Série de Palavras – Aba (Paternidade/Orfandade)

1 - Deus é nosso pai - perspectiva e posicionamento

Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor,
mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O
mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós
somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de
Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos
glorificados.
Romanos 8:15-17

Quem é Deus pra você?

Essa é uma das perguntas mais importantes da sua vida e, dependendo da

resposta, interfere na sua identidade, como você se relaciona com os outros, como vê
seu futuro, etc.

Essa é uma pergunta importante para a humanidade.

Uma vez eu estava conversando com meu pai a respeito de Deus e ele me deu
sua concepção de Deus como um ser presente nos elementos da terra (Deus esta na
terra, no mar, nas águas..), uma concepção muito próxima da deusa grega Gaia.

Jesus quando veio a terra ensinou muito sobre as coisas do Reino de Deus, porém,
mais que ensinar, Jesus revelou o Senhor e a sua vontade.

E, em Mt. 6, ele disse: “Quando orardes, ore assim, Pai nosso que estás nos céu”.

Engraçado que o judeu não chamava Deus de Pai. Ninguém na Bíblia, até aquele
momento, teria chamado Deus de Pai.

Deus era chamado por um nome formado 4 letras, que quer dizer “Eu sou”. O “Eu
sou” de quanto Moisés perguntou quem era que falava com ele no local aonde a sarça
pegou fogo sem se consumir.

Essas 4 letras, formam o nome Javé ou Jeová.

Deus era também chamado de Adonai (meu amo, meu Senhor), Elohim
(Altíssimo), mas vem Jesus e nos ensina a chamarmos Deus de Pai. Ou seja, Jesus
revela que o desejo de Deus era que o chamássemos de Pai.

De fato, o desejo de Deus era ter um relacionamento de pai e filho conosco.

Vejamos o capítulo 3º do livro de Lucas quando é descrita a genealogia de Jesus.

No último versículo diz: E Cainã de Enos, e Enos de Sete, e Sete de Adão, e
Adão de Deus. Lucas 3:38

O desejo de Deus é que fôssemos todos seus filhos.

Adão era filho de Deus. Feito à imagem e semelhança de Deus. Deus tirou de si
mesmo e colocou em Adão.
Mas o pecado comprometeu esta filiação.

Hoje, somos filhos de Deus, mas antes disso éramos criaturas.

Quando se tornou possível se tornar filho de Deus?

Mas, quando chegou o tempo certo, Deus enviou o seu próprio Filho, que
veio como filho de mãe humana e viveu debaixo da lei para libertar os que
estavam debaixo da lei, a fim de que nós pudéssemos nos tornar filhos de
Deus. E, para mostrar que vocês são seus filhos, Deus enviou o Espírito do
seu Filho ao nosso coração, o Espírito que exclama: "Abba Pai." Assim vocês
não são mais escravos; vocês são filhos. E, já que são filhos, Deus lhes dará
tudo o que ele tem para dar aos seus filhos. Gl. 4:4-7

E quando nos tornamos filhos de Deus?

Pelo fato de Deus se revelar na Bíblia como Pai, muitos acham que Ele é o Pai de
todos. Fica claro que a Bíblia cita que Deus é sim Pai, porém, não de todos, mas de um
grupo específico de pessoas.

“Aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se
tornarem filhos de Deus.” - João 1:12.

Lemos que o Espírito de Deus nos faz clamar “Aba”. Por quê?

1) Abba é uma expressão em aramaico que é representa um filho novinho chamando

seu pai. É como se fosse paizinho ou papai. Isso tem a ver com o fato que se tornar
filho de Deus é nascer de novo, é ser regenerado no espírito. É como se tornássemos
bebês espirituais.

2) Porque, também, a expressão Abba carrega em sua essência e valor o amor

fraterno de um relacionamento intimo entre um pai e um filho, além do mais é situado
de uma amizade intensa nesse mesmo relacionamento.

REPITO – QUEM É DEUS PRA VOCÊ?

O Conceito errado de Deus, faz você ter o conceito errado de quem é e do

que tem que fazer...

Pois bem, o nome que mais revela quem Deus é pra nós é “Pai”.

E por quê tratar disso?

Porque vivemos numa época de orfandade muito grande. Perceba, nosso país tem uma
padroeira – Maria. Engraçado que padroeira vem de pai. A padroeira é uma mulher
com um bebê no colo, sem um marido do lado. Representa um pai, mas é uma mãe.
Quem é o pai? Não sei! Foi embora! Só encontrei no carnaval. Só encontrei naquela
balada. Pra ser sincera, não lembro nem do rosto, porque estava tão chapada. Ou foi
comprar um cigarro e jamais voltou.
Percebam! Determinado instituto de pesquisa fez uma estatística sobre paternidade no
país. Vejam a conclusão:

 25% não possuem o nome do pai na certidão de nascimento;

 25% foram criados só pela mãe;
 25% os pais moravam com as mães, mas eram ausentes;
 25% tinham pais presentes.

E por que a questão da paternidade é tão importante e, ao mesmo tempo,

tão problemática?

Porque temos tendência de atribuirmos a Deus o conceito que temos do nosso pai
terreno. É automático e inconsciente.

Imagine que um dia você abriu uma empresa com um cara chamado André. No
começo deu tudo certo, mas um dia a empresa quebra e você descobre que o André
foi omisso em uma série de aspectos e que, no final das contas, a empresa quebrou
por causa dele. Além disso, ele ainda some, te deixando com toda dívida da empresa.
Você passa quase 2 anos pra quitar a dívida e deseja novamente abrir uma empresa,
talvez em outro ramo. E aparece um cara chamado André te fazendo uma proposta.
Você aceitaria? Veja, é um outro André, não tem nada a ver com o anterior, mas sua
tendência, provavelmente, é recusa a proposta dele.

Da mesma forma, se você não teve uma boa relação com seu pai, se você não tem
uma boa imagem do seu pai, essas impressões vão interferir nos conceitos e na
imagem que você tem de Deus.

Pai autoritário – O pai que só falava seu nome para dar uma bronca, chamar sua
atenção. Chamava pra conversar apenas quando a nota estava baixa. Quando tirava
nota alta ouvia apenas que era sua obrigação. Ele só aparecia para punir. O toque que
você tinha dele era apenas numa palmada ou uma agressão.

Aí você pensa que Deus está apenas observando você errar pra te castigar e oprimir.
Você pensa que Deus é autoritário e não se importa com você.

Pai permissivo demais – Pai posso? Ele nem terminava você pedir e já permitia. Ele
nem cumpria o que determinava. Era pra você ficar de castigo e não ficava, era pra
você ser disciplinado em algum sentido, mas raramente era.

E aí você pensa que não tem problema quebrar um compromisso com Deus.

Pai indiferente/ausente – Nunca te deu atenção, nunca derramou vida sobre você,
nunca se importou, nunca te abraçou ou disse que te ama. Sua prioridade era o
trabalho, seus Hobbes, jogos, etc.

E aí você acha que Deus se importa apenas com coisas grandes. Se questiona: Vou
orar sobre isso? Não vou chamar a atenção de Deus pra isso. Ele deve estar muito
preocupado com a fome na África.

Deus é pai, mas não como o seu. Deus tem prazer em ser o seu pai.
Eu sou apaixonado no meu filho. Na data dessa palavra, o Theodoro tem 5 meses
de vida e não fez nada por mim, mas é por quem ele é que o amo, ou seja, por
ser parte de quem sou.

Assim como meu filho fica entusiasmado quando me ver, o desejo do coração de Deus
é que a presença Dele seja um prazer na minha vida.

Então, hoje, precisamos compreender que Deus é nosso pai. Ele esta zelando
por nós e se importa conosco. Ele quer ser a nossa referência e tapar todo tipo de
lacuna deixada pelas mazelas da vida.

Além disso, é preciso HOJE você se concertar com seu pai terreno. É preciso hoje você
entender que ele pode ter tentado fazer o melhor, ou simplesmente replicado o que
recebeu de ensinamento, ou tentado fazer justamente o contrário do que recebeu por
conta de um trauma.

Fato é que na grande maioria das vezes não há malignidade nos erros dos nossos pais.
Pelo contrário eles tiveram as melhores das intenções na maioria das vezes, mas não
souberam como fazer.

Perdoe seu pai. Perdoe seus pais. Perdoe sua mãe! Você está indignado? se humilhe.
Tenha também o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus.