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GILDETE DA SILVA AMORIM MENDES FRANCISCO

TATIANE MILITÃO
SAULO CABRAL BOURGUIGNON
Organizadores

Rio de Janeiro

2021
DOI 10.29327/152522

FRANCISCO,Gildete da Silva Amorim Mendes

MILITÃO, Tatiane

BOURGUIGNON, Saulo Cabral

1a Edição

Dezembro de 2021

ISBN: 978.65.00.36122.3

UFF

Universidade Federal Fluminense

Centro, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil

CEP 24.020-141

https://doity.com.br/ii-encontro-de-libras-em-saude
GILDETE DA SILVA AMORIM MENDES FRANCISCO
TATIANE MILITÃO
SAULO CABRAL BOURGUIGNON
Organizadores

II Encontro Libras em saúde: em tempos de pandemia

Autores

Aaron Rudner

Cristiane Pereira

Emanoela Bezerra Araújo

Gabriel Gollyjewski

Igor Jambeiro

Jorlúiza Alves

Rebeca Jordão

Rogério Timóteo

Sylvia Lia Grespan

Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal Fluminense (PROEX/ UFF)


https://www.uff.br/?q=events/proex-divilga-o-ii-encontro-de-libras-em-saude
Comissões Organizadoras

Comissão de Eventos
Caroline Pacheco Kifer
Nicole Martins Santos Mannarino
Victor Hugo Gomes Ferraz
Dayana Cardoso Costa
Bruna Guedes Brasil de Azevedo
Julya Vittória de Azevedo dos Santos

Comissão de Marketing
Nicole Martins Santos Mannarino
Amanda Marques Silva
Beatriz Barroso Milão
Bianca de Oliveira da Silva
Matheus Santiago Correa
Luísa da Costa Siqueira

Comissão de Secretária
Luana Batista Nunes
Dayana Cardoso Costa
Victor hugo gomes Ferraz
Caroline Pacheco Kifer
Thainá Rodrigues da Silva Serafim
Giovanna Soares Vasconcellos

Comissão Científica
Beatriz Barroso Milão
Amanda Marques Silva
Bianca de Oliveira da Silva
Luana Batista Nunes
Carolina Zappone Viríssimo
Carlos Thommen Corrêa Jankovitz
Agradecimentos

Comissão de tradutores Intérpretes de Libras/ Língua Portuguesa

Aos profissionais tradutores Intérpretes de Libras/ Língua Portuguesa que


atuaram incansáveis neste intento para promover a acessibilidade dos surdos
participantes:

Alaim Cesar Teles Junior

Albertina Flávia de Amorim

Amanda Cristina de Assis

Clicelia de Oliveira Coutinho

David Conceição Silva Vinhal

Emanoel Bruno Carioca Silva

Gustavo Costa Rodrigues

Juveirce Christiane Medeiros Ramos Condi

Marcos Henrique Assunção Ramos

Thiago Santos Macedo Quintano

Tiago Cabral Pereira

Valdir Balbueno

Yasmin Corrêa Anunciato


Apresentação

O projeto “Libras em Saúde: Um estudo Sinonímia de Práticas e


Saberes na Biossegurança” é um projeto de extensão desenvolvido pela
Universidade Federal Fluminense (UFF).
O objetivo principal é despertar o interesse dos profissionais da saúde
para a melhoria no atendimento clínico e hospitalar das pessoas surdas,
usuárias da Língua Brasileira de Sinais (Libras), bem como profissionais que
atuam na saúde possibilitando a inclusão social.
O desenvolvimento do projeto prevê a oferta de palestras, fóruns,
encontros, cursos e oficinas com foco na acessibilidade dos surdos à saúde e
biossegurança, assim como a promoção de campanhas de conscientização
destinadas às pessoas surdas, acadêmicos e aos profissionais da área da
saúde.
Dessa forma, promover a interdisciplinaridade a fim de melhorar o
processo de aprendizagem além da aproximação entre discentes e docentes
das mais diversas áreas da saúde para o aperfeiçoamento na prática clínica.

Comissão organizadora
Sumário
PARTE I - PRODUÇÃO ACADÊMICA: PALESTRAS………………………………...09

Atuação do Intérprete de Língua de Sinais Americana no contexto da Saúde com


pacientes surdos. Aaron Rudner…………………………………………………………….…..10

Libras e o Atendimento ao Surdo na Atenção Primária. Rebeca


Jordão………………………………………………………………………………………..……….19

Libras na Assistência à saúde da Comunidade Surda e Surdocego. Emanoela Bezerra


Araújo……………………………………………………..…………………………………….……21

Os desafios comunicacionais do Fisioterapeuta frente ao paciente surdo. Rogério


Timóteo……………………………………………………………………………………………….22

A importância da promoção ao atendimento do paciente surdo. Igor Jambeiro ………24

Mesa Redonda: Acessibilidade em Libras /Direito Linguístico: um olhar para a


inclusão social do surdo. Cristiane Pereira, Jorlúiza Alves, Gabriel Gollyjewski, Sylvia Lia
Grespan …………………………………………………………………………………………..…25

PARTE II - PRODUÇÃO CIENTÍFICA: ARTIGOS ……………………………………31


Libras na Assistência ao cliente surdo e surdocego, durante a pandemia da
COVID-19: relato do caos comunicacional na saúde. Emanoela Bezerra de Araújo
………………………………………………………………………………………………………...32

Acessibilidade em Libras/ Direito Linguístico: um olhar para a inclusão social do


surdo. Gabriel Gollyjewski da Silva, Patricia Barth Radaelli, Marcos Pretto, Clicelia Coutinho
de Oliveira ………………………………………………………………………………………...…46

PARTE III - PRODUÇÃO VISUAL: SLIDES …………………………………………...58

Slides das palestras. Rebeca Jordão, Emanoela Bezerra Araújo, Rogério Timóteo, Igor
Jambeiro, Cristiane Pereira, Jorlúiza Alves, Gabriel Gollyjewski, Sylvia Lia Grespan ……..59
PARTE I

Produção Acadêmica
Palestras 1

1
Transcrição das palestras por Tatiane Militão Docente de Libras (UFF)
“A atuação do intérprete da Língua de Sinais Americana no
contexto da saúde com pacientes surdos''

Aaron Rudner2

[...] É realmente uma grande honra estar aqui presente. Iniciei minha fala em
Libras porque eu acredito que é importante que palestras sobre a comunidade surda
e sobre Libras sejam apresentadas na língua de sinais sempre que for possível. No
meu caso, possuo como: L1, o inglês; L2, português; L3, Libras. Assim, para mim
fica um pouco difícil falar fluentemente para um grupo tão misturado e utilizando a
língua brasileira de sinais. Portanto, peço desculpas aos surdos em presença aqui
hoje. Pois, creio que a maneira mais acessível de me comunicar com vocês hoje é
através da língua portuguesa com a competente interpretação dos nossos parceiros.
Obrigado Gustavo e Tiago por seus esforços. Obrigado a professora Gildete que é
uma grande amiga de muitos anos e eu fico extremamente lisonjeado em estar
presente na abertura deste evento sobre Libras em saúde.

Neste contexto, explico que minha forma de ensinar é compartilhar em uma


conversação entre amigos. Sou intérprete desde 1980, todos os erros possíveis já
cometi, e tenho compromisso em criar um espaço seguro para os alunos de
interpretação, intérpretes, professores-intérpretes, professores, médicos, dentistas,
entre outros da área de saúde que saibam a língua de sinais. [...]

Neste primeiro momento, apresento (i) como funciona a saúde em língua


americana de sinais (ASL). No segundo momento vou (ii) esclarecer sobre
tridimensionalidade, quadridimensionalidade de Libras e a linearidade da língua
portuguesa. Já no terceiro momento vou (iii) mostrar por meio de um vídeo um
exemplo de interpretação médica realizada por um intérprete que é surdo o
“Nayson” que mora no Canadá.

2
intérprete internacional de língua de sinais na área médica.
Observo que no Brasil, foi costume durante muitos anos pedir ao paciente
surdo que viesse a consulta médica com parente ou um amigo que soubesse a
língua de sinais. Assim, por vezes, essa pessoa seria parente e/ou um voluntário,
alguém da igreja que o fosse acompanhar.

Nos EUA em 1972, houve uma Lei do governo federal que dispõe que
qualquer instituição pública ou privada que recebe dinheiro do governo federal
precisa ser acessível para pessoas com deficiência. Esta Lei ainda ainda está em
vigor. Mas em 1992, publicou-se outra lei voltada para os americanos com
deficiência. É um tipo de Estatuto da pessoa com deficiência e a estrutura dessa lei
é diferente da Lei nº 13.146/2015 no Brasil.

Saliento que os Estados Unidos é um país com sistema de saúde que não é
público. A saúde nos EUA é particular. Porém, há uma carteirinha de plano de
saúde que é do governo na qual este paga aos hospitais para prestar serviços às
pessoas necessitadas. Assim, geralmente todo mundo tem acesso à saúde. Mas é
uma saúde da rede particular porque não existe uma rede pública.

(i) O atendimento de língua americana de sinais (ASL) em saúde

Neste sentido, cabe às instituições de saúde oferecer acessibilidade às


pessoas com deficiência. Cujo os custos para promoção da acessibilidade cabe ao
governo. Portanto, jamais o paciente surdo pode ser cobrado uma taxa extra para
ter intérpretes de língua de sinais presente.

Dessa forma, será o hospital responsável por encontrar intérpretes


qualificados no intuito de tornar a experiência hospitalar acessível para as pessoas
com deficiência auditiva, surdos etc, bem como, pessoas com outros tipos de
deficiência que teriam diferentes tipos de adaptação.

Sabemos que os Estados Unidos é um país que tem uma população muito
diversa, pessoas do mundo todo emigram para este país. Todavia, já ocorreu nos
hospitais as práticas do uso de intérpretes de línguas orais, como: árabe, espanhol,
e outras. Por isso, entendo que atos de interpretações e traduções neste país nunca
foram estranhos em ambientes de saúde.

Atualmente, o advento da tecnologia proporciona a video-interpretação, ou


seja, interpretação remota. Estas práticas de tradução, por exemplo, são realizadas
através do uso de telefone. Por este motivo, os médicos e profissionais da Saúde
foram acostumados com o uso de um dispositivo que possibilitasse a interpretação
para pessoas estrangeiras quando não há disponibilidade de um intérprete
presencial. Estes usam o telefone que tem dois ganchos. Assim o paciente fica com
um e o médico fica com outro, no meio, há um intermediador intérprete da língua
estrangeira.

Neste contexto, há línguas que não são tão comuns, como: húngaro ou
dialetos africanos, haitiano etc., nestas situações são realizadas chamadas para
interpretação de telefonia. No entanto, às vezes, são utilizadas interpretações por
vídeo. Ocorre que para os surdos a interpretação por vídeo tem sérias limitações e
em geral aqui nos Estados Unidos muitos se recusam a este tipo de comunicação
para atendimento.

Pois é uma tela plana na qual não há interação e o paciente pode sim
deslocar-se de lugar para outro como: se locomover dentro da unidade, no posto de
saúde, no hospital, e logo depois sair para radiologia ou ir para farmácia com seu
tablet ou dispositivo de vídeo.

Porém, não são todos os lugares que o dispositivo pode acompanhá-lo como
um tradutor intérprete presencial faria na intermediar a comunicação com todos ao
seu redor. Tal circunstância deixaria o paciente surdo com uma sensação de calma,
de melhor preocupação.

Eu peço para as pessoas ouvintes, tanto profissionais da saúde quanto


intérpretes: ao imaginar o medo, o terror que é estar dentro de uma emergência no
hospital público ou particular e no Brasil onde todo mundo está falando de forma
oral. Possivelmente você não entende o que estão articulando em outra língua. Para
piorar a situação você é surdo! Provavelmente estão falando sobre você ou
cuidando da sua filhinha, do seu filhinho e você não tem noção do que está se
passando.
Assim, colocar um vídeo pode auxiliar, mas o ideal é o intérprete presencial e
hoje, em 2021, nos Estados Unidos está acontecendo um movimento polêmico no
qual os hospitais querem fornecer vídeo como serviço mais barato e não fornecer
intérpretes presencial, uma vez que, o custo do intérprete presencial é muito mais
alto. Este recebe entre 35 e 70 dólares por hora. O profissional intérprete muitas
vezes está presente 24 horas acompanhando o paciente surdo e trabalhando em
vários turnos, alguns intérpretes se revezam durante o dia e a noite.

Imagine $ 50/h X 24h cada! Vocês podem fazer o cálculo porque se eu


fosse bom de conta eu seria contador e não interprete. Números não é comigo. Mas
é bastante dinheiro pagar uma internação em 10 (dez) dias. Por isso, os hospitais
reclamam do custo.

Já para entrar em uma chamada de vídeo, o médico atende o paciente


rapidinho e desliga o que é pago por minuto. Dessa maneira, pensar a questão da
interpretação por vídeo se é adequada ou não… nós não vamos discutir aqui.

Estes atendimentos podem ser realizados com intérpretes que não são
funcionários do hospital. Pois, existem empresas de interpretação que tem contrato
com as instituições. A unidade de saúde entra em contato para agendar com
intérprete quando há presença de surdos no local.

A empresa de interpretação possui a lista dos intérpretes e faz uma


combinação certa entre o intérprete e o usuário surdo. Os profissionais comparecem
aos hospitais, preenchem uma ficha para a empresa em contrato de interpretação
com a Pessoa Física e o pagamento acontece de duas em duas semanas ou uma
vez por mês, conforme normas pré estabelecidas.

Já em alguns casos os intérpretes trabalham diretamente nos hospitais como


Pessoa Jurídica nas interlocuções, mandam a nota fiscal direto e recebem o
pagamento sem intermediários. Os intérpretes que trabalham com intermediários,
com uma agência ou empresa de interpretação facilita muito a parte de
contabilidade que é responsabilidade das empresas que pagam basicamente o valor
aproximado que os intérpretes recebem da Autonomia.
(ii) A tridimensionalidade de Libras e a linearidade da língua
portuguesa

A linearidade se relaciona com o canal de transmissão de linguagem. Isso


parece uma coisa difícil de entender num espaço de comunicação de língua. Assim,
nos questionamos sobre o que é linearidade? Quando falamos surge uma escuta e
a palavra se divide em elementos de significado, por exemplo: “ Eles retornarão
assim que for possível”. O pronome “eles” referem-se a outras pessoas. No caso de
“retornarão” a ideia de verbo com marcador [ão] no futuro. Já na sentença: “assim
que for possível” ocorre a sequência de três palavras para significação frasal.

Assim, quando escutamos uma frase, significa que cada palavra corresponde
a uma sílaba. Esta não deve conter sílabas concomitantes de 4 (quatro) ou 5 (cinco)
sons ao mesmo tempo. Dessa maneira, observamos linearidade como um
cronograma ou uma linha do tempo; sendo: 01 (um) décimo de um segundo, 2
(dois) décimos de um segundo, 3 (três) décimos de segundo… assim a frase é
distribuída foneticamente ao longo do tempo.

Na língua de sinais a comunicação é estabelecida por meio de um canal


visual, por exemplo: uma xícara com desenhos da escrita em sinais (figura 1).
Observamos a frase em língua portuguesa: “Uma caneca com língua de sinais
escrita nela``. Evidencia-se nesta frase que para falar em português existe uma
sequência linear.

Em Libras apresenta-se o gesto-visual. Dessa forma, para expressar em


sinais a mesma frase utiliza-se o campo visual-espacial simultaneamente [A-B-C
CANECAobjetocilindrico] para demonstrar o significado de um objeto com formato
cilíndrico e alça no qual está impresso as letras em alfabeto manual.

Figura 1 - Caneca imagem visual


Fonte: Libras em saúde (2021)

Podemos afirmar que dentro dos sinais em Libras existem vários elementos
que seriam palavras ou terminações ou preposições. Assim, apresento outro
exemplo de frase em língua portuguesa: “Eu dou a flor para você”. Em Libras
[1sFLOR2s] esta expressão se refere às pessoas do discurso, sendo o verbo [DAR]
direcionado a primeira pessoa singular (1s) e a segunda pessoa singular (2s). O ato
de fala em Libras se liga à direção de quem pronuncia e entrega a “flor”, um objeto
comprido e redondo como é o formato de uma flor atrelado ao movimento que se
inicia em 1s para 2s, dependendo do ângulo muda-se para plural ou terceira pessoa
(3s) do discurso. Portanto, em uma esfera de 360° pontos e 360 possíveis sinais.

A representação frasal em Libras difere da língua portuguesa, uma vez que,


não necessariamente utiliza sequências de palavras em uma ordem sintática.Pois
comunica em 04 (quatro) dimensões: de altura, de largura, de profundidade e na
dimensão do tempo. Ainda citando o exemplo da “flor” na frase em sinais permite
repetição do termo [1sFLOR2s], [1sFLOR2s], [1sFLOR2s] para marcador do gerúndio
como elemento visual.

Vejamos a frase em portugues: “Eu coloco o café dentro da caneca". Para


tradução desta, caso haja, correspondência linear de um sinal para cada palavra
dentro frase, supostamente em Libras, chamamos de português sinalizado.
Portanto, dependendo do nível de português que a pessoa surda possua, dará para
entender ou não. Este tipo de tradução pode ser considerado como um
soletramento.

Vocês devem estar se perguntando o que tem isso relacionado com a


medicina? E na formação de intérpretes médicos? Significa que estes profissionais
devem ter muita atenção às palavras médicas. Pois se você trabalha como
intérprete no Hospital você tem que saber toda terminologia médica. Pensem no
sinal [ANEMIA] eu nem sei se tem sinal de anemia em áreas no Brasil.

Mas podemos falar algo de sentido aproximado, como: [SANGUE FRACO


CÉLULAS VERMELHAS POUCO]. Neste caso, uma explicação linear que quase
todos os intérpretes de Libras competentes iriam fazer. Usar vários verbetes e várias
palavras para comunicar uma ideia de uma forma linear que coincide com um
pensamento da pessoa ouvinte.

No caso de intérpretes CODA3 'S que cresceram com a língua de sinais


porque os pais são surdos. Estes já têm uma concepção visual e às vezes tem o
desafio de falar esses conceitos tridimensionais em forma linear. Embora estes
sejam ouvintes, o pensamento é expresso em Libras. Outros intérpretes só têm o
vocabulário parcial na língua de sinais. Isso é muito importante! Uma coisa que eu
aprendi há pouco tempo.

Nos EUA há uma professora de interpretação muito famosa chamada Beth


Colombo. Ela é CODA, é uma das pessoas que têm realmente analisado a
interpretação de forma minuciosa. A professora revela que a maioria dos
intérpretes, não são intérpretes. Explica que estes têm o vocabulário e vão
substituindo os termos para atender uma mensagem. Assim, quando o surdo está
numa consulta médica com a interpretação linear ele fica um pouco na dúvida do
que está acontecendo.

Uma vez, no hospital cheguei e a surda estava grávida. A gravidez era de


risco. A equipe declarou que ela tinha um problema de filtração de sais dentro do
fígado e que teria que fazer o parto cesariano imediatamente ou iria perder o filho. O

3
CODA é a sigla para “Children of Deaf Adults”, ou seja, criança ouvinte com pais surdos
(Sousa, 2012; Streiechen; Krause-Lemke, 2013; Melo, 2015; Vargas et al., 2016)
que ela entendeu?! Que ela comeu muito sal, portanto eles iriam retirar o fígado e
que a criança morreria no parto.

Dessa forma, podemos verificar que ocorreu o entendimento parcial da


mensagem, devido a essa interpretação linear. Sobre o sinal de [FÍGADO] será que
ela sabe que é o fígado? Ou será que ela sabe que o é um parto natural? Um
conceito sem o intérprete dizer [PARTO NATURAL] com portugues sinalizado ou a
esta tradução [NASCER-PARTO] sinalização em Libras. Será que cabe a pessoa
surda ter noções adequadas da Biologia para saber que natural significa não fazer
cirurgia?

(iii) Um exemplo de interpretação médica realizada por um


intérprete que é surdo

A tridimensionalidade é imprescindível. Então em vez de se preocupar com o


vocabulário de cada sinal para representar uma palavra. Nós como intérpretes
precisamos ter conhecimento adequado do procedimento médico ou do diagnóstico
para a transmitir isso visualmente. Um exemplo, “cateterismo coronário” é quando
eles colocam um tubinho dentro da virilha indo até o coração para encontrar
possível a obstrução. [...] é o bloqueio dentro de um vaso sanguíneo no qual o vaso
fica fechado e o sangue não consegue passar.

Na figura 2, eu vou mostrar para vocês um exemplo de vídeo que explica a


trilogia do pulmão e isso vai ficar sem tradução. Mas é um ótimo exemplo de como
fazer uma explicação médica utilizando a comunicação em todas as dimensões ele
usa alguns sinais que talvez vocês não conheçam [..]

Figura 2 - Sinais em dimensões


Fonte: Libras em saúde (2021)

Os surdos ou pessoas que são fluentes em Libras pergunto para vocês


quanto você entendeu? Eu aposto que entenderam 90%! Porque muitos sinais
apresentam-se em dimensões e outros 10% de sinais servem para transmitir a
informação. O vocabulário apresentado precisa ser entendido para transformar esse
significado numa mensagem visual e depois passar em sinais. Para tal é necessário
entender o significado das palavras e também como funciona um pulmão, como
funciona o coração, o que é uma cateterização e como é a amígdala dentro da
garganta.

Acredito que no curso da UFF é tratado todos esses temas de como


funciona o corpo humano e depois passar para Libras. Pois, devemos priorizar o
entendimento do usuário surdo. É preciso em todas as interpretações escutamos
uma mensagem, visualizamos a mensagem; assim sinalizamos o que se vê e não o
que escutou. Ao contrário desta versão o surdo sinaliza, o intérprete visualiza o que
está falando e verbaliza em português coerente.

Para interpretação é importante estabelecer a tríade: conhecimento sobre


Saúde, o conhecimento de Libras e a capacidade para interpretar. Se você tem o
desejo de escutar alguma coisa e soletrar porque não sabe o que significa. Imagine
se você não sabe o que significa! Nesse momento é hora de você pedir
esclarecimento e perguntar ao profissional o que é isso?

[...] se a pessoa não sabe nada sobre saúde, se não tem uma noção de todos
os atendimentos médicos que o paciente tem na vida toda até agora. É a primeira
vez que este tem atendimento com intérprete, provavelmente o surdo nem sabe o
que aconteceu com ele mesmo durante esse tempo todo. Esse é o desafio da
interpretação médica: ser uma pessoa com conhecimentos de anatomia e saúde em
Libras e interpretação com a diferença da linguagem linear para a linguagem
multidimensional.

“Libras e o atendimento ao surdo na atenção primária”

Rebeca Jordão4

[...] A temática abordada é sobre as Unidades Básicas de Saúde, pois


sabemos da relevância desse atendimento inicial no qual é a porta de entrada na
questão de atenção e dos cuidados à saúde. Conforme, introdução a atenção
primária (figura 3) também é necessária no atendimento ao surdo.

Para avançarmos nesta reflexão, realizamos os seguintes questionamentos:


O que é atenção primária? Qual o papel e relevância do Sistema Único de Saúde
(SUS) para as pessoas? O SUS tem importância? É relevante?

Tal questionamentos nos leva a percepção de que durante o momento


pandêmico este sistema foi responsável por abarcar as demandas da população
brasileira, por isso se torna relevante. Dessa forma, é necessário pontuarmos que
devemos valorizar o Sistema Único de Saúde.

Figura 3 - Atenção Primária

4
Intérprete de LIBRAS da Câmara Municipal de Fortaleza, docente e enfermeira.
Fonte: Libras em saúde (2021)

O SUS é dividido em níveis, aqui exemplificados através de pirâmide, sendo


os três primeiros níveis são os que apresento nos slides. Porém, os aspectos a
serem discutidos serão sobre a atenção primária e secundária. Já a atenção
terciária será apresentada em outro momento.

Na atenção primária apresentamos a premissa de um posto de saúde, uma


Unidade Básica de Saúde (UBS). Pois, geralmente é o local próximo das
residências, dessa maneira este ambiente representa o primeiro contato do
paciente. Assim, os surdos irão procurar o atendimento nesta unidade quando surge
uma patologia ou uma doença e por este motivo a UBS se torna tão relevante.

Já a atenção secundária é voltada para a questão da dos serviços


especializados, em nível ambulatorial e hospitalar. Pois, há hospitais específicos
que tratam a respeito do parto, em detrimento das questões de gravidez a questões
familiares, etc. Aqui vamos nos vincular aos serviços hospitalares, aos serviços
ambulatoriais em níveis de complexidade.

Observamos que a atenção primária possui um desenho orgânico, na qual


que existem ações, prevenções. Todavia, principalmente, voltado para o
atendimento igualitário devido suas especificidades, pois sabemos que há
idiossincrasias das populações, das pessoas em si que recebem esse atendimento.
Embora, não podemos afirmar que é o mesmo atendimento, mesmo que haja
o princípio da equidade. A atenção primária tem o objetivo de propiciar esse
acompanhamento tanto nas fases da infância, tanto na fase adulta, uma vez que, o
público alvo é multifacetado [...]

“Libras na assistência à saúde da comunidade surdocega”

Emanoela Bezerra Araujo 5

[...] A saúde é um direito de todos, uma obrigação do governo assegurar este


direito. O SUS por meio da Lei prevê a assistência à saúde [...] Na pandemia
aconteceram algumas situações que foram difíceis neste período pela utilização das
máscaras de proteção. A sociedade toda usando esta máscara e assim a boca
ficava invisível aos olhos dos surdos que fazem a leitura orofacial muito importante
para esta população.

Observa-se assim, a importância da utilização da máscara e a comunidade


surda que necessita realizar esta comunicação orofacial (figura 4). Neste processo
existem várias divergências e os surdos também perceberam que a expressão facial
é muito importante. Pois é uma forma de comunicar comparada a entonação da voz.

Figura 4 - Uso de máscaras na pandemia

5
Enfermeira do trabalho, bilíngue Portugues - Libras
Fonte: Libras em saúde (2021)

Atualmente com o uso da máscara é impossível a compreensão das


expressões faciais. É uma regra? E agora o surdo que possui dificuldade de leitura
e escrita? O surdo que não é oralizado o que vai acontecer com ele? Pois, nem
todos os surdos têm domínio da língua portuguesa e dessa forma se torna inviável a
comunicação.

Os profissionais de Libras e da área da saúde que estão na luta em prol de


acessibilidade auxiliam também no ensino para esta área. Porém, é necessário
abrir-se a respeito da comunicação, saber que nossa responsabilidade [..]

“ Os desafios comunicativos do Fisioterapeuta frente ao paciente


surdo''

Rogério Timóteo6

6
Tradutor e intérprete de Libras na Universidade Federal do ABC, Especialista em
Fisioterapia em Clínica Médica pela UNIFESP/EPM.
[..] No Encontro de Libras em saúde de duas grandes áreas, não há como
não pensar nos mais de 565 mil mortos pela COVID-19. Assim, como em tantas
pessoas próximas, nossos entes queridos: a nossa solidariedade, o nosso abraço e
que Deus os conforte neste momento.

Em agosto de 2021 podemos colaborar com um “Encontro” sobre toda a


gama que a língua de sinais e a saúde se insere [..] Este "encontro'' inicia uma
convergência e simultaneidade no sentido de trabalhar juntas as áreas para nossa
sociedade [...]

Dessa forma, nós estamos avançando no sentido de trazer áreas, que por
vezes, não se comunicavam. Atualmente, inclusive com esta fala, entendemos que
é possível. Abordaremos então, sobre os desafios comunicacionais do fisioterapeuta
frente ao paciente surdo.

[...] Há necessidade de um diálogo entre a área da fisioterapia e da


interpretação em língua de sinais para que a comunidade surda que nos prestigia e
participa desse evento, tenha a comunicação da melhor forma e os conceitos que
são ofertados a eles com excelência através da língua de sinais.

Figura 5 - O encontro de áreas


Fonte: Libras em saúde (2021)

[...] Nestas duas grandes áreas: fisioterapia e surdez. [...] É interessante que
nas duas imagens da figura 5: a primeira há um raio e na segunda há um corte.
Estes dois traços representam a questão da construção imagética. Pois, tanto a
logo em fisioterapia com a ideia da velocidade do raio, quanto o traço no meio da
logo da surdez focam em um ponto. Assim, quando estes pontos podem se
convergir em um “encontro” conseguimos iniciar a nossa fala. A fisioterapia, sendo
uma ciência de promoção em saúde do bem-estar e qualidade de vida e a surdez,
que chega ao fisioterapeuta para que tenha uma simbiose no tratamento. Como isso
se estabelece? [...]

“A importância da promoção do atendimento ao paciente surdo''

Igor Jambeiro7

[...] o surdo é paciente em todos os lugares, não apenas nos hospitais. Pois,
o surdo é rotulado, ou seja, este é diagnosticado como surdo por médicos,
enfermeiros, advogados, professores e sociedade em geral. A sociedade olha para
o indivíduo com perda auditiva e já apetece o diagnóstico: surdo. Assim,
transformamos o surdo em uma pessoa doente porque queremos curar a surdez
deste.

Dessa forma, naturalizamos esta atitude, precisamos mudar isso! [...] dentro
do contexto de saúde e no atendimento a pessoa surdo acreditamos que inserir o
intérprete neste ambiente é o suficiente para um atendimento qualificado, por vezes,
terceirizamos a nossa responsabilidade de inclusão do paciente como se esta fosse
exclusiva do governo [...]

7
Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Vale do São Francisco- UNIVASF/
Intérprete de LIBRAS.
“Acessibilidade em Libras/Direito Linguístico: um olhar para a
inclusão social do surdo”

Sylvia Lia Grespan8

[...] Por que é importante aprender Libras? As pessoas relatam ; “eu nunca
vejo surdos”. Mas o último censo em 2010 revela que há 9,7 milhões de pessoas
com deficiência auditiva no Brasil. Esta é uma quantidade considerável de pessoas,
sim. Por este motivo, é importante aprender Libras, é Lei e os surdos têm direito.

Figura 7 - Os surdos no Brasil

Fonte: Libras em saúde (2021)

8
Pedagoga, doutoranda em Linguística na USP
Pois, está mais que provado e estabelecida a importância das línguas de
sinais. Eu acredito que está na hora de todos aceitarem e continuarem essa
discussão [...]

A Lei 10436/2002, entre outras coisas dispõe sobre a garantia do direito de


acesso à saúde da pessoa com deficiência auditiva aos Serviços de Saúde e o que
estas têm direito. Dessa forma, percebo que as pessoas surdas têm o direito mas
eu não vejo isso acontecer na prática.

Observa-se, por exemplo, pelo Brasil oferta de cursos de 20 horas de Libras,


mas isso se torna inviável para ensino de qualquer língua. Nós surdos queremos
profissionais de saúde que saibam língua de sinais para conseguir se comunicar e
não para virar intérprete.

Assim, não preciso que a enfermeira seja a intérprete. Pois, já há pessoas


que realizam estes estudos, com: preparação de voz, treinamento de expressões
corporais e faciais, fluência, etc.

Porém, é necessário que os profissionais da saúde consigam se comunicar.


Sabemos que 20h de curso de língua não é suficiente para o profissional que
precisa [...]

Cristiane Pereira9

[...] A especialidade ortodontia pode se comunicar com as pessoas surdas e


coletar as informações que são necessárias para entender bem o que está
acontecendo com o cliente e indicar o melhor tratamento. Para realizar um
diagnóstico adequado é necessário descobrir exatamente o que aquela pessoa tem
e assim, oferecer orientações específicas, como: se alimentar, fazer a escovação
dos dentes, etc e tudo isso faz parte do diagnóstico.

9
Cirurgiã Dentista
Mas se o profissional não consegue se comunicar com a pessoa surda, se
falta conhecimento de Libras é muito difícil conseguir fazê-lo. Assim, a primeira
coisa que um profissional deve fazer quando recebe essa pessoa surda é identificar
se essa pessoa consegue escrever ou o tipo de perfil dela.

Atualmente, os atendimentos na época de pandemia mudaram bastante.


Pois, antigamente nós não usávamos máscara para fazer a primeira comunicação,
uma vez que, precisamos estar de máscara o tempo todo.

Figura 8 - Acessibilidade em Libras

Fonte: Libras em saúde (2021)

Sobre a comunicação, o procedimento que utilizo é sempre sentar de frente


para a pessoa surda, baixar a máscara para que eu possa me comunicar e depois
colocar a máscara novamente, quando a pessoa me responde ela baixa a máscara
fala e coloca máscara; sucessivamente.

Dessa forma, este tipo de procedimento é importante. Pois, pelo menos uma
das pessoas deve estar com a máscara, cobrindo o nariz e boca. Esta é a parte a
primeira parte do atendimento para seguir um protocolo nas rotinas de segurança
[...]
Gabriel Gollyjewski10

[...] O direito por Lei garante o atendimento público pelo Sistema Único de
Saúde (SUS). Este, emana da Constituição de 1988. Ainda neste sentido existe a
Lei 10.436 que reconhece a Língua Brasileira de Sinais em 2002 e possibilita o
direito linguístico do surdo [...]

Já o Decreto 5626/2005 explicita que a inclusão se faz necessária e que a


comunicação deve ser em Libras. Dessa forma, a Libras é um direito de acesso à
saúde é muito importante essa questão. Pois, precisamos e temos o direito à
prioridade no atendimento.

Assim, afirmo que não devemos aceitar situação de preconceito nos


atendimentos do SUS. Em todos os lugares do Brasil não devemos aceitar a
desigualdade! Porque o SUS nos permite, enquanto seres humanos, atendimento
universal e igualitário.

Sobre o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) que organiza as


profissões e em todo o Brasil. O que o Conselho Federal faz? Este realiza
pesquisas com amparo legal e diz que não aceita discriminação. [...] o COFEN
cobra ética e exige o respeito de forma igualitária.

Dessa forma, observo que há estratégias de comunicação possíveis. Mas


faltam profissionais intérpretes qualificados. Por isso, faço uma pergunta para vocês
refletirem: Será que ter proficiência em Libras sem conhecimento em saúde garante
um bom atendimento?

Figura 9 - Proficiência em Libras sem qualificação em saúde?

10
Téc. e Acadêmico de Enfermagem
Fonte: Libras em saúde (2021)

No entanto, a Lei garante o atendimento em Libras mas não garante que o


profissional seja preparado na área da saúde ou que seja de fato qualificado para o
trabalho no hospital [...]

Jorllúzia Alves 11

Muito obrigada! É maravilhoso estar neste evento, debatendo o tema Libras


em saúde tão importante para comunidade surda. Meu nome é Jorllúzia, sou
formada há 2 anos, surda profunda [...] comecei a trabalhar com pilates e a dona da
empresa de fisioterapeuta conhecia: a comunidade surda, os professores surdos, a
língua de sinais, pessoas surdas e eu não. Ela me aceitou para começar a trabalhar.

Assim, por conta desta situação fiquei imaginando sobre várias empresas do
país que, possivelmente, faltam informações sobre a comunidade. [...] durante muito
tempo enviei meu currículo para diversas instituições, e fiquei esperando a resposta.

11
Fisioterapeuta e Instrutora de Pilates
Esta resposta geralmente era: “Gostei do seu currículo!” em seguida a
pergunta: “Qual o nível da sua perda auditiva”? “Você é oralizada”? “Você consegue
se comunicar com idoso”? Eu respondia: “Eu sou surda profunda, não sou oralizada
e eu tenho sim capacidade de comunicar com os idosos”. Dos e-mails enviados e
não recebi resposta até hoje. Pois, as pessoas não têm informação, não têm o
conhecimento que é necessário [...]

Figura 9 - Surdo Fioterapeuta

Fonte: Libras em saúde (2021)

Continua em…

https://www.youtube.com/watch?v=PeUJfjmfTfs&list=PLc-GP65s0jGbBBEw1g9HDQ
cSvC7q_GWO9
PARTE II

Produção Científica
Artigos
LIBRAS NA ASSISTENCIA AO CLIENTE SURDO E SURDOCEGO, DURANTE A
PANDEMIA DA COVID-19 RELATO DO CAOS COMUNICACIONAL NA SAUDE.

