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A Responsabilidade Dos Batistas Reformados Com Os Seus Filhos
A Responsabilidade Dos Batistas Reformados Com Os Seus Filhos
Desejo que este pequeno artigo tenha um propósito duplo. O primeiro é encorajar pais
crentes a cumprirem os deveres dados a nós pela Palavra de Deus para que
instruamos os nossos filhos nos caminhos do Senhor pregando o Evangelho a eles
desde a sua mais tenra idade — eles também precisam ser salvos. O segundo é
responder à pergunta: Por que como Batistas Reformados não batizamos os nossos
filhos? E eu pedi ao Senhor que me ajudasse a fazer isso de maneira mansa, humilde e
bíblica.
Sem dúvida, para qualquer pai cristão, a salvação dos seus filhos e filhas é de suma
importância. Tal é a importância espiritual para nós, que nossas fracas orações são
acompanhadas por muitas lágrimas ao Senhor, para que Ele lhes conceda a salvação e
os torne parte de Sua família celestial e eterna. Fazemos isso porque entendemos que a
salvação é do Senhor (Jonas 2:9).
A humanidade está dividida em dois grupos: Sob qual desses nascem os nossos
filhos?
Primeiro, precisamos estabelecer quais são esses dois grupos. Para esse fim, gostaria
que fôssemos às Escrituras:
Agora devemos nos perguntar: Desde quando nos unimos a Adão? Aqui só há duas
respostas possíveis: 1) desde o nosso nascimento; ou 2) desde que cometemos nosso
primeiro pecado.
A teologia pactual Batista Reformada reconhece esse fato e observa que a Bíblia divide a
humanidade em dois grupos: 1) aqueles que estão unidos com Adão; e 2) aqueles que
estão unidos com Cristo; onde Adão e Cristo são os cabeças federais de dois pactos
diferentes: Adão é o cabeça federal do Pacto de Obras no Éden; e Cristo é o cabeça
federal do Pacto da Graça prometido após a Queda (Gênesis 3:15) e concluído na cruz
do Calvário.
Agora, com essa introdução breve e bem concisa sobre a teologia pactual Batista
Reformada, podemos fazer a pergunta novamente: os filhos dos crentes nascem
unidos a Adão ou nascem unidos a Cristo?
Cremos que a Bíblia nos ensina que os filhos de toda a humanidade — sejam filhos de
crentes ou de incrédulos, não importa de que raça, nacionalidade ou cor — nascem em
união com Adão e separados de Cristo, ou seja, nascemos sob a ira de Deus.
A expressão “por natureza” é muito importante para essa breve exposição. Em outras
passagens das Escrituras, ela foi traduzida como “por nascimento” (por natureza = por
nascimento). Podemos parafrasear este versículo da seguinte maneira: “éramos por
nascimento filhos da ira, como os outros também”.
No entanto, sabemos que falsas esperanças podem surgir nos corações dos homens no
que diz respeito à salvação; por isso, explicamos aos nossos filhos — com muito amor e
ternura — o verdadeiro estado de sua situação espiritual e, ao mesmo tempo, a
necessidade que eles têm de Cristo.
Uma falsa esperança que pode surgir nos corações de nossos filhos é que eles pensem
que “como filhos de cristãos, têm uma entrada segura ao céu”. Vamos explicar em
palavras simples que, na Queda de Adão, eles também caíram.
Nós dizemos aos nossos filhos — sem deixar de mostrar-lhes amor — que a causa da
condenação deles não é que tenham quebrado a lei moral de Deus (os Dez
Mandamentos); mas o problema é a natureza pecaminosa com que eles nasceram.
Nossos filhos precisam nascer de novo, precisam de um novo coração, necessitam de
algo que nenhum homem e nenhuma cerimônia pode lhes suprir; somente a graça de
Deus:
Como os nossos filhos podem se unir a Cristo? Como eles entram no Pacto da
Graça, cuja cabeça federal é Cristo? Como eles podem pertencer a Cristo?
Como já mencionei, Cristo é o cabeça federal do Pacto da Graça, e todos aqueles que
estão unidos a Ele — a saber, os eleitos — são Seus “confederados”.
