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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CELSO

SUCKOW DA FONSECA
UnEd Nova Iguaçu

RELATÓRIO 4 – PÊNDULO SIMPLES

ANNE CAROLLINNE SILVA DE AQUINO


EMANUEL JORDAN DE AMORIM FRANÇA
MATHIAS BARROSO IZIDÓRIO

Relatório apresentado ao professor


Gabriel Lemos como método avaliativo
referente a disciplina de Física
Experimental II do curso de Engenharia
Mecânica.

Rio de Janeiro, 15 de outubro de 2021.


Introdução
Um sistema suspenso, constituído de um fio inextensível de comprimento L e um
corpo de massa m, é chamado de pêndulo simples.

Figura 1 - Pêndulo simples em repouso

Quando esse corpo de massa m é afastado a um ângulo θ da posição de repouso


e solto, esse sistema passa a oscilar. Desprezando a resistência do ar, e fazendo uma
análise estática do equilíbrio de forças desse sistema, conclui-se que as forças atuantes
são a força peso P do corpo, e a tensão T no fio.
Já quando a massa do sistema é solta e passa a oscilar, este faz um movimento
em forma de arco, conforme ilustrado na figura abaixo, e então nesse instante passa a
existir uma força chamada força centrípeta 𝐹𝑐 .

L
T

P
m

Figura 2 - Pêndulo simples em movimento

Materiais Utilizados
Para a realização deste experimento, foram utilizados os seguintes materiais:
• 1 cilindro de poliéster, 1 cilindro de alumínio e 1 cilindro de aço (ferro);
• 1 balança;
• 1 trena;
• 1 suporte imantado;
• 1 fio.
Figura 3 - Cilindros

Figura 4 - Balança mecânica

Figura 5 - Trena

Figura 6 - Suporte imantado e fio


Procedimento Experimental
O experimento em questão é composto de duas etapas. Na primeira etapa são
medidas as massas dos 3 (três) cilindros, assim como o comprimento L do fio e lançados
em uma tabela. Posteriormente, o sistema é posto para oscilar e então é contabilizado o
tempo de oscilação para um total de 10 (dez) oscilações, para cada cilindro e lançados na
mesma tabela.
Na segunda etapa deste experimento, é escolhido um dos cilindros, e feita a
variação da medida do comprimento L do fio, contabilizando o tempo de 10 (dez)
oscilações para cada mudança deste comprimento, e os dados obtidos são lançados em
outra tabela, para posterior análise.

Análise de Dados
Tabela 1 - Dados primeira etapa

Material m [g] 𝑡10 [s] τ [s]


Poliéster 14,2 12,93 1,293
Alumínio 31,7 13,33 1,333
Ferro (aço) 97,4 13,48 1,348

Para a primeira etapa do experimento, o comprimento L do fio foi constante no


valor de 40,5cm.

Cálculo da média:
𝑥1 + 𝑥2 + 𝑥3
𝑥̅ =
3
1,293 + 1,333 + 1,348
𝑥̅ =
3

𝑥̅ = 𝟏, 𝟑𝟐𝟓s

Cálculo do desvio padrão:

(𝑥𝑖 − 𝑥̅ )²
𝜎(𝑥) = √∑ 𝑖
𝑛

(1,293 − 1,325)2 + (1,333 − 1,325)2 + (1,348 − 1,325)2


𝜎(𝑥) = √
3

𝜎(𝑥) = 𝟎, 𝟎𝟐𝟑s
Cálculo da Imprecisão Percentual:
𝜎(𝑥) ∗ 100
𝐼% =
𝑥̅
0,023 ∗ 100
𝐼% =
1,325
𝐼% = 1,7521%
𝑰% = 𝟏, 𝟕𝟓%

Tabela 2 - Dados segunda etapa

L [cm] 𝑡10 [s] τ[s] τ²[s] L/ τ L/ τ²


[cm/s] [cm/s²]
20,00 8,95 0,895 0,801 22,346 24,968
30,00 10,13 1,013 1,026 29,615 29,239
40,00 12,67 1,267 1,605 31,570 24,922
50,00 14,26 1,426 2,033 35,063 24,594
60,00 15,56 1,556 2,421 38,560 24,783

Cálculo da média (L/ τ):


𝑥1 + 𝑥2 + 𝑥3 + 𝑥4 + 𝑥5
𝑥̅ =
5
22,346 + 29,615 + 31,570 + 35,063 + 38,560
𝑥̅ =
5

𝑥̅ = 𝟑𝟏, 𝟒𝟑𝟏𝒄𝒎/𝒔

Cálculo do desvio padrão (L/ τ):

(𝑥𝑖 − 𝑥̅ )²
𝜎(𝑥) = √∑ 𝑖
𝑛

(22,346 − 31,431)2 + (29,615 − 31,431)2 + (31,570 − 31,431)2 + (35,063 − 31,431)2 + (38,560 − 31,431)2
𝜎(𝑥) = √
5

𝜎(𝑥) = 𝟓, 𝟒𝟕𝟒𝟖 𝒄𝒎/𝒔

Cálculo da Imprecisão Percentual (L/ τ):


𝜎(𝑥) ∗ 100
𝐼% =
𝑥̅
5,4748 ∗ 100
𝐼% =
31,431
𝐼% = 17,4185%
𝑰% = 𝟏𝟕, 𝟒𝟐%

Cálculo da média (L/ τ²):


𝑥1 + 𝑥2 + 𝑥3 + 𝑥4 + 𝑥5
𝑥̅ =
5
24,968 + 29,239 + 24,922 + 24,594 + 24,783
𝑥̅ =
5

𝑥̅ = 𝟐𝟓, 𝟕𝟎𝟏𝒄𝒎/𝒔²

Cálculo do desvio padrão (L/ τ²):

(𝑥𝑖 − 𝑥̅ )²
𝜎(𝑥) = √∑ 𝑖
𝑛

(24,968 − 25,701)2 + (29,239 − 25,701)2 + (24,922 − 25,701)2 + (24,594 − 25,701)2 + (24,783 − 25,701)2
𝜎(𝑥) = √
5

𝜎(𝑥) = 𝟏, 𝟕𝟑𝟓𝟔 𝒄𝒎/𝒔²

Cálculo da Imprecisão Percentual (L/ τ²):


𝜎(𝑥) ∗ 100
𝐼% =
𝑥̅
1,7356 ∗ 100
𝐼% =
25,701
𝐼% = 6,7532%
𝑰% = 𝟔, 𝟕𝟓%

Cálculo do coeficiente angular da reta:


∆𝐿
𝛼=
∆𝜏 2
(60,00 − 20,00)
𝛼= = 24,69𝑐𝑚/𝑠²
(2,421 − 0,801)

Cálculo da aceleração da gravidade:


𝑔 = 4𝜋²𝛼
𝑔 = 4𝜋 2 ∗ 24,69
𝑔 = 974,722 𝑐𝑚/𝑠²
𝑔 ≅ 9,75 𝑚/𝑠²

Cálculo do Erro percentual:


|𝑔𝑒𝑥𝑝 − 𝑔𝑡𝑎𝑏 |
𝐸% = ∗ 100
𝑔𝑡𝑎𝑏
|9,75 − 9,81|
𝐸% = ∗ 100
9,81
𝐸% = 6,116. 10−3 ∗ 100
𝑬% = 𝟎, 𝟔𝟏%

Discussão
Na primeira etapa do experimento, observa-se uma variação mínima no período,
uma vez que a imprecisão percentual encontrada foi de 𝑰% = 𝟏, 𝟕𝟓%, tendo um período
médio de 𝝉 =1,325s. Tal fato leva a conclusão de que o período independe da massa, ou
seja, sendo a massa maior ou menor o período não irá variar, pois este é definido
teoricamente por

