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II Curso de Análise Criminal, 1ª aula

Daniel Cerqueira, Dr. (IJSN)


Vitória, ES. Em 14/05/2022
Um pouco da Minha Trajetória

RJ

1991 1992 1994 1995 1999 2006 2010 2011 2012 2016 2018 2020
Roteiro

• Uma história da Análise Criminal (AC);


• AC no alvorecer dos novos modelos de policia;
• Intelligence-Led Policing, problem-solving-
community-policing, SARA e o papel do analista
criminal;
• Usos, perspectivas e desafios da AC.
Uma história da Análise Criminal
Figure 1: Map of Cholera Deaths and Locations of
Water Pumps
Os primórdios da
investigação usando
mapas: 1854: John
Snow, miasmas e a
cólera
Mapas de crime: primeiras aplicações
• 1829: Adriano Balbi e Andre-Michel Guerry criaram o 1º mapa de crime:
• territórios com + educação  + crimes c/ patrimônio; e – educação  + crimes c/ a
pessoa;
• Taxas de crime estáveis ao longo do tempo, por idade, sexo e por região, mas mudavam
substancialmente por região: ações poderiam ser descritas por leis sociais.
• 1831 e 1832: O astrônomo e estatístico belga Lambert-
Adolphe Quetelet tentou preencher o vazio teórico:
correlação entre crime e diversas variáveis, incluindo
rotas de transporte, níveis de educação e variações
étnicas e culturais.
• Conceito de “homem médio” busca para
descobrir, por meio de estatísticas e "física social“
a explicação do comportamento social;
• Enxerga o crime como produto da organização social,
estudando as características que podem influenciar na
prática do crime, tais como as estações, o clima, o sexo
e a idade.
1909-1923: August Vollmer, o pai da polícia moderna
• Chefe do Departamento de Polícia de Berkeley, na
Califórnia e introduziu inúmeras inovações inspiradas
em seus estudos de criminólogos europeus;
• Classificação sistemática de criminosos conhecidos e seus
respectivos modus operandi;
• Estabeleceu patrulha de bicicleta e depois de veículos;
• Criou o sistema centralizado de registros policiais, projetado
para agilizar e organizar investigações criminais;
• Estabeleceu uma rede de telefonia para despachos;
• Fez análises com mapas para identificar visualmente as
áreas onde o crime e as chamadas estavam concentrados.

• Vollmer foi um dos primeiros a propor um modo diferente


de gestão da atividade policial fazendo uso da análise
criminal no suporte às operações policiais
Finalmente a primeira teoria criminológica surge
(Escola de Chicago e a ecologia humana)
• Depois do descrédito da teoria de Lombroso, faltava uma etiologia criminal
que desse base as análises e interpretações dos dados, sobretudo no
contexto urbano;
• Park, Burgess e Mckanzie, (1925) mapearam o
crime e outras características sociais em bairros
da cidade de Chicago.
• Desenvolveram uma teoria que o crime estava
fortemente ligado a desorganização social e
pobreza em ambientes urbanos;
• Gangues de jovens estavam concentradas em
áreas da cidade onde o controle social era fraco
e a desorganização social generalizada.
As gangues de Illinois

• Shaw e Myers (1929) em um estudo


de delinquência juvenil em Illinois.
• Em um mapa (manual!!!), mostram
que os endereços residenciais de
mais de 9.000 delinquentes estão
agrupados em áreas marcadas por
"deterioração física, pobreza e
desorganização social.
E inicia a era do mapeamento automatizado
• A ideia do mapeamento automatizado do crime
surgiu no final dos anos 1960.
• As primeiras aplicações (Pauly et al., 1967;
Carnaghi e McEwen, 1970) mostrou o potencial
para representações visuais de padrões de crimes
através de mapas gerados por computador.
• O mapa ao lado mostrava a distribuição de furtos
de automóveis em 1967, no 9º distrito de St.
Louis, MO.
Análise criminal no alvorecer dos novos
modelos de policia
Contexto histórico: crise e oportunidade nos
turbulentos anos 60
• Guerra do Vietnã e manifestações populares contra a Guerra
em universidades americanas
• Mudanças culturais: liberação sexual, movimento hippie e anseios
frustrados por prosperidade, justiça e liberdade;
• No auge da Guerra Fria, os movimentos de maio de 1968 na França e a
Primavera de Praga, na Tchecoslováquia.
• Revoltas raciais e Luta pelos direitos civis americanos;
• Aumento de crimes
• Assassinato de John F. Kennedy (1963) e de Martin Luther King Jr. (1968)
• Polarização com o Cenário da eleição presidencial dos EUA em 1968:
confrontos violentos entre a polícia e manifestantes antiguerra na
Convenção Nacional Democrata de 1968. Nixon lança o lema de “Lei e
Ordem”.
O Modelo tradicional de polícia entra em crise
Crise de método, crise de legitimidade
• “[...] A Comissão constatou haver uma hostilidade
profunda entre a polícia e as comunidades dos guetos
e considerou essas relações hostis como ‘uma das
principais causas’ das revoltas raciais. [...]” [Skolnick e
Bayley (2002)].
• O ponto central da questão é que o modelo tradicional
de policiamento direcionado para o incidente requer
que não se pense em problemas persistentes ou
padrões de incidentes, muito menos que se elabore a
respeito das virtuais causas que levariam ao delito.
Nesse sentido, a responsabilidade do oficial acaba
quando ele responde à reclamação do cidadão sobre
um incidente único [Bayley (2001)].
The Kansas City preventive patrol experiment
(kelling, Pate, Dieckman e Brown (1974)
1971: Chefe do Dep. de Polícia da Kansas City (Clarence M. Kelley):
“Many of us in the department had the feeling we were training, equipping, and
deploying men to do a job neither we, nor anyone else, knew much about.”

• Conclusões: A esmagadora evidência é


que diminuir ou aumentar a patrulha
preventiva de rotina dentro da faixa
testada neste experimento não teve
efeito sobre o crime, medo do cidadão
do crime, as atitudes da comunidade em
relação a polícia sobre a prestação de
serviço policial, tempo de resposta
policial ou acidentes de trânsito.
Os novos modelos de polícia
• Novos modelos são propostos com investimento em métodos e
tecnologia;
• Policiamento comunitário; Policiamento orientado para a solução do
problema; policiamento orientado pela inteligência
• Elementos presentes:
• Reconhecimento do gap de demanda;
• Foco não apenas no curto prazo, mas visão estratégica;
• Coprodução da segurança pública;
• Mudança no foco dos recursos da repressão repetida para a
prevenção;
• O coração das polícias modernas é a inteligência e a análise
criminal.
Policiamento comunitário
• O movimento de “reforma comunitária” do modelo profissional de
polícia se consolida na década de 1980 nos EUA e UK e depois se
difundem.
• Em linhas gerais, o policiamento comunitário busca:
1. Legitimidade, melhorando a frequentemente deteriorada relação entre
sociedade e polícia, fomentando um trabalho comum em que aquela
participe dos processos relacionados à construção de estratégias para a
prevenção à criminalidade e soluções de problemas neste âmbito;
2. Fortalecer as redes sociais existentes, sob a premissa de que se permite
com isso desenvolver e consolidar o capital social local, que, por sua vez,
contribui para a redução e prevenção do crime e dos problemas; e,
3. Consolidar mecanismos de prevenção locais, outorgando às organizações
das respectivas regiões um papel cada vez mais ativo na formulação e
execução dessas iniciativas.
Policiamento comunitário
• Se concentra no desenvolvimento de relacionamentos com os
membros da comunidade. O policial desenvolve uma parceria
com os cidadãos para identificar e resolver problemas operando
a coprodução da segurança pública.
• Os métodos comuns:
1. Incentivar a comunidade a ajudar a prevenir crimes, fornecendo
conselhos, conversando com alunos e incentivando grupos de
vigilância;
2. Maior uso de patrulhas a pé ou de bicicleta;
3. Criação de equipes de policiais para realizar o policiamento
comunitário em bairros designados;
4. Comunicação clara entre a polícia e as comunidades sobre seus
objetivos e estratégias;
5. Parcerias com outras organizações;
6. Movimento em direção a alguma descentralização da autoridade
policial, permitindo mais discrição entre os oficiais de escalão
inferior e mais iniciativa esperada deles.
Policiamento orientado para a solução do problema, Herman
Goldstein (1979) [Problem-oriented policing (POP)]

“Our meta‐analyses suggest statistically


significant impacts of POP. Our relative
incident risk ratio analysis of mean effects
suggests a 33.8% reduction in crime/disorder
in the POP treatment areas/groups relative to
the controls. We find no evidence of
significant crime displacement as a result of
POP (…)”.
Problem-Oriented Policing (POP)
• Uma das estratégias mais eficientes de gestão das organizações
policiais. Focalizado na prevenção e no uso sistemático de informação e
análise;
• “Problemas” são um conjunto recorrente de incidentes similares e
relacionados entre si, que causam prejuízos ao público, o qual espera
que a polícia vá resolvê-los. (GOLDSTEIN, 1990; 1979)
• Policiamento tradicional: tempo gasto em incidentes repetitivos e de
forma reativa. Prioridade dada aos “meios” da atividade policial em
detrimento dos seus “fins”;
• Focalizado na prevenção e no uso sistemático de
informação e análise.
• Quais são os fatores e elementos que condicionam
os problemas, questões de ordem, de pequenos delitos
e grandes crimes nos territórios?
• O policial ganha um papel de maior relevância
SARA (Scanning, Analysis, Response and Assessment)
ou IARA
• Envolve um processo analítico em 4 etapas:
1. Identificação. através da análise estatística e geoprocessamento de dados uma
ampla gama de informações de várias naturezas;
2. Análise. Revisão, seleção, comparação e interpretação das informações. É uma
fase crucial de investigação de fatores causais, relacionais, que explicam a
emergência de um problema em particular, bem como de identificação de
padrões, evolução e tendências do problema. Um dos resultados dessa etapa é
a formulação de hipóteses claras sobre o problema em foco.
3. Resposta. Desenvolvimento de estratégias alternativas de prevenção e controle
de crime e de outros problemas correlatos. Essas respostas devem ir além da
captura e prisão de agentes infratores, podendo envolver a participação de
parceiros em potencial, como outros órgãos governamentais, etc.
4. Avaliação e monitoramento. Avaliação do processo de implementação e de
impacto das respostas, e por outro o acompanhamento sistemático das ações
implementadas
A abordagem de policiamento orientado para o problema:
Operação Cessar-fogo de Boston (Boston’s Operation Ceasefire) foi
avaliada por Kennedy et al. (2001)
• O objetivo era reduzir a violência armada juvenil em Boston;
• A intervenção envolveu uma abordagem multifacetada. Também incluiu mensagens comunicadas pela
polícia diretamente à gangue e membros, que as autoridades usariam todos os meios” disponíveis para
punir gangues coletivamente por atos violentos cometidos por gangues e membros individuais.
• A ideia é criar dissuasão, tornando os potenciais infratores explicitamente cientes dos riscos de
envolvimento criminal grave;
• Uma avaliação da Operação Cessar-fogo patrocinada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos
(DOJ) revelou que a intervenção foi associada a:
• Redução de 63% no # mensal de homicídios de jovens em Boston;
• Redução de 32% no # mensal de ligações s/ disparo por arma de fogo;
• Redução de 25% no # mensal de assaltos com armas de fogo e;
• Em um distrito policial de alto risco que recebeu atenção especial na avaliação, diminuição de 44%
no # mensal de incidentes de assaltos com armas de fogo (Braga et al. 2001).
• A avaliação também sugeriu que a redução significativa de homicídio juvenil de Boston associada à
Operação Cessar-fogo foi distinta quando comparada às tendências de homicídio juvenil na maioria
das principais cidades dos EUA e da Nova Inglaterra (Braga et al. 2001).
O que se sabe sobre a efetividade de algumas
ações: policiamento por hot-spots
• O primeiro teste de policiamento por hot-spots pode ser
encontrado em um experimento randomizado de 1995 conduzido
por Sherman e Weisburd em Minneapolis.
• O experimento testou se dobrar a intensidade das patrulhas
policiais em pontos críticos do crime resultava em uma
diminuição do crime e descobriu que o crime diminuiu em
aproximadamente 10% em locais experimentais em relação aos
locais de controle.
• Braga (2001) identificou nove experimentos ou quase-
experimentos envolvendo policiamento de hot-spots e observou
que sete dos nove estudos, incluindo a maioria dos experimentos
randomizados, encontraram evidências de reduções significativas
e grandes da criminalidade.
O que se sabe sobre a efetividade de
algumas ações: Gun Strategy
• O policiamento com foco em armas de fogo tem sido uma estratégia
bastante destacada na literatura internacional sobre policiamento;
• Essa metodologia de policiamento ganhou destaque a partir da
Estratégia das Armas (Gun Strategy), implementada pela Polícia de
Nova York, em 1994.
• Por meio dessa estratégia foi definido, então, que todos os presos com
armas de fogo e os participantes da ocorrência deveriam ser
entrevistados por detetives e questionados sobre a origem da arma de
fogo e, os policiais, deveriam priorizar a identificação e prisão de
vendedores de armas ilegais e seus estoques
• O que resultou no dobro de apreensões de armas de fogo em
comparação ao ano anterior e na prisão de 200 traficantes de armas
na cidade, num período em que os homicídios com arma automática
baixaram em 40% e, as pessoas feridas por armas de fogo, diminuíram
em mais de 30% (Bratton, 1998, p. 221).
The Kansas City Gun Experiment
• Policiamento por hot-spot focado na retirada de arma de
fogo das ruas (https://www.ncjrs.gov/pdffiles/kang.pdf);
• Acompanhamento por 29 semanas.
Intelligence-Led Policing (ILP)
• Foco estratégico, reconhecimento do gap de demanda e uso intensivo de análise;
• O ILP é um modelo de negócio e filosofia gerencial em que análise de dados e
inteligência criminal são fundamentais para o objetivo e estrutura de tomada de
decisão que facilita a redução de crimes e prevenção por meio de gerenciamento
estratégico (pro-ativo) e estratégias de fazer cumprir a Lei com base no foco nos mais
perigosos criminosos. (Ratcliffe, 2008).
• Inteligência criminal conduz operações e não o contrário;
• Um exemplo de repressão qualificada (ILP): Operação Nine Connect – New Jersey
State Police (2004).
• 148 gangues, 30 delas com mais de 100 membros;
• Reconhecimento do chefe de polícia que não dava p prender todos;
• Coletou variedade de dados, incluindo 300 relatórios de inteligência, dados de 177 polícias municipais, 50
artigos da mídia e informações de 100 informantes;
• Identificaram as gangues e os membros mais perigosos. Em um dia 60 membros foram presos e 30 depois. A
taxa de crimes caiu e a sensação de segurança aumentou significativamente depois da operação.
Problema: crimes contra o patrimônio na região X

• Para além do GIS servir para orientar o policiamento, os


mapas, junto com outras informações permitem que se
faça uma abrangente análise dos problemas locais;
• Por exemplo, a literatura mostrou que há respostas
efetivas para reduzir crimes contra o patrimônio, que se
dividem em quatro grupos:
• Respostas orientadas ao ofensor;
• Respostas orientadas às vítimas;
• Respostas orientadas ao local (situacionais);
• Respostas orientadas à rotina
Problema: crimes contra o patrimônio na região X
1. Respostas orientado ao ofensor:
• Policiamento por hot spots, a pé, bicicleta, etc.
• Ação disruptiva sobre mercados para aumentar o risco e diminuir retornos:
celular (exemplo UK), veículos, etc.
• Aprimorar métodos de investigação: cruzar e integrar informações de CCTV,
reconhecimento facial, lista de criminosos; análises de rede, etc.
• Incentivos a egressos, envolvidos em grupos criminais e pessoas com
problemas com álcool e drogas a conseguirem emprego, escola, tratamento.
2. Respostas orientadas ao local (situacionais)
• Remover esconderijos e eliminar pontos cego;
• Remover lixo, mato e cuidar de terrenos baldios e prédios abandonados;
• Iluminação pública;
• Câmeras;
• Respostas orientadas às vítimas
• Conscientização à população local sobre riscos de roubo e
ações preventivas, via informativos, seminários, redes
sociais, vizinhança, etc.
• Prover transporte seguro, com câmeras;
• Sensibilizar a população para reportarem os casos à polícia
• Aprimorar a forma e acurácia dos registros;
• Suporte e feedback às vítimas quanto às investigações;
• Respostas orientadas à rotina
• Aprimorar o planejamento de eventos especiais;
• Analisar o processo de transporte público;
• Orientar os pais sobre comportamento dos filhos antes do
início das aulas;
• Planejar a segurança local, tendo em vista a densidade de
pessoas circulando;
• Planejar obras nas vias e seus impactos.
Usos da Análise Criminal
• Análise criminal administrativa
• Seu principal objetivo é trabalhar as estatísticas criminais de forma
descritiva.
• Voltada para fornecer informação para os públicos-alvo. A atividade
nessa vertente se assemelha à de um editor-chefe, pois tem o
objetivo de selecionar os assuntos divulgados para cada cliente.
Entre seus principais focos estão:
• Fornecimento de informações sumarizadas para seus diversos
públicos – cidadãos, gestores públicos, instituições públicas,
organismos internacionais, organizações não-governamentais
etc.;
• Elaboração de estatísticas descritivas;
• Elaboração de informações gerais sobre tendências criminais;
• Comparações com períodos similares passados; e
• Comparações com outras cidades similares.
Análise criminal tática
• Seu principal objetivo é: Trabalhar na identificação de
padrões das atividades criminais.
• Voltado para o estudo dos fenômenos e suas influências
em curto/médio prazo. Essa vertente estuda o fenômeno
criminal visando fornecer subsídios para os operadores
de segurança pública que atuam diretamente “nas ruas”.
Nesse sentido, o conhecimento é utilizado pelas polícias
ostensivas e investigativas. A produção de conhecimento
serve para:
• Orientar as atividades de policiamento ostensivo nas atividades
preventivas e repressivas. Exemplo: Identificação de pontos