Libras in assistance to deaf and deaf-bind customers during the covid-19 pandemic report of
communicational chaos in health.

Libras en asistencia a clientes sordos y sordociegos durante el informe de pandemia covid-19 de


caos comunicacional en salud.
1
* Emanoela Bezerra de Araújo

Resumo: Esse artigo buscou nortear profissionais da Enfermagem acerca de uma revisão da
normatização de assistência necessária para atender usuários surdos e surdocegos, evidenciando o
caos comunicacional vivenciado durante a pandemia de Covid-19. Metodologia: Relato de
experiência de natureza exploratório-descritivo, visão crítica construída após 400 atendimentos na
modalidade remota virtual através de vídeo chamada durante o período pandêmico. Os dados foram
coletados por meio de grupo focal e apreciados mediante a análise temática de Minayo (2014).
Resultado: Os principais achados são evidências do quanto a impraticabilidade comunicacional é
imperceptível por parte dos profissionais da enfermagem, o que, consequentemente, causa uma
experiência problemática, frustrante e traumática para os usuários surdos e surdocegos, que possuem
inúmeras garantias legais que assegurariam assistência adequada através de profissionais da saúde
qualificados e habilitados para atendê-los. Garantia esta constituída por Lei. Conclusões: A
enfermagem exerce um papel crucial no atendimento, na triagem e na coleta de informações
essenciais para a conclusão do diagnóstico e administração de fármacos. Neste contexto, a
comunicação deve ser irrevogável e eticamente responsável, para obtenção da assistência de
qualidade e digna. Para tanto, é imprescindível que os profissionais de enfermagem possam ser
capacitados para assistir às comunidades surdas e surdocegas, o que reflete a vulnerabilidade da
população aqui mencionada, durante pandemias e desastres naturais.
Palavras-chave: Assistência de Enfermagem, Pandemia,Comunicação, Lei Brasileira de Inclusão.

Abstract: This article aims to guide Nursing professionals to a review of the standards required to
assist deaf and deafblind users, exposing the communicational chaos experienced during Covid-19
pandemic. Methodology: Report of exploratory-descriptive experience. A critical view based on 400
medical services provided through video calls. Data were collected from a focus group and analyzed
using Minayo's thematic analysis. Result: The main findings are evidence of how imperceptible is the
communicational impracticality on the part of nursing professionals, what, consequently, causes
problematic, frustrating and traumatic experience for deaf and deafblind health care users, who, by
the way, have legal guarantees that would supposedly ensure adequate assistance through qualified
health professionals to assist them. Conclusion: Nursing plays a crucial role in care, in screening and
in collection of essential information for the diagnosis and administration of drugs. In this context,

1 Colégio Pedro II (CPII), Rio de Janeiro - RJ. *E-mail: enfa.tils.humanizasaude@gmail.com


communication must be irrevocable and ethically responsible in order to provide quality and dignified
assistance. Therefore, it is essential that nursing professionals can be trained to assist deaf and
deafblind communities, which reflects the vulnerability of the mentioned population, during
pandemics and natural disasters..
Keywords: Nursing Assistance, Pandemics, Brazilian Inclusion Law.

Resumen: Este artículo buscó orientar a los profesionales de Enfermería en una revisión de la
estandarización de la asistencia necesaria a los usuarios sordos y sordociegos, mostrando el caos
comunicacional vivido durante la Covid Pandemia 19. Metodología: Informe de una experiencia
exploratoria-descriptiva, una mirada crítica construida después de 400 videollamadas. Los datos se
recopilaron a través de un grupo de enfoque y se evaluaron mediante el análisis temático de Minayo.
Resultado: Los principales hallazgos que muestran hasta qué punto la impracticabilidad
comunicacional es imperceptible por parte de los profesionales de enfermería y provoca una
experiencia problemática, frustrante y traumática para los usuarios sordos y sordociegos, quienes
cuentan con numerosas garantías legales que aseguran una adecuada asistencia a través de
profesionales de la salud calificados para atenderlos. Conclusiones: La enfermería juega un papel
crucial en el cuidado, en el cribado, en la recolección de información esencial para la conclusión del
diagnóstico y administración de medicamentos. En este contexto la comunicación debe ser
irrevocable y de responsabilidad ética, para que se pueda obtener una asistencia de calidad y digna.
Para eso es fundamental que los profesionales de enfermería puedan capacitarse para asistir a las
comunidades sordas y sordociegas, reflejando la vulnerabilidad de la población aquí mencionada,
durante pandemias y desastres naturales.
Palabras clave: Asistencia de Enfermería, Pandemias, Ley de Inclusión Brasileña

INTRODUÇÃO

Ser Enfermeira, sem sombra de dúvida, nunca foi um trabalho leve ou mesmo um trabalho
valorizado. No entanto, em tempos difíceis é a enfermagem que enfrenta de frente a morte, de forma
destemida. Dentre tantas habilidades que esse ofício possui, destaca-se a comunicação, ferramenta
invisível e indispensável no acolhimento, identificação, coleta de informação, procedimentos,
consentimentos, tomadas de decisão, participação e humanização. Impossível imaginar todos esses
quesitos sem adequação comunicacional. Mas será que durante sua formação o profissional de
enfermagem é preparado para atender a todos realmente?

A Constituição Federal de 1988 afirma em seu art. 196 que “Saúde é um Direito de Todos e
um dever do Estado” (BRASIL, 1988). Outra base fundamental que fomenta e fortalece o quesito
comunicação em saúde, a Lei nº 8.080/90 que institui o Sistema Único de Saúde, enaltece a
comunicação e a destaca como princípio ético no exercício da enfermagem (BRASIL, 1990).
O Brasil vive tempos obscuros com a chegada do novo Coronavírus (SARS-CoV-2),
causador da Coronavirus Disease 2019 (COVID-19). Para muitos, o carnaval ainda era vivido quando
o primeiro caso foi notificado, trazendo mudanças catastróficas. Com orientações de isolamento
social radical, a enfermagem se vestia com uma “armadura” impermeável (máscaras, luvas, protetores
faciais), recebendo cada vez mais novos casos. Nos plantões perdia-se mais e mais pacientes isolados
de seus familiares.

Em 2002 foi publicada a Lei 10.436/02 que proclamava a Libras como segunda língua
Brasileira. Era então chegada a hora dos surdos e surdocegos se tornarem visíveis socialmente e
compreendidos como parte da população que também seriam utentes do Sistema Único de Saúde e
usuários diretos da prestação de serviço de enfermagem.

Durante a pandemia, uma enxurrada de terminologias médicas e científicas eram utilizadas


para descrever a situação sanitária e as orientações fornecidas a uma parte da população, exceto às
comunidades surda e surdocega, que ainda dependem de leis que tornem obrigatório algo simples
como compreender a importância da comunicação em Libras no processo da saúde, já representada
nas bases das diretrizes e normatizações do serviço profissional da enfermagem. Isso reflete a
realidade vivenciada no atendimento específico à população surda e surdocega durante a pandemia
do novo Coronavírus.

Por um lado, é compreensível a exaustão laboral vivida pela enfermagem, por outro lado a
exclusão comunicacional assusta e sufoca silenciosamente uma parte da população, que parece viver
de direitos invisíveis por parte do governo e, consequentemente, da sociedade e da saúde.

Relato de Experiência

Com o Brasil em meio a uma pandemia, a todo tempo surgem informações, novas notícias em
plantões jornalístico, internet, todas as atenções voltadas ao combate de um inimigo biológico
invisível e silencioso que em pouco tempo ceifou a vida de milhares de inocentes.

Nesse mesmo cenário, uma parte da população composta por pessoas surdas e surdocegas,
destacadas e negligenciadas em todos os aspectos comunicacionais, ficam impedidas de terem acesso
à informações concernentes à prevenção, cuidados e sinais sintomatológicos. Com perguntas sem
reposta, indagações, carregadas de medo e insegurança. Nesse sentido, evidencia-se as principais,
como: Qual nome correto, Coronavirus, Covid-19 ou SarCOV? O que tudo isso significa? O que é
pandemia? Por que quarentena? Quanto tempo corresponde a uma quarentena? Isolamento social?
Qual importância de tanta higienização das mãos? O que eu sinto é gripe ou Covid-19? Quais
hospitais posso procurar? As enfermeiras podem retirar as máscaras para eu fazer leitura labial? Como
vou conseguir entender sem ver as expressões faciais? Se for necessário eu ficar internado, como se
comunicarão comigo?

O Governo Federal anunciou que seria implantada uma central de atendimento em Libras para
pessoas surdas:

(...) oferta de chat online e atendimento em Língua Brasileira de Sinais (Libras) pela
Central Única de Atendimento da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, que
reúne os serviços oferecidos pelo Disque 100, ligue 180, site e aplicativo Direitos
Humanos Brasil (...)

"A Ouvidoria apresenta dados e diz que as pessoas com deficiência estão em quarto
lugar em relação a registro de violação de seus direitos. Hoje, as pessoas podem ser
atendidas no chat ou por videochamadas. O atendimento não é feito por robô, é feito
por humanos que darão atendimento adequado, de acordo com a emergência das
pessoas com deficiência naquele momento, seja um tipo de violência, uma violação,
um sofrimento ou uma agressão", explicou Priscilla Gaspar secretária nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiência do Governo Federal.

Outra medida que integra a lista de ações é a do lançamento em versão acessível de


documentos oficiais. Dentre eles, a cartilha Direitos Humanos dos Brasileiros no
Exterior no Contexto do Covid-19 e a cartilha Informações sobre o Auxílio
Emergencial, da Caixa Econômica Federal. (AGÊNCIA BRASIL, 2020)

Deu-se início a um mutirão nacional formado por intérpretes de Libras voluntários,


produzindo conteúdos diários acessíveis em Libras. Porém, a falta de domínio e conhecimento
específico no contexto de saúde epidemiológica, com termos específicos da área médica, tornava as
informações ainda incompreensíveis, mesmo sendo transmitidas em língua de sinais. As informações
detalhadas, infelizmente, eram transmitidas através de soletração manual (datilologia), ou seja, sem
informação coesa. Exemplificando: datilologia de C-O-V-I-D -19 sem a explicação do que isso viria
a ser, é incompreensível para a pessoa surda e ou surdocega, da mesma forma que a informação
legendadas.
Antes mesmo que a pandemia tomasse proporções desenfreadas no Brasil, por volta do mês
de fevereiro, foi solicitado a produção de vídeos e conteúdos explicando termos e trazendo
informações sobre a patogenicidade do agente infeccioso, nesse caso, do novo Coronavírus.
Com uma irmã surda, amigos surdos e surdocegos, a autora percebeu a necessidade moral de
atender às lacunas comunicacionais que o governo Federal e os 26 estados brasileiros negligenciaram,
negando o direito linguístico e os direitos humanos, sem garantia e seguridade alguma, a toda essa
população surda e surdocega em diversas inconformidades ilícitas.
Iniciaram-se inúmeras produções de conteúdos visuais com explicação em Libras, como
resposta a inúmeras dúvidas acerca da prevenção, contaminação, sintomatologia, convidando outros
profissionais, como infectologistas, para que, através das mãos da autora, enquanto bilíngue e
intérprete, se pudesse tornar tangível um conteúdo até então vago e disperso. O uso de redes sociais
por uma enfermeira bilíngue com objetivo de tornar acessível informações sobre saúde, sem dúvida
alguma, ganhou visibilidade justificada pela escassez de canais acessíveis para todos os surdos e
surdocegos.
Ser enfermeira possibilita explorar diversas áreas que compreendem a saúde, no entanto, quando
esta profissional é sensível às necessidades de um grupo, ela se debruça a desmiuçar e desmistificar,
aprendendo cada vez mais, buscando meios para promover saúde para aquele público alvo de forma
que se torne vivo o conceito de saúde. Algumas vezes é necessário mergulhar no idioma e na cultura,
então, somente após essa imersão, é possível fazer a fusão entre a experiência e os artigos que
relacionam a assistência de saúde à pessoa surda e às dificuldades oriundas de uma barreira linguística
que se estendendo até os dias de hoje.

É muito normal encontrar pesquisas que abordem a temática da dificuldade comunicacional


entre o profissional da saúde e a pessoa surda, no entanto, poucas são as pesquisas que de fato buscam
solucionar, desconstruir essa barreira invisível tão nociva e arriscada para ambos os lados, ou ainda
evidenciar os êxitos alcançados através da assistência utilizando libras na comunicação. A falta de
acesso, a incapacitação dos profissionais da saúde e a falta de conhecimento dos termos técnicos pelos
profissionais intérpretes de língua de sinais, tornam ineficiente e incrédulo a comunicação, o que
resulta na incompreensão e dúvida, por parte dos usuários surdos e surdocegos. O medo pode
conduzir o indivíduo a não buscar ajuda, ou, até mesmo, desistir do tratamentos. Por outro lado, isso
pode gerar um pensamento tendencioso de que os familiares são os responsáveis integralmente pela
saúde e tomada de decisões dos surdos. Forçando-os a procurar informações de saúde com outros
surdos, na tentativa de desvencilhar-se do real atendimento de saúde sempre tão complexo que expõe
sua intimidade, uma vez que a relação entre enfermeiro e paciente se dá de forma mediada por um
terceiro capaz de traduzir Libras.

Nesse contexto, viu-se o quão pertinente seria procurar o Conselho Regional de Enfermagem
e, mesmo vivendo uma pandemia, sensibilizar a todos de que comunicação é muita mais que
humanização, trata-se de uma questão de habilidade e responsabilidade ética diretamente ligada e
dialogada com parâmetros legais, que são eles;

 Constituição Federal de 1988


 Artigo 8º da Lei nº 7.853 de 24 de outubro de 1989
 Lei nº 8.080 /90 – Sistema único de Saúde – SUS
 Lei Federal nº 8.213 de 8 de dezembro de 1991 - Dispõe sobre os planos de benefícios da
Previdência Social
 Lei nº 13.146 de 6 de julho de 2015 - Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência)
 Lei nº 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000 - Acessibilidade das pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida.
 Decreto nº 9.451, de 26 de julho de 2018 - Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência - Estatuto da Pessoa com Deficiência
 Decreto nº 9.656, de 27 de dezembro de 2018 - Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais
 Resolução 311 de 09 de fevereiro de 2007 - Código de Ética do Enfermeiro
 Lei nº 13.146/15 - Estatuto da Pessoa com Deficiência
 Lei nº 10.048/00 – Acessibilidade e prioridade no atendimento a PCD (pessoa com
deficiência)
Através da publicação realizada em redes sociais pelo Conselho Regional de Enfermagem
(COREN/RJ) e o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), foram recebidas inúmeras ligações
por vídeo chamada, chamadas por voz, ligações de todas as regiões do Brasil. Essas chamadas eram
feitas por pessoas que, cientes do vídeo publicado e com fornecimento de informações para contato,
passaram a referenciar esta profissional como “enfermeira consultora de Libras”, atendendo pacientes
surdos e surdocegos de todo Brasil. As equipes utilizavam os vídeos em libras que diariamente eram
postados na rede social @libras_na_enfermagemoficial.

Imagem 1: Página “Libras na enfermagem oficial”


Imagem disponível em: https://www.instagram.com/libras_na_enfermagemoficial/?hl=pt-br

O objetivo era atender às demandas relacionadas a dúvidas e informações, tanto em


atendimentos e contato com enfermeiros e equipe de enfermagem diariamente, desde atendimento de
entrada, denominada triagem, passando pelo informe de internação, participação em comunicado de
notícias difíceis e delicadas, mas, também, participando de notícias emocionantes como o relato a
seguir:
“Olá Dona Maria! A senhora dormiu bem? Eu, seu médico, e as Enfermeiras ‘x’ e
Emanoela, gostaríamos de compartilhar uma notícia do seu interesse e que aguardas
ansiosamente, tenho certeza, bom, nesse papel aqui, eu assino sua alta, a senhora já
pode voltar a sua casa.”

Imagem 1: Informações sobre a Covid 19 em Libras

Imagem Disponível em: https://images.app.goo.gl/AGXXabC7aYe8duEx5

Ser uma enfermeira com habilidades comunicacionais em Libras é viver experiências


diferenciadas que outros profissionais da saúde. Quando a comunicação é limitada e não se respeita
legalmente o direito linguístico dos surdos e surdocegos, torna-se necessária a mediação através uma
enfermeira bilíngue (Português/Libras), enfermeira intérprete, interprete e ou surdo oralizado. Como
podemos ver nas imagens a baixo três modalidades assistenciais onde duas delas, possibilita o
protagonismo do profissional da enfermagem e suas respectivas vantagens, autonomia
comunicacional, garantia de privacidade, assegurando o pudor e intimidade, além da otimização da
assistência baseada em conhecimentos terminológicos e apropriação teórica.
A assistencia medica, medida pelo profissional interprete de lingua de sinais é amplamente utilizada,
contudo durante a pandemia essa acessibilidade em consultas e atendimento hospitalar, o serviço ficou
restrito e limitado a realização atraves de plataformas virtuais, na modalidade remota com utilização de
recursos como, video chamada ou video conferencia. Uma desvantagem significativa dessa atuação é que no
brasil não formação especifica e reconhecida que assegure a atuação desses profissionais em ambito
hospitalar, quando o assunto é plataforma virtual as barreiras podem ser diversas como, a variação linguistica
regional, uso de girias, fatores sociolinguistico, uso de datilologia (soletração manual) para termos medicos
sem sinais em libras, não havendo definição para tais termos, dificuldades relacionadas ao sinal de internet
e declinico visual (baixa visão) por parte do usuario,ressaltando que quem todo interprete de libras esta
habilitado para atuar como guia interprete, por ultimo as desvantagem e desigualdade sociais, que
interferem diretamente e inviabiliza o acesso a esses servicos.

