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P O L I C I A M E N T O C O M U N I T ÁR I O D E P R O X I M I D A D E

As variáveis societal e política contribuem em conjunto para a criação dos


sistemas de polícia, sendo que, estes são postos em prática através das filosofias
policiais, visando a criação dos Modelos de Policiamento.
Devido ao Modelo de Policiamento Profissional não ter funcionado como era
esperado, não fazendo diminuir o número de ilícitos e reduzindo a confiança das
pessoas na Polícia, levou a que o sentimento de insegurança das pessoas
aumentasse, passando a ser perceptível que é impossível a Polícia controlar
sozinha toda a criminalidade existente.
O papel dos cidadãos na ajuda da manutenção da paz passou a ser considerado
importante, tendo esta ideia levado à evolução, um pouco por todo o mudo, da
forma de actuar das polícias, que passaram a adoptar novas fo r mas de policiar
e de resolver os pro blemas resultantes das relações sociais.
Este novo Modelo de Policiamento, numa fase inicial, passa por ultrapassar a
barreira existente entre a Polícia e a população, terminar com a tradição de uma
Polícia militar e meramente reactiva, com a qual os cidadãos só estabelecem
contacto quando algo corre mal.
O seu principal objectivo passa por criar uma parceria entre a Polícia e a
comunidade não só para resolver o problema do crime, mas também, para
responder aos complexos problemas do controlo social. Com a aplicação deste
Modelo a segurança deixa de ser uma missão unicamente da competência da
Polícia, envolvendo as várias instituições e directamente os cidadãos.
A abordagem do policiamento de proximidade, enquanto conceito teórico,
remete-nos forçosamente para um outro conceito, o co m munity policing. O
policiamento de proximidade é fr uto da filosofia anglo-saxónica do co m munity
policing, que se inscreve no modelo de policiamento comunitário. que tem vindo
a ser adotado de forma generalizada nos países ocidentais, pelas diversas
instituições policiais, por oposição ao policiamento tradicional de cariz reactico.
Recorda-se que o policiamento comunitário tem a sua origem nos Estados
Unidos da América em finais da década de 70 e início da década de 80 e tem na
sua génese factores sociais como as tensões raciais do final dos anos sessenta,
a criação de zonas de conflito, o fenómeno da decadência urbana
(pro liferação de guetos), o colapso do sistema de controlo e o aumento do
uso de ar mas (ligado aos conflitos ar mados entre gangs), juntamente co m o
crescimento das taxas de criminalidade e do sentimento de inseguran ça dos
cidadãos.
Aliada à situação social descrita um outro factor que justifica a emergência do
policiamento comunitário é o colapso do policiamento profissional, demonstrado
pela evidência científica de alguns estudos, de que as práticas tradicionais da
polícia, co mo a patrulha aleatória e a resposta rápida a chamadas de
emergência, tinham pouco efeito so bre as taxas de crime e so bre o
sentimento de inseguran ça.
A definição de Policiamento Comunitário não é consensual, sendo que para
muitos autores este tipo de policiamento não difere do Policiamento de
Proximidade… Uma das definições que parece ir ao encontro do verdadeiro teor
de Policiamento Comunitário, em que a comunidade intervém activamente no
Policiamento, é a definição de Rosenbaum, D. (1998) que refere que o
Policiamento Comunitário é uma “estratégia policial que visa combater as causas
sociais da delinquência, procurando melhorar o nível de vida e promover a
igualdade em cooperação com outros organismos de regulação social e com as
próprias comunidades”.
Rosenbaum, D. (1998) reformulou o conceito de Policiamento Comunitário
atribuindo cinco novas vertentes a este policiamento: existência de uma
redefinição das funções policiais; uma reordenação das prior idades policiais;
maio r importância à prevenção e à resolução de pro blemas; o papel da
população torna-se mais activo, existindo assim um “empowerment” do papel
das comunidades; e, por último, a necessidade de reestruturar as organizações
policiais, passando sempre por uma descentralização do poder .
Uma das definições construídas por Trojanowics e Bucqueroux (2003, p.5) é que
o Policiamento co munitário é uma filosofia e uma estratégia organizacional
que proporciona uma nova parceria entre a população e a polícia. Baseia-se na
premissa de que tanto a polícia quanto a comunidade devem trabalhar juntos
para identificar, priorizar, e resolver problemas contemporâneos tais como crime,
droga, medo do crime, desordens físicas e morais, e em geral a decadência do
bairro, com o objetivo de melhorar a qualidade geral da vida na área.
Cerqueira (2001, p.55) acrescenta um novo componente ao conceito de
policiamento comunitário: “ A definição do policiamento co munitário põe
co mo co mponentes centrais e co mplementares a parceria co m a co munidade
e a resolução de pro blemas”.
Os dois conceitos que antecedem têm em co mum o trabalho em parceria co m
a co munidade. Esse trabalho pressupõe a vinculação do processo da atividade
policial ao seu “ cliente” , que é a sociedade, determinando sua participação nas
fases de planejamento, execução e avaliação do serviço policial
Para David H. Bayley e Jerome H. Skolnick (2002, p. 18), “a premissa central do
policiamento comunitário é que o público deve exercer um papel mais ativo e
coordenado na obtenção da segurança”. Essa estratégia transforma o público em
“coprodutor da segurança e da ordem, juntamente com a polícia”.
Explicando a estratégia, Bayley e Skolnick (2002) apresentam quatro fatores
norteadores do policiamento comunitário: 1) organizar a prevenção do crime
tendo como base a comunidade; 2) reorientar as atividades de patrulhamento
para enfatizar os serviços não emergenciais; 3) aumentar a responsabilização das
comunidades locais; e 4) descentralizar o comando.
“O modelo de policiamento comunitário não propõe objetivos diferentes de
policiamento (por exemplo, reduzir o crime continua sendo o objetivo principal
da polícia), mas ao contrário, sugere que meios alternativos de se atingir a estes
objetivos devem receber mais atenção” (Brodeur, 2002, p. 33).