Nós ensinamos aos nossos filhos que, enquanto estiverem unidos a Adão, não podem
estar unidos a Cristo; e enquanto eles não estiverem unidos a Cristo, as suas almas
permanecem em morte.
A Bíblia nos fala de maneira muito clara sobre a característica espiritual daqueles que
pertencem ao Senhor, daqueles que entraram em um pacto com Ele:
Ou perguntando de modo negativo: Uma pessoa que não se arrependeu dos seus
pecados ou creu nEle pode entrar no Pacto com Cristo?
Nós não batizamos os nossos filhos, porque eles nascem em Adão e não em Cristo;
porque são por nascimento filhos de ira, como os demais; porque eles nascem sob o
Pacto de Obras, não sob o Pacto da Graça; nós não os batizamos porque os seus
pecados não foram perdoados, já que não há arrependimento da parte deles; não os
batizamos porque, não tendo o Espírito de Cristo, eles não são de Cristo.
Nossa teologia pactual difere da dos nossos irmãos Presbiterianos que consideram a
Igreja de Cristo como composta de pessoas regeneradas e não regeneradas.
Cremos que a circuncisão era o sinal do pacto Abraâmico (a Bíblia chama-o de “aliança
da circuncisão”, Atos 7:8.), onde todos os homens estavam dentro da aliança da
circuncisão, mas nem todos estavam dentro do Pacto da Graça. Judas, o traidor, estava
dentro da aliança da circuncisão, mas não estava dentro do Pacto da Graça: ele foi
circuncidado, mas não foi salvo. O ímpio rei Acabe estava dentro da aliança da
circuncisão, mas não estava dentro do Pacto da Graça: ele foi circuncidado, mas não foi
salvo. Aqueles que acendiam incenso nos altares de Baal estavam dentro da aliança da
circuncisão, mas eles não estavam dentro do Pacto da Graça; eles foram circuncidados,
mas não foram salvos; e assim eu poderia continuar a citar muitos nomes.
Nós cremos que dentro do povo de Israel havia uma Igreja de Cristo, que se arrependeu
de seus pecados e creu na promessa do Salvador; os quais entraram no Pacto da Graça
pela graça de Cristo e por meio da fé. Eles, sendo escolhidos antes da fundação do
mundo, como nós, entraram no Pacto da Graça do qual não podem apostatar, porque a
obra do Espírito Santo nos preserva nas mãos do Senhor.
Cremos que os filhos de Abraão são aqueles que são crentes, não os incrédulos:
Embora eu tenha conhecido esses princípios doutrinais, pela graça de Cristo, há muito
tempo; nunca havia escrito sobre eles devido à forma selvagem com que muitos
presbiterianos (com “p” minúsculo) tratam os meus irmãos Batistas por causa da nossa
posição bíblica sobre este assunto.
Uma das expressões que ficaram gravadas em minha mente foi a forma como foi
chamada uma pessoa que cria no batismo por imersão: “ESCÓRIA ANABATISTA”.
Certamente essa pessoa (incrédula, em minha opinião) segue os passos dos seus
antepassados que levavam para os rios todos aqueles que criam no batismo por imersão,
a fim de afogá-los, mas não antes de dizer de modo sarcástico: “VOCÊ GOSTA DE
IMERSÃO?, IMERSÃO LHE DAREMOS”. Sempre me questionei se esses homens, por
suas ações, eram verdadeiros seguidores do Príncipe da Paz. Minha resposta é que eles
não eram, nem o são.
Todos eles estão em minhas orações para que Deus os remova do ministério, porque
eles ensinam ódio àqueles que os seguem; mas também oro para que eles sejam salvos.
O ministro de Deus não deve ser contencioso, diz a Palavra de Deus; e minha intenção
não é sê-lo nesse artigo; mas eu pensei ser necessário responder com mansidão, amor e
com a Bíblia a nossa perspectiva sobre “a responsabilidade dos Batistas Reformados
para com os seus filhos”.
Que o Senhor use esse artigo, como eu disse a princípio, para não nos ajudar a não
negligenciarmos o dever de evangelizar os nossos filhos e filhas: