezembro de 2018. Dispõe
sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras. Brasília, 2018. Disponível:
https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=DEC&numero=9656&ano=2018&ato=3a6ATWE1
keZpWT9ab
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM – COFEN. Resolução 311 de 09 de fevereiro de
2007. Dispõe sobre Código de Ética dos Profissionais. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/wp
content/uploads/2012/03/resolucao_311_anexo.pdf
GANDRA, Alana. País tem 10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva, diz estudo. Agência
Brasil, 2020. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-10/brasil-tem-107-
milhoes-de-deficientes-auditivos-diz-estudo
MINAYO, MCS. O desafio do Conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. Ed. – São Paulo:
Hucitec, 2014. 407 p.
2
SILVA, Gabriel Gollyjewski da
3
RADAELLI, Patricia Barth
PRETTO, Marcos 4
5
OLIVEIRA, Clicelia Coutinho de
RESUMO
1
Língua Brasileira de Sinais;
2
Autor: Técnico de Enfermagem – Acadêmico do 4º Período na Graduação de Enfermagem no
Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz, na cidade de Cascavel, Estado do Paraná; E-mail:
Enfsurdo@hotmail.com;
3
Orientadora, Doutora pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Letras, área de
concentração: Linguagem e Sociedade – UNIOESTE;
4
Orientador, Especialista Educação Especial SURDEZ- LIBRAS e Especializado Supervisor e
coordenador da escolar;
5
Orientadora, TILS (Tradutora Intérprete da Língua Brasileira de Sinais) - Especialista em Educação
Bilíngue para Surdos. Email: clicelia@fag.edu.br
RESUME
Objective: This study addresses the theme "Accessibility in Libras/Linguistic Law: a look
at the social inclusion of the deaf" having as its scope to report the need for experiences for
the undergraduate nursing student at the Assis Gurgacz University Center, this being a
Nursing Technician; in activities carried out in volunteer work in hospitals and UBS,
accompanying care for deaf patients, together with the professional team, highlighting the
importance of communication in Libras, in the field of action. The experience contributes
to the promotion of communication in Libras, ensuring inclusion, quality of life and well-
being in the service, making it humanized and contributing to a reliable diagnosis in the
reports, prioritizing communication in Sign Language in order to avoid communication
barriers. Method: this is a bibliographic study added to an experience report. Conclusion:
it is therefore required to continue this study and raise awareness about the importance of
interaction through the use of Libras, to ensure the inclusion of deaf professionals and
patients, which way for a service to happen satisfactory to both parties and, knowing how
to communicate with the deaf professional, preserving the linguistic right, encouraging
greater trust and quality in the relationship of those involved in the care of deaf patients, as
well as the training of deaf professionals.
INTRODUÇÃO
6
Com Limiares Tonais 71 a 90 dB;
7
Com Limiares Tonais acima de 91 dB;
Enfermagem, discente na graduação de Enfermagem, sendo este surdo bilíngue
em contato direto no atendimento de paciente s surdos em Língua Brasileira de
sinais na área da saúde.
O presente artigo aponta inicialmente ao contexto do surgimento das
profissões de Técnico de Enfermagem e Enfermagem nas pessoas de Florence e
Ana Nery, que juntamente com as habilidades na área da saúde ensinaram a
prática da inclusão. Em seguida é realizada a explanação do sujeito surdo na
sociedade primeiramente enquanto paciente surdo, e na sequencia o sujeito surdo
enquanto profissional Técnico de Enfermagem, discente na gradução de
Enfermagem abordando a importancia da presença deste profissional no contexto
da saúde, evidenciando sua presença no sentido de garantia de atedimento em
Libras, ou seja, conquista do direito linguístico, bem como a promoção da
acessibilidade em Libras, eliminando a barreira comunicacional, buscando evitar
prejuízos de disgnósticos inadequados, e contribuindo para oferecer segurança
frente os atendimentos prestados em Libras.
1. CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA
8
http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-5642017_59145.html
Deus ou poder demoníaco; no Egito as receitas médicas deveriam ser
acompanhadas da recitação de fórmulas religi osas, entre outras práticas misiticas
e sacerdotais. (COREN-PE)
É em meados do século de 1800 que surge então o primeiro grupo de
enfermeiras para atender feridos na Guerra da Crimeia, com a presença de
Florence Nightingale, uma enfermeira a frente do seu tempo, que desafiou
generais médicos demosntrando que os soldados feridos de guerra tinham dez
vezes mais chances de morrer acometido por doença hospitalar do que no campo
de batalha, sendo responsável pela melhora das condições sanitárias dos hospitais
militares, ensinando a importancia do lavar as mãos e das enfermarias,
diminuindo a mortalidade de 60% para 42%. (COFEN, 2018)
No Brasil, temos como icone a Enfermeira Ana Nery, e como fruto de sua
dedicação e afinco na profissão, em 1938 foi assinado Decreto n.º 2 956,
presidente Getúlio Vargas, instituindo então o "Dia do Enfermeiro", a ser
celebrado todo dia 12 (doze) de maio, devendo nesta data serem prestadas
homenagens especiais à memória de Anna Nery, em todos os hospitais e escolas
de enfermagem do País. (PORTO; OGUISSO, p.79, 2011).
O trabalho voluntário realizado que deu origem este trabalho, foi inspirado
nas pessoas de Florence Nightingale e Ana Nery, que de certa forma se
dedicaram na “arte de cuidar” do próximo, os incluindo no cenário da saúde,
deixando de lado suas famílias, vivendo a prática da Enfermagem por onde
passaram, ensinando sermos agentes transformadores.
9
Com Limiares Tonais 71 a 90 dB;
10
Com Limiares Tonais acima de 91 dB;
1.3 O Atendimento ao Paciente Surdo pelo Profissional de Enfermagem
Surdo
2. CONTEXTUALIZAÇÃO METODOLÓGICA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS
Produção Visual
Slides
Rebeca Jordão
Libras e o atendimento ao
Surdo na Atenção Primária
Profa. Rebeca Jordão
Coda
Enfermeira
Docente
Mestranda em Saúde da Criança e do Adolescente – UECE
Pós-graduanda em Urgência e Emergência – Unichristus
Especialista em Docência do Ensino Superior de Libras – UCAM
Intérprete de Libras da Câmara Municipal de Fortaleza
Níveis de
atenção à
saúde
(Ministério da Saúde)
Promoção e
Conjunto de Individual e
Proteção à
ações Coletivo
saúde
Atenção Prevenção de
Diagnóstico Tratamento
Primária agravos
Redução de Manutenção
Reabilitação
danos de danos
(Ministério da Saúde)
Desenvolver a atenção integral com impacto positivo
na vida dos indivíduos.
Porta de entrada do Sistema Único de Saúde.
Várias estratégias, uma delas é:
• Consultas,
Atenção exames,
Estratégia procedimentos,
Primária de Saúde vacinas, etc.
• Equipe
da Família multiprofissional.
(ESF)
(Ministério da Saúde)
A barreira de comunicação interfere na promoção de saúde e prevenção de
doenças.
CODIGO DE DEONTOLOGIA
ENFERMAGEM
DOU de 29.03.76
ENFERMAGEM
Enfermeira
Bilíngue
Assistência Personalizada e Efetiva –
Profissional Surdo
Desigualdade que Reflete na Assistência e
Promoção de saúde a Pessoa Surda e Surdogega
Fonte: IBGELeia mais: Números expõem desigualdade racial no País - Diário do Comércio Em: https://diariodocomercio.com.br/negocios/numeros-expoem-
desigualdade-racial-no-pais
Quem são e quantos são os surdos e surdocegos
usuários da saúde publica no Brasil?
?
?
Participação da comunidade é
uma das diretrizes da Lei 8.080/90
GRATIDÃO
“A humanização é um processo simples e ao mesmo tempo bastante complexo, já que envolve mudanças
comportamentais, assim, a importância da comunicação entre os profissionais e paciente é de extrema
importância para um cuidado humanizado.”
