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RESENHA CRÍTICA:

Manual do Gestor e Operador Polícia na Rua

Os autores de Manual do Gestor e Operador Polícia na Rua: Brunno Almeida


Nascimento, é Ten. Cel. QOC PM da Polícia Militar de Roraima, e Elvys
Arantes Teixeira – 2º Ten. QOC PM da Polícia Militar de Roraima, Edição:
Polícia Militar de Roraima, p. 25-30

O Manual do Gestor e Operador - Polícia na Rua, tem como objetivo


orientar acerca dos temas principais que integram as atividades de policiamento
comunitário, apresentando, também, caminhos para o desenvolvimento da
integração entre os órgãos, da mobilização comunitária, participação da Polícia na
resolução de problemas junto à comunidade e, concomitantemente, a mudança de
comportamento dos policiais, através de um processo educativo contínuo.
Este Manual, resultado do estudo dos últimos trabalhos de conclusão de
curso (TCC) produzidos no âmbito da PMRR, em específico no Curso Superior de
Polícia (CSP) e no Curso de Formação de Oficiais (CFO) derradeiros, baseado
ainda no estudo de outras Polícias, sobretudo experiências válidas dos Estados do
Amazonas e de São Paulo, é destinado à capacitação e ações dos gestores e
operadores na área de segurança pública, orientado pela filosofia e estratégia
organizacional de Polícia Comunitária, apontando para a uniformização de ações,
condutas e procedimentos, de forma clara, precisa e qualificada conforme a
realidade de Roraima.
Assim, os assuntos abordados estão distribuídos em oito partes,
iniciando pela argumentação que justifica a implementação da filosofia e estratégia
de Polícia Comunitária, pelo Governo de Roraima, através das polícias do Estado;
tratam ainda dos aspectos sócio-políticos e estratégias que orientam o Programa,
e apresentam os fundamentos e parâmetros que trarão sustentação às práticas
preconizadas pelo Programa Polícia na Rua
Não resta dúvida de que com o manual leva a ampliação de resultados
práticos positivos para uma efetiva política pública de segurança com foco no
cidadãoe na parceria entre a população e as instituições de segurança pública
Obra vai de encontro ao desenvolvimento e implementação de um
conceito de segurança pública que tragam maior sustentação a proximidade policial
e promover uma maior participação e envolvimento da comunidade no
planejamento e ações no campo da segurança pública, trazendo bons resultados
na solução de problemas e melhoria na qualidade de vida da população, além de
capacitação e ações de gestorese operadores de segurança pública.
Os autores têm como público alvo na sua obra as pessoas que atuam
comDireitos Humanos, as polícias e a sociedade em geral.
Evidentemente, uma aproximação da polícia com a sociedade civil
organizada seria um passo efetivo na derrubada dos muros ideológicos que
impedem que tenhamos uma polícia cidadã, e cidadãos mais conscientes de seu
papel na sociedade.
Quanto aos princípios apresentados pelos autores, concordamos que a
polícia deve ser estável, eficaz, organizada, preventiva, capaz, cooperativa junto à
comunidade somente fazendo uso da força quando necessário esforçando-se para
manter com a sociedade um sentimento unificado entre cidadão e polícia.
Um dos tópicos mais relevantes mostrados é o da filosofia de polícia
comunitária, pois baseia-se que tanto o cidadão quanto a comunidade devem
trabalhar juntas no sentido de identificar, priorizar e resolver problemas que os
afetam, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de todos na área. É
evidente que os cidadãos devem ter uma participação efetiva junto aos órgãos de
segurança pública no intuito de identificar, priorizar e resolver problemas, sendo
necessário um policial que tenha compromisso com a sociedade e conhecedor da
problemática, e para tal, o ideal é que sejam policiais que residem na própria
localidade em que trabalham, assimsendo o policial seria conhecido pela população
o que estreitaria os laços de parceria entre eles. É inegável que o fato da atuação
proativa dos policiais antecipando-se as ocorrências, os torna muito mais eficazes,
com planejamento e informações dos locais mais propícios a cometimentos de
delitos os policiais podem intensificar o patrulhamento fazendo diminuir o número
de ocorrências.
O policiamento comunitário deve ser baseado numa confiança mútua
entrepolícia e cidadão, com respeito e ética além da legalidade dos procedimentos
adotados. É evidente que cada policial atuando como um chefe de polícia local,
com autonomia e liberdade para tomar iniciativa dentro de parâmetros de
responsabilidadecom o propósito para que este possua tal poder seja perguntar:
Se, isto é correto para a comunidade ou para minha região? Se é legal?
Estou disposto a me responsabilizar? É condizente com os valores da corporação.
Sea resposta para todas estas perguntas for sim, com certeza a possibilidade de ser
umaação exitosa cresce consideravelmente.
Na página 26 os autores enfatizam a valorização dos mais vulneráveis,
sem distinção, pois todos os membros da sociedade devem desfrutar de forma
igual de seus direitos e deveres, sem discriminação alguma.
A confiança nos policiais de linha de frente na atuação policial, com
certeza propiciará abordagens bem mais criativas para os problemas atuais da
comunidade.
Essa mudança passa pela qualificação profissional de todo o efetivo,
para que essa mudança seja a curto médio e longo prazo, e dessa maneira
oferecer a comunidade um serviço policial descentralizado e personalizado onde a
polícia deva ser usada para resolver problemas da comunidade, pois seu papel é
fundamental no sistema de polícia comunitária, de forma que a comunidade seja a
grande beneficiada nesse processo, mas que para isso a comunidade também
precisa ser preparada paraentender essa filosofia.

