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Resumo
A pesquisa em questão retrata a averiguação sobre o delito patrimonial de roubo aos
transportes coletivos na Grande São Luís/MA no triênio 2016/2019, com foco no prisma
da Política Criminal e suas nuances no desenvolvimento de um caminho resolutivo para
o enredo fático posto. Para tanto, foi utilizada como base metodológica a pesquisa
bibliográfica e normativa, realizando uma abordagem sobre a concepção e as
características preponderantes da subárea penalista retro, assim como perpassou-se pela
ocorrência do crime estudado a nível nacional, demonstrando sua lesividade no contexto
da mobilidade urbana. Ademais, foi destacado o evento pernicioso aludido na cidade
ludovicense, com evidência de uma problemática histórica-social, restando considerado
por fim, com égide na base teórica da Política Criminal, que são necessárias ações de
cunho sinérgico, com atuação cooperativa entre os diversos órgãos do Poder Público,
visando a real eficiência do direito constitucional da segurança e a convivência
harmônica na sociedade.
Palavras-chave: Atuação Cooperativa; Política Criminal; Roubo; Transporte Coletivo.
Abstract
The research in question portrays the investigation into the property crime of theft of
public transport in Greater São Luís/MA in the triennium 2016/2019, focusing on the
prism of Criminal Policy and its nuances in the development of a resolution path for the
factual plot put. For this, bibliographic and normative research was used as a
methodological basis, performing an approach on the conception and the preponderant
characteristics of the retro penalist sub-area, as well as the occurrence of the crime
studied at the national level, demonstrating its harmfulness in the context of urban
mobility. Moreover, it was highlighted the pernicious event alluded to in the city of
Ludovicense, with evidence of a historical-social problem, leaving finally considered,
with aegis in the theoretical basis of Criminal Policy, that synergistic actions are
necessary, with cooperative action between the various organs of the Public Power,
aiming at the real efficiency of the constitutional right of security and harmonious
coexistence in society.
1
Graduado em Direito (Centro Universitário Estácio São Luís), Pós-graduando em Direito Penal e
Processo Penal (Centro Universitário Estácio São Luís). E-mail: jamil_cunha@hotmail.com.
Keywords: Cooperative Performance; Criminal Policy; Theft; Public Transportation.
1 INTRODUÇÃO
2 POLÍTICA CRIMINAL
Nesse sentido, vale realçar que a definição apresentada apontou uma gama de
perspectivas da Política Criminal no tocante a sua forma de aplicação, destacando o
papel desempenhado pelas instituições que compõem a conjuntura penalista em
2
Corrente ideológica do século XIX que atrelada à influência de outras bases principiológicas, contribuiu
com a elaboração da disposição hierárquica do conjunto de leis francesas, com concepções do positivismo
jurídico, sobrepujando seus limites espaciais ao influir no cerne da criação de outros ordenamentos
jurídicos.
consonância com a influência da realidade social corrente em constante transformação,
assim como sobre o desdobramento da Criminologia, acarretando na consequente
remodelação da norma criminal e dos institutos responsáveis pela sua prática.
Além das constatações retro, é possível estimar em análise aos diversos casos
reportados que as descrições dos agentes delitivos que tendem a cometer crime de roubo
em transportes coletivos, convergem por vezes em características de pessoas jovem,
com reduzido aporte financeiro, sem ofício remunerado, contumazes na referente prática
ilícita, visando servir a anseios diversos ao procurar uma maneira aparentemente fácil
de lucrar (PAES-MACHADO, Eduardo; LEVENSTEIN, Charles, 2002).
Inobstante as situações apresentadas em relação ao roubo nos transportes
coletivos, e embora não tenha sido abordado o mérito relacionado à modalidade do
respectivo crime e suas nuances, nem tampouco a forma de lesão causada nas vítimas e
as decisões judiciais majoritárias acerca do tema, no entanto, insta frisar que tais fatores
também podem influenciar no recrudescimento da problemática avaliada.
Sendo assim, e diante de uma verificação dos dados explanados é possível
registrar que a atuação para uma reversão do contexto emblemático mencionado deve
ocorrer de forma sinérgica, com a adoção de medidas que afetem diretamente os pontos
suscitados pelos utentes do transporte público, em especial, a incolumidade desses
indivíduos que na maioria das vezes ficam expostos, sem a garantia de um traslado
genuinamente seguro, sendo este um direito inerente não apenas enquanto consumidores
do serviço, mas, principalmente, pela qualidade singular de cidadão.
Ao se realizar uma análise sobre o crime de roubo aos transportes coletivos, ante
as perspectivas descritas nos documentos elaborados e relatados anteriormente, é
possível notar que a incidência desse ato espúrio seguiu com o avanço urbano citadino,
ao mesmo tempo em que restou límpido que o Direito Penal, de forma geral, numa
vertente instrumentalista normativa se mostrou claudicante por acompanhar lentamente
a desordem social que se instalava.
Ocorre que leis estipulando sanções direcionadas ao delito supracitado já
vigoram há algum tempo, passando por aperfeiçoamentos. Contudo, sua lidimação fica
obsidiada por fragilidades, considerando a ineficiência na resolução desse infortúnio
que no decorrer de um lapso temporal vêm assolando a sociedade.
Em tal conjuntura se destaca a Grande São Luís que inclusa no rol das dez
cidades mais acometidas com o crime em questão em 2018, teve essa perspectiva ao ser
influenciada por diversos aspectos que associados remeteram para uma estimativa
negativa, conforme também demonstrou o infográfico do CNT e da NTU de 2017, cuja
relevância nesse espaço retratado se deu entre os anos de 2016 a 2019.
Nesse contexto, fazendo menção ao município em comento, que como em outros
lugares, passou pela dificuldade relacionada às disparidades de classes históricas, uma
vez que esses fatores contribuíram para a segregação e arraigamento social negativo.
Ademais, a ausência de medidas eficazes visando uma maioria desabastecida
economicamente já era notada, por exemplo, com os Códigos de Postura na cidade
ludovicense em tempos remotos, muito embora não seja este um motivo singular para o
cometimento de delitos dessa espécie.
Desse modo, põe-se em situação desairosa o Regime Democrático vigente tendo
em conta a vulnerabilidade dos direitos e garantias que são violados ainda com a
existência de uma legislação estruturada, todavia, malograda nesse quesito,
demonstrando por um viés macro a desestabilidade constitucional da segurança pública
nos dias hodiernos.
Tal indicativo incita cada vez mais as discussões malsucedidas envolvendo a
dicotomia de teses penalistas, tais como a despenalizadora, que, em suma, se pauta
numa adoção de procedimentos voltados para a ressocialização do delinquente, em
dissonância ao que prega a vertente encarceradora que defende, de um modo geral, a
efetivação de sanções severas como a prisão, cujo resultado finalístico pode direcionar a
redução de ações criminosas.
Nesse aspecto, é recomendado que o debate sobre a resolução da problemática
em análise intercorra de forma consensual e estratégica, haja vista que muitos
pormenores subsidiaram a formação da atual sistemática. Com isso, realça enquanto
meio de encaminhamento da solução o estudo das ciências criminais integradas, que
dentre as suas subdivisões, se propõe a explorar os diversos objetos da área
referenciada, apesar de não lograr êxito continuamente no alcance do seu objetivo.
Destarte, a interdependência intimista das ramificações Direito Penal,
Criminologia e Política Criminal da ciência retro adquire certa relevância, levando em
conta a averiguação dos atos delituosos na respectiva tridimensionalidade da norma, do
fato e do valor relativos a cada abordagem mencionada. Entretanto, das subdivisões
suscitadas dá-se o devido realce às duas últimas áreas comentadas, tendo em conta o
viés principiológico abordado por ambas e que se mostram pertinentes ao caso predito.
Diante da explanação realizada de forma propedêutica, insta destacar
inicialmente uma das subáreas da Criminologia, de tendência macrossociológica
consensual, no caso a Teoria da Desorganização Social, que possui ligação com a
temática conforme consta no excerto abaixo:
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS