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Segundo Bayley (2006, p. 20), entende-se por Polícia Moderna o “Organismo composto por
pessoas autorizadas por um grupo para regular as relações interpessoais dentro deste grupo
através da aplicação de força”. *É importante lembrar que a prática de análise de crimes é
anterior à profissão* Como relatado em sala de aula, foi a primeira profissão do mundo.
Tema quente de prova, visto que o Autor e magistrado HENRY FIELDING é o responsável
pelos primeiros traços do uso estruturado de rudimentos da Análise Criminal, mas falaremos
mais a frente em marcos históricos 😊
Podemos dizer que o método embrionário da análise criminal enquanto técnica formal é
atribuída ao famoso Henry Fielding, pois o mesmo estimulava a população a denunciar os
crimes e relatar a descrição do autor, formando assim um banco de dados com o perfil do
crime e do criminoso.
Além disso, o primeiro registro do perfil da criminalidade, com consultas e análises e oriundo
emprego dos “Bow Street Runners” fundada pelo HENRY FIELDING em 1749, possuía
apenas 6 homens e constituía ( A primeira força policial profissional de Londres) Prestem
atenção, não atoa está sublinhado.
Realmente, Londres não estava para brincadeira, é justamente na Inglaterra que surge a
primeira estrutura de policiamento moderno e profissional, no século XIX (19) com a criação
da Polícia Metropolitana de Londres e, com ela, a análise criminal e a estatística, que
desencadeou no conceito de “modus operandi” -modo de operação (ih alá, o candidato
manjando no latim 😊) como conhecido até hoje. Esse sistema, senhores, tornou-se modelo
para demais forças outrora existente, em diversas partes do mundo, em especial nos nossos
amigos americanos que abordaremos tão logo.
Sabendo disso, percebe-se que o Sistema londrino foi referência, sendo utilizado por vários
departamentos do mundo, que foram adaptando-o e desenvolvendo suas próprias versões.
Lembrem desse nome, o nosso querido mês de agosto rs, foi um dos primeiros proponentes a
utilização da análise, ele foi um chefe de polícia de Berkeley, sendo chamado de “the Father
of American Policing” na boa e bela língua portuguesa, o pai do policiamento americano. Ele
introduziu uma técnica inglesa de classificação sistemática de criminosos conhecidos e seus
respectivos modus operandi.
Suas inovações vão desde a técnica de exame das chamadas de emergência (calls-forservice),
o mapeamento pino no qual poderia identificar visualmente as áreas onde o crime e as
chamadas estavam concentrados, a revisão periódica dos relatórios da polícia, e a formação de
patrulha distritos com base no volume crime. Sendo assim, amigos, partindo do pressuposto
de regularidade do crime e o ocorrências semelhantes, trazia a ideia de ser possível tabular
essas ocorrências por áreas e determinar os pontos com maior perigo e também que
apresentam menor perigo.
*curiosidade bônus: Em 1950 o termo “Máfia” passou a ser conhecido de todos como
consequência das audiências públicas conduzidas pelo Senador Estes Kefauver em processo
de investigação do crime organizado, levando grandes departamentos de polícia a
implementar novos esforços para a coleta e análise de informações sobre esse tipo de ameaça
ao país.
Essa abordagem inovadora para investigar crimes e entender o comportamento criminoso foi
e é fundamental para melhorar a eficácia das investigações e a ajudar a prevenir posteriores
delitos
Por volta de 1920 e 1930, a análise criminal e a inteligência policial tiveram uma grande
evolução, principalmente devido aos trabalhos de levantamento de dados sobre anarquistas e
membros de organizações criminosas.
Na polícia londrina, a análise criminal ganhou destaque a partir da década de 1950, quando o
Departamento de Polícia Metropolitana começou a usar técnicas de perfil criminal
para ajudar na resolução de casos complicados. Entretanto, ficou mais conhecida em 1980,
graças aos esforços do psicólogo Paul Britton *pioneiro na aplicação de técnicas psicológicas
para entender o comportamento dos criminosos e ajudar a identificar suspeitos*
Nos EUA, nos anos 60, começaram a ser criadas as unidades de análise criminal, e os estudos
para aumentar a eficiência policial, resultando num maior número de prisões e de casos
solucionados, sendo o livro do nosso querido Wilson citado acima tornando leitura obrigatória
e básica para os policias. Outro ponto marcante da análise criminal foi com o surgimento do
FBI na década de 1970, sendo responsável por desenvolver técnicas de perfil criminal e
fornecer assistência a diferentes agências policias em todo o país.
Entretanto, queridos amigos, é importante observar que a análise criminal não é uma ciência
infalível e não pode ser aplicada em todos os casos. Nosso referencial teórico é expressamente
a favor da ética e o respeito aos direitos individuais, principalmente na utilização dessa
abordagem, garantindo que os perfis não sejam baseados em preconceitos ou estereótipos
contaminados.
b) Brasil
c) Goiás
Diversos esforços foram implementados no nosso glorioso estado nas últimas duas décadas,
podemos citar com veemência, diversos investimentos em especialização de analistas por
meio das três edições de Análise Criminal, aquisição de equipamentos tecnológicos, capaz de
processar grandes volumes de dados. Além disso, um sistema centralizado de análise a
padronização de informações foi estabelecido a partir dos Observatório de Segurança Pública
(GEOSP). Foram implementados Núcleos de Estatística e analise criminal em diversas
regionais de policia afim de promover integração entre forças e estabelecer um canal de
produção de conhecimento local, mas infelizmente não prosperou sendo que a maioria das
unidades foram desativadas por falta de efetivo especializado.
1.5 Programas padronizados de registro de crimes
a) Estados Unidos
Programa utilizado pelo EUA, foi o UCR (Uniform Crime Reporting Program), era o
responsável pelo indicador das estatísticas criminais, tendo sua finalidade padronizar a coleta
de dados sobre crimes, fornecendo informações consistentes comparáveis entre diferentes
agências policiais em todo o país.
b) Brasil
Infelizmente, como já citado acima, o nosso querido país apresenta desconfortável destaque
internacional, sendo um dos dez países mais violentos do mundo. Utilizado e instituído em
1995 o Programa de Integração de Informações Criminais, tendo o objetivo de integrar as
bases criminais dos estados brasileiros. Entretanto, foi apenas em 2003, que tivemos a maior
consolidação nacional que se refere à análise criminal, por meio do SENASP ( Secretaria
Nacional de Segurança Pública) objetivando se consolidar como a grande base nacional de
dados estatísticos sobre crime e criminalidade
c) Goiás
É claro, não podemos esquecer das análises de redes sociais, uma vez que essas permitem
interações e conexões entre indivíduos, tornando-os mais visíveis e rastreáveis. Enfim, em um
mundo cada vez mais globalizado, o volume de dados cresce em níveis exponenciais, novas
tecnologias acima abordadas nos permite coletar e organizar os dados em uma velocidade
cada vez maior.
Desenvolvida por pensadores como Cesare Beccaria e Jeremy Bentham, enfatiza a ideia de
que os indivíduos são seres racionais que fazem escolhas calculadas, ou seja, se baseia no
conceito de livre arbítrio e responsabilidade individual.
De nome bem sugestivo, essa teoria trata da importância dos fatores sociais, culturais e
econômicos na explicação do crime, argumentando que desigualdades sociais, falta de
oportunidades e disfunção social podem levar ao comportamento criminoso.
Essa Teoria traz consigo a ideia do crime ocorrer quando o controle social sobre um individuo
é fraco ou ineficaz, analisando os sistemas formais e informais de controle (leis, normas
sociais, instituições e relações interpessoais)
Tendo seu principal foco de análise o ambiente urbano, abordando temas como o ingresso de
favelas, o aumento do crime e da violência, bem como o crescimento populacional, essa teoria
sustenta que a ordem social, a estabilidade e a integração, desempenham um papel
fundamental no controle social e no cumprimento das leis. Entretanto, a desordem e a falta de
integração são apontadas como fatores que levam ao crime e à delinquência. Desta forma,
afirma que quanto menor for a coesão e o sentimento de solidariedade em grupo, comunidade
ou sociedade, maiores serão os índices de criminalidade.
Sendo assim, a Escola de Chicago propõe que a promoção da ordem social, da estabilidade e
da integração é essencial para prevenir a criminalidade e promover um ambiente seguro nas
áreas urbanas.
Apesar de não ser uma teoria criminal em si, mas um conceito relacionado à criminologia e à
prevenção do crime, postula que sinais de desordem, transmite a mensagem de que ninguém
se importa com o local, atraindo a atenção de pessoas com intenções criminosas, que se
sentem encorajadas a cometer crimes adicionais, pois acreditam que a área está desprotegida e
impune.
Essa teoria índice como as atividades rotineiras das pessoas afetam seus índices de
vitimização e como estas atraem os infratores para a prática de crimes. Segundo esta teoria,
três elementos são necessários para um crime, quais sejam, um infrator motivado, um alvo
adequado e a ausência de guardiões.
Esses três elementos constituem um tripé, segurando uma plataforma na qual os crimes
ocorrem. Assim sendo, se uma das pernas do presente tripé é quebrada, a plataforma cai e,
portanto, os crimes podem não acontecer.
Agressor motivado: Refere-se à pessoa que comete o crime, podendo ser motivações diversas,
constituindo a analise do agressor envolvendo o estudo de seu perfil, motivações, histórico
criminal e padrões de comportamento, afim de identificar estratégias eficazes para sua
prevenção e captura.
Vítima vulnerável: É a pessoa que sofre as consequências do crime, tendo a análise da vitima
envolvendo a compreensão de seu perfil demográfico, comportamental e social, identificando
os fatores de risco que a tornam mais suscetível à criminalidade. Dessa forma, ajudando a
desenvolver medidas de proteção e apoio às vítimas.
3. Fundamentos da Análise
b) Diversidade de abordagens
Não há apenas uma maneira correta de realizar a análise, uma vez que o objetivo da análise é
fornecer informações úteis, assim diversas podem ser as abordagens na tentativa de obter
informações, dependendo da natureza do problema.
Cada problema requer uma análise específica e personalizada. O sucesso obtido em uma
análise anterior não garante aplicabilidade direta aos problemas atuais ou futuros. Da mesma
forma, as soluções propostas em uma análise anterior podem não ser aplicáveis a novos
problemas, entretanto, isso não significa que o analista precise começar do zero cada análise,
pelo contrário, é importante buscar o máximo de dados sobre problemas semelhantes.
Os problemas de segurança pública são cada vez mais complexos e exigem respostas
criativas. Assim sendo, o analista deve buscar fontes de dados além das tradicionais,
explorando informações diversas. Essa ampliação das fontes de dados pode fornecer ao
analista diferentes perspectivas sobre o problema, levando a soluções interessantes.
e) Simplificação da análise
Embora a análise possa lidar com problemas complexos, não precisa ser necessariamente
complexa em si. Na maioria das análises o analista pode utilizar processos e técnicas
acessíveis como o uso de frequências e, etc. O foco do analista deve estar na caracterização do
problema e de suas características, identificando os pontos que demandam intervenção e
respostas adequadas, em vez de buscar relações complexas de causa e efeito. Portanto,
Simplificar a abordagem permite um entendimento mais claro e uma tomada de decisão mais
efetiva.
São muitas as definições, mas, Segundo Rachel Boba Santos, análise criminal é “O processo
sistemático de coleta, organização, análise e interpretação de dados criminais e contextuais
para identificar e entender padrões, tendências, problemas e características dos crimes,
visando informar a tomada de decisões estratégicas e operacionais.
O comum entre as definições é que a análise criminal consiste no estudo sistemático do crime,
do criminoso, do ambiente em que ocorreu o crime e da vítima, a fim de prever tendências e
identificar padrões para poder, dessa forma, otimizar o serviço policial, tanto tática quanto
administrativamente.
i) Séries: Vários crimes similares praticados contra uma ou várias vítimas, ou alvos.
ii) Spree (Farra) Frequência tão alta de ocorrências que aparenta ser atividade
contínua ex: furto de vários rádios automotivos em carros localizados no
estacionamento de uma casa noturna
iii) Hot- Spot (Ponto quente) aumento anômalo de criminalidade. Ex: condomínio,
aparentemente isento de qualquer atentado, passa a ser alvo de roubos frequentes.
iv) Hot-Dot (Entidade quente) são indivíduos que possuem relação direta com vários
eventos criminoso. Ex: porteiro do prédio que presencia furtos em frente ao
condomínio
v) Hot-Product (Produto quente) são produtos que se tornam potenciais alvos de
criminosos ex: telefones celulares no centro de Goiânia.
vi) Hot-Target (Alvo Quente) são os locais que são considerados alvos potenciais de
criminosos. Ex: bancos ou supermercados em uma região
Em síntese tem um papel de suma importância pois como detentor da informação, influencia
diretamente na tomada de decisão nos três níveis, estratégico, tático e operacional. Desta
forma, não basta apenas o conhecimento estatístico, mas também possuir um olhar sistêmico
sobre a segurança pública, utilizando da ciência para apontar os possíveis problemas e
soluções que foram inicialmente demonstrados pelos números
Além disso, o analista criminal também tem que se atentar em focar seus estudos em um
local, uma área, uma região, um contexto. Desse modo, o estudo será mais preciso e eficaz
para atender a demanda, e dessa forma, traçar a melhor estratégia local para solucionar os
problemas e atender à população.
A doutrina elenca atribuições essenciais que o analista criminal deve possuir, quais sejam:
automotivação e autoconfiança
admitir e corrigir erros
criatividade e curiosidade
determinação
diplomacia
iniciativa
mente aberta
objetividade
trabalhar individualmente
vontade de aprender
Além disse deve possuir algumas habilidades
para pesquisa
para escrever
para reconhecer padrões
para falar e fazer apresentação em público
em análise estatística
gerenciamento de tempo
comunicação e inter-relacionamento pessoal
facilidade em trabalhar em grupo
pensamento crítico e conclusivo
Para alcançar resultados reais não basta aumentar o volume de recursos investidos, é preciso
analisar as alternativas de intervenção e investir os recursos conforme as relações entre custo
e benefício encontradas para cada alternativa. Assim, com a análise criminal é possível
identificar as áreas de maior risco ao analisar os dados disponíveis, concentrando seus
esforços para implementação de estratégias de prevenção direcionadas, ou seja, é necessário
uma alocação adequada de recursos, desta forma, é possível reduzir a criminalidade e
melhorar a sensação de segurança na comunidade.
A association of Crime Analyst utiliza as divisões em tipos de análise criminal, sendo elas:
Análise Criminal Tática, Análise Criminal Estratégica e Análise Criminal Administrativa.
Em síntese a Análise Criminal Tática visa diretamente ações policiais imediatas, considerando
sua utilidade a um curto espaço de tempo, ou seja, refere-se ao conhecimento criminal
imediato, quotidiano e específico, possuindo ação de curto prazo e seu principal banco de
dados é oriundo dos registros de ocorrências, relatórios de atividades e informações coletadas
pelos policiais no dia a dia da função, tendo sua principal característica a rapidez de aplicação
de seus resultados.
5. Método IARA
Como próprio nome sugere, é a fase onde os dados são examinados e processados,
possibilitando a identificação de padrões de atividade criminal. Há algumas técnicas de
análise de dos dados, quais sejam:
a) Padrões de Crime
Tendo em vista a combinações de diversas fontes com qual o analista trabalha, é possível
formar um quadro aproximado da atividade criminal, formando padrões, sendo estes
subdivididos em:
> Padrão por concentração geográfica: manifestando-se pela similaridade do tipo de crime e
pela recorrência das manifestações em áreas geográficas bem definidas.
> Padrão por recorrência de modus operandi: manifesta-se com base na similaridade do
suspeito ou de veículos envolvidos no evento criminal e em características únicas do modus
operandi
Podem ser identificadas via técnicas manuais ou automatizadas. No primeiro caso se valo ao
uso de mapas de pinos com diferenciação de cores para os tipos de crimes, matrizes e
calendários. Em segundo caso, ou seja, de forma automatizada, o analista tem à sua
disposição equipamentos computacionais, planilhas eletrônicas e sistemas gerenciadores de
bancos de dados (SGBD) que permite aos mesmos consultas mais complexas com resultados
imediatos.
Nesse caso, o analista tente identificar tipos de pessoas, estruturas, veículos, ou tipos de
lugares mais visados pelos suspeitos de crimes, permitindo orientar os recursos das
organizações de segurança pública sobre possíveis ataques futuros, assim como alertar oas
potenciais vítimas de tais ataques
É o momento que o analista criminal, com base nos resultados de suas análises, prepara uma
série de documentos de informação para diferentes interessados. Possuindo dois grandes
objetivos, prover informação que será utilizada por outras pessoas e organizações e melhorar
a comunicação entre as pessoas, dentro e fora da organização. Em síntese, A terceira fase é
essencialmente buscar a maneira mais adequada de resolver o problema com resultados
satisfatórios para ambos os participantes.
Respira meus príncipes, está chegando ao fim <3. As principais dificuldades identificadas no
processo de análise são as seguintes: