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CONTRASTES DE DESENVOLVIMENTO

Unidade 1 - Indicadores de desenvolvimento

1.1 - Qual é a diferença entre crescimento económico e desenvolvimento?

O crescimento económico está condicionado por fatores:


- crescimento demográfico;
- dinamismo das relações comerciais;
- os avanços científicos e tecnológicos.

Existem dois grupos separados pelo grau de crescimento económico:


 países desenvolvidos que registam elevados crescimentos;
 países menos desenvolvidos registam fracos ou nulos crescimentos.

Países desenvolvidos (América do Norte, Europa, Austrália, Japão)


Países em crise económica (Argentina, Rússia)
Países em desenvolvimento (Gronelândia, Chile, Uruguai)

Crescimento económico - está associado a um aumento da riqueza económica do


país, por isso melhora o nível de vida da população.

Indicadores que analisam o crescimento económico:


 PIB (produto interno bruto) - valor total de bens produzidos por um país num
determinado período.
 PNB (produto nacional bruto) - PIB somado com os rendimentos recebidos através
de negócios feitos fora do país, subtraindo os rendimentos de estrangeiros.

A repartição da riqueza nos países em crescimento económico é pouco equitativa,


pois, pode não ser uma melhoria generalizada no nível de vida de toda a população,
mas apenas uma pequena parte dela.
Ex.: países árabes produtores de petróleo (Koweit, Qatar, Arábia Saudita), que com o
dinheiro resultante da exportação de petróleo, não é utilizado para a melhoria das
condições de vida da população, mas sim para o enriquecimento das classes
dirigentes (presidentes e família, membros do governo).

Quando o crescimento económico se reflete no nível de vida das populações, deixando


de ser só vertente económica, quando o crescimento se alarga social e culturalmente,
melhorando os níveis de educação, formação profissional, existem cuidados de saúde,
habitação com condições, emprego e segurança social, lazer, cultura - o crescimento
é pleno - desenvolvimento.

1.2 - Como podemos medir os níveis de desenvolvimento?

Capacidades humanas - conjunto de coisas que as pessoas podem ser ou fazer na


vida.
As capacidade humanas mais elementares são:
- Ter uma vida longa e saudável;
- Ser instruído;
- Ter acesso aos recursos necessários p/ Ter um bom nível de vida;
- Participar na vida da comunidade.
Para saber o nível de desenvolvimento de um país foi criado um indicador - IDH -
Índice de Desenvolvimento Humano - combinado com outros indicadores:
- esperança média de vida;
- produto interno bruto;
- taxa de alfabetização.
Este índice varia entre 0 e 1 -
Elevado (maior ou igual a 0.8)
Médio (entre 0.79 e 0.5)
Reduzido (inferior a 0.5)

1.3 - O bem-estar e a qualidade de vida serão fatores de desenvolvimento?

A qualidade de vida é um conceito complexo que não é entendido da mesma forma


por todos. Isto acontece por as expectativas serem diferentes consoante o grau de
desenvolvimento e o nível social das populações.
Se perguntarmos a alguém de um país...o que é para ele qualidade de vida:
 país menos desenvolvido
- alimentação suficiente
- água canalizada
- emprego
- habitação
 país em desenvolvimento
- educação
- formação da saúde
- assistência social (crianças e idosos)
- lazer / consumo
 país desenvolvido
- problemas ambientais
- segurança
- acesso à cultura

1.4 - Como se distribuem alguns indicadores de desenvolvimento?

Os níveis de desenvolvimento no mundo têm importantes contrastes.


- Nas sociedades mais desenvolvidas ( América do Norte, Europa, Nova
Zelândia, Japão, Austrália), onde os habitantes têm uma boa qualidade de vida, e
as necessidades e aspirações de caracter social estão asseguradas.
- Nos países menos desenvolvidos (África, Ásia, e América Latina), as estruturas
da educação e formação, serviços de saúde e assistência social a crianças e idosos
são quase inexistentes.

1.5 – Como se agrupam as regiões do mundo quanto ao desenvolvimento?

Nos últimos anos, tem sido notória uma melhoria em alguns indicadores económicos e
sociais como por exemplo:
- esperança média de vida;
- taxa de mortalidade infantil;
- taxa de alfabetização;
- PIB per capita.

As regiões do mundo agrupadas tendo em conta o seu desenvolvimento podem ser:


 Regiões desenvolvidas – registam valores elevados em termos económicos e
sociais (Europa Ocidental, América do Norte, Oceânia)
 Regiões desenvolvidas em recessão económica – a crise económica baixou o
rendimento e a esperança média de vida (Europa Oriental)
 Regiões em desenvolvimento – aumento da esperança média de vida, educação e
saúde (América Latina)
 Regiões menos desenvolvidas – valores mais baixos de todos (África)

Unidade 2 – Causas e obstáculos ao desenvolvimento

2.1 – Por que razão existem os países subdesenvolvidos?

O subdesenvolvimento é um grave problema dos muitos países do mundo.

O subdesenvolvimento está relacionado com os fatores:


 Condicionalismos históricos - ao longo do período do colonialismo, colocando
estas regiões localizadas no hemisfério sul, fora do desenvolvimento decorrente
da Revolução Industrial.
 Condições naturais – nestas regiões predominam climas quentes e secos, ou muito
húmidos, que é um obstáculo à atividade económica como a agricultura e o
turismo.
 Catástrofes naturais – secas, inundações, furacões, deslizamentos de terra, que
agravam a situação económica dos países.

2.2 – Quais são as causas atuais do subdesenvolvimento?

As causas são:
- Explosão demográfica
- Agricultura tradicional
- Economia muito frágil
- Baixo nível de escolaridade (fraca formação profissional)
- Debilidade das infraestruturas económicas( estradas, aeroportos...)
- Crescente dívida externa
- Instabilidade social

2.3 – Que relação existe entre o nível de desenvolvimento e o crescimento


demográfico?

O processo de desenvolvimento é determinado pela relação entre os recursos e o


crescimento económico.
 Nos países menos desenvolvidos: existe um excessivo aumento da população, que
não é acompanhado pelo aumento dos recursos alimentares. Ex.: fome e carência
alimentar.
 Nos países mais desenvolvidos: existe uma quebra do crescimento da população e
um aumento dos recursos disponíveis. Ex.: excesso alimentar (sobrenutrição),
consumismo exagerado.

2.4 – Como é que a evolução da população constitui um fator de


desenvolvimento?

O modelo de transição demográfico explica o crescimento da população e as variações


que esta vai sofrendo.
O modelo de transição demográfica organiza-se em 4 fases:
 Regime demográfico primitivo ou pré-industrial – elevadas taxas de natalidade e
mortalidade, o que origina um baixo crescimento demográfico.
 Primeira fase da transição demográfica – elevadas taxas de natalidade, diminuição
das taxas de mortalidade, originando um elevado crescimento natural.
 Segunda fase da transição demográfica – diminuição da taxa de natalidade,
continua descida da taxa de mortalidade, o que origina uma redução do
crescimento natural da população.
 Regime demográfico moderno – taxa de mortalidade e natalidade muito baixas,
originando um crescimento natural muito reduzido, negativo ou até nulo.

2.5 – Como é o modelo demográfico dos países menos desenvolvidos?

1ª fase – crescimento natural praticamente nulo


 Altas taxas de natalidade e mortalidade
 Mortalidade aumentava – pestes e epidemias
 Mortalidade diminuía – prosperidade agrícola

2ª fase – aumento galopante do crescimento natural


 Diminuição das taxas de mortalidade
 Melhoria das condições médico-sanitárias (campanhas de vacinação)
 Elevadas taxas de natalidade (devido a:)
- família numerosa (sinal de prestigio)
- elevada taxa de analfabetismo
- filhos serviam de mão de obra
- permitido o trabalho infantil

2.6 – Como é o modelo demográfico dos países desenvolvidos?

1ª fase – diminuição da taxa de mortalidade


 melhores condições alimentares
 melhoria nas condições de higiene
 avanços na medicina (vacinas)
 taxa de natalidade manteve-se alta

2ª fase – diminuição da taxa de natalidade


 mulheres passam a exercer uma atividade profissional
 criação da escolaridade obrigatória
 proibição do trabalho infantil
 modo de vida moderno (continuação dos estudos)
 evolução nos métodos contracetivos

3ª fase – diminuição do crescimento natural (fase atual)


 diminuição da taxa de natalidade (aumento da E.M.V.)
 envelhecimento da população

2.7 – Como corrigir o crescimento explosivo da população?


Devido a este crescimento surgiram 2 problemas:
- excesso de população
- envelhecimento da população

Para resolver estes problemas surgem as políticas demográficas – é o conjunto de


medidas e programas, implementados pelos governos, tendo em vista estimular ou
inibir a natalidade.
Existem 2 tipos de políticas demográficas:
 política natalista – aumentar as taxas de natalidade.
 Política antinatalista – reduzir as taxas de natalidade.

2.8 – O que são políticas antinatalistas?

Os governos tentam reduzir o n.º de nascimentos através de:


 Subsídios – a casais que só têm um filho
 Divulgação do Planeamento familiar
 Aumentos dos impostos para famílias numerosas
 Proibição do trabalho infantil
 Legalização da interrupção voluntária da gravidez (aborto)

Em países como a China, o Japão e a Índia (gigantes demográficos), estas políticas


foram essenciais para parar o crescimento populacional.

2.9 – O que são políticas natalistas?

Tentam aumentar o n.º de nascimentos através de:


 Diminuição dos impostos para famílias numerosas
 Aumentar os abonos de família para famílias numerosas
 Licença de maternidade com maior prazo
 Subsídios progressivos a partir do primeiro filho
 Serviços médicos a crianças gratuitos

Mas há fatores que impedem estas políticas:


- Casamentos tardios
- Maternidade tardia
- Redução do n.º de filho por casal
- Aumento da atribuição de trabalho à mulher

Na França, Polónia, Irlanda, Portugal, têm estas medidas para tentarem assegurar o
rejuvenescimento da população.

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