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Universidade Estadual Vale do Acaraú – UEVA

Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas – CCET

Campus Cidao

Curso: Engenharia Civil

Disciplina: Edificações 1

Professor: Caio Sander

Acadêmico: Adam Sales Silva

• Estaca Strauss, Fundação indireta profunda

Sobral, CE – 2011
SUMÁRIO

1. Breve introdução
1.2. Execução
1.3. Indicações
1.4. Limitações
2. Estaca moldadas no local tipo Strauss
2.1. Introdução e vantagens
3. Descrição geral do equipamento
4. Método Executivo
4.1. Perfuração
4.2. Concretagem da estaca
5. Estacas armadas
6. Concreto
7. NBR 6122/1996 - Projeto e execução de fundações
7.1. Estaca tipo Strauss
7.1.1. Perfuração
7.1.2. Concretagem
7.1.3. Armadura
7.1.4. Carga estrutural admissível
8. Conclusão
9. Bibliografia
1. Breve introdução:

Estacas Strauss: Fundação em concreto simples ou armado executada com


revestimento metálico recuperável. Abrangem a faixa de carga entre 200 e 400 kN, com
diâmetro variando entre 25 e 40 cm.

1.2. Execução: Abre-se um furo no terreno com um soquete para colocação do primeiro
tubo (coroa). Aprofunda-se o furo com golpes de sonda de percussão. Conforme a descida
do tubo, rosqueia-se o tubo seguinte até a escavação atingir a profundidade determinada. O
concreto é, então, lançado no tubo e apiloa-se o material com o soquete formando uma base
alargada na ponta da estaca. Para formar o fuste o concreto é lançado na tubulação e
apiloado, enquanto que as camisas metálicas são retiradas com guincho manual. Após a
concretagem, colocam-se barras de aço de espera para ligação com blocos e baldrames na
extremidade superior da estaca.

1.3. Indicações: Locais confinados, terrenos acidentados e interior de construções


existentes com o pé direito reduzido. Podem ser utilizadas também em locais com restrições
a vibrações.

1.4.Limitações: capacidade de carga menor que as estacas Franki e pré-moldadas de


concreto. Uma estaca do tipo Strauss com diâmetro de 25 cm pode suportar até 20 t, de 32
cm até 30 t, e de 38 cm chega a suportar até 40 t. Possui limitação contra o nível do lençol
freático. Também apresenta dificuldade para escavar solo mole de areia fofa por causa do
estrangulamento do fuste.
2. Estacas Moldadas no Local Tipo Strauss

2.1. Introdução e Vantagens


As estacas moldadas no local tipo strauss foram imaginadas, inicialmente, como
alternativa as estacas pré-moldadas cravadas por percussão pelo desconforto causado pelo
processo de cravação, quer quanto à vibração ou quanto ao ruído. Largamente utilizada na
Europa e nos Estados Unidos, desde o principio desse século, entre nós sua utilização
acentua-se durante e após a 2ª Grande Guerra.
O processo, bastante simples, porém eficaz, consiste na retirada de terra com sonda
e a simultânea introdução de tubos metálicos rosqueáveis entre si, até atingir a profundidade
desejada, e posterior concentragem com apiloamento e retirada da tubulação. Por se tratar
de um equipamento leve e econômico, constitui um tipo de estaca que reúne algumas
vantagens:

• Ausência de trepidações e vibrações em prédios vizinhos;


• Facilidade de locomoção dentro da obra;
• Possibilidade de execuções da estaca com o comprimento projetado, permitindo
cotas de arrasamento abaixo da superfície do terreno;
• Possibilidade de verificar, durante a perfuração, a presença de corpos estranhos no
solo, matacões, etc, permitindo a mudança de locação antes da concretagem.
• Possibilidade da constatação das diversas camadas e natureza do solo, pois a
retirada de amostras permite a comparação com a sondagem à percussão;
• Possibilidade de execução de estacas próximas à divisa, diminuindo assim a
excentricidade nos blocos.
• Possibilidades de execução em áreas construídas com pé-direito reduzido, diante
da facilidade de adaptação do equipamento;
• Possibilidade de montar o equipamento em terrenos de pequenas dimensões;
• Possibilidade de executar estacas abaixo do lençol freático.