INSTAGRAM@LIBRAS_NA_ENFERMAGEMOFICIAL
ENFA.TILS.HUMANIZASAUDE@GMAIL.COM
Rogério Timóteo
Doenças Ósteomusculares
Relacionadas ao Trabalho do TILSP
• Surdo-Mudo
• Surdinho
• Mudinho
• Surdo
• Deficiente Auditivo
◼ Visualidade
◼ Repetição corpórea
◼ Libras
Considerações Finais
Pessoas sinais
animais
Tem regras
Código linguísticos
Regras preestabelecidas
LIBRAS É UMA LÍNGUA
LÍNGUA NATURAL
Ouvintes – escutamos e respondemos por meio da fala
Surdo – percebe e responde por meio do visual. Utiliza o corpo, e expressões que permitem
comunicação
Quanto mais cedo uma pessoa surda aprende a Língua de Sinais, mais facilmente
ela terá conhecimento de mundo e mais rápido será a sua aprendizagem.
Assim, tem suas regras e gramática.
SENDO ASSIM
Qual a melhor forma de acolhimento de um paciente surdo ?
Acreditavam que uma vez que os surdos não tinham audição, eles não poderiam
falar, e dessa forma não teriam linguagem e nem pensamento.
Aristóteles (384-322 a.C.)
Para esse pensador, uma das formas definidoras de humanidade é a linguagem.
Uma vez que na sua época os surdos não ouviam e nem falavam considerava que os
surdos não eram humanos.
Idade média:
Todos os surdos iriam ao inferno, por não confessarem seus pecados
PRECISAMOS ENTENDER QUE A INCLUSÃO EFETIVA É
UMA NECESSIDADE E NÃO ROMANTISMO
Entender que o surdo é uma pessoa que a pessoa surda é um ser humano e necessita
de cuidado completo
Em qualquer profissao o surdo necessita ser enxergado como uma pessoa completa
ESSE PRECONCEITO FICOU NO PASSADO ?
O surdo teve sua dignidade recuperada ?
A linguagem humana pode ser por meio de outras formas que não sejam exclusivamente a
fala.
Assim sendo, a linguagem humana por meio de sinais é considerado mais que uma língua, é
considerado como uma língua materna.
Educação de
surdos deve
ser igual a
de ouvintes
MÍMICA
DESENHO
ESCRITA
LIBRAS
ACOMPANHANTE
APP S
ANAMNESE
PRIMEIRO CONTATO COM PESSOA SURDA
SINTOMAS E DORES
LIBRAS NO ATENDIMENTO
BIOSEGURANÇA
ROTINA
DESINFECÇÃO CUIDADOSA
SALAS DE ESPERA
- CÁRIE - BRUXISMO
- TRATAMENTO DO CANAL - FRATURA DENTAL
- CIRURGIA DO SISO - ESTÉTICA
- EXTRAÇÃO
- LIMPEZA BUCAL
- ORTODONTIA
- RESTAURAÇÃO EM AMALGAMA E EM RESINA
- PRÓTESE
- HARMONIZAÇÃO FACIAL
@cristianesiper
Jorlúzia Moreira
II Encontro de Libras em Saúde
ACESSIBILIDADE EM LIBRAS/DIREITO
LINGUÍSTICO: UM OLHAR PARA
INCLUSÃO SOCIAL DO SURDO
13 DE AGOSTO
POR QUE EU ESCOLHI SER
FISIOTERAPEUTA?
?
