Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A BODISATVA CONTEÚDO ONLINE LIVROS REVISTAS COBERTURAS ESPECIAIS COMO APOIAR LOJA
CONTATO
O caminho da felicidade
Lama Padma Samten nos ensina sobre como ouvir e praticar os
ensinamentos da Natureza da Mente em etapas
Ainda que a nossa vida humana esteja dominada por avydia, pela
ignorância, pelo não reconhecimento da nossa Natureza Ilimitada,
muitos mestres vieram e se manifestaram dentro da condição humana.
Eles fizeram isso para gerar uma linguagem, gerar métodos que nós,
dentro deste sonho da vida humana, dentro desta situação ilusória,
onírica, limitada, possamos reconhecer o que é ilimitado.
Ouvir
O vaso emborcado
Mesmo tendo uma vida humana preciosa, pode ser que não
consigamos ouvir os ensinamentos, e isso seria desperdiçar uma
condição favorável. É como se uma pessoa estivesse em uma festa com
muitas comidas e bebidas e ela não bebesse e nem comesse. Com muita
música, mas ela não dançasse. Tudo o que a pessoa precisaria para
desfrutar da festa seria estar lá. No entanto, apesar de ela estar lá,
existe ainda um obstáculo que a impede de tirar proveito da festa.
Por outro lado, pode ser que a pessoa não possa ouvir por ter a mente
competitiva. Ela pode dizer, “Eu não tenho nada para ouvir, se eu ouvir,
estarei valorizando isto. Eu pertenço a outra doutrina que é superior a
esta”. Existe um processo de competição que a impede de ouvir.
Foto: Igor Ovsyannykov
O vaso rachado
O nosso vaso é rachado, ele não é perfeito. Mesmo que consigamos
receber aquilo que seja favorável, nós terminamos por esquecer.
Ouvimos um pouco, achamos bonito, na semana seguinte acabou.
Muitas vezes, até no dia seguinte, ou mesmo no momento em que
saímos da sala, já esquecemos o que ouvimos. Ouvimos, mas a forma
como estamos vinculados externamente faz com que a nossa posição
mental retorne a uma condição anterior, e aqueles ensinamentos
parecem inúteis. Assim, tudo se perde, e nós vamos precisar ouvir tudo
novamente. Após ouvir várias vezes, aos poucos, alguma coisa vai se
fixando.
O vaso contaminado
Ao ouvir os ensinamentos, podemos pensar, “Que método excelente de
ganhar dinheiro!” Existem, por exemplo, pessoas em várias cidades
muito eficientes na organização de eventos, mas não conseguem sentar
para ouvi-los. Elas organizam tudo, mas não ouvem. Elas têm essa
excelente motivação de organizar, de serem generosas para com os
outros. Infelizmente, a motivação não é forte o suficiente para ouvi-los.
É como se eles misturassem com alguma outra coisa, não conseguem
ficar disponíveis para ouvir. É uma pena, pois elas fazem o trabalho,
mas não chegam a usufruir dele propriamente.
Pior do que isso é ouvir e gerar uma doutrina parecida, mas com um
objetivo outro que não a motivação de atingir a liberação. Ouvimos
sobre coisas muito sutis, como as pessoas mudam de opinião ou
superam certos obstáculos e transformam suas posições mentais.
Então, pensam, “Hummm, então posso usar isso para obter sucesso na
minha profissão de …” Ou mesmo a motivação de usar os mantras, por
exemplo, para produzir uma linha de CDs com mantras musicados.
Assim, com o tempo, a pessoa perde a sua condição favorável, perde a
sua saúde, o seu tempo e, apesar de muitas vezes atingir objetivos
desejados, a impermanência vem e faz com que tudo desabe.
O ouvir Vajra
Vajra significa diamante. Temos ainda o caminho vajraiana. Temos o
sutra do Diamante, que também é conhecido como Vajracchedika
Prajna Paramita. É o sutra que revela a natureza vajra das coisas. Essa
natureza vajra é aquela que substitui a compreensão separativa.
Quando avançamos no caminho, começamos a perceber que a
natureza das coisas não é separativa. Ela é mágica, inseparável. Assim,
começamos a dizer que todas as coisas têm a natureza vajra. Elas são
plásticas, todas as coisas são vivas. Mesmo os objetos inanimados são
vivos, porque eles têm a natureza vajra. Eles não estão congelados, são
vivos, incessantemente eles podem se modificar, são multifacetados,
amplos. Quando reconhecemos isso, estamos reconhecendo a natureza
vajra em todas as coisas.
Quando alguém fala, essa pessoa produz o som que é ouvido por nós.
Procuramos perceber, então, como a pessoa bate o sino para produzir
aquilo e tentamos bater o nosso sino dentro exatamente como a outra
pessoa bate e comparamos os sons.
A mente Vajra
A sabedoria não está nas palavras, ela é um aspecto sutil. Ela vai
ressurgir. Mesmo que nós escrevamos pela segunda vez o que
acabamos de relembrar, de novamente entender, vamos perder outra
vez. Por quê? Cada vez que lermos as palavras que nós próprios
geramos e escrevemos, vamos precisar reconstruí-las. Essas palavras
são vajra, nós geramos as palavras vajra e escrevemos no papel vajra,
com tinta vajra. Vamos precisar fazer ressurgir o significado ao ler
aquilo. Para isso, teremos de nos colocar na mesma condição, na
mesma paisagem. Como fazer aquela paisagem ressurgir para que
possamos compreender mais uma vez os ensinamentos?
Tudo é vajra, tudo muda. Ainda que pareça impossível, por exemplo,
um livro mudar, todos vocês já reencontraram livros antigos e
perceberam que eles tinham mudado. Percebemos que vemos outras
coisas nas fotos, nos desenhos, nas palavras. Cada vez que vemos
alguma coisa, recriamos uma experiência. Essa experiência pode ser
igual à anterior ou não. Ela não precisa ser igual. Isso é a compreensão
da inseparatividade de todos os objetos. Todos eles são vajra. Esse
aspecto é o reconhecimento da Natureza Ilimitada presente em todos
os objetos e todas as experiências. Essa compreensão é muito
importante e ela é indolor. Justamente utilizamos a lucidez da nossa
mente para compreender isso. Isso está na categoria de “mente vajra”.
A natureza da mente
Todas as construções são transitórias, incluindo a própria sabedoria.
No entanto, existe uma natureza da mente que produz as construções,
e ela está sempre presente em qualquer construção. Ela se manifesta
como se fosse um brilho de atividade da nossa mente que opera
incessantemente, dia e noite, fisicamente acordada ou sonhando. Ela
não dorme, não descansa, ela troca de uma atividade para outra sem
cessar, está sempre em atividade, vida após vida. Na vida, ela tem a
atividade da vida; na morte, tem a atividade da morte; no desmaio, ela
tem a atividade do desmaio; no sono, a atividade do sono; no sonho, a
atividade do sonho. Como teríamos o sonho se não fosse essa
atividade? Como teríamos qualquer das nossas experiências se não
fosse essa atividade?
Apoiadores
6 Comentários
🙏❤️🦋
22/08/2018 às 9:46 am
🙏❤️
22/08/2018 às 9:47 am
Obrigada!!!
Comentário
Publicar comentário
Acervo Bodisatva
Edição Impressa
Apoie nossas iniciativas
A Bodisatva é uma plataforma de Loja Virtual
Fale com a gente comunicação voltada para a
produção e divulgação de Site do CEBB
conteúdo de transformação de
YouTube da Bodisatva
mundo inspirada na visão budista
de Terra Pura. Tem como Instagram da Bodisatva
propósito celebrar iniciativas
baseadas em compaixão e
lucidez.