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ESPAÇO TEMPO

Na física, espaço-tempo é o sistema de coordenadas utilizado como base para o estudo


da relatividade restrita e relatividade geral. O tempo e o espaço tridimensional são
concebidos, em conjunto, como uma única variedade de quatro dimensões a que se dá o
nome de espaço-tempo. Um ponto, no espaço-tempo, pode ser designado como um
"acontecimento". Cada acontecimento tem quatro coordenadas (t, x, y, z); ou, em
coordenadas angulares, t, r, θ, e φ que dizem o local e a hora em que ele ocorreu, ocorre
ou ocorrerá.[1]
Na mecânica clássica (não-relativista), o tempo é tomado como uma unidade de medida
universal, uniforme por todo o espaço, e independente de qualquer movimentação nesse,
enquanto que no contexto da relatividade especial, o tempo é tratado integralmente à
dimensão espacial, pois a taxa observada da passagem do tempo depende da velocidade
do objeto em relação ao seu observador.[2][3]
Pontos no espaço-tempo são chamados de eventos e são definidos por quatro números,
por exemplo, (x, y, z, ct), onde c é a velocidade da luz e pode ser considerado como a
velocidade que um observador se move no tempo. Isto é, eventos separados no tempo de
apenas 1 segundo estão a 299 792 458 metros um do outro no espaço-tempo. Assim
como utilizamos as coordenadas x, y e z para definir pontos no espaço em 3 dimensões,
na relatividade especial utilizamos uma coordenada a mais para definir o tempo de
acontecimento de um evento.

Índice

 1Conceito
 2Referencial
o 2.1Alguns fatos gerais sobre o espaço-tempo
o 2.2Será o espaço-tempo quantizado?
 3Conceitos relacionados
 4Referências

Conceito
Enquanto que na mecânica clássica não-relativista de Isaac Newton o tempo é tomado
como uma unidade de medida universal, uniforme por todo o espaço, e independente de
qualquer movimentação nesse, no contexto da relatividade especial de Albert Einstein o
tempo é tratado como uma dimensão adicional às três dimensões espaciais, não podendo
ser separado dessas, pois a taxa de passagem do tempo observada para um determinado
objeto depende de sua velocidade em relação à velocidade do observador. [4][3]
Da mesma forma que em geometria em três dimensões, os valores para as coordenadas
x, y, z e t dependem do sistema de coordenadas escolhido, e isso inclui escolher a
direção do eixo de tempo. Isso porque dois observadores em sistemas de referência em
movimento possuem eixos de tempo em direções diferentes. O que para um observador
em repouso em um dos referenciais é apenas direção temporal, para o outro em
movimento relativo é uma mistura de espaço e de tempo. Esse é um dos pontos
fundamentais da relatividade especial. No entanto, essa mistura não é percebida no dia a
dia devido à escala de velocidades a que estamos acostumados. Da transformação de
Lorentz, as coordenadas de um sistema em movimento com velocidade v na direção do
eixo x de um outro referencial são dadas por:
Onde:
é chamado de fator de Lorentz. Este fator, mesmo para uma velocidade
extremamente alta para o nosso padrão diário, como uma velocidade de
aproximadamente 16 000 m/s, ou 57 600 km/h, que é a velocidade média
da Voyager, um dos objetos mais rápidos construídos pelo homem [1], seria
de :
E o fator de mistura entre tempo e espaço na transformação de Lorentz (o
termo que multiplica x na coordenada de tempo do sistema em
movimento, dado acima) seria de :
Portanto, o fator adicionado à coordenada de tempo é praticamente
zero. Nas velocidades às quais estamos habituados no dia a dia, a
diferença entre espaço-tempo e um espaço de três dimensões
parametrizado pelo tempo é irrelevante. Mas não para outros
ambientes no universo, ou mesmo em laboratórios de física de
partículas.

Referencial
Como as coordenadas x, y, z de um ponto dependem dos eixos
utilizados para o localizar, também as distâncias e intervalos
temporais, invariantes na física Newtoniana, dependem
do referencial no qual se situa cada observador, na física relativista.
Ver contracção do comprimento e dilatação do tempo. Esta é a ideia
base da Teoria da Relatividade Restrita.
A relatividade geral, por seu lado, parte do princípio de que o espaço-
tempo não pode ser um fundo fixo, mas, sim, uma rede de relações
em evolução.
Um "intervalo de espaço-tempo" entre dois acontecimentos é a
quantidade (invariante consoante o referencial) análoga
à distância no espaço euclidiano. O intervalo de espaço-
tempo s numa curva é definido por:
onde c é a velocidade da luz. Uma suposição básica da
relatividade é que transformações nas coordenadas, como
as transformações de Lorentz mantêm os intervalos invariantes.
Os intervalos espaço-tempo, concebidos numa variedade (termo
matemático), definem uma métrica pseudo-euclidiana chamada
de métrica de Lorentz. Esta métrica é similar à das distâncias
no espaço euclidiano. Contudo, note-se que enquanto que as
distâncias são sempre positivas, os intervalos espaço-tempo
podem ser positivos, nulos ou negativos. Os acontecimentos com
um intervalo de espaço-tempo zero são apenas separados pela
propagação de um cones de luz|sinal luminoso. Os
acontecimentos com um intervalo de espaço-tempo positivo
situam-se no seu futuro ou passado recíproco, sendo o valor do
intervalo definido pelo tempo próprio medido por um observador
viajando entre eles. O espaço-tempo, vista à luz desta métrica
pseudo-euclidiana, constitui uma variedade pseudo-riemanniana.
Um dos mais simples e interessantes exemplos de espaço-tempo
é R4 com o intervalo espaço-tempo já definido atrás. Este, é
conhecido como espaço de Minkowski, sendo o modelo usual da
Teoria da Relatividade Restrita. Em contraste, a Relatividade
Geral propõe que a variedade subjacente não deverá ser plana
em presença da gravidade, pelo que se utiliza preferencialmente
o espaço-tempo em vez do espaço de Minkowski.
Restringindo-nos à física newtoniana, os acontecimentos
aparecem como um único espaço-tempo. Nesse caso referimo-
nos à relatividade de Galileu, sendo o sistema de coordenadas
relacionado com as transformações de Galileu. Contudo, como as
distâncias espaciais são consideradas independentemente das
distâncias temporais, tal espaço-tempo poderá ser decomposto
arbitrariamente, o que não poderá acontecer à luz da relatividade
geral.

Alguns fatos gerais sobre o espaço-tempo


Uma variedade compacta pode tornar-se num espaço-tempo se e
só se a característica de Euler for 0. Qualquer variedade de 4
dimensões não compacta pode tornar-se um espaço-tempo.
Muitas variedades espaço-temporais tem interpretações que
podem parecer bizarras ou desconfortáveis para muitos físicos.
Por exemplo, um espaço-tempo compacto tem curvas de tempo
fechadas, "loops", que viola a noção de causalidade tão cara aos
físicos. Por essa razão, os físicos matemáticos levam em
consideração apenas um subconjunto de todos os espaço-tempo
possíveis. Uma forma de fazer isto é estudar "soluções
realísticas" das equações da Relatividade Geral. Outro é adicionar
alguma restrição física "razoável", mas ainda assim
geometricamente genérica, e em seguida tentar provar coisas
interessantes sobre o espaço-tempo resultante. A última
abordagem tem levado a resultados importantes, notavelmente
os teoremas de singularidade de Penrose-Hawking.
Em física matemática é comum restringir a variedade a
variedades conexas de Hausdorff. Um espaço-tempo Hausdorff é
sempre paracompacto.

Será o espaço-tempo quantizado?


A pesquisa científica atual centra-se na natureza do espaço-
tempo ao nível da escala de Planck. A gravidade quântica em
loop, a teoria das cordas e a termodinâmica dos buracos
negros predizem um espaço-tempo quantizado sempre com a
mesma ordem de grandeza.[1]
A gravidade quântica em loop chega mesmo a fazer previsões
precisas sobre a geometria do espaço-tempo à escala de Planck.

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