Primeiro atendimento
de Fisioterapia
LUVA ESTÉRIL
ELETROTERAPIA
HIDROTERAPIA
LIBERAÇÃO MIOFASCIAL É UMA TÉCNICA DE TERAPIA MANUAL
AULA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
CITOLOGIA E HISTOLOGIA
ESTÁGIOS
Treino da marcha e Técnica de fisioterapia pulmonar
equilíbrio
ESTÁGIOS
TREINO DE EQUILÍBRIO NA
SÍNDROME DE DOWN
PILATES Aluna Surda
Bilíngue
Alunos ouvintes
PILATES
Bilíngue na pandemia
PALESTRAS
PALESTRAS
Somente com respeito, amor e inclusão,
conseguiremos construir uma sociedade mais
justa e desenvolvida para todos. (Autor
desconhecido)
email: alvesjorluzia@gmail.com
Gabriel Gollyjewski
ACESSIBILIDADE EM LIBRAS /DIREITO
LINGUÍSTICO UM “OLHAR PARA INCLUSÃO
SOCIAL DO SURDO”
Gabriel Gollyjewski
• Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0502981790341197
• Meu nome: Gabriel Gollyjewski
• Idade: 23 Anos
• Sou Surdo
• Resido em: Cascavel-PR
• Formação: Técnico de Enfermagem / COREN-PR 1486899
• Graduando em Enfermagem – 4º Período -
Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz – (FAG).
FLORENCE NIGHTINGALE
FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=bTch_y3vyhc
FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=o9N21gOWZFw&t=56s
Intubação traqueal endotraqueal
ou intubação orotraqueal
FONTE: https://www.uopeccan.org.br/noticias/tecnico-de-enfermagem-surdo-auxilia-deficientes-auditivas-no-atendimento-
de-mamografia-na-uopeccan/
FONTE: https://www.uopeccan.org.br/noticias/tecnico-de-enfermagem-surdo-auxilia-deficientes-auditivas-no-atendimento-
de-mamografia-na-uopeccan/
PRIMEIRA
ATENDIMENTO
EM LIBRAS
CENTRO
OBSTÉRICA
Cuidado com bebê:
Teste do Pezinho
Cuidado com bebe: orientação em Libras para o
pai do bebê.
Fonte: Governo do Estado realiza primeiro parto com interprete de Libras. (Foto: Divulgação).
Site https://www.ma.gov.br/agenciadenoticias/?p=190901
LEI Nº 17029 DE 18/08/2020
CENTRO OBSTETRÍCO
• A Lei Garante o direito à presença de Tradutor e Intérprete da
Língua Brasileira de Sinais (Libras), durante o trabalho de parto,
parto e pós-parto imediato, nos hospitais, maternidades, casas
de parto e estabelecimentos similares da rede pública e privada
de saúde no Estado de Pernambuco. (O PROJETO QUE
ORIGINOU ESTA LEI É DE AUTORIA DO DEPUTADO GUSTAVO
GOUVEIA – DEM)
• Nesse sentido, pelo ato de
incluir e olhar o paciente
surdo, torna-se relevante a
presença do Enfermeiro
surdo bilíngue na área da
saúde e sua compreensão
e habilidade acerca da
acessibilidade para com os
pacientes surdos,
evidenciando a forma de
comunicação e expressão
através da Libras, evitando
prejuízos, eliminando a
barreira comunicacional
multiprofissional. (BRASIL,
2015).
• E-MAIL: ENFSURDO@HOTMAIL.COM
• INSTAGRAM: ENFSURDO
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso IV,
da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no10.436, de 24 de abril de 2002, e no art.
18 da Lei no10.098, de 19 de dezembro de 2000,
DECRETA:
CAPÍTULO VII
DA GARANTIA DO DIREITO À SAÚDE DAS PESSOAS SURDAS OU
COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
x
A necessidade dos surdos serem compreendidos
pelos profissionais de saúde, torna-se visível nos
seus relatos:
Comunicação escrita
presença de um familiar ou
acompanhante
gestos
LIBRAS???
Fatores que surdos não sentem
confortáveis ao levar acompanhantes:
•Perde privacidade
• Tornar o site do Sus, que contém muita informação, acessível para surdos
usuários de libras. Isso poderia ser feito através de uma janela com
intérprete.
Faculdade Ciências Médicas
da Santa Casa de Sao Paulo
Disciplina
obrigatória nas
grades curriculares
Estágio Eletivo do
4 ano
Clínica Bilíngue
Faculdade Ciencias
Médicas da Santa
Casa de Sao Paulo
Optativa