Limitações: Capacidade de carga < estaca Franki e pré- moldadas de concreto


Baixa produtividade se comparada às escavadas com trado mecânico
Limitada ao nível do lençol freático.
3. Descrição Geral do Equipamento

Componentes Mecânicos:

• Guincho mecânico, capacidade mínima de 1, simples ou dupla, alavanca para


acionamento, freio e cabo de aço;
• Motor a explosão ou elétrico, acoplado ao guincho por meio de correias de
borracha em “V”
• Chassi de madeira reforçado para suportar o conjunto motor-guincho,
movimentações das máquinas, mudanças etc;
• Tripé, torre ou cavalete metálico com carretilha de aço no topo;
• Guincho manual com engrenagem própria de redução de velocidade, para i
levantamento dos tubos, quando do uso de guincho mecânico simples que ocorre na
execução de estacas leves.

Tubulações, Sonda ou Piteira e Soquete


As tubulações são tubos de aço de 2,50 metros de comprimento com roscas macho e
fêmea, bem ajustadas e apertadas, para permitir a continuidade da coluna dos tubos no
terreno e também impedir a entrada de água através das roscas.
A sonda mecânica, também chamada de “piteira”, constitui-se basicamente de um
tubo de 2,50 metros, com diâmetro menor que os da tubulação. Na extremidade superior,
em cerca de 1/3 do comprimento é colocado lastro de chumbo, para aumentar peso. Acima,
é soldado o “gancho gira” ou girador para deixar o cabo de aço solto evitando dobras ou
nós. Logo abaixo, o tubo é aberto no sentido longitudinal em duas janelas para permitir a
saída do material escavado. Na extremidade inferior localiza-se a válvula mecânica, fixada
através de dobradiças que se abre quando o solo é cortado pelas bordas afiadas da piteira e
fecha com o peso próprio do solo escavado.
O soquete é metálico, cilíndrico, maciço com diâmetro menor que o tubo e peso
mínimo de 300 kg.
A equipe necessária à execução de uma estaca é composta pelo operador, um
auxiliar para retirara o solo do interior da sonda e rosquear os tubos também chamado de
“pé de sonda”, e um ajudante na etapa de escavação. Para a concretagem, é necessária uma
equipe adicional em função das características da estaca e do conteiro de obras.
4. Método executivo

Podemos dividir em duas fases distintas a execução da estaca: primeiro, a


perfuração e colocação total dos tubos no solo, e, segundo o lançamento do concreto
previamente preparado no interior do tubo.

4.1. PERFURAÇÃO:

Uma vez instalado o equipamento e a piteira ou soquete, posicionados em cima do


piquete de locação, iniciam-se os trabalhos, soltando a piteira ou soquete que irá formar um
pré-furo no terreno. Em seguida, coloca-se o primeiro tubo com extremidade inferior
dentada, chamada de “coroa”, tendo já no seu interior a sonda mecânica. A seguir o
operador vai manobrando a sonda para cima e para baixo, cortando o terreno com auxílio de
água lançada manualmente, dentro e fora da tubulação, e a seguir retirando a sonda e
descarregando o material escavado pelas janelas longitudinais.

Tendo a sonda avançada no solo aproximadamente o comprimento de um


seguimento de tubo, inicia-se a manobra conjunta da onda com o tubo.
Esta operação consiste no posicionamento de uma haste de aço pela janela da sonda e por
furos de uma luva rosqueada no topo do tubo, com a movimentação do conjunto, para cima
e para baixo, até que o primeiro tubo seja introduzido no solo. Em seguida, é rosqueado
outro tubo, repetindo-se a operação até que o segundo tubo seja introduzido no solo.
Sucessivamente repete-se a operação até atingir a profundidade desejada, estando o furo
completamente revestido.
Durante a manobra conjunta, o operador corrige a verticalidade dos tubos e, ao
mesmo tempo, coleta amostras do solo escavado para comparação com a sondagem
próxima e definição do comprimento final da estaca.

4.2. CONCRETAGEM DA ESTACA:

Concluída a perfuração, é lançada água no interior da tubulação para limpeza dos


tubos. A água e a lama são totalmente removidas pela sonda. O soquete é lavado e
posicionado acima do tubo. A seguir, o concreto, previamente preparado, é lançado através
do funil no interior dos tubos em quantidade suficiente para se Ter uma coluna de
aproximadamente 1 m em seu interior.
Sem sacar a tubulação, apiloa-se o concreto com o soquete, formando uma espécie
de bulbo, pela expulsão do concreto.
Para execução do fuste, o concreto é lançado dentro do tubo à medida que é
apiloado, o tubo vai sendo retirado com o suo do guincho. Recomenda-se sacar lentamente
o tubo, e acompanhar a subida por marcas no cabo de aço
Para garantia de continuidade do fuste, deve ser mantida dentro da tubulação,
durante o apiloamento, uma coluna de concreto de 6 metros de altura, suficiente para ocupar
o espaço perfurado e eventual vazios de perfuração. Dessa forma, o soquete não tem
possibilidade de entrar em contato com o solo da parede da perfuração e provocar
solapamento e mistura de solo ao concreto.
A concretagem prossegue até um diâmetro acima da cota de arrasamento da estaca,
sendo excesso cortado para o preparo da cabeça da estaca.
A última operação será a colocação dos ferros de espera para armação aos blocos ou
baldrames, que são simplesmente introduzidos no concreto fresco, deixando-os acima da
cota de arrasamento o comprimento indicado em projeto. Este comprimento é usualmente a
altura do bloco de coroamento menos 10 cm. Estes ferros são apenas para amarração da
estaca ao bloco ou baldrames, sem constituírem armação devido a esforços de tração ou não
axial, o procedimento é descrito a seguir.

5. Estacas Armadas
O projeto da armadura deverá obedecer a critérios geométricos e construtivos, de forma a
viabilizar a estaca. Por esta razão não se arma estaca com uso de tubo de revestimento de
diâmetro inferior a 25 cm.
Após a formação do “bulbo”, a armação de projeto é instalada e a concretagem prossegue
como estacas não armadas, movimentando-se o soquete de diâmetro menor que o da
armação pelo seu interior. Usa-se, também, vibrar o concreto por golpes sucessivos do
soquete no topo do tubo e completar o nível do concreto. Recomenda-se sacar lentamente o
tubo e acompanhar a subida por marcas na armação instalada.
6. Concreto

O concreto nas estacas comuns (não armadas) deve ter consumo mínimo de cimento de
300kg/m³, consistência plástica (abatimento mínimo = 8 cm) e fck = 15 Mpa (150kgf/cm²).
O concreto utilizado nas estacas armadas deve Ter consistência francamente plástica
(abatimento mínimo de 12 cm) e fck = 15Mpa (150kgf/cm²). O traço deverá eliminar a
pedra 2, caso necessário executivamente.
Neste ponto cabe fazer observações importantes, que são as principais desvantagens deste
tipo de estaca:

• Quando a vazão de água for tal que impeça o esgotamento da água no furo, com a
sonda, a solução em Strauss não é recomendável;

• Em argilas muito moles saturadas e em areias submersas, o risco de seccionamento


do fuste pela entrada de solo é muito grande, razão pela qual, nestes casos, esta solução não
é indicada

• Controle rigoroso da concretagem da estaca é indispensável para que não ocorram


falhas como. A maior parte das ocorrências de danos nestas estacas se deve a deficiência de
concretagem durante a retirada dos tubos.
7. NBR 6122/1996 - Projeto e execução de fundações

Tipo Strauss

7.1. Estacas tipo Strauss

7.1.1. Perfuração

É iniciada com um soquete, até uma profundidade de 1 m a 2 m. O furo feito


com o soquete serve de guia para introdução do primeiro tubo de revestimento, dentado
na extremidade inferior, chamado “coroa”. Após a introdução da coroa, o soquete é
substituído pela sonda (piteira), a qual, por golpes sucessivos, vai retirando o solo do
interior e abaixo da “coroa”, que vai sendo introduzida no terreno.

Quando a coroa estiver toda cravada, é rosqueado o tubo seguinte, e assim por
diante, até que se atinja a profundidade prevista para a perfuração ou as condições
previstas para o terreno. Imediatamente antes da concretagem, deve ser feita a limpeza
completa do fundo da perfuração, com total remoção da lama e da água eventualmente
acumuladas durante a perfuração.

Notas:

a)Caso as características do terreno o permitam, o revestimento com o tubo pode ser


parcial.

b) Recomenda-se que as estacas Strauss tenham o seu diâmetro limitado a 500 mm.

7.1.2. Concretagem

7.1.2.1. Com o furo completamente esgotado e limpo, é lançado o concreto em


quantidade suficiente para se ter uma coluna de aproximadamente 1m. Sem puxar a
linha de tubos de revestimento, apiloa-se o concreto, para formar uma espécie de bulbo.

7.1.2.2. Para a execução do fuste, o concreto é lançado dentro da linha de tubos e, à


medida que é apiloado, vão sendo retirados os tubos com o emprego do guincho
manual.
Para garantia de continuidade do fuste, deve ser mantida dentro da linha de
tubos, durante o apiloamento, uma coluna de concreto suficiente para que este ocupe
todo o espaço perfurado e eventuais vazios e deformações no subsolo. O pilão não deve
ter oportunidade de entrar em contato com o solo da parede ou base da estaca, para não
provocar desabamento ou mistura de solo com o concreto; este cuidado deve ser
reforçado no trecho eventualmente não revestido.

7.1.1.3. O concreto utilizado deve apresentar fck não inferior a 15 MPa, consumo de
cimento superior a 300 kg/m3 e consistência plástica.

7.1.1.4. Caso ao final da perfuração exista água no fundo do furo que não possa ser
retirada pela sonda, deve-se lançar um volume de concreto seco para obturar o furo.

Neste caso, deve-se desprezar a contribuição da ponta da estaca na sua


capacidade de carga.

7.1.3. Armadura

7.1.3.1 As estacas Strauss podem ser armadas. Neste caso, a ferragem longitudinal deve
ser confeccionada com barras retas, sem esquadro na ponta, e os estribos devem
permitir livre passagem ao soquete de compactação e garantir um cobrimento da
armadura, não inferior a 3 cm.

7.1.3.2. Quando não armadas, deve-se providenciar uma ligação com o bloco através de
uma ferragem que é simplesmente cravada no concreto, dispensando-se, neste caso, o
uso de estribos.

7.1.4. Carga estrutural admissível

7.1.4.1. Para a fixação da carga estrutural admissível não pode ser adotado fck maior do
que 15 MPa, adotando-se um coeficiente de minoração de resistência γ c = 1,8, tendo
em vista as condições de concretagem.

7.1.4.2. A determinação da carga estrutural deve ser feita utilizando-se a seção da


estaca, determinada pelo diâmetro do tubo de revestimento, quando a estaca for
totalmente revestida, ou pelo diâmetro da piteira, quando a estaca for parcialmente
revestida.
8. CONCLUSÃO

Estas estacas abrangem a faixa de carga compreendida entre 200 e 800 kN, com
diâmetro variando entre 25 e 40 cm. Uma estaca do tipo strauss com diâmetro de 25 cm
pode suportar até 20 toneladas, de 32 cm até 30 t e de 38 cm chega a suportar 40 t.
A execução requer um equipamento constituído de um tripé de madeira ou de
aço, um guincho acoplado a um motor (combustão ou elétrico), uma sonda de percussão
munida de válvula em sua extremidade inferior, para a retirada de terra, um soquete com
aproximadamente 300 kg, tubulação de aço com elementos de 2 a 3 metros de
comprimento, rosqueáveis entre si, um guincho manual para retirada da tubulação, além
de roldanas, cabos de aço e ferramentas.
A estaca strauss apresenta vantagem de leveza e simplicidade do equipamento
que emprega, o que possibilita a sua utilização em locais confinados, em terrenos
acidentados ou ainda no interior de construções existentes, com o pé direito reduzido.
Outra vantagem operacional é de o processo não causa vibrações que poderiam
provocar danos nas edificações vizinhas ou instalações que se encontrem em situação
relativamente precária.
Como característica principal, o sistema de execução usa revestimento metálico
recuperável, de ponta aberta, para permitir a escavação do solo, podendo ser em solo
seco ou abaixo do nível d’água, executando-se estacas em concreto simples ou armado.
9. Bibliografia
ABMS/ABEF. Fundações: teoria e prática. 2ª ed. São Paulo: Pini, 1999. 757p.
ABEF. Manual de especificações de produtos e procedimentos ABEF. 2ª ed.
São Paulo: ABEF, 1999. 282p.
AZEREDO, Hélio Alves de. O edifício e seu acabamento. São Paulo: Edgard
Blücher, 1987. 1178p.
AZEREDO, Hélio Alves de. O edifício e sua cobertura. São Paulo: Edgard Blücher,
1977. 182p.
CATÁLOGO BENAPAR. Fundações, Geotecnia e Estruturas.
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DA UEPG. Notas de aulas da
disciplina
de Construção Civil. Carlan Seiler Zulian; Elton Cunha Doná. Ponta Grossa:
DENGE, 2000.

RIPPER, Ernesto. Manual prático de materiais de construção. São Paulo: Pini,


1995. 253p.
SOUZA, Roberto...[et al.]. Qualidade na aquisição de materiais e execução de
obras. São Paulo: Pini, 1996. 275p.

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