Os autores frisam ainda nas páginas 27, 28, que esse trabalho de
policiamento comunitário deve envolver todas as autoridades constituídas, porém
deve ser uma ação de polícia apolítica sem que envolvam interesses partidários e
ideológicos. Além de ressaltar também a importância do envolvimento da
comunidade de negócio, pois podem fazer a diferença entre a aceitação e a
resistência e orientar seus funcionários a participarem de alguma forma nas
atividades, das instituições comunitárias sem fins lucrativos, pois são fundamentais
na educação da população e da mídia, onde deve-se encontrar apoio e tirar
proveito dos espaços disponíveis para que se possa quebrar paradigmas em
relação a polícia.
Finalizando os autores mostram ainda nas páginas 29 e 30, as
diferenças entre polícia tradicional e polícia comunitária onde entre essas
diferenças a que mais gostei é que o polícia tradicional ao passar a ser polícia
comunitária, deixa de ser apenas uma agência governamental, responsável
principalmente pelo cumprimento da lei e passa a ser membro da população que
são pagos para atenção em tempo integral aos cidadãos.
Diante da compreensão da obra, cabe aqui fazer algumas
considerações. Primeiramente é importante ressaltar que se pode abordar vários
aspectos positivos na implementação do Polícia na Rua e Polícia Comunitária,
especificamente na ampliação de resultados práticos positivos para uma efetiva
política pública de segurança com foco no cidadão e na parceria entre a população
e as instituições de segurança pública, por exemplo.
Ainda, observou-se que as questões de autonomia, ética, legalidade,
responsabilidade, confiança frente a atuação policial, criatividade e qualificação
profissional são de muita importância no processo de implementação do programa
Polícia na Rua e Polícia Comunitária.
Sendo assim, com base em Manual do Gestor e Operador Polícia na
Rua,está construída a ideia de que irá orientar e capacitar as ações dos gestores e
operadores na área de segurança pública, pela filosofia e estratégia organizacional
de polícia comunitária, apontando para uniformização de ações condutas e
procedimentos, de forma clara, precisa e qualificada conforme a realidade de
Roraima.
Enquanto a estrutura do texto, esta favorece a compreensão, pois
osargumentos dos autores são claros e as informações são pouco a pouco
apresentadas de maneira coerente e consistente, porém exige uma leitura bastante
atenciosa paraas informações importantes apresentadas na obra.
Claro que, uma aproximação da polícia com a sociedade civil
organizada através da polícia comunitária, seria um passo efetivo na derrubada
dos muros ideológicos que impedem que tenhamos uma polícia cidadã, e
cidadãos mais conscientes de seu papel na sociedade e no meu entender, essa é a
melhor forma de aplicar os Direitos Humanos. Outra forma de aplicar seria nas
escolas públicas, onde Direitos Humanos deveria fazer parte da grade curricular
dos alunos da rede de ensino, assim sendo os jovens teriam uma visão melhor no
tocante a direitos e deveres e sairiam com certeza como cidadãos melhores em
meio a sociedade.
No meu entender é bastante pertinente a abordagem dos autores sobre
a temática Polícia na Rua, Sinônimo de Polícia Comunitária, cuja relevância é
inegável e cujo interesse é, ao mesmo tempo, oportuno e atual. Recomendo a
todos a leitura.

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