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Seis fatos curiosos sobre a princesa Isabel

Apresentamos seis fatos curiosos sobre a princesa Isabel para você conhecer melhor essa
figura importante de nossa história.

Isabel de Bragança e Orleãs, mais conhecida como  princesa Isabel, ou princesa imperial do Brasil, é a personagem
histórica feminina mais citada em nosso país. Era filha do imperador D. Pedro II, da casa de Bragança, e da imperatriz
consorte do Brasil, Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias. Sua grande notoriedade provém do fato de ter sido ela que
assinou a Lei Áurea, isto é, a lei que aboliu a escravidão no Brasil. Em virtude desse gesto histórico, a princesa Isabel
recebeu o título de “A Redentora”.

Pouco se sabe da herdeira de D. Pedro II além da relação com a causa abolicionista. Por isso, selecionamos seis fatos
curiosos sobre essa personagem. Confira!

1) Foi declarada herdeira do trono brasileiro aos 11 meses de idade


A princesa Isabel, nascida em 29 de julho de 1846, era o segundo fruto da relação entre D. Pedro II e Teresa Cristina. O
primeiro era D. Afonso Pedro, nascido em 23 de fevereiro de 1845. D. Afonso nasceu quando Pedro II tinha apenas 19
anos de idade. As expectativas depositadas no menino, como futuro sucessor do trono, fizeram com que o jovem imperador
(D. Pedro II) amadurecesse e assumisse, de fato, as posturas de chefe de Estado e chefe de família – uma família
aristocrática, diga-se de passagem.

Entretanto, no dia 11 de junho de 1847, D. Afonso, após uma sequência de convulsões, morreu, com pouco mais de dois
anos de idade. Com a morte do irmão, Isabel passou a ser a herdeira presuntiva (quando não há nenhum outro herdeiro
aparente ou preferível) do trono imperial brasileiro, contanto apenas com 11 meses de idade.

Em 19 de julho de 1848, o terceiro filho de D. Pedro II nasceu: Pedro Afonso. Com o nascimento de outro homem, a
princesa Isabel perdeu o posto de herdeira. Todavia, isso não durou muito, pois Pedro Afonso, assim como o irmão mais
velho, também morreu prematuramente, em 9 de janeiro de 1850. Com a morte do segundo irmão, Isabel tornou-se
novamente herdeira presuntiva. Como Pedro II e Teresa Cristina tiveram apenas mais uma menina, Isabel tornou-se a
herdeira oficial na sucessão do pai.

2) Assumiu o poder como princesa regente em três ocasiões


Já no auge de seu reinado, a partir da década de 1870, D. Pedro II, quando se ausentava do Brasil, delegava à filha as
funções de chefe de Estado. Por três vezes que o imperador esteve fora do Brasil, Isabel tornou-se princesa regente.
Vejamos:

1. Durante a Primeira Regência, em 1871, a princesa regente, junto a José Maria da Silva Paranhos, Visconde do
Rio Branco, que era chefe do Gabinete dos Ministros do Império, sancionou a Lei do Ventre Livre. A lei foi
promulgada em 28 de setembro do mesmo ano e resolvia que nenhuma criança nascida de escravas negras seria
também escrava.

2. Na Segunda Regência, que ocorreu entre 1876 e 1877, a princesa teve que enfrentar problemas de ordem
política e pessoal. Houve a terrível seca do Nordeste nesse período, difícil de ser remediada. Além disso, houve um
forte embate político-religioso entre dois grupos: o dos maçons e o dos católicos. Uma grande pressão pública recaía
sobre Isabel, e seus críticos contestavam sua capacidade de substituir o pai. Isabel, sem a habilidade do pai e tendo
sofrido um aborto no mesmo período, preferiu recolher-se em Petrópolis.

3. Na Terceira Regência, transcorrida entre o fim de 1887 e o início de 1888, a princesa Isabel, mais madura, aderiu
explicitamente à causa abolicionista,  passando a se envolver diretamente com protagonistas do assunto, tais como
André Rebouças e Joaquim Nabuco. Nesse período, ela entrou em confronto direto com o Ministro Barão de
Cotegipe, escravocrata, que foi obrigado a se demitir do posto. Foi nessa terceira estadia no poder que, em 13 de
maio de 1888, a princesa assinou a Lei Áurea.

3) Foi casada com Gastão de Orleãs, o Conde d'Eu


Isabel foi casada com o aristocrata francês Gastão de Orleãs, o Conde d'Eu, com quem teve três filhos, Pedro de
Alcântara (Príncipe do Grão-Pará), Luís e Antônio. O Conde d'Eu ficou famoso não apenas por ter se casado com a
princesa Isabel, mas também por ter sido um dos comandantes do Exército Brasileiro na Guerra do Paraguai e por ter
ordenado um dos maiores massacres da América do Sul, na última fase dessa guerra.

4) Rejeitou a proposta de retomar o trono por meio de uma Guerra Civil


Após o golpe militar que destronou D. Pedro II, em 15 de novembro de 1889, muitos movimentos que exigiam a restauração
da monarquia apareceram no Brasil. Alguns deles misturados a outras reivindicações, como foi o caso das duas Revoltas
da Armada, ocorridas no início dos anos 1890. Nesse contexto, a princesa Isabel, que estava exilada com a família em
Paris, estaria cotada para assumir o trono, já que seu pai morrera na mesma cidade em 1891.

No entanto, Isabel preferiu evitar derramamento de sangue e resignou-se a não mais pretender ser imperatriz do Brasil,
como fica claro em um bilhete endereçado ao seu último chefe de gabinete, da Terceira Regência, João Alfredo: ''Meu pai,
com seu prestígio, teria provavelmente recusado a guerra civil como um meio de retornar à pátria... lamento tudo quanto
possa armar irmãos contra irmãos... É assim que tudo se perde e que nós nos perdemos. O senhor conhece meus
sentimentos de católica e brasileira."

5) Morreu no exílio, em 1921, no Castelo d'Eu, em Paris


Como dito, após a Proclamação da República, a princesa Isabel e toda a família real exilaram-se na França. Os últimos
dias da princesa foram passados no Castelo d'Eu, em Paris. Ela faleceu em 14 de novembro de 1921. Esses últimos dias
foram dedicados à família e obras de caridade da Igreja Católica. Seu marido morreu um ano depois.

6) Em 1971, seus restos mortais foram trazidos para o Brasil e enterrados em


Petrópolis
Cinquenta anos após a sua morte, em abril de 1971, os restos mortais da princesa Isabel e também os do seu marido,
Conde d'Eu, foram trazidos para o Brasil. Na cidade do Rio de Janeiro, eles receberam honras de chefes de Estado e
ficaram expostos na Igreja do Rosário, na rua Uruguaiana.

Depois, no dia 13 de maio do mesmo ano de 1971, em comemorações à Lei Áurea, os caixões seguiram para a cidade de
Petrópolis, seio da tradição do Império brasileiro, e foram enterrados na catedral da cidade.

Por Me. Cláudio Fernandes

Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/historiab/seis-fatos-curiosos-sobre-princesa-isabel.htm

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