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MODELO DE POLÍCIA

CABOVERDEANO
A Polícia de Segurança Pública de Cabo Verde, a primeira instituição policial de
cariz civil, na ex-colónia portuguesa, foi instituida a 5 de Setembro de 1962, na
sequência de uma remodelação ocorrida na Polícia de Segurança Pública (PSP) de
Portugal, a 18 de Agosto de 1956.
A origem da instituição policial caboverdeana remonta-se no entanto a 24 de
Dezembro de 1872, altura em que foi criada, por Portaria Nr. 433, pelo
Governador, Caetano Albuquerque, o Corpo da Polícia Civil, de cariz militar, (na
sequência de um estudo mandado fazer pelo Governador-Geral, em 1870) com o
argumento do grau de desenvolvimento e de progresso da cidade Praia.

Sete anos mais tarde, em 7 de Outubro de 1880, na sequência da 1ª


reestruturação levada a cabo, surgiu uma outra instituição, a “Companhias de
Polícia de Cabo Verde”, que desta feita, viu alargada a sua implementação à
cidade do Mindelo.
Outros marcos na vida da instituição policial caboverdeana foram:

- A criação, em 1896, pelo Decreto nr. 2 do Corpo da Polícia Civil da Província de


Cabo Verde, por Portaria nr. 19, de 21 de fevereiro, com competência para todo
o território provincial.

- A criação em 1918 do Corpo da Polícia e Guarnição, através da Portaria n.o


484/1918, de 27 de dezembro, dotada de um contingente de 271 homens para
todo o território.
- A criação em 1921, por Portaria nr. 258, de 4 de outubro, do Corpo de Polícia
Civil de Cabo Verde, com duas companhias: uma na Cidade da Praia e outra no
Mindelo, dependentes dos administradores de cada Concelho.
Em 1974, na sequência da Revolução de Abril em Portugal, os quadros nacionais
da Polícia de Cabo Verde, reunidos em assembleia a 15 de Novembro, aprovaram
uma moção de afastamento dos quadros portugueses, passando o seu comando
a ser assumido inteiramente por caboverdeanos. Com a independência nacional
extingue-se a PSP-CV, e cria-se a Direcção Nacional de Segurança e Ordem
Pública (DNSOP), nela integrando a Polícia de Ordem Pública, incumbida de
garantir a segurança de Cabo Verde independente.
O sistema de segurança interna de Cabo Verde conheceu, da independência a
esta parte, diferentes modelos, organizações e integrações orgânicas, na busca
permanente da melhor solução para cada etapa do processo de desenvolvimento
do país. Assim, na década dos anos oitenta, existiu uma estrutura organizativa
em que a Polícia de Ordem Pública (POP) integrava, ao lado da Segurança do
Estado, a Direcção Nacional de Segurança e Ordem Pública (D.N.S.O.P.) que, por
sua vez, dependia organicamente do Ministério da Defesa e Segurança Nacional.
Durante o período colonial a Guarda Fiscal (GF) e a Polícia Marítima (PMar)
resultaram essencialmente do recrutamento dos patrões de embarcações e
remadores de escaler dos portos da Praia e do Mindelo, por um lado, e dos
agentes das capitanias marítimas, por outro. Com a independência nacional, a GF
foi integrada organicamente no Ministério das Finanças e a Polícia Marítima no
Ministério da Agricultura e Pescas.
A nota dominante para esse período é a inexistência de uma estrutura
governamental, pelo menos formalmente, de coordenação das actividades destas
forças que foram crescendo isoladamente e sem qualquer projecto orientador do
seu desenvolvimento e afirmação.
O Ministério do Interior era, nos inícios dos anos oitenta, o departamento
governamental que superintendia a POP e a Segurança do Estado. Em meados
dos anos oitenta, retomou-se o figurino anterior, da coexistência das FA e da
Polícia num ministério, agora com a denominação correspondente de Ministério
das Forças Armadas e Segurança. Este modelo vigorou até finais dos anos oitenta,
dando lugar ao Ministério da Administração Interna, no período de transição para
o regime democrático multipartidário.
No primeiro Governo da segunda República a POP foi colocada sob a tutela da
Secretaria de Estado da Administração Interna, tendo sido extinta a Segurança do
Estado. Em 1993, foi criada a Policia Judiciária, que foi colocada na dependência
do Ministério da Justiça.

Anos mais tarde, em 2005, a Lei no 70/VI/05 criou o Sistema de Informações da


República, prevendo o Serviço de Informações da República, cuja implementação
viria a acontecer em 2008. A Policia Nacional foi igualmente constituida em 2005,
tendo a sua implementação iniciada em 2006.
Sistema de Segurança Nacional

Decreto-Lei nr. 51/2013 de 20 de Dezembro


O Conselho de Segurança Nacional, presidido pelo Primeiro-Ministro, é o órgão
interministerial de consulta e coordenação em matéria de segurança nacional e
informações. Dele fazem parte: - Os Ministros responsáveis da Saúde, das
Finanças, da Defesa Nacional, das Relações Exteriores, da Administração Interna,
da Justiça, das Infraestruturas, economia marítima, água e ordenamento do
território; do CEMFA; do Conselheiro de Segurança Nacional do Governo; do
DNPJ; do DNPN; do DG dos SIR; e dos responsáveis pelos sistemas de autoridade
marítima e aeronáutica.
A Comissão de Coordenação Operacional de Segurança (CCOS) é um órgão
especializado do Conselho de Segurança Nacional para assessoria, consulta e
coordenação técnica e operacional da actividade das forças e serviços de
segurança nacional. A CCOS é composta pelas seguintes entidades: - Conselheiro
de Segurança Nacional do Governo; DNPN, DNPJ, comandantes GN e GC,
Director SIR.
Compete ao Conselheiro de Segurança Nacional promover a articulação
institucional entre a PN, a PJ e os SIR e entre esses serviços e as forças militares em
matéria de segurança interna, bem como assegurar as relações e a cooperação
entre esses serviços e demais serviços públicos que concorrem para a segurança
nacional.
POLÍCIA NACIONAL
A PN define-se como uma Força de Segurança, responsável pela segurança
pública em CV e que, nos limites constitucionais e demais leis da República, exerce
a sua actividade, em prol do cumprimento dos objectivos e finalidades da política
de segurança interna, a qual consiste, em síntese, na defesa da legalidade
democrática, na prevenção da criminalidade, na garantia da segurança interna, da
ordem e da tranquilidade públicas, no exercício dos direitos dos cidadãos, no
controlo das fronteiras terrestres e marítimas, incluindo a entrada e saída do
território nacional, na defesa e preservação da floresta nacional e no combate às
infracções fiscais e aduaneiras.
CRIADA ATRAVÉS DO DEC. LEGISLATIVO N.º 6/05, DE 14 DE NOVEMBRO
INTEGRA AS SEGUINTES FORÇAS POLICIAIS

➢ POLÍCIA DE ORDEM PÚBLICA;