Os meios alternativos surgem da pretensão em “mobilizar a participação do


público, avaliar a opinião do consumidor a respeito dos serviços policiais, e
comunicar informações que possam ajudar os policiais a realizar seus deveres
com mais eficácia” (Bayley; Skolnick, 2002, p. 31).
A década de 90 é considerada a de maior inovação no policiamento americano,
dando origem a diversas abordagens co mo o co m munity policing, pro blem-
oriented policing, hot-spots policing e bro ken Windows policing, que foram
amplamente adoptadas pelos vários departamentos de polícia espalhados por
todo o país e que, devido à hegemonia americana, veio influenciar a
generalidade dos sistemas policiais ocidentais.
O co m munity policing, que passará a ser designado de policiamento
co munitário é classificado por Eck & Rosenbaum (1994) como um conceito
plástico, devido à sua co mplexidade e variedade de significados que assume
para diferentes pessoas, que enfatizam diferentes aspectos usando a mesma
terminologia.
Assiste-se a uma discussão entre académicos e os actores no terreno
relativamente à definição do conceito, não existindo consenso quanto ao que o
modelo implica, podendo assumir várias formas e denominações,
designadamente: policing by consen t , neighbourhood policing, p roximi ty policing,
p rob lem-o rient ed policing.
Todas estas formas seguem, em larga medida, os mesmos princípios: as
parcerias locais entre a polícia e os cidadãos e uma abordagem orientada
para os pro blemas.
Tal exige um processo de descentralização organizacional, em que se afigura
necessário que o s ag en t es se ja m af ec t o s a u ma ár ea, de f o r ma a
es t ab el ece r e m u ma r e l ação de co n f ia n ça co m o s r es i de n t es , ao mesmo tempo
que possibilita um conhecimento diário das condições locais.
Nos EUA esse processo teve o seu inicio na década de oitenta, numa altura em
que o conceito de policiamento em equipa estava praticamente esquecido,
surgindo planos para a aproximação entre a polícia e a co munidade, desta vez
so b a deno minação de policiamento co munitário.
Por essa a l tu ra o foco p rincipal da discussão si tuava-se na dis t inção ent re
policiament o comuni tário e policiament o o rient ado para o p rob lema, tendo-se
assistido nos anos noventa à convergência dos dois, pois partilham coisas em
comum (e.g. a ênfase no incent ivo ao número e quali dade dos con tactos ent re políci as e
ci dadãos, a definição mais ampla de t rabal ho legí ti mo da políci a, a descen t ral ização burocráti ca
da pol íci a, e uma maio r apos ta em es t ra tégias p ró-a tivas de resolução de p roblemas).
O policiamento comunitário tornou-se parte da agenda política, com o
estabelecimento do Co mmunity-oriented Police Services Program, aprovado no
Violent Crime and Law Enfo rcement Act de 1994, que disponibilizou 9.2 mil
milhões de dólares para a criação destes serviços em todo o território dos EUA
(Bayley, 1998).
Em Inglaterra, apesar de uma tradição de Policiamento de base comunitária,
que remonta ao surgimento da London Metropolitan Police no séc. XIX, assistiu
-se a partir do final dos anos 70 do séc. XX a um aumento constante das taxas
criminais (situação ligada ao terrorismo irlandês, ao fenómeno do hooliganismo
e aos conflitos sociais e raciais) e a um período de maior ênfase nas respostas
mais musculadas de aplicação da lei e manutenção da ordem.
Os serviços policiais foram então confrontados com uma explosão de
so licitações por parte dos cidadãos, que tiveram dificuldade em responder,
apesar das mudanças promovidas ao nível organizacional para responder a esta
situação. Como consequência assistiu-se à diminuição das taxas de resolução
de crimes e à perda de confiança no trabalho da polícia.
O aparelho policial respondeu a esta situação com a intr odução de alguns
princípios de base co munitária, em detrimento dos métodos tradicionais de
intervenção mais musculados, procurando a cooperação do público e
evidenciando maior preocupação com as minorias étnicas. Várias organizações
policiais adotaram princípios de resolução de problemas como forma de
reduzir a espiral de solicitações.
No início dos anos 90, os responsáveis pelo policiamento reivindicaram junto do
governo de que a p o l ícia n ão p o d er ia p o r s i s ó f o r nece r s o l u ções para as
diferentes causas sociais que estavam na origem dos problemas da população.
Em resposta, o governo britânico adoptou em 1998 o Crime and Disorder Act,
que incluía várias disposições destinadas a facilitar a busca de soluções
permanentes para os fenómenos relacionados com o crime e a desordem,
conferindo uma base jurídica para o estabelecimento de parcerias entre a polícia,
instituições públicas e organizações da comunidade, numa estrutura orientada
para a resolução dos problemas.
Na Europa continental a filosofia do policiamento comunitário foi sendo
assimilada pelos diversos serviços policiais, embora com variações importantes
em relação ao mundo anglo-saxónico.

Em França, o surgimento de um policiamento do tipo comunitário situa-se na


década de noventa do séc. XX , sob a terminologia de policiamento de
pro ximidade.
Essa doutrina do emprego de policiamento de proximidade foi estabelecida a
partir de 1998 pelo governo de Lionel Jospin, que conclama ‘a segurança co mo
a primeira das liberdades’…

Refira-se no entanto, que o policiamento comunitário foi abolida em França, por


Nicolas Sarkozy, a partir de 2003 , tendo sido entretanto reinstitucionalizado
por uma resolução parlamentar de julho de 2012, respondendo assim à
demanda por policiamento local.
A política de policiamento comunitário foi inspirada em modelos de
policiamento co munitário estrangeiro , mais concretamente em Quebec (pela Lei
de Policia de 1996). França, foi no entanto, o primeiro país a realizar uma
experiência de policiamento co munitário centralizado , com repercussão a nível
nacional.
A base da decisão das autoridades francesas, de reorientação das missões
policiais em meio urbano, no sentido de uma polícia de pro ximidade, reside
numa forte procura da população por uma polícia mais próxima dos cidadãos e
mais envolvida na vida das comunidades.
Com o intuito de promover esta aproximação, foi oficialmente apresentado, em
Março de 2000, um Plano Nacional contendo cinco modos de ação para a
polícia de pro ximidade:
i) uma territorialização coerente e adaptada às realidades locais;
ii) o contacto permanente com os cidadãos;
iii) a polivalência do agente de proximidade;
iv) a responsabilização reforçada do agente de proximidade; e
v) a prestação de um serviço de qualidade.
Os objectivos políticos do Plano foram sintetizados num Colóquio do Partido
Socialista realizado em Villepinte, em Outubro de 1997, quais sejam:

1. prevenção, desde que possa ser feita e repressão quando necessário;


2. uma força policial baseada em parcerias, através de contratos locais de
segurança, assinados com as autoridades locais; e
3. pro ximidade, que coloca o cidadão no centr o das preocupações de
segurança pública.
Os contratos locais de segurança destinam-se a fa v o r ece r o dese n v o l v i men t o
de d i n â m icas de se g u r a n ça at r a v és de pa r ce r ias e d ia g n ós t ico s l o ca is . Os CLS
juntamente com os objectivos politicos almejados constituiram os elementos
centrais da política global de luta contra a insegurança.
Em Espanha, a atração pelo modelo de policiamento comunitário surgiu com a
transição democrática na década de 1980, motivada pela necessidade da polícia
adquirir novos valores e legitimidade.
O estudo da implementação de reformas policiais em Espanha deve ter em
atenção às especifidades históricas do país bem assim como a coexistência de
três níveis de ad ministração independente, quais sejam a nivel nacio nal,
autonono mica e municipal.
A nível nacional a experiência mais significativa de implementação do modelo de
policiamento comunitário em Espanha reside no projeto Policia 2000, lançado
oficialmente em 1993 e cuja implementação se iniciou em 1996.
Considerando que os serviços prestados à população não estavam ao nivel dos
recursos humanos e materiais disponibilizados à polícia, o novo diretor da
polícia nacio nal assumiu o objectivo de agitar e simplificar a ad ministração, a
fim de melhorar o serviço prestado ao público e reduzir os sentimentos de
insegurança.
Para alcançar esse objectivo, era necessário não apenas mudar a imagem da
polícia, mas as mentalidades e o know-how, tendo em conta a situação de
austeridade orçamental que não permitia um aumento substancial do número de
funcionários.
O projeto, cuja concepção foi inteiramente delegada a um grupo de
especialistas de grandes empresas espanholas, privadas e públicas, aconselhou
a adopção de técnicas de gestão moderna, visando a melhoria da eficácia do
trabalho da Polícia.
A nivel organizacional o Projecto introduziu inovações, com a adoção de dois
instrumentos - a gestão por objectivos e o sistema de motivação financeira.
Outrossim o Projecto estabelece três objetivos estratégicos:
- a melhoria da qualidade dos serviços prestados;
- o aumento do nível de satisfação dos cidadãos e dos agentes da polícia e
- a redução da delinquência.
Para atingir esses objetivos, a ênfase fo i colocada na gestão e partilha de
infor mações. Mais de nove mil estações de trabalho foram informatizadas tendo
sido simultaneamente criado o Sistema de Infor macion Geo gráfico , que
representa para o Corpo de Polícia Nacional o que o Compstat é para a POLÍCIA
de Nova York.
Medidas de grande impacto foram a criação do Serviço de Relações co m os
Cidadãos, que visa ser um elemento real de contacto e diálogo constante com
os cidadãos e as suas associações e a implementação de um sistema de coleta
de reclamações por internet e telefone, combatento desse modo as longas
esperas nas delegacias policiais.
Em Portugal, foi a partir de meados dos anos noventa que a preocupação
co m a prevenção passou a estar na ordem do dia, muito devido à
intensificação do discurso em torno da insegurança urbana e do crime.
Problemas como a imigração, exclusão social, zonas desfavorecidas da periferia
de Lisboa e Porto e a associação entre estes pro blemas e o aumento do crime
e da inseguran ça passaram a do minar o discurso público, bem como o
discurso dos media.
O discurso em torno da proximidade, em matéria de policiamento, surgiu
influenciado pelas experiências anglo-saxónicas de policiamento comunitário, que
afectaram os sistemas policiais um pouco por toda a Europa ocidental. Refira-se
que Portugal inicalmente não ado ptou um policiamento co munitário no
sentido originário do conceito, tendo-se por essa altura assistido a algumas
iniciativas de proximidade ao nível interno da Polícia de Segurança Pública (PSP)
e da Guarda Nacional Republicana (GNR), por iniciativa dos seus responsáveis.
No entanto e de forma mais abrangente, o Ministério da Administração Interna
(MAI) viria a promover a criação de pro gramas especiais, destinados aos
grupos sociais mais vulner áveis e ao fenómeno da inseguran ça, que se
inserem na filosofia de proximidade.

Foi com efeito o XII Governo Constitucional - 1995/1999 - que propôs, como
grandes objectivos para a segurança interna, a aposta numa política de
segurança para todos os cidadãos, respeitando-se os seus direitos fundamentais.
Após a C o n fe r ên cia I n t er n aci o n al s o b r e Po l icia me n t o de Pr o x i m i d ade,
realizada em Lisboa, em dezembro de 1998, viria a ser implementado o
Programa Integrado de Policiamento de Proximidade (PIPP), uma
experiência de relevo em matéria de policiamento de proximidade e que logrou
a a rt iculação ent re as várias políticas que vinham a desenvo lver-se na área da
segurança desde 1996.
O Programa tinha como objetivo dar uma nova visibilidade às fo rças de
segurança e maio r capacidade de inserção na co munidade. A criação das
Policias Municipais e dos Conselhos Municipais de Segurança são os grandes
marcos desta politica de segurança comunitária.
A criação das polícias municipais, pela Lei n.o 140/99, de 28 de Agosto, que
aparecem inseridas no organigrama do referido PIPP consagrou a aposta na
descentralização com vista à disponibilização de um elemento indispensável à
proximidade.
A criação das Policias Municipais foi encarada como veículo fundamental à
ter ritor ialização da segurança, como forma de conferir mais segurança aos
cidadãos e maior tranquilidade às comunidades locais.
O regime jurídico das polícias municipais - existem actualmente em 34
Municípios portugueses - veio atribuir co mpetências às Câmaras Municipais em
do mínios da segurança pública, ao prever ações de vigilância em locais
públicos e abertos ao público, nas imediações dos estabelecimentos escolares e
nos transportes públicos, na guarda de edifícios e equipamentos públicos
municipais e na regulação e fiscalização do trânsito, na área do município.
Em 2003 o Ministro da Administração Interna proclamou o relançamento do
policiamento co munitário apelidando a iniciativa como pro grama de segurança
so lidária. “De acordo com o enunciado, esta política tinha como objectivo conter
a criminalidade com o contributo de todos os sectores da sociedade,
designadamente, o Governo, as Forças de Segurança, as Autarquias e as
organizações da sociedade civil.” É assim que a partir de 2008, com a criação
dos contratos locais de segurança, a prevenção criminal ao nível local, alcançou
maior impacto na opinião pública.
É nesse contexto que emerge o MIPP - Mo delo Integrado de Policiamento de
Proximidade, permitindo o desenvolvimento de vários projetos de proximidade,
no âmbito de uma estratégia global, implementando mecanismos de
coo rdenação, de avaliação e de fo r mação, e conferindo um maior enfoque na
melhoria da articulação da componente da pro ximidade/preven ção da
criminalidade, entre as demais valências do policiamento, designadamente, a
ordem pública, a investigação criminal e as informações policiais.
O MIPP congrega pro gramas de origem ministerial, nomeadamente:

Apoio 65 – Idosos em Segurança;


Comércio Seguro;
Escola Segura;
Violência Doméstica.
C A R A C T ER I S T I C AS C O M U NS A O M O D EL O

D E P O L I C I A M E N T O D E PR O X I M I D A D E
Objectivos Estratégicos
1.Aperfeiçoar e “especializar” a prevenção criminal.

2.Melhorar os padrões de eficácia da actuação policial, de forma a desenvolver


uma relação próxima e sustentável co m os cidadãos bem como combater os
fenómenos criminais que provocam maior alarme social.

3.Promover a fo r mação para a cidadania e para a segurança da co munidade,


em especial dos jovens.

4.Abrir a instituição à sociedade, potenciar sinergias e coo peração co m a


co munidade e orientar o serviço policial para os seus clientes (cidadãos).
5. Adequar os projectos às realidades locais.

6. Descentralizar a gestão e os níveis de comando e controlo, através da


adopção de um estilo participativo e consultivo.

7. Melhorar os índices de motivação dos elementos policiais.

8. Melhorar de uma forma efectiva a qualidade do serviço policial e, em


simultâneo, a imagem da instituição Policial.
9.Melhorar os índices de satisfação dos cidadãos em relação ao serviço
prestado.

10.Promover a confiança dos cidadãos e a credibilidade junto do público com


base num relacionamento saudável entre Polícia e a comunidade.

11.Conciliar visibilidade e ostensividade com discrição e pro porcio nalidade de


meios.

12.Interiorizar uma cultura de investigação racional que encaixe no conceito de


“polícia de rua”.
Objectivos Operacionais

A. Reduzir os índices de inseguran ça objectiva e subjectiva.


B. Reduzir a criminalidade, em especial os crimes de rua e o pequeno/médio tráfico.
C. Focalizar a atenção da Polícia nos grupos de risco (menores, idosos, mulheres,
deficientes, vítimas de crimes violentos) e melhorar os mecanismos de apoio e
atendiment o às vít imas.
D. Melhorar a integração da Polícia no meio social (através da adopção de uma
resposta personalizada e adaptada aos problemas concretos da comunidade local).
Princípios Base para a sua I mplementação

1 Estabelecer objectivos operacionais concretos e mensuráveis em consonância


com os objectivos estratégicos e operacionais superiormente definidos
2. Estabelecer metas inter médias e planear actividades para a consecução
dessas metas.
3 Adoptar mecanismos de medição periódica, tendo em vista uma criteriosa
avaliação dos projectos.

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