quentes, correlacionando dia e horários críticos; e
• Subsidiar a polícia investigativa nas soluções das ocorrências
criminais, principalmente na busca da autoria e materialidade
dos delitos.
Análise criminal estratégica
• Seu principal objetivo é: Trabalhar na identificação das tendências
da criminalidade, ações efetivas e colaborar no planejamento
estratégico
• Voltada para o estudo dos fenômenos e suas influências a
médio/longo prazo. Entre seus principais focos estão:
• Formulação de políticas públicas;
• Produção de conhecimento para redução da criminalidade;
• Planejamento e desenvolvimento de soluções;
• Interação com outras secretarias na construção de ações de segurança
pública;
• Direcionamento de investimentos;
• Formulação do plano orçamentário;
• Controle e acompanhamento de ações e projetos; e
• Formulação de indicadores de desempenho.
O papel do analista criminal nas polícias
modernas
• As ações do policiamento tradicional limitam-se muitas vezes
ao trio: policiamento ostensivo – saturação policial –
operações policiais;
• O que dizer dos problemas de desordem, crimes de
proximidade, feminicídio, tipos criminais que não envolvem
gangues e facções? Esses instrumentos resolvem?
• O coração da polícia moderna chama-se inteligência (no
sentido mais amplo). Nesse contexto, o policial tem um papel
muito mais abrangente e mais efetivo, que envolve trabalho
intelectual e de análise com base em dados e informações de
inúmeras naturezas. No centro está o analista criminal.
Perspectivas e desafios da Análise Criminal

• Para que as organizações policiais aumentem sua


capacidade de usar informações, pautando suas
ações em evidências e análises, é preciso
potencializar o papel dos analistas [Souza, 2008].
• Muitos desafios precisam ser superados nesse
caminho:
• A qualidade da informação;
• A cultura das organizações e a cultura do segredo que
faz com que agências trabalhem isoladamente;
• A posição muitas vezes pouco privilegiada dos
analistas na hierarquia das organizações policiais
Sobre construção, pregos e martelos
• Aumentar a capacidade analítica das polícias com o objetivo de alcançar
resultados mais eficientes requer mudanças profundas no modo
tradicional de conceber o papel e a função da polícia nas sociedades
modernas.
• É necessário priorizar problemas substantivos, recorrentes, que causam
prejuízos às comunidades, mais do que simplesmente reagir a
chamadas urgentes e fazer cumprir a lei. Isso desafia o modelo
tradicional de polícia como uma organização orientada para incidentes
com a função primordial de controlar crimes.
• Precisamos de mais ferramentas para além do martelo. O analista
criminal tem um papel central na construção dessa nova polícia.
Obrigado!
GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

GOVERNADOR
José Renato Casagrande

VICE-GOVERNADORIA
Jacqueline Moraes da Silva

SECRETARIA DE ECONOMIA E PLANEJAMENTO

SECRETÁRIO
Álvaro Rogério Duboc Fajardo

INSTITUTO JONES DOS SANTOS NEVES

DIRETOR PRESIDENTE
Daniel Ricardo do Castro Cerqueira

DIRETORIA DE ESTUDOS E PESQUISAS


Latussa Laranja Monteiro

DIRETORIA DE INTEGRAÇÃO E PROJETOS ESPECIAIS


Pablo Silva Lira

COORDENADORA DO OBSERVATÓRIO DE SEGURANÇA CIDADÃ


Bárbara Cabalerro

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