➢ GUARDA FISCAL;
➢ POLÍCIA MARÍTIMA;
➢ POLÍCIA FLORESTAL.
À PN incumbe coordenar todas as forças policiais, promover o reforço da sua
capacidade operacional e da racionalização dos meios materiais e humanos,
propiciando uma maior coordenação entre as várias vertentes de segurança, face
aos novos desafios que se colocavam ao país, mantendo as características
próprias de uma Polícia de Ciclo Completo, com funções de policia admistrativa e
de polícia judiciária.
Com efeito, conforme estabelecem a CRCV, a Lei de Segurança Interna e
Prevenção da Criminalidade, a legislação penal e processual penal e as leis
estatutárias da PN a actividade de segurança interna, é exercida pelas Forças e
Serviços de Segurança e desenvolve-se nos domínios fundamentais das
Informações, da prevenção de todas as formas de criminalidade, da manutenção
ou reposição da ordem e tranquilidade públicas e da investigação criminal.
O modelo de Polícia existente em CV, enquadra-se no modelo monista e nacional,
ainda que imperfeito. Trata-se de um modelo característico dos países do Norte
da Europa (Suécia, Dinamarca, Finlândia, Irlanda), embora também possa ser
encontrado na Grécia, consubstanciando-se na existência de uma única Força
Policial, na dependência do Ministro da Administração Interna/Interior ou do
Ministro da Justiça” (Elias, 2018). O modelo monista cabo-verdiano é monista
imperfeito porque para além da Policia Nacional existe a Polícia Judiciária, que é
uma polícia de ciclo imperfeito de características essencialmente civil, encarregue
da investigação criminal.
Em Cabo Verde não existe nenhuma força de segurança com as características
das polícias militares, oriundas das Gendarmarias, e que conjuntamente com as
polícias civis, caracterizam os modelos dualistas de policiamento, existentes em
países como a França, Espanha, Itália e Portugal.
Lei Orgânica da PN

Decreto-Lei n.º 39/2007


alterado pelo Decreto-Lein 49/2017 de 14 de novembro
Objectivos

Reforço das capacidades operacionais das diferentes forças policiais e sua


adequação às novas ameaças à segurança, bem como o incremento da actividade
de “inteligência policial” e da articulação com as Forças Armadas, com destaque
para o controlo da Zona Económica Exclusiva.
Natureza

Força pública uniformizada de natureza civil, dotada de autonomia administrativa,


financeira e operacional; Depende do membro do governo responsável pela área
de segurança e ordem pública e a sua organização é única para todo o território
nacional; Organização hierarquizada obedecendo nas funções policiais à
hierarquia de comando e nas funções gerais de gestão e administração públicas às
regras gerais de hierarquia da função pública.
Missão geral
Promover as condições de segurança que assegurem o normal funcionamento das
instituições democráticas, bem como o exercício dos direitos e liberdades e o respeito
pelas garantias fundamentais dos cidadãos;

Garantir a manutenção da ordem, segurança e tranquilidade públicas;

Fiscalizar as actividades sujeitas a licenciamento administrativo;

Prevenir a criminalidade organizada e o terrorismo, em coordenação com as demais


forças e serviços de segurança;

Prevenir e combater o tráfico de pessoas e emigração clandestina;


Proteger as pessoas e os seus bens;

Coadjuvar as autoridades judiciárias na investigação, realizando as acções que lhe são

ordenadas como órgão de polícia criminal;

Fiscalizar o trânsito rodoviário;

Vigiar e fiscalizar o território aduaneiro;

Controlar as fronteiras áreas e marítimas;

Defender e conservar o meio ambiente, os recursos naturais e a floresta nacional;


Adoptar as medidas de prevenção e repressão dos actos ilícitos em matéria de aviação
civil;

Prestar ajuda às populações e socorro aos sinistrados e apoiar em especial os grupos de


risco;

Participar em missões internacionais, nos termos definidos pelo Governo;

Colher notícias dos crimes, descobrir os seus agentes, impedir as consequências dos
crimes e praticar os demais actos conexos;

Contribuir para a formação e informação em matéria de segurança dos cidadãos;

Prosseguir as demais atribuições fixadas na lei.