A assistência através de uma profissional bilingue e ou fluente em libras, viabiliza todas etapas
necessárias no atendimento e assistência do paciente surdo e surdocego humanizando de forma
adequada, cliente, seus familiares e amigos surdos e surdocegos, através de comunicação efetiva
garantindo praticidade no atendimento, otimização do tempo na assistência, bem como triagem e em
espaços restritos como unidade de terapia intensiva – UTI, centro cirúrgico, hemodiálise setores como
isolamento, cumprindo assim de forma ética, moral e legal seus deveres enquanto protagonista do
conhecimento e das práticas. Assegurando de forma legitima a autonomia, equidade, liberdade e
participação dos clientes surdos e surdocegos, respeitando critérios como direito e segurança do
paciente, contudo para que isso seja visto e normalizado deve ser iniciado nos espaços de formação,
conhecendo a cultura, variações linguísticas relacionadas ao regionalismo, deve ser compreendido as
diversidades incorporadas a essas comunidades, levando em conta faixa etária, gírias, diversidade
socioeconômica, desmistificando e desconstruindo a ideia, que todo surdo é oralizado ou que todo
surdo seja fluente na leitura e escrita em português, sabe-se que a disciplina de libras oferecida na
modalidade optativa com baixa carga horaria é inadequada, basicamente uma apresentação do que
viria a ser de fato as praticas ligadas a assistência em libras.

A assistência personalizada e efetiva, é marcada pelo protagonismo surdo, no atendimento a


seus pares identitários, garante inúmeros benefícios, apropriação linguística, bem como gírias,
costumes, fatores culturais, habilidades na comunicação com diversos níveis sociais e internacionais,
um profissional surdo que compõe o quadro da enfermagem é na verdade um interprete surdo, um
conhecedor que compartilha e ensina naturalmente a língua a seu coletivo nas rotinas da assistência,
na elaboração de abordagem, conduta, administração de medicamento, formulação e planos de
assistência.
A descrição mais coesa para as duas últimas imagens apresentadas a cima, como as
assistências apresentadas, é a supremacia e excelência do atendimento assistencial, é a comunicação
efetiva vista na prática de forma exitosa, como previsto na constituição federal de 88, na lei do SUS,
no decreto de acessibilidade, no estatuto da pessoa com deficiência, nas diretrizes de segurança e
direito do paciente, além das diretrizes ética. Tornar uma habilidade comunicacional em uma
expertise é, indubitavelmente, um diferencial, compreendendo tanto a ciência moral quanto o dever
ético, o que não deveria ser algo tão extraordinário, mas necessário de ser abordado em espaços de
formação profissional e acadêmico, possibilitando de fato o olhar holístico e ético, no que tange ao
ordenamento jurídico em vigor.
As redes sociais são ferramentas que possuem alcance incalculável e impossível de ser
dimensionado geograficamente, a página @libras_na_enfermagemoficial, foi idealizada, a partir da
valorosa contribuição crítica da Dra Ana Regina Campello, onde questionara em 2018 “De que forma,
tens colaborado na promoção de saúde da comunidade surda?” Foi a partir daí que autora passou a
utilizar as redes sociais como mídia informativa e que em 2020 através dessa mesma ferramenta que
possibilitou a captação e acompanhamento dessa população no decorrer da pandemia. Ao ser
contatada, iniciava-se o primeiro atendimento, bem como acontece no atendimento presencial, uma
triagem com anamnese, mesmo que de forma remota e virtual. Eram feitas perguntas relacionadas
aos sintomas da síndrome gripal e ou possivelmente o novo Coronavírus, observando atentamente
aos movimentos respiratórios, dispneia, solicitava que fosse mostrado extremidades como ponta dos
dedos, com o intuito de evitar maiores comprometimentos da saúde dessa população, reduzindo a
exposição em centros hospitalares, uma vez que somente casos de suspeita mais graves eram
orientados a procurar o serviço um hospital.
Os pacientes que apresentavam quadro sintomatológico mais grave eram encaminhados para
um centro de referência no tratamento do novo Coronavírus. Paralelo ao encaminhamento, era
realizado o contato telefônico com essas unidades informando que o utente surdo estaria dando
entrada e que esta profissional estaria disponível para assisti-lo em seu acolhimento e internação,
garantindo-lhe boas práticas comunicacionais, respeitando seu direito linguístico e otimizando assim
o trabalho de toda equipe multidisciplinar que o atendia, ciente previamente do quadro de saúde do
paciente surdo.
Em contrapartida, é possível encontrar profissionais da enfermagem que tenham vivenciado
aulas de Libras durante o período de formação. Objetiva-se que o conhecimento e prática linguística
torne-se, por sua vez, necessário e obrigatório durante o período acadêmico ou de formação
profissional, agregando possibilidades comunicativas não apenas com pacientes surdos e surdocegos,
mas, também, pacientes impossibilitados de verbalizar em razão de tratamento, reabilitação ou
comprometimento neurocognitivo.

Poder atender seu utente garantindo-lhe segurança comunicacional representa, assim, colocar
a enfermagem como protagonista da comunicação efetiva, com humanização e equidade na recepção
e tratamento. Faz-se necessário registrar as diversidades existentes nessas comunidades, pois existem
surdos oralizados que necessitam da visualidade dos movimentos faciais e labiais, impedidos, nesse
cenário pandêmico, por razões da obrigatoriedade do uso de máscaras em todo ambiente hospitalar,
inviabilizando a compreensão. Contudo, há surdos utentes exclusivamente da Libras, para os quais a
leitura labial é inócua e sem efeito compreensivo.
Ainda existem surdos em condições de analfabetismo, surdos com baixa visão e surdocegos
compondo uma modalidade linguística diferenciada onde se faz necessária a comunicação através do
contato físico: como a técnica da Libras Tátil, um sistema não alfabético que corresponde à língua de
sinais utilizadas tradicionalmente pelas pessoas surdas mas adaptadas ao tato, através do contato das
mãos da pessoa surdocega com as mão do interlocutor; outra modalidade é o Tadoma, que consiste
na percepção da língua oral emitida, mediante uso de uma ou das duas mãos do surdocego utilizando
geralmente o dedo polegar, indicador e o dedo médio, colocando-os suavemente sustentando a
mandíbula do locutor para compreender o que é falado (SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ,
2020).
Durante o atendimento médico hospitalar, os surdos e surdocegos enfrentam a pior barreira
linguística: a necessidade e exigência do uso da máscara. Este é um fator que gerou enorme
insegurança e medo a esses utentes, a internação em área de isolamento além de UTI sem que seja
possível compreender nada que se passa a sua volta, impossibilitado de ter autonomia sobre sua saúde,
sem compreender os fármacos administrados, se sua evolução tem sido positiva ou negativa, sem ser
comunicado ou ser solicitada sua permissão para tocar seu corpo, indagações comuns aos pacientes
ouvintes e silenciada aos pacientes surdos.
Um estudo feito por Gandra (2019) em conjunto com o Instituto Locomotiva e a Semana da
Acessibilidade Surda revela a existência no Brasil de 10,7 milhões de pessoas com deficiência
auditiva. Desse total, 2,3 milhões têm deficiência severa. A surdez atinge 54% de homens e 46% de
mulheres. A predominância é na faixa de 60 anos de idade ou mais (57%). Nove porcento das pessoas
com deficiência auditiva nasceram com essa condição e 91% adquiriram ao longo da vida, sendo que
metade destes, antes dos 50 anos. Entre os que apresentam surdez severa 15% já nasceram surdos.
Do total pesquisado, 87% não usam aparelhos auditivos.
Nos hospitais, os surdos ficavam sem direito a visita ou acompanhantes e sem acesso à única
ferramenta que lhes possibilitaria informação: o celular. Tomando como partida as reflexões
necessárias, para que haja a prática de humanização no cuidado é necessária a comunicação e
informação. Mas de que forma essa comunicação tem sido realizada? É necessário rever os conceitos
assistenciais e humanísticos prestados à população surda e surdocega.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem é um instrumento normativo que direciona sua
prática para as diversas áreas de atuação, seja na assistência, seja no ensino ou na pesquisa, de modo que se
possa desempenhar uma atividade laboral saudável encontrando em suas entrelinhas direcionamentos para um
agir ético, livre de imperícia, imprudência e negligência. Nesse sentido, é possível concluir que diante do
relato de experiencia, há fundamentos legais e ético que possibilita celeridade para restruturação
curricular, visto que, tais mudanças implicam diretamente na assistência, promoção e educação no
contexto da saúde. O período de formação profissional seja ele técnico ou do ensino superior, deve
garantir a seus alunos educação baseada em normativas em consonância a legislação, ressaltando que,
após a validação de leis e decretos que visem acessibilidade, as pessoas surdas e surdocegas
transpassam a assistência e ingressar em cursos da área da saúde, bem como Medicina e Enfermagem,
ampliando as possibilidade assistenciais na atenção integral a saúde para com suas respectivas
comunidades identitárias, protagonizando a cultura linguística reconhecida nacionalmente . Contudo
evidenciou-se, que durante a pandemia a vulnerabilidade comunicacional alcançou a todas
sociolinguística relacionada a complexidade que envolve o cenário pandêmico, tornando obrigatório
o uso de máscara e inviabilizando um dos parâmetros necessários para comunicação visual-espacial.
Nesse período em que todos cumpriam criteriosamente as normativas de isolamento social, com
restrição de informações. Vale ressaltar a complexidade dos termos utilizados no contexto médico e
a dificuldade para torná-lo mais claro, por falta de conhecimento especifico por parte dos interpretes
de libras, tornava acessível a informações, contudo os conceitos e sentidos continuava
incompreensível.
Fundamentando e fortalecendo assim, a necessidade dos cumprimentos legais em consonância
com a formação, de novos profissionais, não podemos deixar de evidenciar, hoje a pessoa surda pode
ser cliente, paciente, aluno e profissional da enfermagem como temos visto esse número crescer em
todo território Brasileiro, a necessidade de adequação e reformulação deve ser em sala de aula, nos
estágios, hospitais, concursos, admissões e nos respectivos conselhos de classe, que até o momento
não entendeu que a pessoa surda é somente aquela a ser atendida, mas aquele que está sendo formado
para atender e que também deverá cumprir seus deveres éticos como qualquer outro profissional da
enfermagem, mas que continuará com seus direitos garantidos também.
O uso obrigatório da máscara, como fator de proteção durante a pandemia, sem dúvida
evidenciou as problemáticas, que sempre estiveram presentes na assistência a pessoa surda e
surdocega, contudo, os fatores legítimos e legais sustentam esse estudo, a fim de garantir assistência
adequada, respeitosa e digna baseada nas diretrizes de leis nacionais e normativas profissionais.
REFERÊNCIAS

AGÊNCIABRASIL. Governo apresenta plano para pessoas com deficiência durante pandemia.
Artigo publicado em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2020-07/governo-apresenta-
plano-para-pessoas-com-deficiencia-durante-pandemia. Disponível em:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2020-07/governo-apresenta-plano-para-pessoas-
com-deficiencia-durante-pandemia. Brasil, 2020

ARAÚJO, Emanoela Bezerra. Libras na Enfermagem Oficial. Brasil. Mar 2020 [cited 2020 jul 05]
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Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
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pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), institui a tutela jurisdicional de interesses
coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá
outras providências. Brasília, 1989. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7853.htm

BRASIL, Casa Civil. Lei nº 8.080 de 20 de Setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências. Brasília, 1990. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm
BRASIL, Casa Civil. Lei Federal nº 8.213 de 8 de dezembro de 1991. Dispõe sobre os planos de
benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Brasília, 1991. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213compilado.htm
BRASIL, Ministério da Justiça. Lei nº 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000. Estabelece
normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Brasília, 2000. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm
BRASIL, Ministério do Desenvolvimento. Lei nº 10.048/00. Dispõe sobre a prioridade de
atendimento às pessoas que especifica, e dá outras providências. Brasília, 2000. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10048.htm
BRASIL, Ministério da Educação – MEC. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, dispõe sobre a
Língua Brasileira de Sinais. Brasília, DF, 2002. [Acesso em: 24 jun. 2020] Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm

BRASIL, Casa Civil da Presidência da República. Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004.


Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Brasília, DF, 2004.
Acesso em: 23 jun. 2020. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2004/Decreto/D5296.htm
BRASIL. Lei nº13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF, 2015. Acesso em: 26 jun. 2020.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm

BRASIL, Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº510 de 07 de abril de 2016. Dispõe sobre
as normas aplicáveis à pesquisas em Ciências Humanas e Sociais cujos procedimentos
metodológicos envolvam a utilização de dados diretamente obtidos com os participantes ou de
informações identificáveis ou que possam acarretar riscos maiores do que os existentes na vida
cotidiana. Brasília: 2016. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/reso510.pdf

BRASIL, Ministério dos Direitos Humanos. Decreto nº 9.451, de 26 de julho de 2018. Institui a Lei
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência - Estatuto da Pessoa com Deficiência. Brasília,
2018. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2018/decreto/D9451.htm
BRASIL, Ministério dos Direitos Humanos. Decreto nº 9.656, de 27 de dezembro de 2018. Dispõe
sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras. Brasília, 2018. Disponível:
https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=DEC&numero=9656&ano=2018&ato=3a6ATWE1
keZpWT9ab
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM – COFEN. Resolução 311 de 09 de fevereiro de
2007. Dispõe sobre Código de Ética dos Profissionais. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/wp
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GANDRA, Alana. País tem 10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva, diz estudo. Agência
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MINAYO, MCS. O desafio do Conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. Ed. – São Paulo:
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SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Surdocegueira – Educadores. Curitiba, 2020.


Disponível em:
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=707.
ACESSIBILIDADE EM LIBRAS 1 /DIREITO LINGUÍSTICO UM “OLHAR
PARA INCLUSÃO SOCIAL DO SURDO”

2
SILVA, Gabriel Gollyjewski da
3
RADAELLI, Patricia Barth
PRETTO, Marcos 4
5
OLIVEIRA, Clicelia Coutinho de

RESUMO

Objetivo: Este estudo aborda o tema “Acessibilidade em Libras/Direito


Linguistico: um olhar para a inclusão social do surdo” tendo como escopo r elatar
a necessidade de vivências para o discente do curso de graduação em
Enfermagem do Centro Universitário Assis Gurgacz, este sendo Técnico em
Enfermagem; em atividades realizadas em trabalho de carater voluntário nos
hospitais e UBS acompanhando atendimentos a pacientes surdos, juntamente com
a equipe de profissionais, destacando a importancia da comunicação em Libras,
no campo de atuação. A experiência contribui para a promoção da comunicação
em Libras, assegurando a inclusão, a qualidade de vida e bem estar no
atendimento, tornando-o humanizado e colaborando para diagnóstico fidedgino
nos relatos, priorizando a comunicação em Lingua de Sinais, com vistas a evitar
barreiras comunicacionais. Método: trata-se de um estudo bibliografico somado a
um relato de experiência. Conclusão: necessita-se, assim, a continuidade deste
estudo e a conscientização sobre a importânica da interação por meio do uso de
Libras, para garantir a inclusão dos profissionais e pacientes surdos, de maneira
que aconteça um atendimento satisfatório para ambas as partes e, saberem se
comunicar com o profissonal surdo, preservando o direito linguístico, motivando
maior confiança e qualidade à relação dos envolvidos no atendimento à pacientes
surdos, bem como a formação do profissional surdo.

Palavras chaves: profissional bilíngue; Libras na Saúde; Direito Linguístico;


Enfermeiro Surdo; inclusão;

Accessibility in Libras¹/Linguistic Law a "look at the social inclusion of the


deaf"

1
Língua Brasileira de Sinais;
2
Autor: Técnico de Enfermagem – Acadêmico do 4º Período na Graduação de Enfermagem no
Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz, na cidade de Cascavel, Estado do Paraná; E-mail:
Enfsurdo@hotmail.com;
3
Orientadora, Doutora pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Letras, área de
concentração: Linguagem e Sociedade – UNIOESTE;
4
Orientador, Especialista Educação Especial SURDEZ- LIBRAS e Especializado Supervisor e
coordenador da escolar;
5
Orientadora, TILS (Tradutora Intérprete da Língua Brasileira de Sinais) - Especialista em Educação
Bilíngue para Surdos. Email: clicelia@fag.edu.br
RESUME
Objective: This study addresses the theme "Accessibility in Libras/Linguistic Law: a look
at the social inclusion of the deaf" having as its scope to report the need for experiences for
the undergraduate nursing student at the Assis Gurgacz University Center, this being a
Nursing Technician; in activities carried out in volunteer work in hospitals and UBS,
accompanying care for deaf patients, together with the professional team, highlighting the
importance of communication in Libras, in the field of action. The experience contributes
to the promotion of communication in Libras, ensuring inclusion, quality of life and well-
being in the service, making it humanized and contributing to a reliable diagnosis in the
reports, prioritizing communication in Sign Language in order to avoid communication
barriers. Method: this is a bibliographic study added to an experience report. Conclusion:
it is therefore required to continue this study and raise awareness about the importance of
interaction through the use of Libras, to ensure the inclusion of deaf professionals and
patients, which way for a service to happen satisfactory to both parties and, knowing how
to communicate with the deaf professional, preserving the linguistic right, encouraging
greater trust and quality in the relationship of those involved in the care of deaf patients, as
well as the training of deaf professionals.

