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Manual do Advento 2021 - Ovelhas de Grupo de Oração

Carta Introdutória

Querido(a) irmão(ã) da Obra Shalom,


Estamos dando início a um novo tempo litúrgico, preparando-nos para a
vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. Esta espera deve ser repleta de alegria,
como nos exorta o profeta "Exulta de alegria, filha de Sião, solta gritos de
júbilo, filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei, justo e vitorioso;" (cf Zac
9,9). De fato, está perto a nossa salvação, por isso o tempo do Advento nos
convida a voltar o olhar para o céu, unindo nossa voz num único clamor:
“maranatha, vem Senhor Jesus!”(cf Ap 22,17).

A nossa Campanha tem como tema: “Vinde adoremos!”, caminharemos com


ele ao longo das próximas semanas à espera do Menino Deus, o Sagrado que
se faz carne para visitar a nossa humanidade e a resgatar para Si. Viveremos
este tempo juntos: Comunidade e Obra Shalom, sendo motivados a
mergulhar no mistério de Deus através do espetáculo “Para além do amanhã”,
no amor aos pobres, no retorno à primazia da oração e à adoração ao Senhor.

O Seu Estudo Bíblico durante essas quatro semanas será a Liturgia Diária,
você pode todos os dias conferir no nosso canal no YouTube as chaves de
leitura para a sua Lectio Divina, bem como conferir os conteúdos do nosso
portal comshalom.org/advento para compreender melhor tudo o que vivemos
neste tempo. Para bem organizar o seu Advento você também poderá contar
com o nosso planner: https://comshalom.org/plannerdoadvento .

Também este ano estamos lançando o nosso espetáculo de Natal Para Além
do amanhã, que também faz parte da construção da Igreja do Ressuscitado
que passou pela Cruz, não fique de fora dessa, adquira já seu ingresso!

Que a Sagrada Família nos conduza a contemplar a grande graça do mistério


da encarnação do Verbo em nosso meio, e assim uma nova esperança e vida
possa se manifestar em nós.

Shalom,
Assistência Apostólica - Setor de Pastoreio e Formação
Manual do Advento 2021 - Ovelhas de Grupo de Oração

Orientações

Movidos pelo espírito próprio deste tempo, dispomos abaixo algumas


orientações para a sua vivência em nossos grupos de oração:

- O ícone Cristocêntrico que deverá ser usado é o Pantokrator, e o da Mãe


de Deus: a Virgem do Sinal, também conhecido como Virgem Orante
(Nesse tempo não se usem nos momentos litúrgicos, ícones da Virgem
com o Menino no colo, já nascido).

- A cor litúrgica predominante durante o Advento é o roxo, (na medida do


possível, mais suave que o roxo quaresmal) e no terceiro domingo do
Advento pode ser usado, também, o rosa. As simbólicas dos grupos devem
estar de acordo com essas cores, bem como pode-se utilizar a Coroa do
Advento (Anexo |||) ou a escada de Jacó durante o grupo (Anexo V|).
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1º Semana (28/11 - 04/12)

Adoremos o Sagrado
Objetivo:
Nesta primeira semana somos convidados a aprofundar o sentido do Sagrado
nas nossas vidas, o Sagrado que é o próprio Deus. “O Advento, é o tempo para
nos lembrarmos da proximidade de Deus, que desceu até nós.”, disse o Papa
Francisco. É o tempo favorável para retornarmos à intimidade com o Senhor
que desceu para nos trazer a esperança e nos fazer separados para Ele, e essa
experiência só se faz pela oração que é “como um grito que sai do coração de
quem crê e se confia a Deus.” (Papa Francisco).

Ouvir:
Pregação do Pastor sobre o sentido do Sagrado.

Rezar: Liturgia Diária.

#Especial: nos nove dias que antecedem o Natal, para bem vivermos a
preparação da vinda do Redentor feito homem, vamos celebrar em torno do
presépio, cheios de júbilo e esperança, a oração diária junto a sua família,
amigos, grupo de oração ou ainda de forma individual, com a nossa Novena de
Natal 2021. Ela nos fará contemplar o grande mistério do amor de Deus, que
desce do Céu e vem ao nosso encontro. Vinde, adoremos! A cada dia,
poderemos mergulhar na graça de adorá-Lo com orações, cânticos e
meditações.

Disponível nas Livrarias Shalom, ou pelo site: livrariashalom.org/advento-2021.

Viver
Vamos juntos participar do musical “Para além do amanhã”, que acontecerá
no dia 03 de Dezembro, às 19h. Você poderá tirar suas dúvidas com o Pastor do
seu Grupo, ou na plataforma: paraalemdoamanha.com nela estão todas as
informações de como participar.

Confira nosso teaser de divulgação: https://bit.ly/3C8uNBB

#Campanha de oração pelas Famílias: Em comunhão com toda a Igreja e a


Comunidade, no ano das Famílias, vamos juntos interceder por elas!
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Durante todo este Advento, colocamos debaixo do Manto de Maria todas as
famílias através da recitação do Santo Terço (se possível em família), para que
elas sejam salvas pelo valor da intercessão.

2º Semana(05 - 11/12)

Adoremos com os Pobres

Objetivo:
Nesta semana aprofundaremos a nossa vivência de adoração à Jesus, por meio
dos pobres, pois o próprio Senhor, sendo rico, fez-se pobre para nos enriquecer
(Fl 2, 6-7). “Jesus nasceu em meio aos pobres, anunciou que no Reino de Deus
os pobres são Bem-aventurados, Ele estava em meio aos enfermos, aos pobres,
aos excluídos, mostrando-lhes o amor misericordioso de Deus” (Catequese do
Papa Francisco: Curar o mundo).

Formação do Grupo de Oração: Pregação do Pastor sobre a evangelização e,


em particular, a evangelização dos pobres.

Rezar: Estudo Bíblico com a Liturgia Diária;

Viver:
-Rezar com a Catequese do Papa Francisco: A opção preferencial pelos pobres
e a virtude da caridade, que está no anexo I.

-Busque participar e divulgar a próxima ação do Projeto Amigo dos Pobres da


sua missão ou ainda seja um voluntário nas atividades de Promoção Humana
que estarão acontecendo nesse período.

#Confira aqui, tudo sobre este Projeto: https://amigodospobres.org/


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3º Semana(12 - 18 /12)

Adoremos com as Famílias

Objetivo:
Jesus, sendo Deus, nasceu em uma família, como Filho. Ele mesmo pode e quer
resgatar os valores que podem ter sido perdidos dentro de nós e que
alimentam o amor dentro da nossa própria família: o perdão, a generosidade, a
paciência, a compaixão, a escuta, o zelo, a ternura, etc. Uma verdadeira
conversão. Vamos juntos suplicar que Ele mesmo realize essa ação em nós
nesse Natal.

Formação do Grupo de Oração: Pregação do Pastor sobre a conversão pessoal


que transborda na vida familiar.

Estudo Bíblico: Estudo Bíblico com a Liturgia Diária.

Viver:
-A nossa Novena de Natal começa dia 15/12, vamos adquiri-la e rezar com
nossos familiares. E partindo desta data montamos em nossas casas, com
nossos familiares, o presépio, em vista de nos preparar para vinda do Senhor.

- Sendo o Advento um tempo de autêntico retorno para o Senhor, façamos


um bom exame de consciência para nos prepararmos para Sua vinda.

#Campanha de oração pelas Famílias: Lembremos de nosso convite à


intercessão pelas famílias, colocando-as sob a proteção de Maria através da
recitação do Santo Terço.
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4º Semana (19 - 24/12)

Adoremos o Salvador

Objetivo:
“Ao entrar na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o
homenagearam." (Mt 2, 11)
Somos convidados a nos prostrar diante do Senhor e homenageá-lo com a
nossa vida. Ele mesmo nos acolhe em sua casa e deseja transformar a nossa
vida pela adoração; O que são o ouro, incenso e mirra que precisamos oferecer
ao Senhor? O que em nós precisa ser transformado pelo Senhor?

Formação do Grupo de Oração: Sob a orientação do seu Pastor, a formação


será partilha em grupos (de 3 no máximo) com a Catequese “Jesus, mestre de
oração” do Papa Francisco (anexo II).

Após a leitura, leia as seguintes perguntas, reflita e responda no seu grupo de


partilha:

1. Como tem sido a minha oração neste tempo? Constante? Autêntica?


2. A oração tem sido a direção que guia a minha vida ou tenho vivido
segundo a minha própria vontade?

Rezar: Estudo Bíblico com a Liturgia Diária.

Viver:
-Nesta semana procuraremos rezar diante do presépio, permitindo que o
Senhor desperte em nós o desejo de O acolher em nosso meio.

-Faça uma revisão com seu acompanhador do que hoje você precisa fazer
para crescer no amor a Deus e crie um Projeto de Vida Pessoal (PVP) com o
objetivo de colocar em prática aquilo que Deus lhe tem inspirado. Lembre-se
de no final dar o feedback para o seu Pastor.

Qual o seu presente para o Senhor? Ajude a construir a Igreja do Ressuscitado


que passou pela Cruz através desse link.
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Anexo I

Catequese - 3. A opção preferencial pelos pobres e a virtude da caridade

A pandemia acentuou a difícil situação dos pobres e o grande desequilíbrio que


reina no mundo. E o vírus, sem excluir ninguém, encontrou grandes
desigualdades e discriminações no seu caminho devastador. E aumentou-as!

Portanto, a resposta à pandemia é dupla. Por um lado, é essencial encontrar


uma cura para um pequeno mas terrível vírus que põe o mundo inteiro de
joelhos. Por outro, devemos curar um grande vírus, o da injustiça social, da
desigualdade de oportunidades, da marginalização e da falta de proteção dos
mais débeis. Nesta dupla resposta de cura há uma escolha que, segundo o
Evangelho, não pode faltar: é a opção preferencial pelos pobres (cf. Exort. ap.
Evangelii gaudium [EG], 195). E esta não é uma opção política; nem sequer uma
opção ideológica, uma opção de partidos. A opção preferencial pelos pobres
está no centro do Evangelho. E quem a fez primeiro foi Jesus; ouvimos isto no
trecho da Carta aos Coríntios, lido no início. Ele, sendo rico, fez-se pobre para
nos enriquecer. Fez-se um de nós e por isso, no centro do Evangelho, no centro
do anúncio de Jesus, há esta opção.

O próprio Cristo, que é Deus, despojou-se, fazendo-se semelhante aos homens;


e não escolheu uma vida de privilégio, mas escolheu a condição de servo (cf. Fl
2, 6-7). Aniquilou-se a si mesmo fazendo-se servo. Nasceu numa família humilde
e trabalhou como artesão. No início da sua pregação, anunciou que no Reino de
Deus os pobres são bem-aventurados (cf. Mt 5, 3; Lc 6, 20; EG, 197). Estava no
meio dos doentes, dos pobres e dos excluídos, mostrando-lhes o amor
misericordioso de Deus (cf. Catecismo da Igreja Católica, 2444). E muitas vezes
foi julgado como homem impuro, porque cuidava dos doentes, dos leprosos,
que segundo a lei da época, eram impuros. E Ele correu riscos por estar
próximo dos pobres.

Por esta razão, os seguidores de Jesus reconhecem-se pela sua proximidade


aos pobres, aos pequeninos, aos doentes, aos presos, aos excluídos, aos
esquecidos, a quantos não têm comida nem roupa (cf. Mt 25, 31-36; CIC, 2443).
Podemos ler aquele famoso parâmetro sobre o qual todos seremos julgados,
todos seremos julgados. É Mateus, capítulo 25. Este é um critério-chave de
autenticidade cristã (cf. Gl 2, 10; EG, 195). Alguns pensam erradamente que este
amor preferencial pelos pobres é uma tarefa para poucos, mas na realidade é a
missão de toda a Igreja, dizia São João Paulo II (cf. Enc. Sollicitudo rei socialis,
42). «Cada cristão e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de
Deus para a libertação e promoção dos pobres» (EG, 187).
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A fé, a esperança e o amor impulsionam-nos necessariamente para esta


preferência pelos mais necessitados (cf. Congregação para a Doutrina da Fé,
Instrução sobre alguns aspetos da “Teologia da Libertação”, [1984], cap. V), que
vai além da assistência necessária (cf. EG, 198). Trata-se de caminhar juntos,
deixando-se evangelizar por eles, que conhecem bem Cristo sofredor,
deixando-nos “contagiar” pela sua experiência de salvação, sabedoria e
criatividade (cf. ibid.). Partilhar com os pobres significa enriquecer-se uns aos
outros. E se existem estruturas sociais doentes que lhes impedem de sonhar
com o futuro, devemos trabalhar em conjunto para as curar, para as mudar (cf.
ibid., 195). A isto conduz o amor de Cristo, que nos amou até ao extremo (cf. Jo
13, 1) e chega inclusive aos confins, às margens, às fronteiras existenciais. Trazer
as periferias para o centro significa centrar as nossas vidas em Cristo, que «se
fez pobre» por nós, a fim de nos enriquecer «através da sua pobreza».

Estamos todos preocupados com as consequências sociais da pandemia. Todos.


Muitos querem regressar à normalidade e retomar as atividades económicas. É
claro, mas esta “normalidade” não deve incluir injustiça social e degradação
ambiental. A pandemia é uma crise e não se sai iguais de uma crise: ou saímos
melhores ou saímos piores. Nós deveríamos sair melhores, para resolver as
injustiças sociais e a degradação ambiental. Hoje temos uma oportunidade de
construir algo diferente. Por exemplo, podemos fazer crescer uma economia de
desenvolvimento integral dos pobres e não de assistencialismo. Com isto não
pretendo condenar a assistência, as obras de assistência são importantes.
Pensemos no voluntariado, que é uma das estruturas mais bonitas que a Igreja
italiana possui. Mas devemos ir além e resolver os problemas que nos
estimulam a fazer assistência. Uma economia que não recorra a remédios que
na realidade envenenam a sociedade, tais como rendimentos dissociados da
criação de empregos dignos (cf. EG, 204). Este tipo de lucro é dissociado da
economia real, aquela que deveria beneficiar as pessoas comuns (cf. Enc.
Laudato si' [LS], 109), e é também por vezes indiferente aos danos infligidos à
casa comum. A opção preferencial pelos pobres, esta necessidade ética e social
que vem do amor de Deus (cf. LS, 158), dá-nos o estímulo para pensar e
conceber uma economia onde as pessoas, especialmente as mais pobres,
estejam no centro. E também nos encoraja a projetar o tratamento do vírus,
privilegiando quem tem mais necessidade. Seria triste se na vacina contra a
Covid-19 fosse dada a prioridade aos mais ricos! Seria triste se esta vacina se
tornasse propriedade desta ou daquela nação e não fosse universal e para
todos. E que escândalo seria se toda a assistência económica que estamos a
observar - a maior parte dela com dinheiro público - se concentrasse no resgate
das indústrias que não contribuem para a inclusão dos excluídos, para a
promoção dos últimos, para o bem comum ou para o cuidado da criação (ibid.).
Há critérios para escolher quais serão as indústrias que devem ser ajudadas: as
que contribuem para a inclusão dos excluídos, para
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a promoção dos últimos, para o bem comum e para o cuidado da criação.


Quatro critérios.

Se o vírus se voltar a intensificar num mundo injusto em relação aos pobres e


aos vulneráveis, devemos mudar este mundo. Com o exemplo de Jesus, o
médico do amor divino integral, isto é, da cura física, social e espiritual (cf. Jo 5,
6-9), - como era a cura que Jesus fazia - devemos agir agora, para curar as
epidemias causadas por pequenos vírus invisíveis, e para curar as que são
provocadas pelas grandes e visíveis injustiças sociais. Proponho que isto seja
feito a partir do amor de Deus, colocando as periferias no centro e os últimos
em primeiro lugar. Não esquecer aquele parâmetro sobre o qual seremos
julgados, Mateus, capítulo 25. Ponhamo-lo em prática nesta retomada da
epidemia. E a partir deste amor concreto, ancorado na esperança e fundado na
fé, será possível um mundo mais saudável. Caso contrário, sairemos piores da
crise. Que o Senhor nos ajude, nos conceda a força para sair melhores,
respondendo às necessidades do mundo de hoje.
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Anexo II

Catequese - 13. Jesus, mestre da oração

[...] Durante a sua vida pública, Jesus recorre constantemente ao poder da


oração. Os Evangelhos mostram-no quando se retira em lugares isolados para
rezar. Trata-se de observações sóbrias e discretas, que deixam apenas imaginar
aqueles diálogos orantes. Contudo, elas testemunham claramente que mesmo
em momentos de maior dedicação aos pobres e aos doentes, Jesus nunca
negligenciava o seu diálogo íntimo com o Pai. Quanto mais estava imerso nas
necessidades do povo, tanto mais sentia a necessidade de descansar na
Comunhão trinitária, de voltar para o Pai e para o Espírito.

Portanto, na vida de Jesus existe um segredo, escondido aos olhos humanos,


que representa o ponto fulcral de tudo. A oração de Jesus é uma realidade
misteriosa, da qual só intuímos algo, mas que permite ler toda a sua missão na
justa perspetiva. Naquelas horas solitárias – na madrugada ou durante a noite -
Jesus mergulha na sua intimidade com o Pai, ou seja, no Amor do qual toda a
alma tem sede. É isto que sobressai dos primeiros dias do seu ministério
público.

Num sábado, por exemplo, a cidade de Cafarnaum transformou-se num


“hospital de campanha”: ao pôr do sol, levam todos os doentes a Jesus e Ele
cura-os. Mas antes do amanhecer, Jesus desaparece: retira-se para um lugar
solitário e reza. Simão e os outros procuram-no e quando o encontram
dizem-lhe: «Todos te procuram!». O que responde Jesus?: «Vamos às aldeias
vizinhas, para que Eu pregue também lá, pois foi para isso que vim» (cf. Mc 1,
35-38). Com frequência Jesus vai além, além na oração com o Pai e além
noutras aldeias, noutros horizontes para ir anunciar a outros povos.

A oração é o leme (direção) que guia a rota de Jesus. Não é o sucesso, não é o
consentimento, não é aquela frase sedutora “todos te procuram”, que ditam as
etapas da sua missão. É o modo menos confortável que traça o caminho de
Jesus, mas que obedece à inspiração do Pai, que Jesus ouve e acolhe na sua
prece solitária.

O Catecismo afirma: «Quando ora, Jesus já nos ensina a orar» (n. 2607).
Portanto, a partir do exemplo de Jesus, podemos obter algumas caraterísticas
da oração cristã.
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Antes de mais, possui um primado: é o primeiro desejo do dia, algo que se
pratica ao amanhecer, antes que o mundo desperte. Ela restitui uma alma
àquilo que de outra forma ficaria sem respiro. Um dia vivido sem oração corre o
risco de se transformar numa experiência aborrecida ou tediosa: tudo o que nos
acontece poderia transformar-se para nós num destino mal suportado e cego.
Jesus, ao contrário, educa na obediência à realidade e, portanto, à escuta. A
oração é, antes de mais nada, escuta e encontro com Deus. Por conseguinte, os
problemas da vida quotidiana não se tornam obstáculos, mas apelos do próprio
Deus a ouvir e encontrar quantos estão à nossa frente. Assim, as provações da
vida transformam-se em ocasiões para crescer na fé e na caridade. O caminho
diário, incluindo as dificuldades, adquire a perspetiva de uma “vocação”. A
oração tem o poder de transformar em bem o que de outra forma seria uma
condenação na vida; a oração tem o poder de abrir um grande horizonte para a
mente e de alargar o coração.

Em segundo lugar, a oração é uma arte a praticar com insistência. O próprio


Jesus diz-nos: batei, batei, batei à porta. Todos somos capazes de orações
episódicas, que nascem da emoção de um momento; mas Jesus educa-nos
para outro tipo de oração: aquela que conhece uma disciplina, um exercício e é
assumida no âmbito de uma regra de vida. A oração perseverante produz uma
transformação progressiva, fortalece em tempos de tribulação, concede a graça
de ser amparados por Aquele que nos ama e nos protege sempre.

Outra caraterística da oração de Jesus é a solidão. Quem reza não foge do


mundo, mas prefere lugares desertos. Ali, no silêncio, podem surgir muitas
vozes que escondemos no íntimo: os desejos mais afastados, as verdades que
nos obstinamos a sufocar e assim por diante. E, acima de tudo, Deus fala no
silêncio. Cada pessoa precisa de um espaço para si, onde cultivar a sua vida
interior, onde as ações têm sentido. Sem vida interior tornamo-nos superficiais,
agitados, ansiosos - a ansiedade faz-nos muito mal! Por isso devemos rezar; sem
vida interior fugimos da realidade e também fugimos de nós mesmos, somos
homens e mulheres sempre em fuga.

Por fim, a oração de Jesus é o lugar onde percebemos que tudo vem de Deus e
para Ele volta. Por vezes, nós seres humanos acreditamos que somos senhores
de tudo ou, caso contrário, perdemos toda a autoestima, vamos de um lado
para o outro. A oração ajuda-nos a encontrar a correta dimensão na relação
com Deus, nosso Pai, e com toda a criação. Por fim, a oração de Jesus consiste
em entregar-se nas mãos do Pai, como Jesus no jardim das oliveiras, naquela
angústia: “Pai se for possível... mas seja feita a tua vontade”. O abandono nas
mãos do Pai. É bom quando estamos agitados, um pouco preocupados e o
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Espírito Santo nos transforma a partir de dentro e nos leva a este abandono nas
mãos do Pai: “Pai, seja feita a tua vontade”.

Amados irmãos e irmãs, redescubramos no Evangelho Jesus Cristo como


mestre de oração, e coloquemo-nos na sua escola. Garanto-vos que
encontraremos a alegria e a paz!

Você poderá aprofundar mais sua experiência de Oração por meio da Escola de
Líderes Shalom 2021, ela será Online, e será vivida em dois finais de semana no
mês de Janeiro.

Inscrições pelo site: https://bit.ly/ELSH22-OBRA

Você pode procurar seu Pastor de Grupo de Oração ou mesmo o seu


Coordenador Apostólico e tirar suas dúvidas sobre a Escola de Líderes Shalom.

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