Competências

Diferem em situações de normalidade institucional ou em situações excepção,


sendo que no 1º caso as competências são as decorrentes da lei de segurança
interna (Lei nº 16/VII/2007, de 10 de Setembro) e no 2º caso da legislação sobre
defesa nacional e sobre estado de sítio e estado de emergência.
Limite de Competências

A PN não pode dirimir conflitos de natureza privada, devendo limitar a sua acção
à manutenção da ordem pública.
Competências Exclusiva

Controlo e fiscalização da importação, fabrico, armazenamento, comercialização,


posse, detenção, uso e transporte de armas, munições e substâncias explosivas e
equiparadas que não pertençam às Forças Armadas e demais Forças e Serviços de
Segurança; Garantir a segurança pessoal dos titulares dos órgãos de soberania e
de outras altas entidades nacionais ou estrangeiras, bem como de outros cidadãos
quando sujeitos a situação de ameaça relevante;
Lei de Segurança Interna e Prevenção da Criminalidade - LSI-PC
(Lei nr 16/VII/2007)

e Lei de Investigação Criminal


(Lei nr 30/VII/2008)
O art. 8º da LSI-PC estabelece as medidas cautelares de polīcia como sejam -
Vigilância policial; Identificação de suspeitos; Encerramento de estabelecimentos
quando nos mesmos se exerçam actividades criminosas; Apreensão temporária de
armas - e que essas medidas podem ser levadas a cabo, conforme refere o art. 10
º em lugar aberto ao público, ou sujeito à vigilância policial; em qualquer meio de
transporte público; em transporte privado… sempre que houver suspeitas de
preparação ou da prática de ilícito criminal.
Vigilância Electrónica

Estabelece ainda o artº 11º da LSI-PC que, no decurso de actividades de


prevenção criminal, os Órgãos de Polícia Criminal podem utilizar equipamentos
electrónicos de vigilância e controlo em locais público de utilização comum que,
pelo tipo de actividades que neles se desenvolvem, sejam susceptíveis de gerar
especiais riscos de segurança, nos termos da respectiva lei.
Órgãos de Polícia Criminal

O artigo 5º da Lei de investigação criminal estabelece que são Órgãos de Polícia


Çriminal de competência genérica a PJ e a PN determinando que são Órgãos de
Polícia Criminal, de competência específica, todos aqueles a quem a lei confira
esse estatuto.
Dever de cooperação

O artigo 8º da LIC estabebelece o dever de cooperação entre os Órgãos de Polícia


Criminal no exercício das suas atribuições, especificando que as polícias devem
concertar a sua acção, de modo a obter o melhor aproveitamento dos seus
recursos, atenta a especialização de cada uma e a sua colocação no terreno.
Competências específicas

A lei de investigação criminal, mais propriamente os seus artigos 9º e 10º


enumera as competências específicas da PJ e da PN, atribuindo a esta a
investigação para os crimes: de homicídio negligente; resultantes de infracções ao
CE; ofensas contra a integridade física e psíquica; injúrias, ameaças, coacção e
devassa da vida privada; furto e roubo de valor não superior a 5.000.000$00;
contra a ordem e tranquilidade públicas e de detenção de armas proibidas ou sem
autorização ou licença, tratando-se de armas regulamentadas.
Formação

Nas palavras do ex PR-CV, Jorge Carlos Fonseca “nos tempos actuais, os


integrantes da corporação policial necessitam de uma preparação permanente e
cuidada. O exercício dessa nobre profissão reclama uma capacitação técnica e
humana cada vez mais exigente, razão pela qual exortamos todos os seus
integrantes a cuidarem da sua preparação e os responsáveis a criar as condições
necessárias para tal e a garantir os meios adequados a uma intervenção de
qualidade. Insistimos em como este é um investimento seguro”.
A formação na PN é administrada principalmente na Escola de Polícia Daniel
Monteiro, sendo seu objectivo “a execução da política do governo em matéria de
formação e desenvolvimento da competência técnica e profissional dos recursos
humanos, tendo em vista a sua melhor integração na política global de gestão da
segurança interna, competindo-lhe formular e difundir uma doutrina policial em
defesa da sociedade, com a imensurável responsabilidade de desenvolver e
agregar valores éticos e profissionais que contribuam para a elevação da
cidadania, o respeito à hierarquia, à disciplina e aos Direitos Humanos”.
Carreira

O pessoal da PN integra um quadro privativo e a sua admissão faz-se por


nomeação, a qual é provisória durante o período probatório, com a duração de
dois anos.
O quadro de pessoal policial da PN compreende as carreiras de oficial de Polícia,
subchefe de Polícia e agente de Polícia, que se desenvolvem por postos. O posto
de superintendente-geral precede os demais da classe de oficiais superiores de
Polícia e fica reservado exclusivamente à graduação dos oficiais superiores
nomeados para exercerem o cargo de DNPN.
Estrutura organizacional
CARREIRAS E POSTOS
POLÍCIA JUDICÁRIA
POLÍCIA JUDICIÁRIA

DECRETOS LEGISLATIVOS NÚMEROS 4 E 5/93,


De 12 DE MAIO DE 1993,
Missão geral
Investigação Criminal

1. Compete genericamente à Polícia Judiciária coadjuvar as autoridades judiciárias


na investigação e desenvolver e promover as acções de prevenção e investigação
da sua competência ou que lhe sejam cometidas pela autoridade judiciária
competente.
Compete especificamente à Polícia Judiciária a investigação dos crimes cuja
competência reservada lhe é conferida pela presente lei e dos crimes cuja
investigação lhe seja cometida pela autoridade judiciária competente para a
Direcção do processo.
No domínio da prevenção criminal, compete à PJ efetuar a detecção e dissuasão
de situações propícias à prática de crimes, em especial vigiar e fiscalizar lugares e
estabelecimentos em que se proceda à exposição, guarda, fabrico,
transformação, restauração e comercialização de antiguidades, arte sacra, livros
e mobiliário usados, ferro-velho, sucata, veículos e acessórios, artigos
penhorados, de joalharia e de ourivesaria, elétricos e eletrónicos e quaisquer
outros que possam ocultar actividades de receptação ou comercialização ilícita
de bens;
Compete ainda à PJ vigiar e fiscalizar estabelecimentos que proporcionem ao
público a pernoita, acolhimento ou estada, refeições ou bebidas, parques de
campismo e outros acampamentos e outros locais, sempre que exista fundada
suspeita de prática de prostituição, jogo clandestino, tráfico de pessoas, tráfico de
armas, tráfico de estupefacientes e fabrico ou passagem de moeda falsa.
Melhoria dos niveis de eficácia da PJ - 2008
no quadro do seu novo Estatuto de Pessoal e da sua nova Orgânica

- Reorganização do seu quadro de pessoal, passando a ser constituído por


Coordenadores Superiores de Investigação Criminal, Coordenadores de
Investigação Criminal, Inspectores Chefes e Inspectores e o quadro do pessoal de
apoio à investigação criminal a ser constituído por Especialista Superior,
Especialista Superior Adjunto e Especialista Auxiliar.

- Elevação das Inspeções de São Vicente e da Assomada e da Subinspeção do Sal


à categoria de Departamento de Investigação Criminal.
De entre medidas impactantes levadas a cabo nos últimos anos destaca-se a
criação em 2011 da Célula Aeroportuária Anti-Tráfico do Aeroporto Internacional
da Praia (CAAT); a modernização do Laboratório de DNA; o reforço da
cooperação internacional, nomeadamente com a Polícia de Rotterdam e o
Departamento de Justiça do Governo dos EUA, permitindo o acesso ao SEEK
(Secure Electronic Enrollment Kit – Kit de Resenha Electrónica Segura).
Servições de Informações da República

Lei nº 70/VI/2005 de 27 de Junho


O Sistema de Informações da República é constituído pelos órgãos e entidades da
Administração do Estado que, directa ou indirectamente, possam produzir
conhecimentos de interesse para as actividades de informações, em especial
aqueles responsáveis pela defesa, segurança e relações externas, tendo por
finalidade tem por finalidade a produção de informações com vista à preservação
da unidade, da soberania, da integridade territorial e da independência nacional,
e à prevenção da prática de actos que, pela sua natureza, possam alterar ou
destruir o Estado de direito democrático constitucionalmente estabelecido.
Os Serviços de Informações da República - SIR - constituem o núcleo do Sistema
de Informações da República, estão exclusivamente ao serviço do Estado de Cabo
Verde e exercem as suas atribuições e competências no respeito pela Constituição
e pela lei. Nesse quadro os SIR não podem desenvolver actividades de pesquisa,
recolha, processamento, tratamento, arquivo e difusão de informações que
envolvam ameaça ou ofensa aos direitos, liberdades e garantias fundamentais,
previstos na Constituição e na lei.
A atividade do SIR deve limitar-se a obter, analisar e tratar as informações relativas
a todas as actividades que ameacem ou possam ameaçar a segurança do Estado e
a perenidade do Estado de direito democrático constitucionalmente estabelecido
ou qualquer outro interesse fundamental do país.
Objectivamente as informações que são de interesse para o SIR são aquelas que
contribuem para a salvaguarda da independência nacional, dos interesses
nacionais, da segurança externa e interna do Estado de Cabo Verde e a prevenção
contra a espionagem, sabotagem, terrorismo, e à prática de actos que, pela sua
natureza, possam alterar ou destruir o Estado de direito democrático
constitucionalmente estabelecido.
Inspecção-Geral das Actividades Económicas, IGAE,

Decreto- Regulamentar nº 1/ 99 de 29 de Março


Convindo dar execução às medidas que estão a ser tomadas pelo Governo no
domínio da disciplina e respeito no exercício das actividades económicas pela via
da criação de uma instituição com responsabilidade de fiscalização na área
económica e da saúde pública, fazendo cumprir todas e quaisquer normas que
regulam e disciplinam as actividades económicas, mediante uma actuação
coordenada e planificada, numa postura característica de autoridade inspectiva,
como forma de garantir a defesa do público consumidor e o bom funcionamento
do mercado e da concorrência
A Inspecção-Geral das Actividades Económicas, IGAE, é um serviço central do
Ministério do Comércio, Indústria e Energia, encarregado de velar pelo
cumprimento das leis, regulamentos, instruções, despachos e demais normas que
disciplinam as actividades económicas.

2. A IGAE é autoridade e órgão de policia criminal, no domínio das infracções


antieconómicas e contra a saúde pública.
São atribuições da IGAE pomover acções de natureza preventiva e repressiva em
matéria de infracções antieconómicas e contra a saúde pública;realizar inquéritos
preliminares e proceder à investigação e instrução dos processos por contra-
ordenação em matéria económica e de saúde pública, incluindo os respeitantes a
práticas restritivas da concorrência; efectuar a recolha de dados que lhe permitam
manter um conhecimento actualizado dos sectores da economia em que a sua
acção se exerce; coordenar e apoiar a acção de todos os organismos com funções
de fiscalização nas áreas das actividades económicas e da saúde pública, sem
prejuízo das competências particulares de cada autoridade fiscalizadora;
coadjuvar as autoridades judiciárias nos termos do disposto nas leis do processo
penal;
O pessoal da IGAE pode prestar ou solicitar às autoridades administrativas e
policiais a colaboração que se mostre necessária ao exercício das suas funções.

A IGAE é dirigida por um Inspector-Geral a quem compete velar pelo


cumprimento das suas atribuições.

A estrutura orgânica da IGAE compreende serviços centrais e desconcentrados.


Os serviços centrais da IGAE são constituídos por: Direcção de Serviços de
Inspecção e Controlo (DISIC); Direcção de Serviços Técnicos e Assuntos Jurídicos
(DiSTAJ).
São serviços desconcentrados as Delegações. As delegações são criadas por
portaria conjunta do Ministro responsável pelas Finanças, do Ministro responsável
pela IGAE e do Ministro responsável pela Administração Pública, que definirá a
respectiva área de jurisdição e o quadro de pessoal, sob proposta do Inspector
Geral das Actividades Económicas.

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