Keywords: bilingual professional; Libras in Health; Linguistic Law; Deaf Nurse;


inclusion;

INTRODUÇÃO

O mundo contemporâneo não existe “sem olhar para a acessibilidade”; o


contexto histórico nos permite ver que a humanidade está em evolução,
possiblitando assim que todos vivam em direito de igualdade, pois a história nos
faz refletir sobre quem é o sujeito surdo paciente e o Técnico de Enfermagem e
discente na gradução de Enfermagem.
Neste contexto (PADIHA; BORENSTEIN; SANTOS, p.20, 2011), o da
saúde, área da Enfermagem, não se pode deixar de iniciar a explanação a partir
dos relatos históricos que se iniciam com as contribuições de Florence
Nightingale, marco histórico mundial, que não só iniciou a Enfermagem como
profissão, como também deixou o legado do que é incluir o pobre, o doente, o
necessitado. De de família rica e bem relacionada, Nightingale foi defensora da
abolição da escravatura,

Florence Nightingale (1820-1910), considerada a fundadora da


Enfermagem Moderna, tornou-se, após quase um século e meio,
uma personagem questionadora. As referências feitas da sua
pessoa e as suas ações são polarizadas pela exaltação de suas
virtudes [...] Uma visão mais justa seria talvez a de uma figura
extraordinária, que ousou negar o frustrado desti no então
reservado as mulheres, mesmo as de sua alta condição social,
lançando-se a uma vida de ação. Mas que, apesar de haver
destoado do seu gênero, foi antes de tudo uma representante de
sua época (DIAS, DIAS, 2017, p. 48)

No Brasil, como marco histórico na área da saúde, em relação ao despontar


a Enfermagem, destaca-se a figura de Anna Justina Ferreira Nery (1814 – 1880),
se dedicou a cuidar de feridos de guerra se colocando à disposição em trabalhos
voluntários em hospitais, para poder estar mais próxima de seus familiares.
(PORTO; OGUISSO, p.79, 2011).
Desta forma, neste contexto, o da saúde e inclusão, encontra -se a pessoa
com deficiência (PcD), que necessita ser incluída. Importante destacar que, de
acordo com Redondo (2000), considera-se surdo todo aquele que tem ausência de
audição, ou seja, perda auditiva severa 6, e perda auditiva profunda 7. No Brasil,
segundo o Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE 2010), cerca de 9,8 milhões de pessoas declararam
ter algum tipo de deficiência auditiva; apenas no estado do Paraná, de acordo
com o mesmo censo, 18.988 mil pessoas declararam ter alguma deficiência
auditiva, deixando a desejar saber qual o grau da deficuldade em ouvir.
Nesse sentido, pelo ato de incluir e olhar o paciente surdo, torna-se
relevante a presença do Enfermeiro surdo bilíngue na área da saúde e sua
compreensão e habilidade acerca da acessibilidade para com os pacientes surdos,
evidenciando a forma de comunicação e expressão através da Libras, evitando
prejuízos, eliminando a barreira comunicacional multiprofissional. (BRASIL,
2015).
Nesse contexto (Brasil 2015 e 2005), o da saúde, área da enfermagem, é
relevante se importante destacar o despontar de profissionais surdos, com
competência em mediar a comunicação na assistecia de saúde, de forma
cuidadosa e responsável, traduzindo, fazendo-se entender e compreender o
significado da mensagem que o paciente está a emitir, identificando suas
necessidades, eliminando o bloqueio, ou seja, a barreira comunicacional entre o
paciente surdo e a equipe de profissionais envolvidos no atendimento na área da
saúde, recebendo as informações de modo integral, em sua língua, a Libras;
realizando atendimento com ética,conhecimento, baseado em val ores, habilidades
e atitudes compreendidas a fim de favorecer e promover a importância do cuidar
humanizado.
Assim, a escolha deste tema deu-se pelo viés da necessidade de reflexão
sobre inclusão e pela intenção de acrescentar contribuições no debate para
estabelecer comunicação interpessoal com pacientes surdos, usuários da Língua
Brasileira de Sinais, em espaços de atendimento à saúde da população surda, bem
como a necessidade de inclusão de profissionais surdos e garantir o seu processo
de formação consistente
É neste contexto, o da área da saúde, e o de garantia de acessibilidade que
ocorre o questionamento: acessibilidade em Libras enquanto Direito Linguístico,
há de fato o olhar que colabore para a inclusão social do surdo?
Para responder a esse questionamento, o presente estudo teve como
objetivo evidenciar a importância de se ter um profissional Técnico de

6
Com Limiares Tonais 71 a 90 dB;
7
Com Limiares Tonais acima de 91 dB;
Enfermagem, discente na graduação de Enfermagem, sendo este surdo bilíngue
em contato direto no atendimento de paciente s surdos em Língua Brasileira de
sinais na área da saúde.
O presente artigo aponta inicialmente ao contexto do surgimento das
profissões de Técnico de Enfermagem e Enfermagem nas pessoas de Florence e
Ana Nery, que juntamente com as habilidades na área da saúde ensinaram a
prática da inclusão. Em seguida é realizada a explanação do sujeito surdo na
sociedade primeiramente enquanto paciente surdo, e na sequencia o sujeito surdo
enquanto profissional Técnico de Enfermagem, discente na gradução de
Enfermagem abordando a importancia da presença deste profissional no contexto
da saúde, evidenciando sua presença no sentido de garantia de atedimento em
Libras, ou seja, conquista do direito linguístico, bem como a promoção da
acessibilidade em Libras, eliminando a barreira comunicacional, buscando evitar
prejuízos de disgnósticos inadequados, e contribuindo para oferecer segurança
frente os atendimentos prestados em Libras.

1. CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA

Em 2005, ocorre à promulgação do Decreto 5626/2005, que regulamen ta a


lei supracitada, tornando obrigatória a disciplina de Libras em todos os cursos de
licenciatura, fonoaudiologia e magistério no ensino superior, colaborando para o
acesso da pessoa surda não apenas na área da educação, mas também na área da
saúde.
O Capítulo VII, do Decreto 5626/2005 versa acerca da Garantia do Direito
à Saúde das pessoas surdas ou com deficiência auditiva, e é no capitulo VIII que
dispõem sobre o papel do poder público e das empresas que detém concessão ou
permissão de serviços públicos, no apoio ao uso e difusão da Libras,
especificamente no artigo 26, cuja redação é dada pelo Decreto 9656, de 2018,
onde deixa claro que na área da saúde, o Poder Público, as empresas
concessionárias de serviços públicos e os órgãos da administração púb lica
federal, direta e indireta,

[...] deverão garantir ás pessoas surdas ou com deficiência


auditiva o seu efetivo e amplo atendimento, por meio do uso e da
difusão da Libras, bem como expressa como forma de garantia
que, cinco por cento de servidores, funcionários ou empregados
com capacitação em Libras. (BRASIL, 2018).

É expresso na Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988


(CF/88), artigo 6, que, a saúde é um direito de todos os indivíduos; já no artigo
23, Inciso II, deixa claro que é co mpetência comum da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, “cuidar da saúde e assistência publica, da
proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência”, ou seja, pessoas com
deficiencia (PcD). Ainda na CF/88, especificamente no artigo 196 temos que:

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante


políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
(BRASIL, 1988)

É na CF/88, no artigo 198 que encontramos as diretrizes sobre as ações e


serviços públicos de saúde, colaborando então para a criação da Lei nº 8080 de
19 de setembro de 1990 que, dispõe sobre as condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências, que no artigo 7 demosntra os principios
a serem seguidos, dentre estes destacamos neste trabalho o inciso V, que dispõem
sobre o direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde .
Dentre as leis vigentes, que asseguram o acesso à saude pautada na
garantia da inclusão, há o Estatuto da Pessoa com Deficiencia, ou seja, Lei Nº
13.146, de 6 de julho de 2015, conhecida como Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com Deficiência (LBI), que assegura e promove o direito e liberdade da
pessoa com deficiência, no Art. 18 assegura que a atenção integral à saúde destes
sujeitos, em todos os níveis de complexidade, por intermédio do Sistema Único
de Saúde (SUS), seja garantida, com seu acesso universal e igualitário.
Assim, neste contexto surge o profissional Enfermeiro surdo, que par a
garantir acessibilidade no seu trabalho precisa de conhecimentos volta dos às
especialidades que demanda no atendimento do paciente com surdez que se
comunica em Libras, visto ser agente transformador que precisa acompanhar as
prioridades e as necessidades destes pacientes.
Igualmente, este profissional, o Enfermeiro surdo, deve agir de acordo
com o Código de Ética do Profissional Enfermeiro (CEPE ) 8, em seu artigo
segundo, é direito do Enfermeiro “aprimorar seus conhecimentos técnicos,
científicos e culturais que dão sustentação a sua prática profissional.” E no artigo
quinze, o Enfermeiro tem o dever de ofertar uma assistência livre de p reconceito
de qualquer natureza.

1.1 Origem da Enfermagem

A Enfermagem percorre a história da humanidade desde os tempos Pré -


Critãos, ou seja, antes de Cristo, onde as doenças eram tidas como castigo de

8
http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-5642017_59145.html
Deus ou poder demoníaco; no Egito as receitas médicas deveriam ser
acompanhadas da recitação de fórmulas religi osas, entre outras práticas misiticas
e sacerdotais. (COREN-PE)
É em meados do século de 1800 que surge então o primeiro grupo de
enfermeiras para atender feridos na Guerra da Crimeia, com a presença de
Florence Nightingale, uma enfermeira a frente do seu tempo, que desafiou
generais médicos demosntrando que os soldados feridos de guerra tinham dez
vezes mais chances de morrer acometido por doença hospitalar do que no campo
de batalha, sendo responsável pela melhora das condições sanitárias dos hospitais
militares, ensinando a importancia do lavar as mãos e das enfermarias,
diminuindo a mortalidade de 60% para 42%. (COFEN, 2018)

Esteve realizando seu trabalho em guerras, dentre elas destaca -se


a Guerra da Crimeia que marcou a história da enfermagem no
Mundo, foi a partir de então que passou a ser chamada de “Dama
da Lâmpada”, pois com a lanterna nas mãos, percorria as
enfermarias, iluminando o caminho a ser percorrido e então
atender aos doentes durante as noites frias. (PADIHA;
BORENSTEIN; SANTOS, p.184, 2011)

No Brasil, temos como icone a Enfermeira Ana Nery, e como fruto de sua
dedicação e afinco na profissão, em 1938 foi assinado Decreto n.º 2 956,
presidente Getúlio Vargas, instituindo então o "Dia do Enfermeiro", a ser
celebrado todo dia 12 (doze) de maio, devendo nesta data serem prestadas
homenagens especiais à memória de Anna Nery, em todos os hospitais e escolas
de enfermagem do País. (PORTO; OGUISSO, p.79, 2011).
O trabalho voluntário realizado que deu origem este trabalho, foi inspirado
nas pessoas de Florence Nightingale e Ana Nery, que de certa forma se
dedicaram na “arte de cuidar” do próximo, os incluindo no cenário da saúde,
deixando de lado suas famílias, vivendo a prática da Enfermagem por onde
passaram, ensinando sermos agentes transformadores.

1.2 O Sujeito Surdo inserido na comunidade Surda

Para entender quem de fato é o sujeito surdo, pertencente à comunidade


surda, precisa entender o que é surdez, a sua representatividade, as leis que
garantem seus direitos e deveres e como se organizam, para então compreender
acerca deste grupo social e suas especificidades em relação ao acesso a saúde,
acessibilidade, e o direito linguístico no atendimento em Libras.
De acordo com a Secretaria de Educação Especial (SEESP) / Ministerio da
Educação (MEC), a surdez pode atingir de forma grave as pessoas, independente
de sua idade, com diversas causas e fatores, podendo então, serem divididos em
dois grupos:
Congênitas, quando o indivíduo já nasceu surdo. Nesse caso a
surdez é pré-lingual, ou seja, ocorreu antes da aquisição da
linguagem. Adquiridas, quando o indivíduo perde a audição no
decorrer da sua vida. Nesse caso a surdez poderá ser pré ou pós -
lingual, dependendo da sua ocorrência ter se dado antes ou
depois da aquisição da linguagem. (BRASIL, 2006, p. 15).

A surdez está classifica em três grupos, no que se refere as causas:

Pré-natais – surdez provocada por fatores genéticos e


hereditários, doenças adquiridas pela mãe na época da gestação
(rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus), e exposição da mãe a
drogas ototóxicas (medicamentos que podem afetar a audição).
Peri-natais: surdez provocada mais frequentemente por parto
prematuro, anóxia cerebral (falta de oxigenação no cérebro logo
após o nascimento) e trauma de parto (uso inadequado de
fórceps, parto excessivamente rápido, parto demorado). Pós -
natais: surdez provocada por doenças adquiridas pelo indivíduo
ao longo da vida, como: meningite, caxumba, sarampo. Além do
uso de medicamentos ototóxicos, outros 21 fatores também têm
relação com a surdez, como avanço da idade e acidentes.
(BRASIL, 2006, p. 15-16.).

Importante destacar que, de acordo com Redondo (2000), considera -se


surdo todo aquele que tem ausência de audição, ou seja, perda auditiva severa 9, e
perda auditiva profunda 10, que para a medicina, é considerado surdo;
diferentemente da esfera social e cultural, que estabelece que, a pessoa
pertencente a Comunidade Surda, que se comunica em Libras (Língua Brasileira
de Sinais), independentemente de seu grau de surdez, este é sujeito surdo.
Neste sentido, a denominação adotada em relação a pessoa surda, é aquela
pessoa pertencente a comunidade surda, que não ouve, que tem como lingua de
sua comunicação e expressão de ideias e sentimentos, a Língua Brasileira de
Sinais, a Libras.
Neste trabalho não se discutirá os niveis de surdez, nem seus conceitos,
deixando claro que, a surdez não deve ser olhada apenas como fenômeno
biológico, mas sim, de acordo com Meletti (2006, p.13) apreendida como:

[...] um fenômeno constituído por meio de múltiplas


determinações que não se restringem a manifestações orgânicas.
O fenômeno da deficiência também é constituído e determinado
pelas dimensões sociais, históricas e culturais, constitutivas da
vida humana.

De acordo com Amaral (1995), o modelo ideológico da sociedade faz com


que a deficiência, a incapacidade e a desvantagem colaborem para diversas
formas de interpretações do que de fato deve ser pensada como surdez; fazendo
com que olhem para o surdo com inferioridade frente a sua inclusão na sociedade.

9
Com Limiares Tonais 71 a 90 dB;
10
Com Limiares Tonais acima de 91 dB;
1.3 O Atendimento ao Paciente Surdo pelo Profissional de Enfermagem
Surdo

Chaveiro e Barbosa (2004) destacam a importância da inclusão social, para


que os serviços na area da saúde sejam prestados aos pacientes surdos de forma
humanizada, deixando de ser um desafio a comunicação com o paciente surdo.
(CHAVEIRO; BARBOSA, 2004).
Devido à falta de profissionais da enfermagem que tenham conheciment o
em Libras ou que dominem estrátegias de como se comunicar com o paciente
surdo, estes encontram várias barrerias durante atendimentos a sua saúde, devido
a não compreensão dos relatos, por se comunicarem em Libras, ou através da
Língua Portuguesa, modalidade escrita, também não compreendida pelos
profisisonais da saúde, vez que a estrutura gramatical da Libras é própria,
diferente da gramatica do Português. (TRECOSSI M.O., Ortigara E.P.F., 2013)
Os pacientes surdos buscam o sistema de saúde com insegurança,
desconfiança e frustação, relatam que a Libras não é uma opção deles, mas sim, a
lígua da comunidade em que vivem, tendo assim, o direito linguistíco assegurado,
e que a dificuldade que sentem é acerca das explanações feitas pelos profissionais
da saude, médico por exemplo, sobre qual doença estão a tratar e os efeitos dos
remédios. (TRECOSSI M.O., Ortigara E.P.F.,2013)
Assim, é sabido que o atendimento humanizado área da saúde é importante
para toda a sociedade brasileira. A inclusão de profissionias su rdos bilingues no
atendimento de pacientes surdos, geraria maior conforto e segurança nas
informações transmitidas em Libras, assim como os profissionais da saúde
envolvidos nos atendimentos sentiriam-se mais seguros com a presença do
profissional surdo na promoção à acessibilidade em Libras, garantindo o direito
linguístico do paciente surdo e o processo de inclusão real.

2. CONTEXTUALIZAÇÃO METODOLÓGICA

Este trabalho desenvolveu-se por meio de estudo bibliográfico, com


contribuições teóricas de autores como Dias (2019), Chaveiro e Barbosa (2004),
Meletti (2006); ainda documentos como COREN e COFEN, bem e Legislações
brasileiras relacionadas à inclusão
Pesquisa teórica somado a um breve relato de experiência inicial com
atuação de profissional surdo no atendimento a pacientes surdus; com inserção
em campo de atução profissional por meio de trabalho voluntário . Ressalta-se
que, para o desenvolvimento da atividade, além da pesquisa teórica, o trabalho
em carater voluntário foi realizado em hospitais; bem como em algumas UBS,
todos no município de Cascavel, Estado do Paraná. Realizaram-se atendimentos
práticos juntamente com a equipe de profissionais mediando os atendimentos
prestados aos pacientes surdos, em Libras.

3. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Depois das reflexões teóricas, o Técnico de Enfermagem e discente no


curso de Enfermagem, surdo, com apoio institucional e da cooordenação do curso
de enfermagem do inseriru-se em trabalho voluntário para acompanhar gestante
em trabalho de parto no Centro Obstrético, na sala pós-operatório, com noções de
cuidados da mãe em relação ao bebê; como dar os primeiros banhos no bebe, os
cuidados no amamentar, primeiras vacinas, e após a alta hospitalar o
acompanhamento domiciliar junto com Enfermeira egressa do Centro
Universitário Assis Gurgacz, Especilista em Laserterapia e Consultoria em
Aleitamento Materno.
Ainda, desenvolveu trabalho voluntário durante os meses de Outubro
estendendo até o mês de novembro do ano de 2020, em meio a Pandemia COVID
19, durante o mês “outubro rosa”, evidenciando os cuidados e prevenção do
câncer de mama para um grupo de 20 (vinte) pacientes surdas.
O acadêmico explicitou ao público, em Libras, sobre alimentação
saudável, exercícios físicos, medicação correta, explanações acerca do que é HIV
e IST´s, prevenção de doenças, cuidados com a própria saúde no contexto da
Pandemia, em relação ao COVID 19, oportunizando o acesso, sem barreiras
comunicacionais, aos conhecimentos vol tados á melhoria na qualidade do acesso
á saúde por parte das pessoas surdas que se comunicam em Libras.
Além, dessas atividades, o acadêmico acompanhou o agendamento de
mamografia pelo site da instituição para mulheres acima de 40 anos , auxiliando
as pacientes surdas medico e exame de mamografia a elas prestado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Muito tem se falado sobre a necessidade de conviver com as difere nças,


sobre a inclusão. A Língua Brasileira de Sinais, a Libras, é direito linguístico
adquirido e assegurado por lei, importante na vida da pessoa surda que se
comunica em Língua de Sinais, colaborando para a formação do surdo.
O tema abordado é de relevancia social, porque colabora para a ampliação
do debate possibilitando a realização de outras publicações ci entíficas devido a
falta de discussões e mais estudos sobre a temática apresentada .
Com o trabalho foi possível refletir sobre as dificuldades enfrentadas pelo
paciente surdo durante um atendimendo seja com Enfermeiro ou Médico, ambos
pessoas ouvintes, sem conhecimento algum sobre Libras, no momento de prestar
informações, mas que, com a presença do Técnico de Enfermagem, acadêmico de
Enfermagem surdo, com dóminio em Libras e na Língua Portuguesa modalidade
escrita, tal dificuldade passou não mais existir.
Percebeu-se a tranquilidade tanto por parte da equipe de profissionais
quando dos pacientes surdos atendidos, não foi necessário que ambos acabassem
por usar a mímica como recurso de comunicação, pois a comunicação ocorreu em
Libras, provendo de fato a acessibilidade, incluindo de fato o paciente surdo,
preservando seu direito linguístico em comunicar-se em Língua de Sinais.
Nos atendimentos realizados a pacientes surdos, acompanhado do Técnico
de Enfermagem surdo eliminou a barreira de comunicação, podendo o paciente
surdo ter acesso ao diagnóstico e tratamente adequado, promovendo assim a
assitencia humanizada, colaborando para uma sociedade mais inclusiva.
Entende-se que atender aos pacientes surdos quando buscam a saúde, é
dever dos profisisonais, a equipe poder contar com profissional surdo bilingue,
que além de buscar o conhecimento e o aprimoramento das suas competências
práticas, ainda pode colaborar para a cosntrução da sociedade mais humana e
digna, visando promover uma Enfermagem pautada no Direito, voltada ao
atendimento às pessoas com surdez, por meio da Libras e o conhecimento da
realidade junto à comunidade da surda.
Os trabalhos voluntários realizados que promoveram reflexões para esse
registro foram inspirados nas pessoas de Florence Nightingale e Ana Nery, que
de certa forma se dedicaram à “arte de cuidar” do próximo, quebrando barreiras e
promovendo a inclusão social no cenário da saúde.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS

AMARAL, Ligia Assumpcao. Conhecendo a deficiência (em companhia de


Hércules). São Paulo: Robe, 1995.

