Lixo Municipal Manual de Gerenciamento Integrado
Capítulo 1: Gerenciamento integrado do lixo municipal
Aluna: Amanda Stéphane Rodrigues Messias
Introdução
O gerenciamento integrado do lixo municipal é um
conjunto planejado de ações normativas,
operacionais, financeiras e de planejamento que
uma administração municipal desenvolve (com
base em critérios sanitários, ambientais e
econômicos), para coletar, segregar, tratar e dispor
o lixo de sua cidade.
As autoridades municipais são indispensáveis no
gerenciamento integrado do lixo municipal. Elas
não somente têm a responsabilidade pela
implementação e planejamento de ações em
relação ao lixo, mas também estabelecem os
parâmetros para seu desenvolvimento. Seu desafio
maior, no entanto, será o de conscientizar cidadãos,
técnicos e planejadores para essa necessidade
improrrogável.
O lixo no mundo e no Brasil
Hoje tem-se 7,4 bilhões de habitantes e estima-se
que se produz cerca de 2 a 3 bilhões de toneladas
de lixo.
O Brasil possui, contando kg per capita/ano, 348
aterros/lixões, não há incineração com recuperação
energética e 52 de compostagem e reciclagem.
A composição do lixo varia conforme o nível de
desenvolvimento do país, assim o Brasil produz
bem menos que os europeus, porém também não
recicla tanto, estando com uma taxa de 13%,
enquanto a Áustria tem uma taxa de 63% de
reciclagem.
Em 2015 o Brasil registrou a coleta de lixo de
domicílios de 90,8%, ainda não é satisfatório, mas
aceitável em relação a anos anteriores.
Gerenciamento Integrado do lixo municipal:
desafios
O acelerado crescimento populacional e crescente
consumo de produtos descartáveis, provocou um
aumento significativo no volume do lixo, assim
sendo, o encargo de gerenciar o lixo se tornou uma
tarefa que demanda ações diferenciadas e
articuladas, as quais devem ser incluídas entre as
prioridades de todas as municipalidades.
Os desafios a se enfrentar são:
• Encontrar soluções ambientalmente
seguras para os problemas decorrentes da
geração do lixo em grandes quantidades.
• Encontrar soluções para o lixo gerado em
pequenas e médias comunidades com
poucos recursos.
• Encontrar soluções para a relação água/lixo
Concepção de um modelo de gerenciamento de
lixo municipal
Os sistemas de limpeza urbana são de competência
municipal. Devem promover a coleta, o tratamento
e a destinação ambiental e sanitária de forma
correta e segura. No entanto, esta tarefa não é fácil,
devido a fatores como:
• Limitações de ordem financeira, como
orçamentos inadequados, fluxos de caixa
desequilibrados, tarifas desatualizadas,
arrecadação insuficiente e inexistência de
linhas de crédito específicas;
• Deficiência na capacitação técnica e
profissional – do gari ao engenheiro-chefe;
• Descontinuidade política e administrativa;
• Ausência de controle ambiental.
Para se fazer o gerenciamento segue-se etapas.
Primeiro: Diagnóstico da situação.
É essencial para a definição de um modelo de
gerenciamento. O diagnóstico de qualquer situação
só pode ocorrer após o levantamento de vários
dados, de modo a se conhecer:
 • A dimensão atual do problema;
• Os prognósticos para o futuro;
• Os recursos humanos, materiais e
financeiros que se dispõe ou que poderão
ser obtidos.
Para se conhecer a situação do município é
necessário responder a um extenso questionário
voltado a legislação, serviços de limpeza urbana e
coleta de lixo, destino e quantidade do lixo
coletado, e os derivados desses tópicos com
assuntos mais específicos como lixo da área da
saúde.
Segundo: Plano diretor de gerenciamento integrado
do lixo municipal
Este é um documento que aponta e descreve as
ações relativas ao manejo do lixo, que comtempla
aspectos referentes a geração, segregação,
acondicionamento, coleta, armazenamento,
transporte, tratamento e disposição final, bem
como a proteção à saúde pública.
• Implantar unidades de destinação final de
resíduos com tecnologias que minimizem
os impactos ambientais
• Assegurar controle adequado no transporte
e transbordo de resíduos e materiais
perigosos.
• Apoiar a adoção de programas de
cooperação horizontal e vertical entre as
esferas de governo, especialmente as
iniciativas de articulação entre municípios.
• Atualizar a taxa de limpeza urbana visando
o custeio integral da coleta e destino final
dos resíduos sólidos domiciliares.
• Implantar sistema funcional de fiscalização
e controle ambiental aplicando sanções aos
despejos clandestinos e à disposição
inadequada de resíduos.
• Elaborar Plano de Gerenciamento
Integrado de Resíduos Sólidos.
• Reconhecer e disciplinar a catação
ambulante de materiais recicláveis.

Ele deve ser iniciado com a definição das ações que

o município pretende realizar. É muito importante
que essas ações sejam vistas como metas a serem
alcançadas a curto, médio e longo prazo, já que
nem sempre é possível alcançá-las a todas ao
mesmo tempo.
Terceiro: Considerações Finais
No Gerenciamento Integrado do Lixo não devem
ser esquecidos os compromissos assumidos pelos
prefeitos e representantes municipais reunidos no I
Encontro de Prefeitos de Metrópoles Latino-
Americanas, que são:
• Implementar programas que estimulem a
diminuição da geração de resíduos.
• Implementar pesquisas de tecnologias não
agressivas ao meio ambiente e compatíveis
com a realidade socioeconômica latino-
americana.
• Adotar programas que assegurem a
recuperação e a descontaminação de áreas
degradadas.
• Desenvolver programas de educação
ambiental com ênfase na questão de
produção e tratamento dos resíduos.
• Minimizar a disposição de resíduos,
estabelecendo programas de pré-seleção,
reciclagem e reutilização.