𝐿
𝜏 = 2𝜋√
𝑔

Na segunda etapa do experimento, observa-se que a relação entre L/ τ gera uma


imprecisão de 𝑰% = 𝟏𝟕, 𝟒𝟐%, o que leva a concluir que essa relação não é linear. Já a
relação entre L/ τ² gera uma imprecisão de 𝑰% = 𝟔, 𝟕𝟓%, que embora um pouco alta, já
mostra que existe uma linearidade entre essa relação, sendo demostrada através do
gráfico a seguir.
Figura 7 - Gráfico de relação L x τ²

A partir das equações de equilíbrio do sistema, podemos então chegar ao modelo


matemático desse experimento. Primeiramente analisamos todas as forças presentes no
DCL. Para o eixo y, as forças se anulam, e temos
𝑚𝑔𝑐𝑜𝑠𝜃 − 𝑇 = 0
Para o eixo x, temos a força peso decomposta. Aplicando a 2ª Lei de Newton a
ela, obtemos
−𝑚𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃 = 𝑚𝑎
−𝑚𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃 = 𝑚𝑎
𝑎 = −𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃
Com isso chegamos à conclusão de que a aceleração independe da massa, e
consequentemente o período também não irá depender. Reescrevendo essa aceleração
como uma variação temporal do espaço no tempo, temos
𝑑2𝑥
𝑎=
𝑑𝑡 2
𝑑2𝑥
= −𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃
𝑑𝑡 2
Onde x pode ser escrito como
𝑥 = 𝐿𝜃
𝑑2 (𝐿𝜃)
= −𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃
𝑑𝑡 2
𝑑2𝜃 𝑔
= − 𝑠𝑒𝑛𝜃
𝑑𝑡 2 𝐿
Considerando um ângulo de abertura 𝜃 muito pequeno, o seno (𝑠𝑒𝑛𝜃) se
aproximará muito do próprio ângulo 𝜃, logo
𝑠𝑒𝑛𝜃 ≈ 𝜃
Assim, substituindo na equação, e considerando que 𝜃 seja função do tempo,
temos
𝑑2𝜃 𝑔
= − 𝜃
𝑑𝑡 2 𝐿 (𝑡)
A equação encontrada possui, portanto, o mesmo formato de uma equação
familiar estudada anteriormente, conhecida pela equação do oscilador harmônico,
estudada em MHS. Logo, sua solução é
𝑔
𝜃(𝑡) = 𝐴𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜑) ; 𝜔 = √
𝐿
A partir do experimento de MHS, sabemos que o período da oscilação é dado por
2𝜋
𝜏=
𝜔
O que finalmente implica em

𝐿
𝜏 = 2𝜋√
𝑔

Isolando L e considerando que ele seja função do período, temos


𝑔 2
𝐿(𝜏) = 𝜏
4𝜋 2
Que gera graficamente uma parábola. Já considerando L em função do período ao
quadrado, temos
𝑔 2
𝐿(𝜏²) = 𝜏
4𝜋 2
Que passa a ser uma função do primeiro grau, sendo regida, portanto, pela equação
da reta. Seu coeficiente angular (α) é descrito como
∆𝐿 𝑔
𝛼= = 2
∆𝜏² 4𝜋
Por fim, a aceleração da gravidade pode ser encontrada como
𝑔 = 4𝜋 2 𝛼
Através dos cálculos realizados, o coeficiente angular da reta é α=24,69𝑐𝑚/𝑠². Já
a aceleração da gravidade encontrada foi 𝑔 ≅ 9,75 𝑚/𝑠².

Conclusão
Por meio deste experimento pôde-se verificar como são descritas as oscilações
do pêndulo simples, assim como as forças atuantes nesse sistema.
Através dos cálculos, afirmou-se que o período independe da massa, sendo
verificado através da imprecisão dos períodos encontrados para cada material. Ainda por
meio dos cálculos, comprovou-se que a relação linear existente entre período e
comprimento é dada por L x τ².
Por fim, foi calculada a aceleração da gravidade através dos dados e formulações
obtidas por meio do experimento, onde o valor encontrado foi de 𝑔 ≅ 9,75 𝑚/𝑠², com
um erro percentual de 𝑬% = 𝟎, 𝟔𝟏%, valor pequeno o suficiente para considerar o
experimento satisfatório.

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