BRASIL. Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988 .


Promulgada Em 5 De Outubro De 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm Acesso em:
13 jul.2021

BRASIL. Decreto Nº 5626, de 22 de dezembro de 2005. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004 -2006/2005/decreto/d5626.htm
Acesso em: 13 jul.2021

BRASIL, Decreto nº 9656, de 27 de dezembro de 2018. Altera o Decreto nº


5626, de 22 de dezembro de 2005, que regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de
abril de 2002, que dispõem sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015 -
2018/2018/Decreto/D9656.htm#art1 Acesso em: 22 jul.2021

BRASIL. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras


providências. Lei nº 10.436 de 2002. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm . Acesso em: 13 jul.
2021

BRASIL. Duk, Cynthia; Educar na diversidade: material de formação


docente. 3. Ed. / edição do material Cynthia Duk. – Brasília: [MEC, SEESP],
2006. 266 p.

BRASIL. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo


Demográfico 2010 - Características gerais da população, religião e pessoas com
deficiência. IBGE. Rio de Janeiro, p.1-215, 2010.

BRASIL. Lei Nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de


Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015 -
2018/2015/lei/l13146.htm Acesso em: 13 jul. 2021

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http://here.abennacional.org.br/here/v10/ n2/a4.pdf .

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Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 6, n. 2, p. 166 -177, 2004. Diponível em:
https://revistas.ufg.br/fen/article/view/820 Acesso em: 28 Jul. 2021.

CHAVEIRO, Neuma. BARBOSA, Maria Alves. CELMO Celeno Porto. Revisão


de literatura sobre o atendimento ao paciente surdo pelos profissionais da saúde.
Revista Escola de Enfermagem da USP, v. 42, n. 3, p. 578 -583, 2008. Disponível
em: https://www.scielo.br/j/reeusp/a/VxmLq9wh4jFhkbsJJq7jN4q/?lang=pt
Acesso em: 28 Jul. 2021.

COFEN. Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, Disponível em:


http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-5642017_59145.html. Acesso em 13
jul. 2021.

COFEN. Florence Nightingale, uma enfermeira á frente de seu tempo. 11 de maio


de 2018. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/florence-nightingale-uma-
enfermeira-a-frente-do-seu-tempo_62785.html Acesso em: 28 jul. 2021

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pe.gov.br/novo/origem-da-enfermagem acesso em: 28 jul.2021

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PROFISSIONAIS NA ATENÇÃO À SAÚDE DA PESSOA COM SURDEZ
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Marconi, Eva Maria Lakats. – 8. Ed. – São Paulo: Atlas, 2017.

MELETTI, Sílvia Márcia Ferreira. Educação escolar da pessoa com deficiência


mental em instituições de educação especial: da política à instituição
concreta. 2006. 125p. Tese (Doutorado Psicologia) – Instituto de Psicologia da
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PADILHA, Maria Itayra; BORENSTEIN, Miriam Susskind; SANTOS, Iraci dos.


Enfermagem: história de uma profissão / organização Maria Itayra Padilha,
Miriam Susskind Borenstein, Iraci dos Santos. – São Caetano do Sul, SP. Difusão
Editora, 2011.

PORTO, Fernando; OGUISSO, Taka. Nome da “Mãe dos Brasileiros”. Revista


Enfermagem em Foco 2011; 2(supl):77 -80. Disponível em:
http://revista.cofen.gov.br/index. Php/enfermagem/article/viewFile/87/73. Acesso
em: 06 jul.2021.

REDONDO, Maria Cristina da Fonseca. Deficiência auditiva-/ Maria Cristina da


Fonseca Redondo, Josefina Martins Carvalho. – Brasília: MEC. Secretaria de
Educação a Distância, 2000

TRECOSSI MO, Ortigara EPF. Importância e eficácia das consultas de


enfermagem ao paciente surdo. Rev enferm. 2013; 9(9): 60-9. Disponível em:
http://revistas.fw.uri.br/index.php/revistadeenfermagem/article/view/938Acesso
em: 25 jul.2021.
PARTE III

Produção Visual
Slides
Rebeca Jordão
Libras e o atendimento ao
Surdo na Atenção Primária
Profa. Rebeca Jordão
Coda
Enfermeira
Docente
Mestranda em Saúde da Criança e do Adolescente – UECE
Pós-graduanda em Urgência e Emergência – Unichristus
Especialista em Docência do Ensino Superior de Libras – UCAM
Intérprete de Libras da Câmara Municipal de Fortaleza
Níveis de
atenção à
saúde

(Ministério da Saúde)
Promoção e
Conjunto de Individual e
Proteção à
ações Coletivo
saúde

Atenção Prevenção de
Diagnóstico Tratamento
Primária agravos

Redução de Manutenção
Reabilitação
danos de danos

(Ministério da Saúde)
 Desenvolver a atenção integral com impacto positivo
na vida dos indivíduos.
 Porta de entrada do Sistema Único de Saúde.
 Várias estratégias, uma delas é:

• Consultas,
Atenção exames,
Estratégia procedimentos,
Primária de Saúde vacinas, etc.
• Equipe
da Família multiprofissional.

(ESF)

(Ministério da Saúde)
 A barreira de comunicação interfere na promoção de saúde e prevenção de

doenças.

Quando o  Fragilidade da assistência.


paciente surdo
 Interpretação inadequada das informações, condutas prescritas e
procura o
serviço de sinais/sintomas inadequados.

saúde...  Falta de reconhecimento sobre os tipos de ID surdas (Surdo, DA?).

(FERREIRA, et. al, 2019)


 Localizada no município de Fortaleza-CE.
 Clínica Escola do Centro Universitário Christus –
Unichristus.
 Desde Jan/2019.
Clínica Escola  2 enfermeiras bilingues (LIBRAS/LP) – 1 por
de Atenção turno.
Primária  Equipe multiprofissional: Enfermeiras,
(CEAP) Médicos, Biomédicos e Nutricionistas + alunos
dos respectivos cursos.
 Atendimento gratuito para toda a comunidade
externa (ouvintes, surdos, familiares).
✓Clínico Geral.
✓Consulta de Enfermagem.
✓Pré natal.
✓Puericultura.
✓Hipertensos e Diabéticos.
Atendimentos ✓Coleta de exames laboratoriais (e parceria com outros
laboratórios).
✓ Tratamento de HPV.
✓Prevenção ginecológica.
✓Teste rápido (HIV, Sífilis, Hepatite B e C).
✓Vacinas.
 Autonomia para marcar consultas via whatsapp da
Clínica Escola.
 Acompanhamento com Médico, Enfermeira e
Nutricionista em Libras.
 Educação em saúde – metodologias visuais.
Experiências  Incentivo e orientações sobre a importância da
exitosas no autonomia e autocuidado.
atendimento  Exames Laboratoriais, Testes, Imunização,
em Libras. Alimentação, Sexualidade...
 Contato direto com os profissionais (intercorrências
e/ou parto).
 Adaptação do conceito de territorialização
preconizada pelo SUS.
Equipe Materiais
População Surda
Multiprofissional Educativos
• Capacitação • Acessibilidade • Necessidades.
permanente de em Libras.
Desafios? TODOS os
profissionais.
• Acessibilidade
na unidade de
saúde.
Sou surdo(a) e
quero marcar
uma
consulta... E
agora?
Dia
Internacional
da Mulher
Novembro
Azul
Outubro Rosa
Pré Natal
Parto
Imunização
Higienização
correta das
mãos
Materiais
Educativos
Prevenção ginecológica.
Pré natal de baixo risco *
Tratamento para HPV.
Principais
IST’s.
demandas
Teste rápido.
Coleta de exames laboratoriais (rotina).
Hipertensos.
K.R.F, surda, sexo feminino, 21 anos, compareceu à unidade de saúde
Relato de Caso para prevenção ginecológica. Durante o exame, relatou desejo de
fazer o exame com o objetivo de “limpar” todas as IST’s. Relação
1 sexual com múltiplos parceiros (9) durante 3 meses. Nunca fez uso de
preservativos.
L.R.B., surda, sexo feminino, 32 anos, em união estável, G1P1(PC)A0,
compareceu à unidade de saúde para consulta de rotina com a
enfermeira. Relatou desejo de engravidar. Durante o exame físico foi
Relato de Caso detectado uma cicatriz umbilical.
2
Desfecho: Foi realizada laqueadura tubária a pedido da família sem o
consentimento da paciente.
M.F.W., surdo, sexo masculino, 27 anos, DM tipo 2 em uso de
metformina, obeso, compareceu à unidade de saúde para consulta de
Relato de Caso rotina com a enfermeira. Durante o atendimento, o paciente relatou
desejo de ingerir mais água (sede intensa), porém, segundo ele, foi
3 orientado na UBS que ÁGUA só poderia ser consumida no período da
manhã.
J.G.A, surdo, sexo masculino, 76 anos, viúvo, compareceu à unidade
de saúde para consulta de rotina com o médico. Hipertenso e DM. Não
Relato de Caso faz uso de tratamento medicamentoso, segundo ele, não consegue
comunicar-se com o médico da UBS e tem a certeza que os
4 profissionais de saúde querem “mata-lo” para não precisar atender o
paciente surdo.
B.J.C., surda, sexo feminino, 29 anos, em união estável, G1P0A0,
compareceu à unidade de saúde para acompanhamento de pré natal.
Relata o desejo de não ter vínculo com a UBS devido a barreira de
comunicação entre paciente e profissionais de saúde, bem como, a não
Relato de Caso confiabilidade nas orientações que são escritas em folha de papel.
5
Dúvidas: “Por onde o bebê vai nascer? Quem estará comigo no
momento do parto? Se o médico falar e eu não conseguir entender,
vamos morrer?“
M.N.T., surda, sexo feminino, em união estável, G4P3(PC)A0,
Relato de Caso compareceu à unidade de saúde para acompanhamento de pré natal.
6 Relata desejo de ter o parto normal e a companhia do esposo durante
o trabalho de parto. Não sabe o motivo das 3 cesáreas anteriores.
“Quando a dor do outro não lhe afeta, quem
OBRIGADA! precisa de ajuda é você.”
Emanoela B.
de Araújo
LIBRAS NA ASSISTENCIA AO CLIENTE SURDO E
SURDOCEGO, DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
RELATO DO CAOS COMUNICACIONAL NA SAUDE.

Enfermeira Professora Bilingue


Emanoela Bezerra de Araújo
ASSISTENCIA E
ACESSO
O que fundamenta a utilização da Libras na
Assistência a saúde do surdo e surdocegos?

SUS LIBRAS ACESSIBILIDADE LBI


CF 88 LEI 8.080/90 LEI 10.436/02 DECRETO 5.626/05 LEI 13.146/15

CODIGO DE DEONTOLOGIA
ENFERMAGEM
DOU de 29.03.76
ENFERMAGEM

NOSSO PRODUTO É O CUIDADO, RESPEITO, GARANTIA DE


PRIVACIDADE E ACESSIBILIDADE.
Está centrado na pessoa, família e coletividade e pressupõe que os trabalhadores de enfermagem estejam aliados aos usuários na
luta por uma assistência sem riscos e danos além de acessível a toda população
Art. 15 - Prestar assistência de enfermagem sem discriminação de qualquer natureza.
Linha do Tempo da Assistência ao cliente surdo
e surdocego.

2012 2015 2019


2010 2013 2017 2020
Inicio da Pandemia SarCov 2

Imagem Disponível em: https://images.app.goo.gl/AGXXabC7aYe8duEx5


Especificidade das Terminologias
➢Coronavírus, SarCov-2 e Covid-19 ➢Sintomático
➢Isolamento e quarentena ➢Assintomático
➢Epidemia e Pandemia ➢Sequela
➢Letalidade x mortalidade ➢Baixa imunidade
➢Comorbidade ➢Vacina
➢Janela imunológica ➢Virus Inativo
➢Tempo de incubação ➢M RNA mensageiro
➢Saturação de O2 Spo2 (parâmetros) ➢Vetor viral não replicante
➢IOT – Intubação Orotraqueal ➢Efeitos comuns
➢TQT – Traqueostomia ➢Efeitos adversos
➢Medidas de Precaução
• Por exemplo, as expressões faciais na Libras podem ser gramaticais, relacionadas à
estrutura, morfologia (por exemplo, elas marcam grau de intensidade, tamanho) e
sintaxe (negação, interrogação, ênfase). As expressões faciais podem ser também
usadas para expressar sentimentos (alegria, angustia, ansiPor exemplo, as expressões
faciais na Libras podem ser gramaticais, relacionadas à estrutura, morfologia (por
exemplo, elas marcam grau de intensidade, tamanho) e sintaxe (negação, interrogação,
ênfase). As expressões faciais podem ser também usadas para expressar sentimentos
(alegria, angustia, ansiedade, sofrimento).edade, sofrimento).
Acessibilidade virtual limitada
Libras no contexto da Enfermagem
Assistência com Acessibilidade - Interprete
Assistência com Comunicação Efetiva

Enfermeira
Bilíngue
Assistência Personalizada e Efetiva –
Profissional Surdo
Desigualdade que Reflete na Assistência e
Promoção de saúde a Pessoa Surda e Surdogega

Fonte: IBGELeia mais: Números expõem desigualdade racial no País - Diário do Comércio Em: https://diariodocomercio.com.br/negocios/numeros-expoem-
desigualdade-racial-no-pais
Quem são e quantos são os surdos e surdocegos
usuários da saúde publica no Brasil?
?

?
Participação da comunidade é
uma das diretrizes da Lei 8.080/90
GRATIDÃO
“A humanização é um processo simples e ao mesmo tempo bastante complexo, já que envolve mudanças
comportamentais, assim, a importância da comunicação entre os profissionais e paciente é de extrema
importância para um cuidado humanizado.”

Iago Estéfano Brito da Silva

INSTAGRAM@LIBRAS_NA_ENFERMAGEMOFICIAL

ENFA.TILS.HUMANIZASAUDE@GMAIL.COM
Rogério Timóteo
Doenças Ósteomusculares
Relacionadas ao Trabalho do TILSP

Dr. Rogério Timóteo


Fisioterapeuta
UNIFESP
Duas grandes Áreas
Duas grandes Pessoas

Fisioterapeuta Pessoa Surda


Fisioterapia em Acupuntura
◼ Sua principal característica se deve à
estimulação de pontos sob o tecido
cutâneo através de agulhas ou laser.
◼ A Fisioterapia em Acupuntura busca
a recuperação do organismo como
um todo pela indução de processos
regenerativos, normalização das
funções alteradas, reforço do
sistema imunológico e controle da
dor.

Foto de domínio público com fins de marketing.


Não é um paciente em atendimento fisioterapêutico .
Fisioterapia Aquática
A Fisioterapia Aquática ocorre na
utilização da água nos diversos
ambientes e contextos, em
quaisquer dos seus estados
físicos, para fins como: a
hidroterapia, vaporização/inalação
hidrocinesioterapia, termalismo
cromoterapia, crioterapia, duchas,
e compressas.

Foto de domínio público com fins de marketing.


Não é um paciente em atendimento fisioterapêutico .
Fisioterapia Cardiovascular
◼ A Fisioterapeuta Cardiovascular, se
caracteriza pelo exercício profissional
em todos os níveis de atenção à
saúde, no enfoque de promoção,
prevenção, proteção, educação,
intervenção terapêutica e
recuperação funcional de indivíduos
com doenças cardíacas e vasculares
periféricas e síndrome metabólica,
nos seguintes ambientes,
independentemente da sua natureza
administrativa:
◼ hospitalar; ambulatorial e domiciliar.
Fisioterapia Dermatofuncional
◼ As principais atividades
de um fisioterapeuta
dermatofuncional estão
ligadas à reabilitação
de pacientes com
mastectomia,
queimados e cicatrizes
pós-traumáticas, bem
como no pré e pós-
operatório de cirurgias
Foto de domínio público com fins de marketing. plásticas.
Não é um paciente em atendimento fisioterapêutico .
Fisioterapia Esportiva
◼ Considerando a atividade
física voltada para a
promoção, o
restabelecimento e/ou
manutenção do estado de
saúde, para a prática
esportiva amadora e
profissional e para o lazer
como área de atuação do
Fisioterapeuta,
amplamente estudada e
reconhecida
Fisioterapia em Gerontologia
◼ Objetiva analisar e aplicar
procedimentos, métodos,
técnicas e recursos
fisioterapêuticos para manter e
restaurar as funções dos
sistemas de controle do corpo,
sejam eles, musculoesquelético,
cardiovascular, respiratório,
nervoso, entre outros, para a
execução do movimento
humano das pessoas em
Foto de domínio público com fins de marketing. processo de envelhecimento,
Não é um paciente em atendimento fisioterapêutico .
objetivando autonomia e
independência.
Fisioterapia do Trabalho
Objetiva realizar Análise Ergonômica
do Trabalho (AET), Laudo Ergonômico,
Parecer Ergonômico, Perícia
Ergonômica, conscientização,
prevenção e gestão em todos os níveis
de atenção à saúde e segurança do
trabalho, propor ginástica laboral.

