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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CAMPUS VII - GOVERNADOR ANTÔNIO MARIZ


CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

DISCIPLINA: TERCEIRO SETOR


PROF.ª: CINTHIA FRADE
UMA ABORDAGEM CONCEITUAL DO
TERCEIRO SETOR:
ORIGEM, DEFINIÇÕES E PAPÉIS
OBJETIVOS DA AULA
 Conceituar o Terceiro Setor;

 Entender como foi originado o Terceiro Setor;

 Definir a teoria na qual se fundamenta o Terceiro Setor;

 Identificar os diversos papéis de atuação das organizações do Terceiro


Setor para que você compreenda como elas realizam suas atividades junto
à sociedade.
CONTEXTUALIZANDO…

Muito se fala sobre o , mas nem todas as pessoas conhecem de fato


seu significado.

Para que possamos entender o que é o Terceiro setor, que tal sabermos
primeiro quais são o Primeiro e o Segundo Setor?

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CONTEXTUALIZANDO…
1. Primeiro Setor: o poder público (governo) que é responsável pelas
questões sociais.
2. Segundo Setor: iniciativa privada com fins lucrativos.
3. Terceiro Setor: atua exclusivamente com preocupações e práticas
sociais, executam atividades sem fins lucrativos e promovem a geração
de bens e serviços de caráter público.

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CONTEXTUALIZANDO…
Dentre as organizações que compõem o Terceiro Setor estão:

 ONGs (Organizações Não Governamentais);

 Instituições religiosas;

 Entidades beneficentes;

 Centros sociais, clubes, serviços etc.

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CONTEXTUALIZANDO…
Uma característica importante dessas organizações é que elas contam com
uma grande quantidade de voluntários;

E atuam prestando serviços para a sociedade menos favorecida, que não


consegue receber os serviços do poder público (Primeiro Setor), nem
contratar os serviços do setor privado (Segundo Setor).

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ORIGEM DO TERCEIRO SETOR
Tanto na literatura brasileira quanto na internacional se percebe um
agrupamento de denominações para as organizações privadas, sem fins
lucrativos, cujo objetivo é produzir o bem coletivo.

Mas, qual a origem do termo Terceiro Setor?


O termo foi utilizado pela primeira vez na década de 1970, nos Estados
Unidos, e a partir da década de 1980, os pesquisadores europeus
passaram a usá-lo também.

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ORIGEM DO TERCEIRO SETOR
No Brasil, os primeiros focos de atuação do Terceiro Setor deram-se como
reação ao autoritarismo de Estado e em busca da reestruturação da
democracia no país a partir da década de 1970.

Portanto, o fortalecimento da sociedade civil deu-se a partir da fragilidade


dos seus laços com o Estado.

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ORIGEM DO TERCEIRO SETOR

Foi a partir do final da década de 1980 e do início da década de


1990, que o termo Terceiro Setor passou a se tornar comum entre os
teóricos da reforma do Estado no Brasil.
O termo foi usado para fazer menção a um conjunto de entidades da
sociedade civil de finalidade pública, mas sem objetivo de lucro.

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ORIGEM DO TERCEIRO SETOR
A valorização do Terceiro Setor no nosso país começou a ser percebida a
partir do movimento pela Reforma do Estado no ano de 1995, cujo
propósito seria discutir a busca pela eficiência e eficácia na garantia de
proporcionar segurança, educação, saúde, transporte e outras
intervenções necessárias à sociedade brasileira.

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ORIGEM DO TERCEIRO SETOR
Em 1995, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso tomou posse como
Presidente da República (1995 a 2002) e criou o Ministério da
Administração Federal e Reforma do Estado (MARE). Para a pasta foi
nomeado Luiz Carlos Bresser Pereira.

Em seu discurso, o Ministro afirmou que é necessário reduzir o núcleo do


próprio aparelho do Estado. Para isto, entretanto, a arma principal não é
apenas a da privatização. Esta é fundamental para transferir para o setor
privado as atividades produtivas voltadas para o mercado [...] (Caderno
de artigos do MARE).

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ORIGEM DO TERCEIRO SETOR
De acordo com Leite (2003), no Brasil, algumas das organizações que
integram o chamado Terceiro Setor não são novas. Como um bom
exemplo de algumas dessas organizações temos as Santas Casas de
Misericórdia, que tiveram origem em Portugal no final do século 15 e seu
objetivo era prestar assistência médica às pessoas mais necessitadas.

Os novos movimentos sociais que emergiram nos anos 70 resultaram no


surgimento das Organizações Não Governamentais (ONGs).

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DEFINIÇÕES
Coelho (2002) coloca que essas organizações são estruturadas,
autogovernadas e envolvem indivíduos num significativo esforço
voluntário.

Na percepção de Fernandes (2007), os conceitos dessas organizações são


baseados em duas negações. Primeiro, elas não fazem parte do governo e,
portanto, não se confundem com o Estado; segundo, elas não são geridas
a partir da lógica de mercado, sendo que seus dirigentes, de um modo
geral, prestam serviços voluntários, sem pagamentos salariais ou
dividendos.

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DEFINIÇÕES
O Terceiro Setor, o Estado e o Mercado
É aquele que não é público nem privado, […] porém, guarda uma relação
simbiótica com ambos, na medida em que ele deriva sua própria
identidade da conjugação entre a metodologia deste (privado) com as
finalidades daquele (público). Ou seja, o Terceiro Setor é composto por
organizações de natureza “privada” (sem o objetivo de lucro) dedicadas à
consecução de objetivos sociais ou públicos, embora não seja integrante
do governo (Administração Estatal) (SABO PAES, 1999, p. 46).

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DEFINIÇÕES
Conjunto de organismos, organizações ou instituições dotados de
autonomia e administração própria que apresentam como função e
objetivo principal atuar voluntariamente junto à sociedade civil visando
ao seu aperfeiçoamento (SABO PAES, 1999, p. 46).
 DEFINIÇÃO GERAL:
“É um conjunto de atividades de interesse público, espontâneas, não
governamentais e não lucrativas, realizadas em benefício geral da
sociedade, independentemente dos demais setores (Estado e Mercado),
embora possa ou deva receber deles colaboração” (NAVES, 2003, p. 574).

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CARACTERÍSTICAS
Estruturadas
Possuem certo nível de formalização de regras e procedimentos, ou
algum grau de organização permanente.

Privadas
Essas organizações não têm nenhuma relação institucional com
governos, embora possam dele receber recursos.
Não distribuidoras de lucros
Nenhum lucro gerado pode ser distribuído entre seus proprietários
ou dirigentes. Devem ser dirigidos à realização da missão da
instituição.
Autônomas
Possuem os meios para controlar sua própria gestão, não sendo
Voluntárias por entidades externas.
controladas
Envolvem um grau significativo de participação voluntária
(trabalho não remunerado), pode variar entre organizações e de
acordo com a natureza da atividade por ela desenvolvida.

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PAPÉIS E ATORES DO TERCEIRO
SETOR
O Terceiro Setor está se desenvolvendo e se diversificando na medida em
que atua nas mais diversas áreas, tais como educação, saúde, cultura,
meio ambiente, assistência social etc.

Esse setor se inseriu como importante ator social na busca pela melhoria
das condições da sociedade, pela capacidade de geração de empregos,
participação democrática, exercício da cidadania e responsabilidade
social.

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PAPÉIS E ATORES DO TERCEIRO
SETOR
“O terceiro setor tem um caráter estratégico da maior importância no
âmbito de qualquer sociedade que se preocupe com o desenvolvimento
social e a consolidação de valores democráticos, pluralistas,
comprometidos com a solidariedade humana e o sentido de comunidade”
(SABO PAES, 1999, p. 47).

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PAPÉIS E ATORES DO TERCEIRO
SETOR
PAPÉIS E ATORES DO TERCEIRO
SETOR
Qual o espaço comum do Terceiro Setor?

Necessidades humanas!

O terceiro setor se alimenta de palavras como gratidão, lealdade,


caridade, amor, compaixão, responsabilidade, solidariedade, verdade,
beleza etc.

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PAPÉIS E ATORES DO TERCEIRO
SETOR
O vigor das ações do terceiro setor encontra-se mais na capacidade de
mobilização do capital humano do que no caráter empreendedor e
profissional que esse setor é capaz de realizar. Isso se deve pelo uso da
criatividade e de sua dimensão voluntária.

RESULTADOS

Envolvimento e comprometimento das pessoas/voluntários, mais do que


propriamente em função de sua capacidade técnica e de gestão.

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PAPÉIS E ATORES DO TERCEIRO
SETOR
Mas quem são, na verdade, os atores envolvidos e atuantes
desse setor e como eles se relacionam entre si?

ONGs, associações, fundações, entidades de assistência social, educação,


saúde, esporte, meio ambiente, cultura, ciência e tecnologia, entre outras
várias organizações da sociedade civil.

O Terceiro Setor abrange ações públicas que saem do domínio estatal e passam a ser
encampadas por organizações da sociedade civil. Como por exemplo, a prestação de serviços nas
áreas de saúde, educação e bem estar social, bem como defesa dos direitos de grupos específicos
da população, como mulheres, negros e povos indígenas, ou de proteção ao meio ambiente,
promoção do esporte, cultura, lazer etc.

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PAPÉIS E ATORES DO TERCEIRO
SETOR
É o surgimento da iniciativa privada com fins públicos, com o objetivo de
combater grandes problemas do mundo atual, como pobreza, violência,
poluição, analfabetismo, racismo etc.

São instituições com grande potencial de representatividade, podendo ser


vistas como legítimas representantes dos interesses da sociedade civil.

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PAPÉIS E ATORES DO TERCEIRO
SETOR
A participação social por si só não é a solução dos problemas sociais, mas
a prática social é essencial para o desenvolvimento quando cria vínculos
sociais que contribuem para melhorar a qualidade de vida da
comunidade.

Certamente as ações públicas são mais eficazes quando realizadas na


forma de parcerias e, conforme nossa Constituição Federal (capítulo 3,
seções A e C), ações conjuntas entre o governo e organizações da
sociedade civil fazem parte da política global de descentralização.

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