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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – UNESA

CURSO SUPERIOR DE TECNÓLOGO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CSTSP

RAMON CÉSAR SILVA

GESTÃO DOS SISTEMAS DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA


SOCIAL NO BRASIL: PROPOSTA DE REPAREMITRIZAÇÃO

Projeto de Pesquisa a ser apresentado à Banca do


Exame do Curso Superior de Tecnólogo em
Segurança Pública da Universidade Estácio de Sá –
CSTSP/UNESA, como requisito parcial para
aprovação na disciplina de Prática de Pesquisa em
Segurança Pública.

ORIENTADOR

PROFESSOR ROBERTO CAVALCANTI VIANNA

Teófilo Otoni– MG
Junho de 2021.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇ ÃO .................................................................................................................................................................... 3
2. OBJETIVOS .......................................................................................................................................................................... 4
3. JUSTIFICATIVA ................................................................................................................................................................. 4
4. REVISÃO TEÓRICA .......................................................................................................................................................... 4
5. METODOLOGIA................................................................................................................................................................. 5
6. CRONOGRAM A ................................................................................................................................................................. 5
7. REFERÊNCIAS.................................................................................................................................................................... 7
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1. INTRODUÇÃO

O presente pré-projeto tem por escopo a gestão dos sistemas de segurança pública
e defesa social no Brasil em seu formato atual. O estudo desenvolvido revisa os aspectos
históricos e estruturais do modelo vigente e aborda propostas de inovação para desengessar e
remodelar a segurança pública com o redirecionamento de suas diretrizes.
Como a História nos mostra, as instituições sociais são indissociáveis do momento
histórico, variando de acordo com o contexto político-cultural e as demandas sociais. Assim
também é com a segurança pública, que constitui uma instituição viva em permanente
atualização e ajustamento. Os modelos de polícia e justiça, nesse sentido, devem acompanhar
dinamicamente as mudanças socioculturais. Não há mais espaço na sociedade brasileira tal qual
se apresenta hoje para o modelo tradicional de polícia enraizado numa cultura institucional
militar, oligárquica e hierárquica, tampouco hoje a sociedade poderia, passiva, abster-se de
contribuir com a propositura de alternativas e soluções, como coprodutora no processo de
elaboração, execução, controle e avaliação das políticas públicas.
Nesse sentido, o presente trabalho se dispõe a levantar soluções referenciais em
políticas públicas de segurança com vistas à efetivação de um modelo de polícia cidadã pautado
nos princípios da legalidade, transparência e garantia dos direitos humanos fundamentais e sob
a perspectiva da filosofia de polícia comunitária, com o intuito de reformulação institucional e
readequação da missão, visão e valores dos órgãos integrantes dos sistemas de segurança e
defesa social.
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2. OBJETIVOS

A priori, o trabalho desenvolvido destina-se à revisão do modelo de segurança


pública vigente no Brasil sob a ótica histórico-estrutural, com o apontamento de lacunas a
preencher e falhas a corrigir, bem como apresenta um projeto de reforma desse modelo com
enfoque na proposta das diretrizes de Polícia Comunitária muito debatidas atualmente e já
experimentadas com sucesso em várias partes do mundo e o inclusive em algumas partes do
Brasil.
A posteriori, nessa direção, o presente trabalho se presta a trazer e elencar os
benefícios e avanços de uma gradual implementação de um modelo de polícia cidadã dirigida
pelos fundamentos dos direitos humanos e pelos princípios e garantias constitucionais,
apontando a reforma interna das instituições, a reorientação d as diretrizes, protocolos e
procedimentos como o primeiro degrau para alcançarmos progressivamente um sistema
integrado de segurança pública e defesa social mais eficaz e eficiente e, sobretudo, com
credibilidade e digno da confiança da sociedade.

3. JUSTIFICATIVA

O tema e a abordagem se justificam pela urgência e necessidade, porquanto as


sangrentas estatísticas e dados do crime e da violência se apresentam com evidência irrefutável
do insucesso do modelo de trabalho praticado. A realidade brasileira está insustentável e a
sociedade merece resultados melhores. O Estado deve essa resposta aos cidadãos. Sob essa
ótica, entendemos que o primeiro passo é o debate, é pensar sobre, falar sobre, trocar
informações e ideias, sugerir, propor, ..., enfim o que não podemos, devido à banalização, é
aceitar e acomodar-nos à degradação das circunstâncias.

4. REVISÃO TEÓRICA
A pesquisa desenvolvida teve como ponto de partida as colocações e apontamentos,
enquanto referencial teórico, de Machado (2014), segundo o qual cada chamada de ocorrência
de um delito já demonstra a ineficiência do policiamento, uma vez que a infração penal
(contravenção ou crime) já se consumou, isto é, o bem jurídico já foi lesado, seja a vida, o
patrimônio, a integridade física, etc.. Daí a importância de a polícia desenvolver seu papel de
forma reativa (pronto-atendimento), mas também e especialmente de forma pró-ativa
(prevenção).
Adotou-se como norte teórico também os postulados de Brodeur (2002), que
sustenta que o crime é um fenômeno social onipresente na história da humanidade,
independentemente das configurações da atuação policial e que as perspectivas desse fenômeno
(como ele é lido e interpretado) e as estratégias e táticas empregados em seu enfrentamento se
alteram de acordo com os costumes, cultura, mudanças sociais e momento histórico de tal modo
que as estratégias policiais ou de prestação de serviços que funcionaram no passado não são
mais eficazes, não se encaixam mais. O aumento do efetivo policial nas ruas, exercendo o
policiamento ostensivo como estratégia principal, assim, provou-se no tempo insuficiente para
a preservação da ordem pública e a diminuição da incidência de crimes. Conforme o autor, as
tarefas de prevenção devem ser pensadas muito além da presença ostensiva dos policiais nas
ruas porque, diante dela, os infratores não mudam de intenção, mas sim de local, horário ou
modo de agir, uma vez que o patrulhamento ostensivo não reduz o crime, apenas o desloca para
outras áreas, horários ou circunstâncias. Inclusive, Brodeur classifica essa atuação policial
convencional ironicamente como função de “espantalho”.
E como hoje muito se discute, como alternativa aos modelos convencionais, a
aplicabilidade dos princípios da filosofia de Polícia comunitária, como uma tentativa de
transformar esta polícia de controle e repressiva, em uma polícia mais cidadã, que esteja
compatível com as demandas de cidadania e a garantia e proteção dos direitos humanos,
trazemos uma definição emblemática do conceito a qual inspirou toda a proposta do projeto:

Uma maneira inovadora e mais poderosa de concentrar as energias e os


talentos do departamento policial na direção das condições que
frequentemente dão origem ao crime e a repetidas chamadas por auxílio
local. Inovadora porque revê os conceitos e direciona os esforços em
uma ação mais preventiva, atacando o crime em sua raiz (Wadman,
1994)
Por fim, para fins de aprofundamento da proposta, elegeu-se como principal
referencial teórico os trabalhos de Trojanowicz e Bucqueroux (2003), que trazem a Polícia
Comunitária como uma filosofia e uma estratégia organizacional com a premissa de que a
polícia e a comunidade devem trabalhar juntas para identificar, priorizar e resolver problemas
com o objetivo de melhorar a qualidade geral da vida na área, sem que o modelo de
policiamento comunitário proponha objetivos diferentes de policiamento, mas apenas
sugerindo meios alternativos de se atingir os mesmos objetivos, por meio de uma maior
integração de todo o sistema de segurança pública e defesa social junto à sociedade, posto que
a participação da comunidade é fundamental para a operacionalização da filosofia de polícia
comunitária, alinhando-se com o disposto na nossa Constituição Federal: segurança é
responsabilidade de todos.

5. METODOLOGIA

Para o desenvolvimento do pré-projeto, visando à fundamentação teórica e o


alcance dos objetivos propostos, optou-se pela orientação metodológica de Revisão
Bibliográfica Narrativa (Revisão de Literatura) e entendeu-se como o mais apropriado proceder
à pesquisa de cunho exploratório com viés bibliográfico-documental, além de uma abordagem
dupla-face: quantitativa e qualitativa. Focalizou-se, assim, o trabalho de pesquisa e o
levantamento seletivo de material bibliográfico.

6. CRONOGRAMA

Para atender aos prazos estipulados pela coordenação do Curso de graduação


tecnológica em Segurança Pública, decidiu-se pela adoção do cronograma a seguir:
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CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DO CURSO DE GRADUAÇÃO TECNOLÓGO


EM SEGURANÇA PÚBLICA PARA O PERÍODO DE FEVEREIRO A JUNHO DE
2021.
F M A M J

.. .. .. .. ..
Acesso aos materiais disponibilizados no portal do
aluno e às orientações relativas à confecção do pré-
projeto via disciplinas e fórum junto ao tutor

.. .. ..
Levantamento de informações (temas, fontes, dados,
autores, etc.)

.. .. ..
Trabalho de pesquisa, leitura e revisão bibliográfica.

.. ..
Análise e organização do material e dados coletados

.. .. ..
Elaboração textual de rascunho

.. ..
Redação final e editoração

..
Formatação e adequação às normas da ABNT
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6. REFERÊNCIAS

BATITUCCI, E. C. A evolução institucional da Polícia no século XIX: Inglaterra, Estados


Unidos e Brasil em perspectiva comparada. Revista Brasileira de Segurança Pública 2010.
BAYLEY, David H. Padrões de Policiamento. Uma analise Internacional Comparativa.
Tradução René Alexandre Belmont. São Paulo. Ed da Universidade de São Paulo, 2001.

BAYLEY, David H.; SKOLNICK, Jerome H. Policiamento comunitário: questões e práticas


através do mundo. Tradução Ana Luísa Amêndola Pinheiro. São Paulo: USP, 2002.

BRODEUR, Jean-Paul. Como reconhecer um bom policiamento. Tradução Ana Luísa


Amêndola Pinheiro. São Paulo: USP, 2002.

BUCQUEROUX, Bonnie; TROJANOWICZ, Robert. Policiamento comunitário: como


começar. Tradução Mina Seinfeld de Carakushansky. 3. ed. São Paulo: USP, 2003

BUENO DE JESUS, J. L., & MACHADO, D. F.. POLÍCIA COMUNITÁRIA : um novo


paradigma de polícia ostensiva. Revista Direito Em Debate, 2014.

CANO, I. Política de Segurança Pública no Brasil, tentativas de modernização e


democratização versus guerra ao crime. SUR Revista Internacional de Direitos Humanos.

COSTA, I. F. Polícia e sociedade gestão de segurança pública, violência e controle social.


Edfuba. Salvador 2005.

COSTA, I. F. Segurança pública no Brasil: um campo de desafios, Edufba. Salvador, 2010.


ALVES-MAZZOTTI, Alda Judith; GEWANDSZNAJDER, Fernando. O método nas ciências
naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. 2ª ed. São Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 2002.

ROSENBAUM, Dennis P. A mudança no papel da polícia: avaliando a transição para


poliaciamento comunitário. In: BRODEUR, Jean-Paul. Como reconhecer um bom
policiamento. Tradução Ana Luísa Amêndola Pinheiro. São Paulo: USP, 2002
SENASP. Matriz curricular nacional para ações formativas dos profissionais da área de
Segurança Publica. Ministério da Justiça, 2008.

SKOLNICK, J.H.; BAYLEY, David.H. Policiamento Comunitário. Tradução de Ana Luísa


Amêndola Pinheiro. São Paulo: Editora da USP, 2002.

TROJANOWICZ, R.; BUCQUEROUX, B. Policiamento Comunitário: como começar.


Tradução Mina Seinfeld de Carakushansky. Rio de Janeiro: Polícia Militar do Estado do Rio
de Janeiro, 1994. Reeditado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, 1999.

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