Ainda atuar junto às CIPAs (Comissões


Internas de Prevenção de Acidente do
Trabalho); e auxiliar e participar das
SIPATs (Semanas Internas de
Prevenção de Acidentes do Trabalho)
Fisioterapia Neurofuncional
A Fisioterapia neurofuncional
consiste em habilitar os
indivíduos com lesões no
sistema nervoso central ou
periférico a desempenhar suas
atividades da vida diária da
melhor forma possível.

Foto de domínio público com fins de marketing.


Não são pacientes em atendimento fisioterapêutico .
Fisioterapia Respiratória
◼ A Fisioterapia Respiratória, pode
definir-se como a intervenção que
utiliza estratégias, meios e
técnicas de avaliação e
tratamento com várias
abordagens no tratamento dos
pacientes pneumopatas, dentre
elas manutenção e/ou melhora
da ventilação alveolar prevenção
de crises respiratórias, suporte
ventilatório nos períodos de crise
e/ou insuficiência respiratória e
melhora da capacidade física, seja
com ou sem auxílio ventilatório.
Fisioterapia Traumato-ortopédica
◼ Considerando que a
Fisioterapia por decorrência
de sua evolução acadêmica,
científica e social, está
exigente de maiores graus de
aprimoramento científico e
tecnológico para, com maior
propriedade e resolutividade,
cuidar da saúde funcional do
indivíduo.
◼ Traumas, reabilitação no pós-
Foto de domínio público com fins de marketing. cirúrgias.
Não é um paciente em atendimento fisioterapêutico .
Fisioterapia Onco-Funcional
◼ Considerando a necessidade
de prover, por meio de uma
assistência profissional
adequada e específica, que tem
objetiva preservar, manter,
desenvolver e restaurar a
integridade cinético-funcional
de órgãos e sistemas do
paciente, assim como prevenir
os distúrbios causados pelo
tratamento oncológico.
Foto de domínio público com fins de marketing.
Não é um paciente em atendimento fisioterapêutico .
Fisioterapia em Osteopatia
◼ A atuação do Fisioterapeuta
Osteopático se caracteriza pelo
exercício profissional que baseia-
se em aplicar recursos
terapêuticos manuais, para
ajudar na recuperação,
manutenção e restabelecimento
do equilíbrio e postura corporal.

Foto de domínio público com fins de marketing.


Não é um paciente em atendimento fisioterapêutico .
Fisioterapia em Quiropraxia
◼ A atuação do Fisioterapeuta
Quiropráxico se caracteriza
pelo exercício profissional em
todos os níveis de atenção à
saúde, em todas as fases do
desenvolvimento ontogênico,
com ações de prevenção,
promoção, proteção,
educação, intervenção,
recuperação e reabilitação do
cliente/paciente.

Foto de domínio público com fins de marketing.


Não é um paciente em atendimento fisioterapêutico .
Fisioterapia em Saúde da Mulher
◼ A fisioterapia para saúde da
mulher melhora a
qualidade de vida e, assim,
proporcionam um maior
bem-estar, diminuindo os
quadros de depressão,
estresse e ansiedade pelo
fato de não poder realizar
algumas atividades básicas.
◼ Ginecologia e Obstetrícia.
Foto de domínio público com fins de marketing.
Não é um paciente em atendimento fisioterapêutico .
Fisioterapia em Terapia Intensiva
◼ A Fisioterapia atua na
assistência em UTI atendendo
neonatologia; pediatria e adulto.
◼ Realiza posicionamento no leito,
sedestação, ortostatismo,
deambulação, além de planejar
e executar estratégias de
adaptação, readaptação,
orientação e capacitação dos
clientes/pacientes, visando a
maior funcionalidade do
paciente crítico ou
Foto de domínio público com fins de marketing.
Não é um paciente em atendimento fisioterapêutico . potencialmente crítico.
LIBRAS
Língua Brasileira de Sinais
Marco Histórico - Comunicação

• Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que


dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais -
LIBRAS, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de
dezembro de 2000.
LIBRAS
É a sigla de Língua Brasileira de Sinais, que é
natural das comunidades surdas, não são
simplesmente mímicas e gestos soltos para
facilitar a comunicação. Têm suas estruturas
gramaticais próprias e atribui-se o status de
língua pois também são composta pelos níveis
linguísticos: fonológico, morfológico, sintático,
semântico, lexical e pragmático.
No Brasil

 Existe cerca de 9,2 milhões


de Surdos e DA;
DEFICIÊNCIA AUDITIVA &
SURDEZ & MUDEZ
 D.A. – É uma situação que caracteriza uma perda de grau
leve a moderado da audição, preservando resíduos
auditivos o que não lhe prejudica a fala como um todo.

 Surdez – São as pessoas que não possuem resíduos


auditivos capazes da captação sonora e utilizam-se da
comunicação espaço-visual como o principal meio de
conhecer o mundo e se inteirar com ele, por substituição à
audição e a fala.

 Mudez – É uma situação clínico-patológica que acomete o


órgão fonoarticulatório caracterizando uma ausência
parcial ou total das pregas vocais causando a
impossibilidade da fala.
Termos como:

• Surdo-Mudo
• Surdinho
• Mudinho

• Surdo
• Deficiente Auditivo

• Pessoa com Necessidades Especiais


• Pessoa Portadora de Deficiência

• Pessoa com Deficiência


Aspectos Comunicacionais
Vygotsky e Bakhtin (Eu & Outro)
Teoria Sócio-interacionista

Para Vygotsky (1934), a cultura se dá numa


relação dialética entre o sujeito e a sociedade
a seu redor – ou seja, homem modifica o
ambiente e o ambiente modifica o homem.

“O saber que não vem da experiência


não é realmente saber”.
Entendendo a relação dialética para
o atendimento de pessoas surdas
EU OUTRO
Quem é esse “outro”?
Diverso Diferente Distinto

“Como encontrar o “outro”, como fazê-lo falar, como se fazer


ouvir, como compreendê-lo, como traduzi-lo, como influenciá-
lo ou como se influenciar por ele...” (Amorim, 2001. p.31)

Fisioterapeuta LIBRAS Pessoa Surda

“[...]eu só tenho uma língua e essa língua não é minha [...]


Minha língua, a única que eu me escuto falar e que me
escuta falar, é a língua do outro”. (Derrida, 1996. p.47)
É possível
Desafios em tempos pandêmicos
◼ Atendimento
Fisioterapêutico e o
uso das máscaras.

◼ Visualidade
◼ Repetição corpórea
◼ Libras
Considerações Finais

◼ Importante lembrar que embora os objetivos da


Fisioterapia sejam reduzir ou prevenir doenças e
dar “voz de comando” ao paciente/cliente, é
necessário saber estratégias comunicacionais
para que isso seja possível. No caso da
comunidade surda, o uso da Libras viabiliza essa
mediação.
Mensagem Final

"O que você é capaz de fazer


ou pensa que é,
deve começar a fazer já.
A ousadia é genial, poderosa
e mágica“

Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832)


Igor Jambeiro
O SURDO É GENTE ? Igor Jambeiro – certificado em
fluência em LIBRAS
DÚVIDAS - PARTICIPAÇÃO
Qual a melhor forma de atendimento a pessoa surda ?
DÚVIDAS - PARTICIPAÇÃO
Qual a melhor forma de atendimento a pessoa surda ?

Todo surdo sabe Libras ?


DÚVIDAS - PARTICIPAÇÃO
Qual a melhor forma de atendimento a pessoa surda ?

Todo surdo sabe Libras ?

Libras é uma língua ou linguagem ?

Qual a diferença entre língua a linguagem ?


LINGUAGEM
Linguagem – é uma forma de comunicação muito ampla.

Pessoas sinais
animais

Não precisa de regras, formalidade ou algo previamente estabelecido.


Surdos que não sabem libras
LÍNGUA
Língua - é o código formado, por palavras e leis combinatórias por meio do qual as
pessoas se comunicam e interagem ente si. Precisa se regras e um signo linguístico
que pode ser compartilhado entre as pessoas.

Regras previamente estabelecidas

Por meio da língua que o ser humano se desenvolve cognitivamente.

Ouvintes é oral auditiva, e surdos visual espacial


LIBRAS: LÍNGUA OU LINGUAGEM ?

Tem regras

Código linguísticos

Regras preestabelecidas
LIBRAS É UMA LÍNGUA
LÍNGUA NATURAL
Ouvintes – escutamos e respondemos por meio da fala
Surdo – percebe e responde por meio do visual. Utiliza o corpo, e expressões que permitem
comunicação

Surdo usa língua oral ?


Qual a língua natural do surdo ? E do ouvinte ?

Precisa estabelecer limites e respeito a cada língua natural

Sueli Ramalho – vídeo


LIBRAS
É a língua utilizada pela comunidade surda do Brasil.
visual-gestual - línguas sinalizadas
não oral-auditiva como as línguas orais

Quanto mais cedo uma pessoa surda aprende a Língua de Sinais, mais facilmente
ela terá conhecimento de mundo e mais rápido será a sua aprendizagem.
Assim, tem suas regras e gramática.
SENDO ASSIM
Qual a melhor forma de acolhimento de um paciente surdo ?

De que forma o surdo enxerga o mundo ?

Você consegue ser empático a forma como ele enxerga o mundo ?


QUEBRAR PRECONCEITOS
Precisamos abandonar a construção estrutural social de que o surdo é uma pessoa
completamente insuficiente.
PRECONCEITO HISTÓRICO
Antiguidade grego romana :
‘’... os surdos não eram seres humanos competentes...’’

Acreditavam que uma vez que os surdos não tinham audição, eles não poderiam
falar, e dessa forma não teriam linguagem e nem pensamento.
Aristóteles (384-322 a.C.)
Para esse pensador, uma das formas definidoras de humanidade é a linguagem.
Uma vez que na sua época os surdos não ouviam e nem falavam considerava que os
surdos não eram humanos.
Idade média:
Todos os surdos iriam ao inferno, por não confessarem seus pecados
PRECISAMOS ENTENDER QUE A INCLUSÃO EFETIVA É
UMA NECESSIDADE E NÃO ROMANTISMO
Entender que o surdo é uma pessoa que a pessoa surda é um ser humano e necessita
de cuidado completo

Em qualquer profissao o surdo necessita ser enxergado como uma pessoa completa
ESSE PRECONCEITO FICOU NO PASSADO ?
O surdo teve sua dignidade recuperada ?

O surdo conseguiu o básico de seus direitos ?

E nós, dentro desse cenário ? Somos diferentes, ou ainda carregamos os mesmos


preconceitos ?

Caso real: a surda em uma escola


VISÃO CLÍNICA X VISÃO SOCIO
ANTRONPOLÓGICA DA PESSOA SURDA
PRINCÍPIOS DA VISÃO CLÍNICA DA PESSOA
SURDA
Dessa forma, a visão clínica tem como foco uma visão cuja o foco é a condição
audiológica das pessoas surdas.
O surdo é visto pela ótica daquilo que ele não tem da comunidade ouvinte que é a
audição.
Assim: surdez é vista como uma deficiência, sendo assim, uma desvantagem.
PRINCÍPIOS DA VISÃO CLÍNICA
Objetivo: a normalização de pessoas surdas, ou seja, quer que os surdos sejam cada
vez mais normalizados para a comunidade ouvinte, grosseiramente falando,
tornando o ‘’surdo cada vez menos surdo, e cada vez mais ouvinte’’. Nessa visão
quer-se compensar o déficit auditivo.
Como fazer essa ‘’compensação’’ ao surdo ? por meio do treino (audição, fala,
leitura labial). Ou por meio de dispositivos tecnológicos como próteses, implantes,
cirurgias.
‘’a visão clínica está pautada no centro da linguagem humana através da fala’’ - Capovilla

A linguagem humana pode ser por meio de outras formas que não sejam exclusivamente a
fala.
Assim sendo, a linguagem humana por meio de sinais é considerado mais que uma língua, é
considerado como uma língua materna.

Problema: confundir a eficiência oral com o desenvolvimento cognitivo.


Bilínguismo : Nativo americano e nativo brasileiro. Processo avaliativo
Nativo em português ouvinte e nativo em libras. Processo avaliativo
Dessa forma, se é comum associar isso a problemas de atraso cognitivo, ou mesmo de
retardamento mental.
Surdo: doente que pode ser reabilitado a sociedade.
Mais do que reabilitável, mas, como um doente que precisa urgentemente de reabilitação
social.

Tende-se dessa formar em normalização ouvinte ao surdo, tornando o espaço de educação a


criança surda como um espaço não de educação, mas, como de tratamento, e cura da surdez,
para o fim de integrar o surdo a sociedade ao ouvinte.
Tende-se a priorizar ao ensino da fala e oralização em detrimento de outros conteúdos
verdadeiramente importantes para o surdo.
Daí que temos muitos surdos com idade mais avançadas, em salas de aula de crianças
menores, pois estão tendo uma visão educacional como não de aprendizado, mas, como
um espaço terapêutico a surdez.

Caso real: surdo é bêbado ?


A SURDEZ DEVE SER VISTA COM CULTURA SURDA
E NÃO CULTURA OUVINTE

Livro: Padden e Humphries (referência indicada pela UNIVESP)


A criança relatou no livro que a sua vizinha se comunicava com a sua mãe devido ao
uso de movimentos da boca. Perguntou a sua mãe o que havia de errado com a
vizinha. E a vizinha era diferente dele por ser ouvinte.
Surdez – perspectiva surda
Esse relato da criança exemplifica o quanto a surdez para aquela criança era
normal. E os outros é que eram diferentes. É uma forma diferente de enxergar a
surdez.
QUAL A VISÃO DO SURDO ACERCA DA
SURDEZ ?
Sylvia Lia Grespan Neves – surda autora do livro: ‘’mãos ao vento’’
(referencia também da UNIVESP)
Relatou que o aluno perguntou se Deus sabia língua de sinais. E ela confirmou que
Deus sabia. Posteriormente perguntou o porque dele estar perguntando isso, foi
quando ele relatou o medo de morrer e por falta de comunicação Deus mandar
aquele aluno para o inferno.
Foi então que ela relatou que esse aluno tinha uma identidade surda muito forte,
pois ela mesma imaginava ela como uma identidade ouvinte quando morresse. Mas
ele não, acreditava que mesmo após morto seria surdo.
VISÃO SOCIOANTRANPOLÓGICA
A comunidade surda se origina em uma atitude diferente ao déficit, já que não leva
em consideração o grau de perda auditiva de seus membros.

Línguas de São línguas


sinais naturais

E a comunidade surda não precisa de adaptar a língua majoritária.


A grande diferença é que o surdo não é mais definido pela falta de alguma coisa,
mas, pela sua diferença linguística e cultural. Dessa forma, o surdo é definido como
membro de uma minoria linguística.
Desenvolvimento
academico

Educação de
surdos deve
ser igual a
de ouvintes

aluno surdo = escola de


aluno ouvinte surdos =
escola ouvinte
E O QUE ISSO TEM HAVER COM O NOSSO PAPO ?
O SURDO É PACIENTE EM TODOS OS LUGARES,
NÃO APENAS NOS HOSPITAIS
Caso real: O prontuário de um paciente surdo
DÚVIDAS - PARTICIPAÇÃO
Qual a melhor forma de atendimento a pessoa surda ?

Caso real: O surdo com depressão


ARTIGO: LACERDA (2006):
Estudo que envolveu professores, estudantes, interpretes de uma escola privada de
SP. Escola com 29 ouvintes e 1 surdo, e esse surdo tinha surdez profunda bilateral, o
aluno sabia LIBRAS e a escola tinha 2 intérpretes (pagos pela família) e oito
professores especialistas. O resultado dessa pesquisa foi o seguinte:
Professores – desinformação geral sobre a surdez e suas peculiaridades. Ausência
de planejamento de ações coordenadas que levem em conta a presença do
intérprete.
Alunos ouvintes: falam de um ambiente feliz, em que o aluno surdo é bem acolhido.
Revelam que acham a LIBRAS difícil e que esperam que o seu colega aprenda a
falar. Ou seja, revela um determinado preconceito pela língua e uma expectativa
de normalização que parta do outro. É necessário um trabalho pormenorizado de
conscientização de uma verdadeira inclusão.
Aluno surdo – revelou que ele não se relaciona diretamente com os professores. Tem
apenas uma interlocutor efetivo no espaço escolar. E sempre está acompanhado de
um adulto. Essa ultima informação é uma característica bastante esdrúxula, visto que
não se é comum a participação de um adulto em meio as relações interpessoais de
crianças no meio em que ela está incluída. Ou seja, o interprete acaba por isolar a
criança no meio em que deveria ser o principal de comunicação com seres humanos
da mesma faixa etária delas. Certamente se essa criança estivesse em uma local de
aprendizado do surdo, e em uma escola de crianças surdas, certamente ela não
estaria nessa condição de isolamento e não teria impedido esse desenvolvimento
cognitivo.
Intérpretes: falta de trabalho em equipe multidisciplinar, sendo que os professores
não incluía os interpretes em planejamentos escolares, usando ele como uma
ferramenta e não com o entendimento de uma pessoa participativa da equipe
escolar. Faltou um entendimento do que é ter um aluno surdo em sala de aula.
Atividades eram planejadas para que houvesse aulas sem sentido para os surdos, e
além disso, uma responsabilização dos intérpretes pelo ensino-aprendizado do aluno
surdo. Ou seja, não tomavam o aluno surdo como uma responsabilidade dele, mas,
delegam a responsabilidade de educação para os intérpretes. Sendo que deveria
ser apenas a intermediação.
NECESSÁRIO...
Trazer mais surdos para o nosso convívio
Conhecer mais sobre a história da surdez
Procurar conhecer mais sobre o universo surdo
compreender como o surdo enxerga o universo
Colocar o surdo também sobre o patamar de protagonista
Reconhecer o surdo como autor de sua história
Aprender ferramentas que facilitem a comunicação: Como Libras, quando essa não
disponível, construir com a pessoa surda.
Cristiane Siqueira
Pereira
Acessibilidade em Libras/Direito Linguístico:
um olhar para inclusão social do surdo

Dra. Cristiane Siqueira Pereira


Cirurgiã Dentista – Esp. em Ortodontia
Mestra em Estudos da Tradução
Tradutora em Libras
DIREITO DA PESSOA SURDA NA SAÚDE
LEI DE ACESSIBILIDADE
DIFICULDADES DOS USUÁRIOS SURDOS

 PESQUISAS EVIDENCIAM QUE OS SURDOS PROCURAM MENOS OS SERVIÇOS DE SAÚDE;

 DIFICULDADES PARA COMUNICAR SUA NECESSIDADE;

 DIFICULDADE PARA SER ORIENTADO QUANTO À CONDUTA;

 ATENDIMENTO DA PESSOA SURDA EM FOCO NO ATENDIMENTO A SAÚDE AUDITIVA;

 COMUNICAÇÃO PELA ESCRITA COM OS PROFISSIONAIS


RECURSOS UTILIZADOS

MEIO COMUNICAÇÃO COM OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE:

 MÍMICA

 DESENHO

 ESCRITA

 LIBRAS

 ACOMPANHANTE

 APP S
ANAMNESE
PRIMEIRO CONTATO COM PESSOA SURDA
SINTOMAS E DORES
LIBRAS NO ATENDIMENTO

O PAPEL DA LIBRAS NO ATENDIMENTO


ODONTOLÓGICO DE PACIENTES
ATENDIMENTO X PANDEMIA

 BIOSEGURANÇA

 ROTINA

 DESINFECÇÃO CUIDADOSA

 SALAS DE ESPERA

 REFORÇO DE PROTOCOLO: REDUÇÃO


ATENDIMENTO EMERGENCIAL

• 30% dos pacientes ao dia ou alteração;


• 1 hora por atendimento;
• 3 a 5 horas ao dia;
• Atendimento na Pandemia: dor de dente por inflamações, inchaço no rosto,
cáries extensas, sacramento gengival, restaurações com problemas,
e trauma dentária; e
• Os profissionais uso de EPI’s para evitar a propagação do Corona vírus:
GOTÍCULAS DE SALIVA NO AR
TERMINOLÓGICOS ODONTOLÓGICOS

- CÁRIE - BRUXISMO
- TRATAMENTO DO CANAL - FRATURA DENTAL
- CIRURGIA DO SISO - ESTÉTICA
- EXTRAÇÃO
- LIMPEZA BUCAL
- ORTODONTIA
- RESTAURAÇÃO EM AMALGAMA E EM RESINA
- PRÓTESE
- HARMONIZAÇÃO FACIAL
@cristianesiper
Jorlúzia Moreira
II Encontro de Libras em Saúde

ACESSIBILIDADE EM LIBRAS/DIREITO
LINGUÍSTICO: UM OLHAR PARA
INCLUSÃO SOCIAL DO SURDO

13 DE AGOSTO
POR QUE EU ESCOLHI SER
FISIOTERAPEUTA?
?
Primeiro atendimento
de Fisioterapia
LUVA ESTÉRIL
ELETROTERAPIA

HIDROTERAPIA
LIBERAÇÃO MIOFASCIAL É UMA TÉCNICA DE TERAPIA MANUAL 
AULA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA

CITOLOGIA E HISTOLOGIA
ESTÁGIOS
Treino da marcha e Técnica de fisioterapia pulmonar
equilíbrio
ESTÁGIOS

Unidades de terapia intensiva (UTIs)


ESTÁGIOS

TREINO DE EQUILÍBRIO NA
SÍNDROME DE DOWN
PILATES Aluna Surda
Bilíngue

Alunos ouvintes
PILATES
Bilíngue na pandemia
PALESTRAS
PALESTRAS
Somente com respeito, amor e inclusão,
conseguiremos construir uma sociedade mais
justa e desenvolvida para todos. (Autor
desconhecido)

email: alvesjorluzia@gmail.com
Gabriel Gollyjewski
ACESSIBILIDADE EM LIBRAS /DIREITO
LINGUÍSTICO UM “OLHAR PARA INCLUSÃO
SOCIAL DO SURDO”

Gabriel Gollyjewski
• Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0502981790341197
• Meu nome: Gabriel Gollyjewski
• Idade: 23 Anos​
• Sou Surdo
• Resido em: Cascavel-PR​
• Formação: Técnico de Enfermagem / COREN-PR 1486899
• Graduando em Enfermagem – 4º Período -
Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz – (FAG).
FLORENCE NIGHTINGALE

Esteve realizando seu trabalho em guerras, dentre


elas destaca-se a Guerra da Crimeia que marcou a
história da enfermagem no Mundo, foi a partir de
então que passou a ser chamada de “Dama da
Lâmpada”, pois com a lanterna nas mãos, percorria
as enfermarias, iluminando o caminho a ser
percorrido e então atender aos doentes durante as
noites frias. (PADIHA; BORENSTEIN; SANTOS,
p.184, 2011)
No Brasil, como marco histórico na área da
saúde, em relação ao despontar a Enfermagem,
destaca-se a figura de Anna Justina
Ferreira Nery (1814 – 1880), se dedicou a cuidar
de feridos de guerra se colocando à disposição
em trabalhos voluntários em hospitais, para poder
estar mais próxima de seus familiares. (PORTO;
OGUISSO, p.79, 2011).
POPULAÇÃO RESIDENTE COM ALGUMA DEFICIÊNCIA
AUDITIVA
Vendas;
Vendas;
Vendas; ;; 1º
0; Tri;
0% 5,1;
0;0%
5% 5,1 %

O IBGE ENTREVISTOU UM TOTAL


DE 190.755.799 PESSOAS.
DESSAS, 5,1% DECLARARA TER
ALGUM TIPO DE DEFICIÊNICA
AUDITIVA (O QUE SERIAM
9.717.318 PESSOAS NA ÉPOCA). Vendas; 2º
Tri; 94,9;
95% 94,9%

Fonte: Censo 2010 – Tabela 8 (pg. 76)


• FLORENCE NIGHTINGALE
• 12 DE MAIO DE 1820
• 13 DE AGOSTO DE 1910

• ANNA NERY OU ANA NÉRI


• NO BRASIL, COMO MARCO HISTÓRICO NA ÁREA DA SAÚDE, EM RELAÇÃO AO DESPONTAR A
ENFERMAGEM, DESTACA-SE A FIGURA DE ANNA JUSTINA FERREIRA NERY (1814 – 1880)

• CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988


• NO ARTIGO 198 QUE ENCONTRAMOS AS DIRETRIZES SOBRE AS AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE,
COLABORANDO ENTÃO PARA A CIRAÇÃO DA LEI Nº 8080 DE 19 SETEMBRO DE 1990.
[...] E PROMOVE O DIREITO E [...] É DIREITO DO “APRIMORAR
A LEI Nº 10.436/2002,
LIBERDADE DA PESSOA COM SEUS CONHECIMENTOS
QUE RECONHECEU A TÉCNICOS, CIENTÍFICOS E
DEFICIÊNCIA, ASSEGURA QUE
LÍNGUA BRASILEIRA DE A ATENÇÃO INTEGRAL À CULTURAIS QUE DÃO
SINAIS (LIBRAS) COMO SAÚDE DESTES SUJEITOS, EM SUSTENTAÇÃO A SUA
MEIO LEGAL DE TODOS OS NÍVEIS DE PRÁTICA PROFISSIONAL.” O
COMUNICAÇÃO COMPLEXIDADE, POR ENFERMEIRO TEM O DEVER
E EXPRESSÃO DOS INTERMÉDIO DO SISTEMA DE OFERTAR UMA
•LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS)
ÚNICO DE SAÚDE (SUS), SEJA ASSISTÊNCIA LIVRE DE
SURDOS,
GARANTIDA, COM SEU PRECONCEITO DE QUALQUER
• LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO
ACESSO UNIVERSAL (LBI)
E NATUREZA.-
IGUALITÁRIO.
•CÓDIGO DE ÉTICA DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO (CEPE)DE DEONTOLOGIA
[...] CODIGO
DE ENFERMAGEM
DOU DE 29-03-76
À falta de profissionais
da enfermagem que
tenham conhecimento
em Libras ou que
dominem estratégias
de como se comunicar
com o paciente surdo,
estes
encontram várias barre
iras durante
atendimentos a sua
saúde, devido a não
compreensão dos
relatos, por se
comunicarem em
Libras. (TRECOSSI
M.O., Ortigara E.P.F.,
2013)

FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=bTch_y3vyhc
FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=o9N21gOWZFw&t=56s
Intubação traqueal endotraqueal
ou intubação orotraqueal
FONTE: https://www.uopeccan.org.br/noticias/tecnico-de-enfermagem-surdo-auxilia-deficientes-auditivas-no-atendimento-
de-mamografia-na-uopeccan/
FONTE: https://www.uopeccan.org.br/noticias/tecnico-de-enfermagem-surdo-auxilia-deficientes-auditivas-no-atendimento-
de-mamografia-na-uopeccan/
PRIMEIRA
ATENDIMENTO
EM LIBRAS

CENTRO
OBSTÉRICA
Cuidado com bebê:
Teste do Pezinho
Cuidado com bebe: orientação em Libras para o
pai do bebê.
Fonte: Governo do Estado realiza primeiro parto com interprete de Libras. (Foto: Divulgação).

Site https://www.ma.gov.br/agenciadenoticias/?p=190901
LEI Nº 17029 DE 18/08/2020
CENTRO OBSTETRÍCO
• A Lei Garante o direito à presença de Tradutor e Intérprete da
Língua Brasileira de Sinais (Libras), durante o trabalho de parto,
parto e pós-parto imediato, nos hospitais, maternidades, casas
de parto e estabelecimentos similares da rede pública e privada
de saúde no Estado de Pernambuco. (O PROJETO QUE
ORIGINOU ESTA LEI É DE AUTORIA DO DEPUTADO GUSTAVO
GOUVEIA – DEM)
• Nesse sentido, pelo ato de
incluir e olhar o paciente
surdo, torna-se relevante a
presença do Enfermeiro
surdo bilíngue na área da
saúde e sua compreensão
e habilidade acerca da
acessibilidade para com os
pacientes surdos,
evidenciando a forma de
comunicação e expressão
através da Libras, evitando
prejuízos, eliminando a
barreira comunicacional
multiprofissional. (BRASIL,
2015).
• E-MAIL: ENFSURDO@HOTMAIL.COM

• INSTAGRAM: ENFSURDO

"A COMPAIXÃO É UM PROFUNDO DESEJO DE VER OS


OUTROS ALIVIADOS DO SOFRIMENTO, O AMOR É A
OUTRA FACETA, UM FORTE DESEJO DE VER OS
OUTROS FELIZES"
Sylvia Lia
Grespan
Acessibilidade em Libras /Direito
Linguístico : um olhar para inclusão social
do surdo

Profa. Sylvia Lia Grespan Neves


INTRODUÇÃO

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística (IBGE) de 2010 há:

9,7 milhões de pessoas têm deficiência auditiva

2.147.366 milhões apresentam deficiência auditiva


severa, situação em que há uma perda entre 70 e
90 decibéis (dB). Cerca de um milhão são jovens
até 19 anos.
INTRODUÇÃO
A Libras se originou a partir da Língua de Sinais Francesa e foi reconhecida
como meio legal de comunicação e expressão da comunidade surda pela Lei
Federal n. 10.436/2002 e regulamentada pelo Decreto n. 5.626, de 22 de
dezembro de 2005.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso IV,
da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no10.436, de 24 de abril de 2002, e no art.
18 da Lei no10.098, de 19 de dezembro de 2000,
DECRETA:

CAPÍTULO VII
DA GARANTIA DO DIREITO À SAÚDE DAS PESSOAS SURDAS OU
COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

IX - atendimento às pessoas surdas ou com deficiência auditiva na rede de serviços do


SUS e das empresas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos de
assistência à saúde, por profissionais capacitados para o uso de Libras ou para sua
tradução e interpretação; e
X - apoio à capacitação e formação de profissionais da rede de serviços do SUS
para o uso de Libras e sua tradução e interpretação.
§ 1o O disposto neste artigo deve ser garantido também para os alunos surdos
ou com deficiência auditiva não usuários da Libras.
INTRODUÇÃO

O Decreto Lei nº 5.626 de 2005, que garante o direito à saúde das


pessoas surdas ou com deficiência auditiva determinando que, a partir de
2006, seja organizado o atendimento às pessoas surdos na rede de
serviços do SUS.

DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005.


O que diz esse Decreto?
• CAPÍTULO VII
DA GARANTIA DO DIREITO À SAÚDE DAS PESSOAS SURDAS OU COM DEFICIÊNCIA
AUDITIVA
• IX - atendimento às pessoas surdas ou com deficiência auditiva na rede de
serviços do SUS e das empresas que detêm concessão ou permissão de serviços
públicos de assistência à saúde, por profissionais capacitados para o uso de Libras
ou para sua tradução e interpretação; e
• X - apoio à capacitação e formação de profissionais da rede de serviços do SUS
para o uso de Libras e sua tradução e interpretação.
INTRODUÇÃO
Quando o surdo procura o serviço de saúde para atendimento, os
problemas são visíveis desde sua passagem pela recepção, até o
atendimento e encaminhamento para realização de exames, lembrando
da falta recurso visual para explicar de forma clara e coesa a forma
correta para o uso de medicamentos.
INTRODUÇÃO
Os pacientes surdos buscam o sistema de saúde com menos frequência
que os pacientes ouvintes, referindo, como principais dificuldades, o
medo, a desconfiança e a frustração

x
A necessidade dos surdos serem compreendidos
pelos profissionais de saúde, torna-se visível nos
seus relatos:

Tive dengue e o médico não explicou. Sei


que tive porquê aqui na escola a professora
falou que dengue dá febre, dor, mas eu não
sabia que doença era. (A17)

Tenho dificuldades. É muito difícil a


comunicação com os profissionais da saúde.
(S10)
Os meios utilizados no atendimento
foram:
RELATO DOS SURDOS

Comunicação escrita

presença de um familiar ou
acompanhante

gestos
LIBRAS???
Fatores que surdos não sentem
confortáveis ao levar acompanhantes:

•Perde o direito da individualidade

•Perde privacidade

•Família transmite o recado bem


resumidamente

•Profissionais de saúde direcionam as perguntas aos


acompanhantes, que desperta insegurança e indignação
Barreiras no atendimento com
interprete
Por que não o Interprete?
• Falta de conhecimento especifico
(capacitar o interprete para atuar no atenção de saúde)
• Despreparo (na maioria das vezes o interprete não possui
nivel superior)
• Temerosos Termos Técnicos (Uso e adaptações
Linguisticas que facilite a compreesão)
• Não há quem avalie esses profissionais em seu egresso e
mensure seu nivel linguistico
• Que orgão recorrer em casos de má conduta ou
descumprimento ético?
HandTalk
Vocês o conhece?
Esse App tem gerado, muitos
conflitos, por que para ouvintes que
desconhecem a Lingua de Sinais, vê a
salvação da interpretação simultanea.
Mas não é nada disso, esse App não
substitui a interpretação humana e
existem falhas incorrigiveis, como
confusões relacionada a palavras
Homônimas ( Provar, Passar, Prevenir,
Vacinar, Infarto…..Dentre varios sinais
irreconheciveis e palavras sem
definição como por exemplo Prostata,
hemodialise, cateterismo e etc…
Prejuízos da comunicação a distância
• Fila de espera na central de interpretação
enquanto o medico não pode esperar

• Web câmera consome muitos dados de internet

• Hospital não possuem wi-fi

• Pacientes muito enfermos que não conseguem


usar celular

• Sala de UTI não e permitido usar celular


Dificuldades relatadas
ATENDIMENTO DIRETO
Uma pesquisa realizada em 2008 por Chaveiro e Barbosa, visando a
assistência ao Surdo na área de saúde como fator de inclusão social,
constatou-se que:

“o vínculo é estabelecido quando os


profissionais conseguem se comunicar com
a pessoa Surda. A inclusão do surdo nos
serviços de saúde evidencia dificuldades de
comunicação, entretanto a relação entre
profissional e paciente precisa ser
melhorada, pois o vínculo ocorre quando
ele se sente compreendido.”

A presença do interprete melhora tal relação, mas não contribui


totalmente para a inclusão social do Surdo.
O ideal seria:
• Disciplina de libras obrigatória para todos os cursos acadêmicos e técnico
da área da saúde com uma carga horária maior na modalidade presencial,
visto que a carga horária oferecida é inferior as necessidades que
demandam durante o processo de atendimento.

• Convênio médico deveria cobrir também a presença de intérpretes em


consultar, exames, cirurgias, etc.(Deve ser dever dos convênios e planos de
saúde, assegurar o atendimento acessível a pessoa surda, conforme descrito
no decreto 5.626 de 2005 bem como a capacitação de profissionais da
saúde que atendam a planos de saúde e concessionária.)

• Anatel deveria prever obrigatoriedade de pacotes de dados mais em conta


para pessoas surdas, uma vez que chamadas e vídeo consomem muitos
dados

• Tornar o site do Sus, que contém muita informação, acessível para surdos
usuários de libras. Isso poderia ser feito através de uma janela com
intérprete.
Faculdade Ciências Médicas
da Santa Casa de Sao Paulo

Disciplina
obrigatória nas
grades curriculares

Fonoaudiologia Enfermagem Biomedicina Radiologia

30 horas 30 horas 30 horas


3 anos

Estágio Eletivo do
4 ano
Clínica Bilíngue
Faculdade Ciencias
Médicas da Santa
Casa de Sao Paulo

Optativa

Medicina Medicina Atividades extra


Libras I Libras II curriculares

30 horas 30 horas Liga Cultura Surda

Liga Saúde - SALIS


Liga da libras e cultura surda
INSCRIÇÕES PARA PACIENTES
OBRIGADA!

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